Vol. 38 (Nº 07) Año 2017. Pág. 25
Graziela Breitenbauch DE MOURA 1; Eliete Dinorá FLORIANI 2
Recibido: 30/08/16 • Aprobado: 26/09/2016
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar a relação do grau de internacionalização (GRI), as capacidades de exploitation e de exploration e o desempenho organizacional das PMEs exportadoras brasileiras. Por meio de uma survey aplicada em 138 PMEs, utilizou-se o método dos mínimos quadrados parciais (PLS). Os resultados apontam que a PME exportadora brasileira com um maior GRI consegue desenvolver a capacidade de exploitation e de exploration e que a capacidade de exploration tem relação positiva ao desempenho proporcionando a geração de novos produtos, a ampliação da linha de produtos para a exportação, resultando em capacidade de reconfigurar as rotinas existentes. |
ABSTRACT: The objective of this study was to investigate the relationship of the degree of internationalization (GRI), the capabilities of exploitation and exploration and organizational performance of the Brazilian exporting SMEs. Through a survey applied SME 138, we used the method of partial least squares (PLS). The results indicate that the Brazilian exporting SMEs with greater GRI can develop the exploitation capacity and exploration and the exploration capacity has positive relationship to performance providing the generation of new products, expanding the product line to export resulting in ability to reconfigure the existing routines. |
Pequenas e médias empresas (PMEs) de diferentes países procuram na internacionalização a expansão e a diversificação de mercados. Pesquisas têm examinado as PMEs por várias dimensões, dentre elas, a perspectiva da empresa desenvolver as capacidades de exploitation e de exploration na internacionalização. (LUO, 2002; LUO; RUI, 2009; HOANG; ROTHAERMEL, 2010; PRANGE; VERDIER, 2011; NIELSEN; GUDERGAN; 2012; LI; HUANG, 2012; ZHAN; CHEN, 2013; HSU; LIEN; CHEN, 2013; PINHO; PRANGE, 2015).
A capacidade de exploitation é caracterizada no conhecimento existente, na capacidade de fazer escolhas, no aumento da eficiência em implementar e executar estratégias; e o de exploration caracteriza-se à aprendizagem adquirida via refinamento de experiências, a assunção aos riscos, aos experimentos e descobertas, bem como o domínio de novos produtos e mercados (HE; WONG, 2004; ZHAN; CHEN, 2013). Essas duas capacidades são independentes e podem interagir associadamente com a internacionalização para um melhor desempenho da empresa (ZHAN; CHEN, 2013).
A atuação das PMEs tem um papel importante na contribuição da geração de empregos; na exportação; na criação de riqueza, de renda; e na melhora nas condições de vida da população (REYNOLDS, 1997; FERNÁNDEZ; JESÚS NIETO, 2006; ITC, 2015).
Com a internacionalização, as PMEs podem avançar em poucos ou em grandes mercados conforme a sua capacidade de inserção. Esta expansão de mercados pode acontecer de diversas formas conforme a estratégia de inserção, a experiência internacional dos gestores e de seus funcionários, o tempo de atuação na empresa em mercados internacionais, dentre outros fatores, chamado de grau de internacionalização (GRI) (IETTO-GILLIES, 2009).
Neste trabalho foi verificado a relação do grau de internacionalização da PME brasileira e das capacidades de exploitation e exploration para o aumento do desempenho organizacional. Conhecer os elementos de medidas da capacidade de exploitation e de exploration (PRANGE; VERDIER, 2011) utilizadas pelas PMEs, relacionando-as com o GRI e com o desempenho (WU, 2006, 2007; HUNG et al., 2010; DRNEVICH; KRIAUCIUNAS, 2011; AREND, 2014) organizacional, foi relevante para o aprofundamento das teorias.
Este tema recebe atenção especial pelo papel relevante da configuração dos recursos existentes para criar ou gerar novos recursos (DRNEVICH; KRIAUCIUNAS, 2011), processos ou combinações competitivas entre eles que direcionam ao desempenho (LIN, WU, 2014) com a internacionalização da empresa.
