Análise empreendedora com uso de sistema complexo de informação: estudo de caso em empresa do setor de revenda de automóveis

Análisis de emprendedora con uso de sistema complejo de informacion: estudio de caso en empresa del sector de reventa de automóviles

Entrepreneurial analysis with the use of a complex information system: case study in the retail automobile business sector

Marjorie Biehl*, Adelcio Perego Cabral**, Adolfo Alberto Vanti*** y Rafael Espín****

Recibido: 12-09-08 - Aprobado: 15-01-09

Contenido

• 1. Introducción
• 2. Empreendedorismo
• 3. Mapas estratégicos
• 4. Sistemas complexos de informação fuzzy logic
• 5. Método utilizado
• 6. Caso de estudo
• 7. Análise conclusiva
• 8. Referências bibliográficas

1. Introdução

O tema empreendedorismo é muito importante para desenvolvimento de novos negócios e expansão econômica, porém também é considerado um tema difícil de estudar cientificamente. Isso ocorre devido a variadas definições do que é ser empreendedor. São diversas características comportamentais difíceis de relacionar com as pessoas. Para tanto, esse trabalho, a partir de uma análise mais conceitual, desenvolve a temática estratégica através de mapeamento baseado em Kaplan e Norton (2004) para posteriormente utilizar-se de um sistema complexo de informação e alcançar importâncias relativas a cada um dos aspectos organizacionais e de mercado. Com o cálculo dessas importâncias é possível então, relacionar melhor o perfil empreendedor com a realidade do negócio de determinado empresário.

Para tal, o trabalho está estruturado da seguinte maneira: empreendedorismo, mapas estratégicos, sistemas complexos de informação, método aplicado ao caso, cálculos através de sistema desenvolvido em referência a Espin e Vanti (2005) e final mente análises e conclusões.

2. Empreendedorismo

Para Hisrich & Peters (2004) é o individuo desenvolve uma espécie de comportamento que inclui a tomada de iniciativa, a organização e reorganização de mecanismos sociais e econômicos, no intuito de transformar recursos e situações para proveito prático e aceitar o risco do sucesso ou fracasso. Para Dolabela & Filion (2000), o empreendedor é a pessoa que deve estar constantemente atento aos acontecimentos, traçando diretrizes e corrigindo rumos para atingir os objetivos desejados.

Conforme Filion (1999), as pessoas empreendedoras gastam a maior parte de sue tempo imaginando aonde desejam chegar e como farão para chegar lá. São detectores de espaços de mercado e criadores de contextos direcionados para oportunidades de negócios. Por sua vez, Motta (1999), afirma que o empreendedor é a pessoa que vê o desempenho individual como base importante da organização. Concentram-se esforços nos resultados e tende a ser persistente nos projetos que acredita, trabalhando para criar um ambiente de desempenho em que os participantes se dediquem à busca de metas e objetivos. Também mantêm-se em contato com pessoas de acordo com o seu desempenho, dando atenção especial ao significado que as tarefas têm para com os resultados em função de planejamento e de tomada de decisão estratégica.

Em Gerber (1990) a pessoa que inicia um negócio exerce o papel de empreendedor, gerente e técnico. O mesmo autor destaca que empreendedores como Henry Ford, Tom Watson (IBM), Ray Kroc McDonald’s, os quais como características empreendedoras eram sonhadores, catalizadores de mudanças, viviam projetando o futuro, tinham a necessidade de exercer controle e constantemente visualizavam oportunidades. Já segundo Drucker (2005), o empreendedor considera a mudança como normal e positiva, por isso está sempre buscando a inovação que é o instrumento específico do espírito empreendedor. Está sempre reagindo à inovação e a explorando como sendo uma oportunidade de prosperar nos negócios. Para exemplificar, King Gillette implementou sua inovação vendendo lâminas de barbear a um quinto do custo de fabricação mas recuperando as perdas através da impossibilidade do aparelho aceitar lâminas de outros fabricantes.

