ISSN 0798 1015


logo


Vol. 41 (Nº 18) Ano 2020. Pág. 3

Coordenação pedagógica frente à indisciplina na educação de jovens e adultos – EJA

Pedagogical coordination in the face of indiscipline in youth and adult education – EJA

OLIVEIRA, Margarete M. G. T. 1; LIMA, Jucileide C. P. 2; OUZA, Luciana L. 3; LIMA, Maria L. T. 4; AZEVEDO, Celene S. 5; BORBA, Jocélia E. 6; COUTINHO, Diógenes José Gusmão 7

Recebido: 07/11/2019 • Aprovado: 06/05/2020 • Publicado: 21/05/2020


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados e discussão

4. Conclusões

Referências bibliográficas


RESUMO:

A presente pesquisa tem como objetivo evidenciar as intervenções realizadas pela coordenação pedagógica, as turmas da educação de jovens e adultos, identificando quais as estratégias utilizadas pelos coordenadores pedagógicos frente à indisciplina, bem como analisar a metodologia aplicada às turmas e se condiz com a proposta de Paulo Freire. Tendo como base metodológica a pesquisa qualitativa, bem como levantamento bibliográfico, os dados coletados, deu-se a partir da aplicação de um questionário.
Palavras chiave: Coordenador Pedagógico. Indisciplina. Metodologia. Educação de Jovens e Adultos.

ABSTRACT:

This research aims to highlight the interventions performed by the pedagogical coordination, the youth and adult education classes, identifying which strategies the pedagogical coordinators use in the face of indiscipline, as well as to analyze the methodology applied to the classes and is consistent with the proposal of Paulo Freire. Based on the qualitative research, as well as bibliographic survey, the collected data was based on the application of a questionnaire. The pedagogical coordinator is essential to the school community.
Keywords: Pedagogical Coordinator. Indiscipline. Methodology. Youth and Adult Education.

PDF version

1. Introdução

A educação de jovens e adultos (EJA) é uma categoria de ensino destinada exclusivamente a jovens e adultos com distorção idade/série, que por algum motivo específico não concluiram o ensino na idade indicada.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº 9.394/96) estabelece no capítulo II, seção V, a Educação de Jovens e Adultos. Traz no artigo 37: “A educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou oportunidades de estudo no ensino fundamental e médio na idade própria”. Essa decisão esclarece o potencial da EJA, que busca incluir e compensar a referida modalidade.

Paulo Freire, pioneiro da alfabetização de jovens e adultos, foi um dos responsáveis pelo método utilizado com os jovens e adultos; segunda ele, o educador constrói o conhecimento com seus alunos, transformando-o a si e o mundo em que vive.

No cenário escolar são comum relatos entre coordenadores pedagógicos e professores sobre comportamentos, falta de respeito e indisciplina. Neste sentido a escola é essencial na prevenção ao descumprimento as normas das relações interpessoais e indisciplinares que infringem o regulamento pedagógico. Contudo é necessário que seja adotada novas atitudes, para que o diálogo seja uma constante entre os coordenadores pedagógicos/docentes/discentes e pais, dando lugar  a repressão e a imposição, uma vez que a falta de flexibilidade gera mais violência e indisciplina.

Durante muito tempo a disciplina nas escolas estava voltada a dominação e subordinação; atualmente essa estrutura deixou de existir, dando lugar ao diálogo, entretanto, ¿resta saber se a escola e os coordenadores pedagógicos estão preparados para essa transição? É necessário que todos tenham consciência de seus direitos e deveres.

As metodologias devem ser atrativas, bem como voltadas as normas de Paulo Freire, propulsor do método para as turmas da EJA.

Esta pesquisa tem como objetivo geral evidenciar as intervenções realizadas pela coordenação pedagógica as turmas da EJA e de maneira específica identificar quais as estratégias utilizadas pelos coordenadores pedagógicos, frente à indisciplina na educação de jovens e adultos, analisar junto aos coordenadores pedagógicos a metodologia aplicada às turmas da EJA se condiz com a proposta de Paulo Freire.

Para uma melhor reflexão do tema questiona-se: ¿Como o coordenador pedagógico trabalha a indisciplina na EJA? ¿A metodologia aplicada corresponde às expectativas?  Esta pesquisa traz a hipótese da existência da indisciplina nas turmas da EJA e da imposição às normas, sem a devida atenção a particularidade bem como a metodologia não condiz com a proposta e o legado de Paulo Freire.

Os coordenadores pedagógicos devem está sempre em formação, discutindo com toda comunidade escolar, no intuito de acrescentar novos saberes a sua práxis educacional, fundamental ao conhecimento didático prático, adquirindo maior sustentabilidade no combate a indisciplina educacional.

Sua estrutura deu-se pelo levantamento bibliográfico, tendo como metodologia a pesquisa qualitativa, para obtenção do levantamento dos dados, aplicou-se um questionário semiestruturado.

Enfim para atingir os objetivos foi feito um breve relato evidenciando as intervenções realizadas pelos coordenadores pedagógicos, identificando suas estratégias frente à indisciplina, além de analisar a metodologia aplicada às turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA se condiz com a proposta de Paulo Freire, contribuindo para um melhor desenvolvimento da práxis do coordenador pedagógico, no intuito de aprimorar os métodos estimulando o público alvo ao acesso e permanência a instituição escolar.