Entender se as empresas desenvolvem capacidades é fundamental no processo de internacionalização (PRANGE; VERDIER, 2011). Muitos estudos apontam que a interação das capacidades de exploitation e exploration transforma a empresa em valor e em vantagem competitiva (ZHAN; CHEN, 2013) para liderar mudanças internas e externas, melhorando o desempenho (LAVIE; STETTNER; TUSHMAN, 2010; HUNG et al., 2010; WEERAWARDENA et al., 2015).
A partir deste cenário teórico, este estudo foca em duas questões de pesquisa: (1) O grau de internacionalização da PME está associado a capacidade de exploitation e exploration? e, (2) Como a capacidade de exploitation e de exploration impactam independentemente o desempenho organizacional da PME?.
Este estudo foi contextualizado a partir da literatura que trata do grau de internacionalização (GRI) da empresa com a sua expansão para o mercado externo. Posteriormente, enriquecemos a pesquisa com o referencial teórico de como a capacidade de exploitation e de exploration trabalham explorando o seu efeito no desempenho organizacional. Entender estas relações é um importante gap para desenvolver novos e relevantes insights que tratam da capacidade na internacionalização (ZHAN: CHEN, 2013).
Este capítulo apresenta o referencial teórico desta pesquisa relacionando os trabalhos científicos que discutem a abordagem da temática.
O GRI estima o escopo ou a extensão de atividades ou operacionais internacionais da empresa (HONÓRIO; 2009; SHEARMUR et al., 2015) e pode ser encontrado nos trabalhos como grau de diversificação, diversificação geográfica, expansão internacional, escopo de internacionalização e aumento da internacionalização (LU; BEAMISH, 2001).
Algumas dimensões são utilizadas para medir o GRI, como as de desempenho, as dimensões estruturais e as dimensões atitudinais de Sullivan (1994); e o grau de intensidade, de expansão geográfica e de concentração geográfica de Ietto-Gillies (2009).
Uma das medidas financeiras para o grau de internacionalização mais utilizada (degree of internationalization – DOI) é o percentual de vendas para o exterior sobre as vendas totais (Foreign Sales as a percentage of Total Sales - FSTS), que descreve a situação da firma naquele específico momento de expansão internacional e é utilizado como uma variável independente (SULLIVAN, 1994; HONÓRIO, 2009). Essa variável é conhecida como uma medida de intensidade (DHANARAJ; BEAMISH, 2003; IETTO-GILLIES, 2009). A receita no mercado externo corresponde ao percentual da venda de bens para o exterior no valor Free on Board (FOB) sobre as vendas totais (SULLIVAN, 1994). Esta medida captura a extensa importância do envolvimento da empresa nas operações com o exterior e mede a dependência da empresa em seus mercados externos (GOMES; RAMASWAMY, 1999; ELANGO; SETHI, 2007).
Outros indicadores são utilizados na literatura para capturar o conceito de internacionalização, como número de operações estrangeiras, IDE, número de subsidiárias, valores das vendas estrangeiras, etc. (IETTO-GILLIES, 2009, HEJAZI; SANTOR, 2010).
O GRI não é um conceito único, porque a internacionalização possui muitas facetas e pode ser analisada por diversas perspectivas e dimensões (IETTO-GILLIES, 2009). Ele se concentra no impacto da extensão do escopo das atividades internacionais da empresa.
Prange e Verdier (2011) destacam a constante interação do paradigma de exploration e exploitation de March (1991) nas empresas no processo de internacionalização. A capacidade de exploitation é baseada no refinamento e na extensão do conhecimento existente e na tecnologia ou no domínio de produtos e mercados; e o de exploration refere-se à aprendizagem adquirida via refinamento de experiências e reutilização de rotinas, bem como o domínio de novos produtos, mercados, capacidades não existentes, processos específicos e rotinas (MARCH, 1991; HE; WONG, 2004).
Uma vez que a empresa utiliza operações estrangeiras, a aprendizagem exploitative é path-dependent do conhecimento acumulado, proveniente da experiência internacional, e a internacionalização explorative é a habilidade da firma em aprender novas formas de conhecimento (VILLAR; ALEGRE; PLA-BARBER, 2014).
