Espacios. Espacios. Vol. 31 (3) 2010. Pág. 30
Diferenças de gênero na atitude à inovação em estudantes universitários: um estudo exploratório
Gender differences in attitude to innovation in college students: an exploratory study
Diferencias de género en la actitud a la innovación en los estudiantes universitarios: un estudio exploratorio
Verónica Peñaloza
6. Considerações finais
A simples observação das médias dos indicadores de atitude à inovação nos permite inferir que os homens têm uma atitude à inovação mais positiva que as mulheres, especificamente nas dimensões relacionadas com o sistema de inovação, o risco do progresso tecnológico, e sua relação pessoal com a C&T. Já mediante o uso de análise de variância, conseguimos estabelecer que essa diferença de médias é significativa, confirmando este resultado através da regressão logística. Verifica-se então que se cumpre a Proposição P1, de que existe relação entre atitude inovadora e gênero, mais especificamente, que atitude inovadora positiva relaciona-se com o gênero masculino
Com relação à diferença de atitude à inovação segundo o curso que o aluno freqüenta, observou-se que os estudantes dos cursos de engenharia apresentam uma atitude mais positiva que os alunos de agronomia, e estes por sua vez uma atitude mais positiva que os alunos de administração. A análise de variância permite confirmar que existe uma diferença significativa, confirmando com isso a proposição P2, que existe relação entre atitude inovadora e conhecimento de C&T. Dado que, o Teste F (ANOVA) só nos permite saber se alguma das médias é diferente das outras categorias comparadas, através da regressão logística, se mostra que as pessoas que cursam administração teriam uma atitude negativa com relação à inovação. Porém a relação entre atitude inovadora positiva e o curso de engenharia mostra-se não significativa.
As contribuições deste trabalho estão limitadas a características de estudos desta natureza, estudo exploratório com amostra reduzida e baseada em estudantes universitários pela facilidade de acesso. Ainda precisam ser feitos esforços teóricos e empíricos, principalmente combinando técnicas quantitativas e qualitativas a fim de explorar as dimensões das relações entre gênero e atitude inovadora e particularmente, relacionando as diferenças entre a aquisição do conhecimento científico, mas também as diferenças na formação social para explicar as diferenças de atitudes entre os cidadãos com relação ao desenvolvimento científico e tecnológico.
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