A pesquisa em questão tem como inspiração ampliar os estudos referentes ao coordenador pedagógico frente à indisciplina com as turmas da educação de jovens e adultos – EJA, promovendo uma aproximação acadêmica, discutindo estratégias que melhore a relação interpessoal e o processo ensino e aprendizagem nas instituições escolares.

1.1. Educação de jovens e adultos, do entendimento a metodologia

No período do Brasil colônia, apenas as classes média e alta possuíam acesso ao conhecimento e esses eram oferecidos em suas residências, nesse período não havia interesse algum em alfabetizar jovens e adultos. A educação Brasileira deu-se inicio com a chegada dos jesuítas, os quais tinham interesse em propagar a fé cristã expandindo o catolicismo.

O estado Brasileiro a partir de 1940 aumentou suas contribuições e responsabilidades em relação à educação de adolescentes e adultos. Após uma atuação fragmentária, localizada e ineficaz durante todo o Período Colonial, Império e Primeira República, ganhou corpo uma política Nacional, com verbas vinculadas e atuação estratégica em todo território Nacional (HADDAD & DIPIERRO, 2000, p.110).

Várias foram às mudanças que ocorreram no sistema de ensino e nas relações sociais, o mercado passou a exigir cidadãos que no mínimo dominassem a leitura e escrita.

Contudo em 1949 a educação de jovens e adultos passou a caminhar de maneira diferente; após a Iª Conferência Internacional de Educação e adultos, as escolas tiveram como objetivo contribuir para o resgate aos direitos humanos procurando reparar problemas constituídos pela guerra.  Entretanto em 1950 a educação de adultos, conhecida como educação base, percorria dois caminhos de suma significância para a educação de jovens e adultos, a educação profissional e a educação libertadora, doutrinada por Paulo Freire.

Este período foi marcado por vários avanços, voltados a Educação de Jovens e Adultos, atingindo o ponto crucial, com a proposta de alfabetização para adultos, renomada como método Paulo Freire, reconhecido por todo o País, tendo como proposta discutir e encontrar metodologias que melhor auxilie os adultos, respeitando suas diferenças e valores.

O Golpe Militar ocorrido em 1964 extinguiu os programas existentes voltados para adultos. Em 1967 o governo federal criou o movimento Brasileiro de alfabetização – Mobral, com a intenção de erradicar o analfabetismo existente no Brasil, utilizava em sua metodologia cartazes, família silábica, entretanto ao passar dos anos se distanciou da proposta original.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 5.692/71, regulamentou o ensino supletivo o qual se apresentava em quatro funções: Suplência – Suprir a escolarização a quem não a concluiu no período regular; Suprimento – Dedicar estudos atualizados aos que seguiram o ensino regular; Aprendizagem – Formar para o mercado de trabalho; Qualificação – Estudos voltados à profissionalização, sendo estes extintos por falta de credibilidade.

A Educação de Jovens e Adultos adquiriu seu plano legal após a constituição de 1988, estabelecendo como dever do Estado com a educação através de seu Art.208, bem como assegura educação básica a todos que não tiveram acesso na idade correta. Contudo será que o referido direito atualmente está sendo de fato efetivado nas instituições escolares?

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/96 salienta que sejam assegurados oportunidades educacionais aos jovens e adultos na Seção V, da Educação de Jovens e Adultos:

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

 §1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

 §2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

A Lei assegura direitos aos jovens e adultos, mas o que se percebe são instituições escolares despreparadas para receber essa demanda, metodologias inadequadas e escassez de formação pedagógica. A indefinição de metodologias e intervenções apropriadas resulta cada vez mais em desistência dos adultos antes do término do curso.

Em educação de jovens e adultos, estamos tratando de um grupo de pessoas que foram silenciadas por longos momentos de suas vidas. São pessoas que, em alguns casos, já chegaram a internalizar que são incapazes de aprender. Que são já velhas demais para aprender ou até mesmo que aprender a ler e a escrever não mudará em nada suas vidas. Sem dúvida que são estas representações construídas histórica e culturalmente. Sendo, portanto, possíveis de serem (re) desconstruídas (BARCELOS, 2010b).

A metodologia utilizada tem muito a vê com a maneira de olhar o outro e olhar-se, pois quando valorizo o que o outro carrega consigo, desconstruo possíveis incapacidades relacionadas ao outro ser.

Com as orientações contidas na LDBEN, os sistemas de ensino estabelecem suas propostas pedagógicas, direcionadas as diretrizes curriculares e a educação de jovens e adultos. Segundo Paulo Freire o professor não detém o saber, a educação liberta, pois todos têm uma visão do mundo manifestada em nossas idéias e opiniões. Sua metodologia baseia-se na troca de experiências, onde docente e discente aprendem juntos, passando o professor a alfabetizar através de sua realidade, sua visão de mundo, para que o aluno possa assim fazer uma leitura do mundo a sua volta, utilizando-se a pedagogia revolucionária.

A pedagogia, como pedagogia humana e libertadora, terá dois elementos distintos. O primeiro, em que os oprimidos vão revelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se na práxis; o segundo, em que, transformada a realidade opressiva, esta pedagogia deixa de ser a do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação (FREIRE, 1983, p. 44).