Alguns estudos destacam que é difícil conciliar as duas capacidades: exploitation e exploration (O´REILLY; TUSHMANN, 2007), porém, nos argumentos originais de March (1991), tem sido afirmado que a firma precisa focar nas duas capacidades para ter sucesso. No estudo de Barkema e Drogendijk (2007), os autores enfatizam que a perspectiva da exploration pode aumentar a aprendizagem e o desempenho da empresa para futuras expansões; enquanto a exploitation implica baixo risco e um curto prazo no desempenho.
No ambiente dinâmico, as capacidades são envolvidas por iniciativas de exploitation que emergem para capacidades de exploration de acordo com as estratégias da empresa e em relação ao ambiente. As empresas devem ser capazes de lidar com a crescente complexidade, serem criativas à aprendizagem extensa e estarem prontas para a mudança (ABDULLAH; SALLEH, 2011) diante do clima competitivo. O ambiente dinâmico exige que as empresas atinjam uma eficácia dinâmica, que pode ser pelo desenvolvimento dos recursos para a exploração de oportunidades emergentes (GHEMAWAT; COSTA, 1993).
Os recursos, por meio da capacidade de exploitation, são acumulados e rentáveis, fazendo com que a empresa desenvolva novas capacidades (exploration). Nos mercados complexos no exterior, estas capacidades que são dinâmicas podem ou não surgir de forma incremental, bem como podem ser influenciadas de acordo com o modo de entrada e com as especificidades culturais (LUO, 2002).
As hipóteses relativas a capacidade de exploitation e de exploration são propostas do seguinte modo:
H1 – O GRI está associado positivamente na capacidade de exploitation da empresa.
H2- O GRI está associado positivamente na capacidade de exploration da empresa.
O desempenho organizacional é um tema de interesse para as empresas com o objetivo de orientá-las para a redução de custos de produção, para a dependência do mercado interno, para melhorar a produtividade dos recursos inclusive nos processos e nas rotinas da empresa e ajuda a melhorar o desenvolvimento das suas ações para o mercado externo (LUO; BEAMISH, 2001). É um construto de natureza multidimensional (Richard, Devinney, Yip e Johnson, 2009).
Hejazi e Santor (2010) ressaltam que o desempenho pode ser medido pelo: retorno sobre os ativos (ROA), retorno sobre o patrimônio (ROE), retorno sobre os investimentos ou rentabilidade e produtividade.
Como os recursos são os estoques de ativos encontrados na empresa representam a matéria prima disponível na organização (PETERAF, 1993). Já, a capacidade da empresa é a habilidade e o conhecimento que estão imbuídos nas rotinas e práticas organizacionais e que devem ser melhor usados nestes recursos (TEECE et al, 1997; PRANGE; VERDIER, 2011) na internacionalização para manter vantagem competitiva e um melhor desempenho (BARNEY, 1991; PETERAF, 1993).
As hipóteses relativas ao desempenho são propostas do seguinte modo:
H3 – A capacidade de exploitation na internacionalização está associada positivamente ao desempenho organizacional da PME.
H4- A capacidade de exploration na internacionalização está associada positivamente ao desempenho organizacional da PME.
Para atingir o objetivo do estudo, na pesquisa utilizou-se a pesquisa quantitativa do tipo descritiva, classificada como estudo transversal único.
Nesta pesquisa utilizou-se o construto de Grau de Internacionacionalização. A literatura demonstra que o grau de internacionalização pode ser um influenciador na reconfiguração de capacidades já existentes ou na criação de novas capacidades nas PMEs (HSU; LIEN; CHEN, 2013). Para avaliar o construto GRI, as variáveis modo de entrada, países que a empresa exporta, valor aproximado das exportações FOB, receitas totais anuais e número aproximado de funcionários diretos no Brasil foram qualificadas como variável numérica de nível de medida nominal. Já as variáveis ano que iniciou as exportações e receita no mercado externo sobre a receita total foram qualificadas como variável numérica de nível de medida escalar.