Para Dornelas (2001), as grandes inovações que ocorreram, principalmente no século XX foram os empreendedores ou equipes de empreendedores visionários, os principais responsáveis. Foram eles que olharam o mundo de forma diferente da maioria das pessoas, viram oportunidades onde ninguém ousou olhar anteriormente de outra maneira. São pessoas apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, quererem ser reconhecidos e admirados, referenciados e imitados, querem deixar um legado, são pessoas diferenciadas, ou seja, possuem motivação singular. De acordo com Dias (2002), os estudiosos traçam uma distinção entre o indivíduo empreendedor e as demais pessoas comuns, no que se refere à estratégia de detectar e solucionar problemas, determinar as mudanças e trabalhar incansavelmente, tendo a consciência de estar diante de situações de conflito, na qual está disposto a atingir seus objetivos, vitórias e conquistas nos empreendimentos.

David McClelland, da Universidade de Harvard, traçou dez características fundamentais para o empreendedor de sucesso (Ver apud Dias, 2002, p. 41): a) A iniciativa na busca de oportunidades; b) Capacidade de correr riscos; c) Persistência; d) Comprometimento; e) Objetividade no estabelecimento de metas; f) Capacidade para buscar e valorizar as informações; g) Persuasão e rede de contatos; h) Independência e autoconfiança; i) Exigência na qualidade; e j) Eficiência. O caráter essencial do empreendedor também se caracteriza pelos valores singulares que exprimem qualidades e propriedades, abrangendo antecedentes culturais, pelas experiências de caráter familiar e profissional, amizades e influências, seu perfil direcionado a resolução de situações socioeconômicas, suas crenças e valores, na qual, inconscientemente, reflete nas suas ações administrativas.

Morris (1991) amplia as características empreendedoras contemplando também: alcançar as coisas sempre do seu jeito e sem magoar as pessoas, localizar obstáculos e problemas em potencial e saber contorná-los, revelar seus sentimentos apenas quando quiser, ter raciocínio rápido, ser altamente comunicativo, ser competente, de acordo com o nível exigido, sentir as grandes oportunidades, para não as perder, liderar, em vez de ser liderado, não esmorecer diante dos contratempos, contar com uma boa saúde, estar preparado para lutar por seu objetivo, desejar ser bem-sucedido, ter o apoio da família, uma certa experiência administrativa, ter experiência em trabalhar com prazos apertados, ter habilidade para tratar com dinheiro, ter habilidade para resolver problemas, se você tiver experiência na persuasão de pessoas com as quais trabalha, se você estiver acostumado a fazer muitas coisas imediatamente, também influencia uma família com tradição em negócios, alguma experiência no campo de negócios escolhidos, outras habilidades raras especializadas e reconhecidamente valorizadas, querer ganhar dinheiro.

Logicamente que contemplar ou mesmo estudar todas essas características é algo quase impossível. De acordo com Dias (2002), é relevante destacar que além das características que determinam o perfil do empreendedor, é importante considerar outros fatores que também influenciam em seu comportamento. Entre as que se destacam estão as diferenças culturais e de mercado, de uma região à outra, na qual devem ser levadas em conta quando se trata de um conceito comum.

Neste contexto e para diminuir tanta incerteza devido à variabilidade significativa de características empreendedoras é que o presente trabalho aborda a seguinte questão problema: Como determinar temas ou prioridades estratégicas para empreender entendendo o processo estratégico para o desenvolvimento de uma micro empresa do setor de revenda de automóveis? Para tal, se utilizou um sistema complexo de informação baseado no Modelo de Alinhamento Estratégico de Espin e Vanti (2005) baseado em princípios de fuzzy logic, o qual se combina em forma de matrizes diversas variáveis estratégicas. Posteriormente através de multiplicações geométricas se gerou a importância relativa de cada variáveis e com isso, é possível priorizar a atuação empreendedora.

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