É extremamente necessário que os docentes acreditem na transformação que a educação proporciona e acreditar nela não se resume apenas ensinar a ler e escrever, mas ajudar os discentes a compreender e fazer uma leitura do mundo a sua volta, tornando-o crítico, sentindo-se parte do processo educacional.

Inúmeras são as obras de Paulo Freire, as quais favorecem o processo de alfabetização, embora a referida modalidade de ensino, mesmo legitimada e ofertada gratuitamente apresenta-se complexa e distante a teoria da prática. É fundamental que o coordenador pedagógico junto aos professores proporcione as turmas da Educação de Jovens e adultos metodologias essenciais a sua permanência, estimulando a não desistência, através de aulas atrativas de acordo com suas realidades.

O professor deve valorizar o conhecimento que o aluno possui suas experiências de vida de mundo, partindo do princípio da ação – reflexão – ação, utilizando-se do diálogo simples e acessível, como ferramenta de transformação.

O conhecimento na ação, ou o conhecimento tácito, seria aquele constituído na prática cotidiana do exercício profissional. Concebemos que esse é um saber que se constrói com base nos conhecimentos prévios de formação inicial, articulado com os saberes gerados na prática cotidiana, de forma assistemática e muitas vezes sem tomada de consciência acerca dos modos de construção. Para um projeto de formação numa base reflexiva, torna-se fundamental conhecer e valorizar esses conhecimentos que são constituídos pelos professores, seja através de uma reflexão teórica, seja através desses processos eminentemente assistemáticos (LEAL, 2005, p. 114).

Para o sucesso da aprendizagem é necessário que o professor esteja inserido no contexto do aluno, que disponha de laços de confiança com sua turma; dessa maneira a troca de informações fluirá espontaneamente fortalecendo o processo ensino e aprendizagem.

A Educação de Jovens e Adultos é uma especificidade que envolve a reestruturação do indivíduo e se bem aplicada contribuirá para sua autossuficiência. Deve-se utilizar os aportes teóricos metodológicos de Paulo Freire.

As turmas da  EJA retratam o perfil de um público que por vários motivos não tiveram a oportunidade de freqüentar a escola de concluir seus estudos na idade correspondente. Dada essa informação recebe-se em sala de aula um público carente, cansado por trabalhar o dia todo, desestimulados, desacreditado, pois muitas vezes acreditam que não iram conseguir resultando na desistência, diante dos fatos a metodologia indicada por Paulo Freire, torna a aula mais atrativa e menos cansativa. O conhecimento e entendimento dos temas propostos nascerão da estimulação ao conhecimento que o aluno já possui, através do diálogo e da boa relação à aprendizagem fluirá.

É necessária a utilização da metodologia atrativa e diversificada, desta maneira será desenvolvido no aluno o processo ensino e aprendizagem. Tendo sempre como foco principal o diálogo entre todos os sujeitos envolvidos no processo para a construção do saber e a emancipação do individuo.

1.2. Indisciplina nas turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, entraves a aprendizagem

É necessário que as escolas busquem atuar de maneira a preparar os professores, capacitando-os a atuarem principalmente com as turmas da  Educação de Jovens e Adultos - EJA. Concordo com Arbache (2001), [...] a educação de jovens e adultos requer do educador conhecimentos específicos no que diz respeito ao conteúdo, metodologia, avaliação, atendimento, entre outros, para trabalhar essa clientela.

Entretanto todos sabem que formação específica para atender a clientela da Educação de Jovens e Adultos - EJA não é algo primordial, o que ameniza as dificuldades dos docentes, para lidar com esse público, são as formações continuadas que ao longo da carreira profissional vem contribuindo na troca de experiências, buscando com os coordenadores pedagógicos diminuir as dificuldades ao trabalho pedagógico.

Conviver com pessoas, grupos é lidar diariamente com pensamentos e características por vezes diferentes dos padrões e normas estabelecidos, os quais quando não aceito gera indisciplina, a mesma vem sendo estudo de vários pesquisadores. Entende-se que suas causas não são resumidas a um único sentido.

A indisciplina presente nas instituições escolares é reflexo da sociedade, pois como cidadãos, estamos presentes nos dois contextos, “a manifestação do caos resultante de uma desordem estrutural que põe em risco a dependência de milhares de pessoas do “todo” social, excluindo-as do processo econômico, educativo, político dos direitos mais fundamentais do homem” (BERTON, 2005, p.157).

Nas instituições escolares encontra-se a indisciplina como forma de manifestação contra o sistema, o qual foi incapaz de incluir ou alcançar suas necessidades apoiando-se no processo ensino e aprendizagem.

As regras e normas presentes nas instituições escolares são fundamentais para que a convivência entre todos aconteça de maneira harmoniosa, ficando aos coordenadores pedagógicos, professores a incumbência de estabelecer direitos e deveres nos espaços escolares.

Várias são as causas referentes ao descumprimento com relação aos deveres dos alunos, acarretando a indisciplina, podendo está relacionada a relação professor – aluno, a metodologia utilizada ou a dificuldade de adaptação.   

A indisciplina deve ser trabalhada como uma temática pedagógica, para que todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem repensem suas funções. A escola é espaço de socialização e como tal requer respeito às normas e exigência da instituição, de acordo com Magalhães (2002) A disciplina no espaço escolar, constitui-se em ferramenta que auxilia no estabelecimento da “ordem” e representa os interesses de um grupo.