Posteriormente, utilizaram-se as capacidades de exploitation e exploration da PME inserida no ambiente externo e que podem influenciar no desempenho da firma. Na composição da variável exploitation, utilizaram-se três indicadores de Luo (2002), os recursos raros e específicos, os recursos difíceis de imitar e os recursos geradores de rentabilidade, os quais contêm cinco perguntas cada e quatro indicadores de He e Wong (2004) que tratam sobre qualidade de produtos competitivos, linha de produção para a exportação, custos de produção e consumo de materiais. Para esta variável, o questionário conta com um total de 19 perguntas com escala tipo Likert (variando de 1= sem importância a 7= extremamente importante). Para a variável capacidade de exploration, utilizaram-se três indicadores adotados na pesquisa de Luo (2002), os quais tratam da aprendizagem organizacional e da capacidade de absorção; do desenvolvimento e da criação de novas habilidades; e da aplicação de competências. Cada indicador possui cinco questões. As variáveis nova geração de produtos, a linha de produtos, novos mercados conquistados pelas PMEs no exterior e produtos com novas tecnologias, de He e Wong (2004), também medem a variável capacidade de exploration. Para esta variável foram utilizadas 19 perguntas no questionário com escala tipo Likert (variando de 1= sem importância a 7= extremamente importante).
Na pesquisa utilizou-se como variável dependente o construto de Desempenho Organizacional que foi operacionalizado por meio de quatro variáveis, que são: o retorno de ativos (GOMES; RAMASWAMY; 1999; LU; BEAMISH, 2001), a rentabilidade (GOMES; RAMASWAMY, 1999; LAGES; MONTGOMERY, 2004), o volume de vendas (ZOU; TAYLOR; OSLAND, 2004; ZOU; STAN, 1998) e o aumento da produtividade operacional (GRANT, 1987; FLORIANI, 2010). Para estas variáveis foram utilizadas quatro perguntas no questionário com escala tipo Likert (variando de 1= discorda totalmente a 7= concorda totalmente).
A coleta de dados foi realizada por meio de uma survey, cujo questionário estruturado foi enviado aos respondentes de forma on line, com o objetivo de coletar informações da PME. Primeiramente foi realizada a validação do questionário. Antes da aplicação definitiva do questionário foi realizado também o pré-teste, ou seja, um teste piloto para estabelecer a validade de conteúdo do instrumento e para melhorar as questões, o formato e as escalas (COOPER; SCHINDLER, 2011).
A população foi identificada por 3.826 PMEs exportadoras industriais brasileiras. A amostra da pesquisa foi de 138 PMEs, o que permitiu ser uma amostra representativa. A confiabilidade de coerência interna, chamada de alfa de coeficiente e também chamada de alfa de Cronbach, é utilizada para avaliar uma escala somada em que várias afirmações são somadas para formar um escore total do construto (HAIR JR. et al., 2005). Para obtê-la, é calculada a média dos coeficientes de todas as combinações possíveis. O alfa varia de 0 a 1. Na maioria das pesquisas é considerado um alfa de 0,7 como mínimo, embora um coeficiente mais baixo possa ser aceitável (HAIR JR. et al., 2005).
No Quadro 01 visualizam-se os alfas de Cronbach dos trabalhos utilizados e o resultado da pesquisa:
Quadro 01 – Resultados alfa de Cronbach
MEDIDAS |
AUTORES |
Resultado dos autores – alfa de Cronbach |
Resultado – alfa de Cronbach |
GRI |
Floriani (2010) |
- |
0,78 |
Exploitation |
Luo (2002) |
0,760 |
0,94 |
|
He e Wong (2004) |
0,807 |
|
Exploration |
Luo (2002) |
0,752 |
0,96 |
|
He e Wong (2004) |
0,790 |
|
Desempenho Financeiro |
Floriani (2010) |
0,770 |
0,93 |
Desempenho Operacional |
Floriani (2010) |
0,791 |
Fonte: Floriani (2010), He e Wong (2004) e Luo (2002).
O resultado do teste de confiabilidade do questionário foi bom, considera-se assim, que o questionário possui consistência interna.
O modelo de equações estruturais é uma técnica que explica as relações entre as variáveis e examina a estrutura de inter-relações expressas em uma série de equações. Essas equações descrevem as relações entre os construtos (as variáveis dependentes e independentes) na análise (HAIR et al., 2009). Esta pesquisa utiliza o Modelo de Equações Estruturais para a análise, com o método do PLS-SEM (Partial Least Squares Structural Equation Modeling), também chamada de path modeling. Este método possui várias vantagens na pesquisa das ciências sociais, como: quando o tamanho da amostra é pequeno, os dados são normalmente distribuídos; ou quando em modelos complexos com muito indicadores e com modelos com relações estimadas (HAIR et al., 2014).
