1. Introdução
As alterações na economia, o aumento da produtividade e a abrangência da movimentação de produtos exige das empresas uma atitude diferenciada quanto ao mercado como para com seus clientes. No transporte rodoviário de cargas não é diferente. O cenário recente vem apresentando profundas mudanças e grande concorrência, o que força as empresas a buscar a melhoraria de seus processos, tanto de manufatura como de prestação de serviços. Neste momento em que se passou a observar de forma atenta uma atividade que, até então era vista como apenas mais um custo, a atividade logística. Na busca pela maximização do valor percebido pelo cliente, a atividade mostrou-se o ponto onde as empresas podem garantir a sua competitividade por oferecer um melhor nível de serviço como por reduzir custos.
Para buscar eficiência das empresas aliada às diversas funções logísticas, enfatiza-se a função de transporte, tão importante quanto à armazenagem e o estoque. A gestão do transporte visa, entre outros objetivos, a satisfação do cliente e a diminuição dos custos para a empresa, sendo que no Brasil, o modal rodoviário é o mais importante para o transporte de cargas e prevalece sobre os demais modais. Faltam estatísticas recentes, mas estima-se que atualmente o transporte rodoviário responda por 65% do total de cargas transportadas no país.
O transporte rodoviário desempenha um papel vital para economia e para a nação, destacando-se por possuir grande flexibilidade. Acompanhar o desempenho das atividades de transporte, monitorando-os constantemente, dá uma visão de onde a cadeia pode melhorar para obter vantagens, medir e avaliar o desempenho das atividades pode vir a fornecer os resultados que ajudarão os envolvidos na tomada de decisões. A partir destas informações o estudo propõe como objetivo geral avaliar o desempenho logístico do serviço de transporte rodoviário de cargas com sede na região norte do Rio Grande do Sul através da definição dos processos logísticos básicos de uma empresa de transporte rodoviário de cargas; propor uma metodologia de avaliação do desempenho da cadeia logística que possa ser utilizado por empresas de transporte rodoviário de cargas e a partir dos resultados obtidos, realizar um pré-diagnóstico logístico-operacional do desempenho das empresas;
Há necessidade de as organizações estarem diariamente buscando novidades, bem como o desejo de obtenção de maior rentabilidade e um melhor controle dos custos no que se refere a prestação do serviço de transporte justificam o desenvolvimento deste trabalho. Não há índices que mensurem o grau de eficiência do setor e que sirvam de ferramenta para tomadas de decisão e controle gerencial.
2. Processo logístico do Transporte Rodoviário de Cargas
Quando se fala em Logística o que primeiramente é lembrado é o transporte, pois é o que mais tem visibilidade para o público, Ballou (2007) complementa: sob qualquer ponto de vista – econômico político e militar – o transporte é, inquestionavelmente, a indústria mais importante do mundo.
A Logística consiste em um sistema de atividades integradas pelo qual fluem produtos e informações, sendo o transporte considerado uma das atividades essenciais para dinamizar o sistema logístico. Envolvendo estratégias de planejamento e operação o transporte realiza duas funções sob a ótica da Logística: a movimentação e a armazenagem de produtos que ainda não atingiram seu destino final, sendo seu objetivo deslocar produtos de um ponto a outro garantindo a entrega dos produtos sem nenhuma avaria e no prazo combinado. Entre outros objetivos a gestão do transporte mira a satisfação do cliente e a diminuição dos custos, pois para muitas empresas o transporte é o custo mais alto contribuindo com 30 % a 60 % dos custos de distribuição.
A opção pela modalidade rodoviária como principal meio de transporte de carga é um fenômeno que se observa a nível mundial desde a década de 50, está associada no caso do Brasil ao fracasso da implantação das ferrovias e a um vasto programa para construção de rodovias, todavia, no Brasil esta preferência permaneceu, sendo esta uma resposta à incapacidade das outras modalidades de transporte em atenderem às ambições nacionais.
Segundo a Agência Nacional de transporte Terrestre (ANTT) estima-se que atualmente o transporte rodoviário responda por 65% do total de cargas transportadas no país, e onde desempenha um papel vital para economia e bem estar da nação, destacando-se por possuir grande flexibilidade.
Os fatores do processo logístico integrados ao transporte rodoviário de cargas como: pontos de embarque e de desembarque, custos relacionados com embarque, desembarque, cuidados especiais, manuseio de carga, urgência na entrega, são informações importantes para que o serviço oferecido seja gerenciado de forma eficiente e eficaz. Ao ser perfeitamente entendida e aplicada, a Logística permite desenvolver estratégias para a redução de custos e o aumento do nível de serviço ofertado ao cliente.
3. A competitividade do setor logístico
Logística custa dinheiro, e erros no gerenciamento logístico poderão custar clientes, pois se entende que os produtos ou serviços só terão valor se estiverem disponíveis quando e onde o cliente precisar.
Definir estratégias relacionadas às funções logísticas pode representar uma vantagem competitiva onde o bom desempenho da Logística depende da forma como é efetuado o gerenciamento dessas operações. Para movimentar uma grande quantidade de materiais, independente do modal escolhido para transportar, é necessário grande investimento em tecnologia, recursos humanos, envolvimento do governo, construção e manutenção de estradas, portos e aeroportos, havendo a necessidade de melhoraria continua.
À medida que as empresas vêm atuando em mercados cada vez mais competitivos, elas devem definir e aprimorar os seus processos logísticos, para obter um diferencial competitivo (VASCONCELLOS, 2008). Buscar a vantagem competitiva diante dos concorrentes é vital para a permanência e atuação no mercado, para tanto, a busca pela competitividade deve estar aliada a ferramentas administrativas que busquem as respostas para as demanda. Taboada (2002) afirma que: “os atributos de agilidade, flexibilidade e confiabilidade, ancorados em um sistema de Logística adequado podem ser utilizados como pilares para a estruturação de estratégias competitivas da empresa”. É necessário criar valor para o cliente, eficiência e eficácia dos processos e operar um sistema logístico diferenciado que torne possível alcançar um nível de serviço primoroso ao menor custo, obtendo dessa forma benefícios futuros para a empresa.
4. Avaliação de Desempenho
Segundo Siluk (2007): atualmente, já há o entendimento, por parte dos gestores, que a medição de desempenho deu lugar a avaliação de desempenho, e que a avaliação é um processo amplo, cíclico e contínuo. Uma avaliação contínua do desempenho da organização permite o alcance das metas e instiga a buscar os resultados desejados, porém para que isso aconteça é importante as empresas aperfeiçoem a qualidade das informações de logística.
Considerando que a Logística não é apenas uma atividade que agrega custos ao processo, sendo considerada uma atividade de gestão, para que possa ser gerenciada de forma eficiente e eficaz, ela precisará ser tratada como um conjunto de componentes interligados por um objetivo comum. Diante do valor e complexidade que envolve este macro-processo de Logística é essencial o monitoramento permanente do desempenho dos processos logísticos.
Segundo Dornier (2005, p.620), a integração e globalização da Logística têm grandes impactos sobre a definição e a utilização de medidas de desempenho para ela. Três objetivos são considerados importantes para o desenvolvimento de sistemas de avaliação de desempenho, que são: monitorar, controlar e direcionar as operações logísticas (BOWERSOX E CLOSS, 2001). |