As normas são fundamentais para que se mantenha a ordem e harmonia nos espaços escolares, sendo tarefa que requer didática e diálogo. Todo desrespeito as regras é um ato indisciplinar, para que as mesmas sejam aceitas é importante que no início do ano letivo a instituição estabeleça em comum acordo suas regras.

É fundamental que todos os envolvidos compreendam as normas para que a instituição obtenha o resultado esperado. Entretanto, segundo  Andrade (2001), se a indisciplina já estiver instaurada, deve-se buscar suas causas, assim como as possíveis soluções para ela em fatores intra-escolares que incluem, mas extrapolam o espaço da sala de aula, já que envolvem a escola como um todo.

Sendo primordial uma boa relação entre coordenadores pedagógicos e professores para que juntos consigam encontrar medidas educativas, estabelecendo a ordem e transformando a prática educativa. A sociedade passa por constantes transformações e os meios de comunicação quando não bem administrados transmitem informações conturbadas, onde drogas, violência, álcool e a falta de limites estão sendo condutas que infelizmente algumas famílias já perderam o controle.

  Visualizamos em cenas de novelas ou filmes, bandido tornado-se mocinho, o desonesto trapaceando obtendo sempre vantagem, o corrupto não sendo punido, fazendo com que os jovens vejam essas infrações como algo normal, acarretando nas escolas, jovens tendo atuações e comportamentos totalmente inadequados, necessitamos de maior diálogo e grande parceria entre família e comunidade escolar para que juntos possamos encontrar a solução para amenizar essa situação.

A internet e os meios de comunicação são ferramentas atrativas a todos e os coordenadores pedagógicos, junto aos professores só conseguiram obter a atenção dos jovens se suas aulas forem atrativas, necessitando de domínio e preparo utilizando-se de estratégias, apoio pedagógico e material didático eficaz na transmissão do conhecimento. No intuito de evitar que as aulas tornem-se cansativas, exaustiva, pois a falta de interesse resultará na indisciplina, além da participação efetiva da família.

É impossível colocar à parte escola, família e sociedade, pois, se o indivíduo é aluno, filho e cidadão, ao mesmo tempo, a tarefa de ensinar não compete apenas à escola, porque o aluno aprende também através da família, dos amigos, das pessoas que ele considera significativas, dos meios de comunicação, do cotidiano. Sendo assim, é preciso que professores, família e comunidade tenham claro que a escola precisa contar com o envolvimento de todos (SOUSA, 2008, p. 1).

O aprendizado se dá em toda parte em que o indivíduo estiver inserido, desta maneira a articulação entre todos é essencial para a vida escolar do aluno, só com um bom relacionamento entre os pares as dificuldades poderão ser sanadas e a indisciplina controlada.

É fundamental que os coordenadores pedagógicos tenham autoridade mais não sejam autoritários.

O autoritário é arrogante, violento, impositivo, dominador e se relaciona com a pessoa que age buscando domínio, que se sente no direito, por sua superioridade hierárquica, de cobrar obediência dos subordinados. A segunda forma de autoridade, constituída pelo prestígio e competência, creio, não necessita impor-se pela violência buscando dominação. Ela se constitui pela admiração (AQUINO, 1999, p.41)

Na sala de aula a autoridade deve ser advinda da admiração, respeito e boa relação, entretanto aos que buscam respeito com autoritarismo, diante deste conseguirá apenas antipatia, desrespeito e mais indisciplina, da mesma maneira que o conhecimento é adquirido gradativamente a relação entre coordenador pedagógico/aluno e professor/aluno deve acontecer dia após dia.

É fundamental que o coordenador pedagógico, encontre meios para combater e amenizar a indisciplina, favorecendo o bom desempenho dos alunos e dos professores para aquisição da aprendizagem.

As turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA são de idades bastante distintas, sendo uma estratégia separar as turmas adequadamente para que na sala contenha mais alunos com idades semelhantes, não superlotando as salas, além do diálogo e do cumprimento das normas estabelecidas.

Bem como orientar o professor para a utilização de métodos diversificados que possam alcançar aos grupos atingindo os objetivos propostos a construção do conhecimento e aprendizagem, além de participarem de formações continuadas.

1) Compreendam como as condutas agressivas se desenvolvem;  2) se convençam de que a educação pode contribuir para a prevenção do desenvolvimento e da reincidência das atitudes problemáticas; 3) Intervenham de maneira pró-ativa com relação às condutas agressivas na escola; 4) Individualizem suas intervenções; 5) Valorizem a formação continuada; 6) Integrem em suas práticas os conhecimentos provenientes de pesquisas recentes; 7) Desenvolvam capacidades sólidas de estabelecimento de parcerias com os pais: 8) Reconheçam o trabalho de equipe como de importância essencial  (ROYER, 2003, 72-73).

A formação para os docentes e o coordenador pedagógico é fundamental, pois ameniza possíveis conflitos, além de auxiliá-los na orientação das melhores medidas a serem tomadas, as quais contemplaram as necessidades educacionais.

A instituição deverá proporcionar encontros pedagógicos, rodas de conversas, palestras, tendo um olhar diferenciado aos pais, no intuito de proporcionar uma relação harmoniosa para que juntos encontrem os caminhos as intervenções.