Para os ajustes dos modelos e para a análise dos resultados, seguiram-se as recomendações apresentadas por Hair et al. (2014). Para a validação das medidas e das escalas, primeiramente se realizou a checagem das cargas fatoriais no estudo. Segundo Hair et al. (2005), para uma amostra maior que 100 respondentes, cargas fatoriais maiores que 0,50 são consideradas com significância prática. Dessa forma, os itens com cargas fatoriais menores que 0,5 foram removidos e recalculadas a confiabilidade interna, a confiabilidade composta e a variância média extraída.
Após várias rodadas de reavaliação, obteve-se um modelo revisado, considerado adequado, composto pelo: GRI, Capacidade de Exploitation, Capacidade de Exploration e Desempenho Organizacional.
A variância média extraída - AVE (Average Variance Extracted) é a porção dos dados nas respectivas variáveis, a qual é explicada por um dos construtos ou variável latente (VL), respectivos aos seus conjuntos de variáveis ou quanto, em média, as variáveis se correlacionam positivamente com os seus respectivos construtos ou VL. Assim, quando as AVEs são maiores que 0,50, admite-se que o modelo converge a um resultado satisfatório (FORNELL; LARCKER, 1981).
Os resultados das variâncias médias extraídas destes indicadores são mostrados na Tabela 01.
Tabela 01 – Variância Média Extraída
Variáveis Latentes |
Variância Média Extraída (AVE) |
Desempenho organizacional |
0,83 |
GRI |
0,54 |
Exploitation |
0,50 |
Exploration |
0,60 |
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
De modo geral, como se pode observar na Tabela 01, todos os construtos apresentaram cargas fatoriais médias acima de 0,5, conforme sugerem Hair et al. (2005).
O próximo passo, após se garantir a validade convergente, é a observação dos valores da Consistência Interna (Alfa de Cronbach) e da Confiabilidade Composta (CC). O indicador tradicional é o Alfa de Cronbach (AC), que é baseado em intercorrelações das variáveis. A CC é mais adequada ao PLS-PM, pois prioriza as variáveis de acordo com as suas confiabilidades, enquanto o AC é muito sensível ao número de variáveis em cada construto. Nos dois casos, tanto AC como CC são usados para se avaliar se a amostra está livre de vieses ou, ainda, se as respostas em seu conjunto são confiáveis.
Valores do AC acima de 0,60 e 0,70 são considerados adequados em pesquisas exploratórias, e valores de 0,70 e 0,90 do CC são considerados satisfatórios (HAIR et al., 2014). A Tabela 02 mostra que os valores de AC e de CC são na maioria satisfatórios.
Tabela 02 – Valores da Consistência Interna e da Confiabilidade Composta
Variáveis Latentes |
Consistência Interna – Alfa de Cronbach |
Confiabilidade Composta |
Desempenho organizacional |
0,93 |
0,95 |
GRI |
0,78 |
0,84 |
Exploitation |
0,94 |
0,94 |
Exploration |
0,96 |
0,97 |
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
A próxima etapa é a avaliação da validade discriminante (VD), que é entendida como um indicador de que os construtos ou variáveis latentes são independentes uns dos outros (HAIR et al., 2014). O método empregado para checar a validade discriminante foi o critério de Fornell e Larcker (1981), pelo qual se comparam as raízes quadradas dos valores das AVEs de cada construto com as correlações de Pearson entre os construtos ou as variáveis latentes. Constata-se que há validade discriminante quando as raízes quadradas das AVEs apresentam coeficientes maiores que as correlações entre os construtos.
Para criação deste indicador, o sistema retira cada variável observada da variável latente original, coloca em outra variável latente e recalcula a carga fatorial, uma a uma, até que se obtenha o valor das cargas fatoriais de todas as variáveis observadas em todas as variáveis latentes. Após o cálculo das correlações entre as variáveis latentes, o sistema calcula as raízes quadradas dos seus valores.