Práticas preventivas sem dúvida é a melhor ação que uma gestão preocupada com a convivência e aprendizado deve tomar, desta maneira o respeito mútuo e a disciplina estarão presentes na formação de cada indivíduo.

2. Metodologia

As ponderações e propostas citadas na presente pesquisa, além da metodologia apóia-se na observação do cotidiano escolar, com levantamento bibliográfico, através de uma abordagem qualitativa de cunho etnográfico.

A pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questões ou focos de interesses amplos, eu vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve. Envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em estudo (GODOY, 1995, p.58).

Essa  pesquisa tem como objetivo oferecer meios com o auxílio da reflexão, ampliando a discussão na instituição pesquisada, pois investigará a coordenação pedagógica, frente à indisciplina na Educação de Jovens e adultos - EJA  evidenciando suas intervenções.

Através da utilização de métodos, os quais nos auxiliarão na investigação, ao tentarmos dá respostas ao porquê de algo, utilizamos o estudo de caso, este procedimento técnico permite analisar uma dada situação.

Para a realização da pesquisa, fizemos referência à fundamentação, sendo possível perceber a importância do coordenador pedagógico nas intervenções escolares, frente às ações com relação à indisciplina nas turmas da Educação de jovens e Adultos – EJA, Além de possibilitar uma nova visão e maior debate com relação à metodologia aplicada, fortalecendo as intervenções necessárias no intuito de superar as dificuldades.   

2.1. Caracterização do campo de pesquisa

Essa pesquisa foi desenvolvida em uma Escola Municipal, localizada em uma Cidade no Agreste Setentrional do Estado de Pernambuco, a mesma oferta o Ensino Fundamental I e II, nos períodos matutino, vespertino e noturno. Nos três horários encontram-se alunos da zona urbana e zona rural do município.

Esta escola possui em sua estrutura física 14 salas de aula, 01 biblioteca, 01 sala de recurso, 01 sala para os professores, 01 sala para psicóloga, 01 secretária, 01 sala para direção, 01 sala para os coordenadores pedagógicos, 01 cantina, 01 sala poliesportiva, 04 sanitários masculinos, 04 sanitários femininos, 01 sanitário com acessibilidade feminino, 01 sanitário com acessibilidade masculino, 02 sanitários para os professores, 01 anexo.

Além de contar com 1.117 alunos matriculados, sendo oriundos da zona rural e urbana, 01 diretora, 01 vice-diretora, 01 secretaria, 06 coordenadoras pedagógicas, sendo 02 responsáveis pelas turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, 14 professores do ensino fundamental anos iniciais, 23 professores do ensino fundamental anos finais, 09 professores das turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, 07 vigias, 05 merendeiras, 10 auxiliares de serviços gerais, 02 instrutores de libras, 05 professoras auxiliares para alunos da educação especial. Percebe-se que entre todos existe o respeito e a boa convivência, para que as ações aconteçam em prol da educação municipal.

2.2. Coleta dos dados

A pesquisa deu-se inicio após a primeira visita a instituição, desenvolvendo um contato direto com a direção e os coordenadores pedagógicos, oportunidade em que a proposta foi exposta, sendo aprovada por todos.

Após algumas visitas e registros em blocos da observação do ambiente, os dados foram coletados através da aplicação de um questionário semiestruturado aplicado às duas coordenadoras pedagógicas, responsáveis pelas turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, tendo como objetivo conhecer a opinião de ambas com relação a indisciplina nas turmas, evidenciando as intervenções por elas realizadas.

3. Resultados e discussão

A análise dos resultados e as discussões ocorreram através das respostas obtidas mediante a entrega dos questionários, apresentados através de tabelas, demonstrando os pontos de vista das coordenadoras pedagógicas, referente ao tema. As duas coordenadoras pedagógicas convidadas a participar expressaram interesse e disponibilidade em responder.

 Com relação à identificação a primeira a responder possui 38 anos, tem 10 anos atuando na educação como professora do ensino fundamental anos iniciais, como coordenadora pedagógica está há três meses, possui graduação em pedagogia e nunca participou de nenhuma formação especifica para o cargo de coordenadora pedagógica.

A segunda entrevistada possui 44 anos, tem 15 anos atuando na educação como professora do ensino fundamental anos iniciais, como coordenadora pedagógica está há 06 anos, possui graduação em ciências sociais e também informa nunca ter participado de nenhuma formação especifica para o cargo de coordenadora pedagógica.

 As professoras que assumiram o compromisso de está coordenadoras pedagógicas, buscam melhorar sua atuação, aprofundando-se nos estudos, entretanto através da observação, percebe-se o quanto uma formação específica contribuiria para o desenvolvimento de suas funções.  

Perrenoud (2002, p. 26) relata que não basta o professor possuir conhecimento a respeito dos conteúdos a serem repassados, mas conseguir relacioná-los a objetivos e situações de aprendizagem, diante do fato cabe questionarmos sobre a formação e os saberes dos docentes, uma vez que para estarmos professores ou coordenadores, necessitamos construir e reconstruir novos saberes de maneira cuidadosa e dinâmica.

Cada tabela contempla duas questões. No que concerne a indisciplina –  intervenções a tabela 1 apresenta a resposta das coordenadoras pedagógicas:

Quadro 1
Indisciplina – Intervenções

Questão – 1/2: Existem muitos casos de indisciplina nas turmas da EJA? Ema caso positivo, quais as intervenções mais utilizadas ao combate à indisciplina?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

Sim. / O estabelecimento de regras tem ajudado a diminuir os índices de indisciplina. O professor ministra a aula de forma atraente, através de metodologias inovadoras e criativas.

C.P2

Sim. / Diálogos, aulas diversificadas para que os mesmos sintam-se motivados.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Analisando as respostas, observa-se que as coordenadoras pedagógicas têm consciência da existência de indisciplina nas turmas da Educação e Jovens e Adultos - EJA. Percebe-se que as intervenções estão mais voltadas a sala de aula. É fundamental que a parceria entre docentes e coordenadoras pedagógicas aconteça e que ambos busquem intervenções apropriadas para combater a indisciplina.

De acordo com Tiba  (TIBA, 1996, p. 19) “E essencial à educação saber estabelecer limites e valorizar a disciplina”. A existência de regras na instituição é fundamental, bem como é necessário que os alunos tenham compreensão dos seus direitos e deveres, para que desta maneira possamos estabelecer a ordem nas instituições. Assim são fundamentais aulas dinâmicas e criativas, diante delas a atenção dos alunos será voltada para o docente.

Quadro 2
Realidade - Imposição

Questão – 3/4: Você acredita que a metodologia aplicada condiz com a realidade da turma? Em sua opinião através da imposição consegue-se diminuir a indisciplina?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

Sim. / Não

C.P2

Sim. / Em alguns casos funciona só que com a minoria, atitudes autoritárias não é o melhor caminho.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Percebemos na questão 3 que os coordenadores pedagógicos acreditam que a metodologia utilizada pela instituição está coerente com a realidade da turma. No entanto é fundamental que haja um entrosamento entre coordenadores pedagógicos e docentes no  preparo das aulas para que ambas estejam preparando aulas criativas, voltadas a realidade do aluno alcançando entendimento e entrosamento de todos (as).

No que diz respeito a questão 4 sobre imposição percebe-se que fica a um dúvida de que talvez com a imposição consiga-se a disciplina na sala de aula, o que é totalmente inviável, violência gera violência, agressão e desrespeito. É fundamental que a instituição encontre caminhos para estabelecer as normas sem imposição. Para que consigamos respeito e igualdade de direitos é necessário que tenhamos alguns comportamentos onde.

Não é possível atuar em favor da igualdade, do respeito aos direito à voz, à participação, à reinvenção do mundo, num regime que negue a liberdade de trabalhar, de comer, de falar, de criticar, de ler, de discordar, de ir e vir, a liberdade de ser (FREIRE, 2002, 193).

Só conseguimos respeito e reconhecimento se acabarmos com a indisciplina, estabelecendo limites, regras, normas, mas privando pela liberdade de expressão.

Quadro 3
Metodologia – Método Paulo Freire

Questão – 5/6: A metodologia utilizada as turmas da EJA está correlacionada ao método Paulo Freire? Você acredita que o método Paulo Freire realmente é o método apropriado para trabalhar com as turmas da EJA. Por quê?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

Sim, de forma atraente e inovadora./ Porque traz uma metodologia envolvendo a realidade do aluno.

C.P2

Não. Antes sim, mais hoje existem outros métodos inovadores que colocados em prática funcionam.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Ao analisarmos a questão 5/6, percebem-se divergências entre as coordenadoras pedagógicas, no entendimento a metodologia utilizada, sendo fundamental a parceria entre professor e coordenador pedagógico para construírem a metodologia que melhor alcance os anseios dos alunos transformando-os em seres pensantes, conscientes e críticos.

É necessário que o coordenador pedagógico e o docente caminhem de maneira alinhada para que a transformação aconteça.

Ao longo das mais diversas experiências de Paulo Freire pelo mundo, o resultado sempre foi gratificante e muitas vezes comovente. O homem iletrado chega humilde e culpado, mas aos poucos descobre com orgulho que também é um “fazedor de cultura” e, mais ainda, que a condição de inferioridade não se deve a uma incompetência sua, mas resulta de lhe ter sido roubada a humanidade.O método Paulo Freire pretende superar a dicotomia entre teoria e prática: no processo, quando o homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na realidade, de certa forma (ARANHA, 1996).

Paulo Freire tinha como base a metodologia através do diálogo, preocupa-se com a formação crítica dos educandos, tendo como objetivo desenvolver uma educação libertadora e democrática.

Quadro 4
Coordenação Pedagógica – Indisciplina

Questão – 7/8: Como coordenador pedagógico quais os principais problemas que você encontra para atuar na EJA?Em sua opinião porque as turmas da EJA é palco de indisciplina?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

A falta de estímulo dos próprios alunos./ Muitos alunos chegam na escola cansados de um dia de trabalho.

C.P2

Indisciplina, autoestima baixa, álcool entre outros./ Se as aulas não forem interessantes, certamente os alunos ficam entediados tornando a sala um palco de indisciplina.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Com relação as questões 7/8 há unanimidade ao entendimento das questões, tendo como falta de estímulo e baixa alta estima a causa principal dos problemas relatados pela coordenadora pedagógica, os quais conseqüentemente estão ligados a indisciplina.