No Quadro 02 demonstra-se a comparação das raízes quadradas dos valores das AVEs de cada construto com as correlações (de Pearson) entre os construtos (ou variáveis latentes). As raízes quadradas das AVEs devem ser maiores que as correlações dos construtos. A VD indica até que ponto os construtos ou variáveis latentes são independentes um dos outros (HAIR et al., 2014).
Quadro 02 – Raízes Quadradas das AVEs
Construtos |
Desempenho Organizacional |
Capacidade de Exploitation |
Capacidade de Exploration |
GRI |
Desempenho Organizacional |
0,91 |
0,00 |
0,00 |
0,00 |
Capacidade de Exploitation |
0,39 |
0,71 |
0,00 |
0,00 |
Capacidade de Exploration |
0,40 |
0,65 |
0,77 |
0,00 |
GRI |
0,34 |
0,17 |
0,07 |
0,73 |
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Ao analisar o Quadro 02, observa-se que nenhuma correlação entre as variáveis latentes (VL) é maior que as raízes quadradas das variâncias médias extraídas (AVEs) dessas mesmas variáveis latentes (VL). Dessa forma, conclui-se que a validade discriminante foi comprovada para todos os construtos.
A seguir, são apresentadas as análises de multicolinearidade, cuja presença pode causar problemas para realizar a modelagem estrutural. A presença de multicolinearidade entre as variáveis latentes pode gerar coeficientes estruturais não significantes, instáveis ou que apresentem sinais incoerentes, ou seja, contrários às correlações.
Uma das medidas utilizada para quantificar a multicolinearidade é o fator de inflação da variância (VIF). Quando o fator de inflação da variância (VIF) apresenta valor acima de 5, há indícios de potencial problema de colinearidade (HAIR et al., 2014). Nestes casos, estes níveis indicam que 80% de um indicador de variação são explicados pelos restantes dos indicadores formativos, associados com o mesmo construto.
Se o nível de colinearidade é muito elevado, quando o VIF apresenta valores superiores a 5, deve-se considerar a remoção de um dos indicadores. Porém isso requer que os demais indicadores ainda sejam suficientes para capturar o conteúdo do construto de uma perspectiva teórica.
Na Tabela 03 se pode observar que a multicolinearidade, medida por meio do VIF, não apresentou valores acima de 5, em que se caracterizaria a presença de colinearidade.
Tabela 03 – Fator de Inflação da Variância
Construtos |
Fator de inflação da variância (VIF) |
Desempenho organizacional |
0,00 |
GRI |
1,09 |
Exploitation |
1,81 |
Exploration |
1,77 |
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
A etapa a seguir analisa os resultados dos testes de hipóteses. Por meio da Tabela 04 podem ser visualizados os resultados das relações entre as variáveis propostas nas hipóteses da pesquisa, indicando o quanto um construto se relaciona com outro.
Os valores dos coeficientes variam de -1,0 a 1,0. Coeficientes próximos de 1.0 indicam relação positiva muito forte entre os construtos, o contrário também se aplica para valores próximos de -1,0, porém neste caso há relação negativa muito forte entre os construtos. Coeficientes próximos a zero indicam relações fracas (HAIR et al., 2014).
Tabela 04 – Relação entre os construtos
Hipóteses |
Relação entre construtos |
Coeficientes |
P-valor | Resultado |
H1
|
GRI -> Exploitation |
0,43 |
0,00 |
Significante |
H2 |
GRI -> Exploration |
0,36 |
0,01 |
Significante |
H2 |
Exploitation -> Desempenho Organizacional |
0,09 |
0,36 |
Não significante |
H2a |
Exploration -> Desempenho Organizacional |
0,18 |
0,08 |
Significante |
Fonte: Dados da pesquisa (2015).
Por meio da Tabela 04, podem-se observar as hipóteses testadas, as relações entre os construtos com seus respectivos coeficientes, o p-valor e a definição do resultado.