É primordial que o currículo da Educação de Jovens e Adultos - EJA seja palco de diálogo e discussão entre todos da instituição escolar, que seja estabelecido através da participação dos estudantes e da prática dos docentes, uma vez que a Educação de Jovens e Adultos - EJA é palco de diferentes vivências, culturas e gêneros.

Respeitando os sonhos, as frustrações, as dúvidas, os medos, os desejos dos educandos, crianças, jovens ou adultos, os educadores e educadoras populares têm neles um ponto de partida para a sua ação. Insista-se, um ponto de partida e não de chegada (FREIRE, 2001, p. 16).

Só conhecendo o outro se pode intervir de forma satisfatória e eficaz, devemos mergulhar em sua bagagem e experiência para que a partir desse entendimento possamos agir com estratégias e metodologias que venham a contribuir na resolução dos problemas e na diminuição da indisciplina, resultando na evolução do conhecimento e no acesso a permanência.

Quadro 5
Ações – Família

Questão – 9/10: Quais as ações a instituição deveria fazer e ainda não faz para melhorar a relação família – Escola? Você acredita poder contar com os pais dos alunos da EJA para sanar a indisciplina?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

Promover palestras e debates é uma forma de interação entre família e escola. / É relativo, pois em alguns casos sim. Já em alguns casos os meso são responsáveis por si só.

C.P2

Promover palestras conscientizando a importância da parceira escolar, familiar para obtermos resultados positivos. Não, pois a maioria é desassistida pelos ais, não recebem incentivos ao cotidiano escolar.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Ao analisarmos as questões 9 e 10, percebe-se diferentes pontos de vista das coordenadoras pedagógicas com relação a participação dos pais, entretanto em comum acordo percebem que a falta de palestras voltadas a temas específicos, contribuem para a falta de interação entre família e escola.

Sendo fundamental uma parceria harmoniosa para que desta maneira o diálogo possa fluir diminuindo as barreiras dos discentes com a família e a escola. Alguns discentes sentem-se desmotivados a continuar na instituição por vários motivos e a escola deve encontrar meio junto a toda comunidade escolar para sanar essa deficiência.

[...] deixam a escola para trabalhar, deixam a escola porque as condições de acesso ou de segurança são precárias, deixam as escolas porque os horários e as exigências são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir. Deixam a escola porque não há vaga, não tem professor, não tem matéria. Deixam a escola, sobretudo porque não consideram que a formação escolar seja assim tão relevante que justifique enfrentar essa gama de obstáculos à sua permanência (FONSECA, 2007, p.32).

Bem como ainda encontramos o que deixam a escola porque as aulas não são atrativas, deixam por não serem compreendidos e logo identificados como rebeldes, deixam por problemas familiares e buscam na indisciplina, chamar a atenção de todos.

É extremamente necessário que a escola seja palco da ligação entre família e escola, pois só com a união e parceria de todos poderemos caminhar na resolução dos obstáculos e superação das dificuldades.

Quadro 6
Docentes – EJA

Questão – 11/12: Existe ajuda dos docentes com relação à indisciplina? / Você tem algo a acrescentar no que diz respeito a metodologia utilizada  a indisciplina na turmas da EJA?

Coordenador Pedagógico

Respostas

C.P1

Sim. / Sim. Os educadores que se comprometem com a Educação de Jovens e Adultos, tem que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos, métodos e teorias que estimulem o público alvo.

C.P2

Sim. / Como foi dito anteriormente o professor precisa ser dinâmico, reinventar, motivar, criar regras, acordos para diminuir a questão indisciplinar.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Nas questões 11 e 12, as coordenadoras pedagógicas possuem o mesmo entendimento, acreditam ter apoio dos docentes e com eles contribuírem para a diminuição da indisciplina. No que diz respeito a metodologia acreditam que os professores necessitam inovar suas aulas com métodos e técnicas criativas, impactantes para que possam conseguir a atenção dos discentes.

Entretanto é fundamental que as coordenadoras pedagógicas busquem formações continuadas para que juntos possam discutir a metodologia aplicada as turmas da Educação de jovens e adultos – EJA, para que as técnicas utilizadas em sala de aula possa atingir os objetivos esperados. Aquino (1999, p. 44) afirma que “um dos grandes problemas enfrentados pela escola nos dias de hoje é a adequação dos conteúdos trabalhados nas diversas disciplinas da grade curricular”.

É necessário que a metodologia atenda as necessidades dos alunos e que os mesmos possam encontrar nelas relações com a realidade, desta maneira sem dúvida as aulas se tornaram mais atrativas e dinâmicas.

A instituição deve proporcionar trabalhar novos conteúdos que facilite a integração dos alunos com seus colegas, com a família e na sociedade.

4. Conclusões

Esta pesquisa possibilitou através do auxílio da fundamentação teórica e na análise e discussão, identificar quais as estratégias são utilizadas pelas coordenadoras pedagógicas, frente a indisciplina, bem como analisar a metodologia aplicada as turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA se condiz com a proposta de Paulo Freire.

Durante a pesquisa foi possível perceber a existência da indisciplina com relação às turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, bem como a maneira que as coordenadoras pedagógicas compreendem essa problemática, evidencia-se que a causa da indisciplina está voltada a vários fatores, ligados a baixa auto-estima, álcool, falta de estímulo, a ausência da família na vida escolar, os quais acarretam grandes mudanças comportamentais que sem dúvida interferem no desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem.