A H1 indica que o GRI da PME influencia positivamente a exploitation e o modelo produziu um coeficiente de 0,19 e com p-valor de 0.00 sendo significativo, dessa forma, rejeita-se, portanto, a hipótese nula de não efeito. Este estudo vai ao encontro da pesquisa de Zahra (2005), no qual explora as vantagens competitivas da empresa em mercados estrangeiros. A capacidade de exploitation está relacionada à aprendizagem de melhorar o conhecimento existente da empresa (ZAHRA, 2005). A pesquisa nas PMEs demonstrou que existe relação positiva entre GRI e exploitation, evidenciando que as empresas que possuem um maior GRI conseguem aproveitar as oportunidades do mercado internacional por terem as capacidades internas da empresa bem desenvolvidas. O refinamento das capacidades, a eficiência, a seleção e a implementação (MARCH, 1991) proporcionam à empresa melhores condições estratégicas para competir no exterior, valorizando os ativos existentes (HSU; LIEN; CHEN, 2013). Os ativos podem sem raros, não imitáveis e valiosos (PENROSE, 1959; BARNEY, 1991), vantagens sustentáveis que atribuem valor ao produto, ao processo e à inovação (IRELAND, WEBB, 2007). A centralização das atividades produtivas das PMEs exportadoras é outro fator importante quando se analisa a capacidade de exploitation. Esta centralização é definida pelo controle das operações, facilitando o foco das decisões necessárias para a tomada das decisões (IRELAND; WEBB, 2007). As PMEs brasileiras exportadoras possuem suas atividades produtivas concentradas na matriz (69,3%) e poucas possuem filiais no Brasil (30,7%). As PMEs com operações no exterior também possuem um número reduzido de subsidiárias (11,8%). Eriksson, Majkgard e Sharma (2000) também enfatizam que a capacidade exploitative melhora o acúmulo de conhecimento e de experiência e reduz incertezas, desenvolvendo a possibilidade das empresas de atuar em mercados estrangeiros. Barkema e Drogendijk (2007) sugerem que as empresas decidem pela capacidade de exploitation para explorar os mercados estrangeiros culturalmente e geograficamente mais próximos (JOHANSON; VAHLNE, 1977), também conhecidos como mercados familiares (ERRAMILI, 1991). Conclui-se, portanto, que a hipótese H1 foi confirmada.
Conforme a hipótese H2, o GRI influencia positivamente a capacidade de exploration, demonstrando que a inserção das PMEs em mercados estrangeiros pode trazer novas habilidades para adquirir conhecimentos e, subsequentemente, integrá-los com o conhecimento existente da PME. A capacidade de exploration refere-se à procura, à aquisição, ao experimento e às descobertas (MARCH, 1991; HSU; LIEN; CHEN, 2013) por meio dos quais a empresa se aprofunda a um estoque de recursos externos. Esta capacidade representa o processo de aprendizagem que proporciona às empresas melhores escolhas operacionais, conhecimento interno e externo e uma diversidade de culturas (IRELAND; WEBB, 2007). O aumento da capacidade de exploration em novas capacidades somente faz aumentar o conhecimento base da empresa (KATILA; AHUJA, 2002). Barkema e Drogendijk (2007) sugerem que as empresas decidem pela capacidade de exploration explorar os mercados estrangeiros culturalmente distantes. Dessa forma o coeficiente de 0,36 e p-valor 0,01 são significativos e positivos. Assim, a hipótese H2 foi confirmada pelo estudo.
A hipótese H3 investiga se a capacidade de exploitation afeta positivamente o desempenho organizacional. Esta hipótese não exerce efeito significativo, p-valor > 10%. A hipótese H4 investigou se a capacidade de exploration afeta positivamente o desempenho, e o resultado produziu um coeficiente de 0,18 e com p-valor de 0,08 sendo significativo, dessa forma, rejeita-se, portanto, a hipótese nula de não efeito. March (1991) enfatiza que as capacidades de exploitation e de exploration devem ter um equilíbrio na empresa. É interessante que, além de a empresa desenvolver as duas capacidades, tem que absorver estas capacidades aprendendo simultaneamente para ter um bom desempenho. Knudsen e Madsen (2002) ressaltam que a mudança no equilíbrio da capacidade de exploration de novas atividades internacionais pode expulsar a capacidade de exploitation referente às capacidades existentes, reduzindo o desempenho da empresa em antigos mercados. Por isso, algumas capacidades de exploration devem ser encorajadas, desde que não excluam as capacidades de exploitation.