Constatou-se também que a metodologia utilizada não condiz com a proposta de Paulo Freire, sendo assim pouco atrativa e por vezes cansativa, causando desordem na sala, desmotivações por parte dos alunos, resultando em indisciplina. Na instituição escolar a indisciplina é um grave problema, entretanto a escola sozinha não é suficiente para sanar, sendo necessária a participação efetiva de toda comunidade escolar, pois o processo de educar constitui desenvolver nos sujeitos seus aspectos afetivos, motores e cognitivos para sua interação com o meio.

A metodologia de Paulo Freire evidencia a importância de professor – coordenador pedagógico conhecer a realidade a qual o aluno está inserido, esses alunos em sua grande maioria estão fora da faixa idade série e necessitam sentirem-se acolhido por toda comunidade escolar.

Diante do exposto a referida pesquisa buscou contribuir no melhor entendimento acerca da atuação do coordenador pedagógico, frente a indisciplina e utilização da metodologia com as turmas da Educação de Jovens e Adultos – EJA, ressaltando que não há receitas prontas, o que é necessário é parceria, união, entre toda comunidade escolar, na busca da metodologia mais adequada.

Contudo é fundamental incentivar a qualificação do professor em formações continuadas específicas, valorizar o conhecimento do aluno e motivar as famílias a participar nos eventos escolares, oferecendo um ensino de qualidade, atrativo, desta maneira a indisciplina será amenizada e teremos na escola um importante espaço de formação humana, direito de todo cidadão.

Referências bibliográficas

ANDRADE, S. T. (2001.). Indisciplina escolar: um estudo exploratório sobre a relação família e escola. Dissertação (Mestrado em Educação) 147 f. – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista "Júlio De Mesquita Filho", . Marilia, São Paulo.

AQUINO, J. G. ( 1999). Autoridade e autoritarismo na Escola: Alternativas teóricas e práticas. . 3 ed. São Paulo: Summus,.

AQUINO, J. G. (1999). Autoridade e autoritarismo na Escola: Alternativas teóricas e práticas. . (3 ed. ). São Paulo: Summus, .

ARANHA, M. L. (1999). História da educação. . 2. ed. . São Paulo, São Paulo.

ARBACHE, A. P. ( 2001). A Formação de educadores de pessoas jovens e adultos numa perspectiva multicultural crítica. 22. Rio de Janeiro., Rio de Janeiro.: Papel Virtual Editora.

BARCELOS. (2010b). Educação de jovens e adultos: Currículo e práticas pedagogicas.

BERTON, D. R. (2005.). Cultura escolar e Indisciplina: um olhar sobre as relações na instituição educacional. Instituto de Biociências. Rio Claro.

FONSECA, M. C. (2007.). Educação matemática de jovens e adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica.

FREIRE, P. (1983). Pedagogia da práxis. São Paulo: Cortez/instituto Paulo Freire,.

FREIRE, P. (2001). Política e Educação: ensaios. (5 ed). São Paulo: Cortez.

FREIRE, P. (2002). Cartas a Cristina. 2ª edição , 193. São Paulo: Editora Unesp .

Godoy, A. S. ( 1995). Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, Vol: 35 num 257-63.

HADDAD, & PIERRO. (2000). Escolarização de Jovens e adulto. Revista Brasileira de Educação, 14, 108-130.

LEAL, T. F. (2005). Desafios da educação de Jovens e Adultos: construindo práticas de lfabetização/ Telma Ferraz Leal; Eliana Borges Correia de Albuquerque (org.) – 1ª ed. Belo Horizonte: Autêntica.

MAGALHAES, J. A. (2002). Um disposivo chamado Foucault. . Fortaleza.

OLIVEIRA, I. B. (2010.). As interfaces educação popular e EJA: exigências de formação para a prática com esses grupos sociais. . Porto Alegre: Educação.

PERRENOUD. A , A. ( 2002.). A prática reflexiva no oficio de professor: profissionalização e razão pedagógica. . Porto Alegre:: Artmed.

ROYER, E. A. (2003). Condutas agressivas na escola: pesquisas, práticas exemplares e formação de professores. In: DEBARBIEUX, E. (orgs.). Desafios e alternativas: violências nas escolas. 57-58. Brasília: UNESCO.

TIBA, I. ( 1996). Disciplina, limite na medida certa. . São Paulo: Gente.


1. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: margaretetabosa@hotmail.com

2. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: jucileidecaze@hotmail.com

3. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: souzalucianalenira@hotmail.com

4. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: lucianatabosa@hotmail.com

5. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: celenesilvadeazevedo@gmail.com

6. Mestranda em Ciências da Educação pela Grendal University. E-mail: joceliaemilia@hotmail.com

7. Doutor em Biologia – UFPE. Professor da Aplha Faculdade e Inibra – Centro Universitário Brasileiro. Leciona disciplinas da área da saúde no ensino técnico, tecnológico, graduação e pós-graduação. E-mail: Gusmão.diogenes@gmail.com


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 41 (Nº 18) Ano 2020

[Índice]

[Se você encontrar algum erro neste site, por favor envie um e-mail para webmaster]

revistaespacios.com

Licencia de Creative Commons
Este trabalho está sob uma Licença Creative Commons
Atribuição-Uso Não-Comercial 4.0 Internacional