Nos resultados da pesquisa, foi possível comprovar a multidimensionalidade do GRI e observar a sua relação com os demais construtos da pesquisa, como a capacidade de exploitation e de exploration e o desempenho da PME.
Na capacidade de exploitation, os recursos da empresa são raros e específicos, de difícil imitação e geradores de rentabilidade na fabricação de produtos para o exterior e também para o desenvolvimento e para a adaptação deles ao mercado externo. Na pesquisa as PMEs revelaram uma melhora na qualidade dos produtos e da sua linha de produção, gerando competitividade para a exportação, além de reduzir os custos de produção e o consumo de materiais pelo aperfeiçoamento, melhoramento e refinamento do processo e do conhecimento existente (BARKEMA; DROGENDIJK, 2007) e direcionamento de suas rotinas (ZOLLO; WINTER, 2002). As PMEs geraram capacidades de aprendizagem nos negócios internacionais e foram receptivas para mudanças devido aos contextos culturais de cada mercado.
Para a capacidade de exploration, as PMEs, neste estudo: aprenderam e absorveram novas capacidades e processos que foram necessários para as operações de fabricação de produtos específicos e sua adaptação para o exterior; desenvolveram e criaram novas habilidades; e aplicaram competências necessárias nos processos de fabricação, nas capacidades de aprendizagem, na adaptação cultural e na receptividade por mudanças. As PMEs geraram novos produtos com tecnologias para a exportação, ampliando a linha de produtos e abriram novos mercados. À medida que a liabilities of foreignness é reduzida, as PMEs expandem seus negócios em busca de oportunidades.
O construto desempenho organizacional nas PMEs com a internacionalização trouxe resultados reveladores. As PMEs destacaram que, após o início das operações no exterior, o volume de vendas também aumentou, resultando em uma maior rentabilidade líquida. O retorno sobre os ativos das PMEs cresceu com as operações no exterior e, consequentemente, a produtividade operacional.
A capacidade de exploitation (MARCH, 1991) implica baixo risco e desempenho (BARKEMA; DROGENDIJK, 2007), podendo as empresas desenvolverem mais esta capacidade quando expandem para países com culturas similares, modos de entrada com baixo comprometimento, consistente com as predições do Modelo de Uppsala (JOHANSON; VAHLNE, 1977).
Na capacidade de exploration, as empresas podem reduzir o desempenho, mas aumentam a aprendizagem. Algumas empresas, muitas vezes, buscam resultados rápidos e outras têm a visão de longo prazo, construindo uma relação com o seu parceiro. Esta visão pode criar desentendimentos (BARKEMA; DROGENDIJK, 2007). Nesta pesquisa, esta capacidade sozinha revelou um fator positivo para o desempenho das PMEs. Com a internacionalização, as PMEs aprendem diferentes capacidades para relacionar com outras, transformando-as em estratégias, regras e procedimentos (BARKEMA; DROGENDIJK, 2007).
Algumas limitações deste estudo devem ser destacadas, para que possam ser superadas em estudos futuros, embora elas não eliminem a sua contribuição para o meio acadêmico. O primeiro ponto está relacionado à quantidade de variáveis utilizadas no questionário para medir os construtos. Alguns respondentes não finalizaram o questionário, prejudicando as informações sobre os dados da empresa, como o ano de fundação.
O trabalho traz importantes contribuições para a literatura da internacionalização e da capacidade de exploitation e de exploration e insights para os estudiosos do tema. Primeiro, pelo conhecimento adquirido no estudo referente à capacidade de exploitation e de exploration e suas aplicações quando se tratam das PMEs exportadoras no Brasil que buscam oportunidades e resultados em suas operações nos mercados internacionais. Segundo, pela relação da teoria e dos estudos empíricos aplicados em outros países e setores e, agora, no Brasil, com uma perspectiva da PME exportadora e a influência do GRI, da capacidade de exploitation e de exploration e do desempenho em um modelo único.
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1. Doutora em Administração e Turismo (UNIVALI/SC) - Brasil. Docente do curso de Comércio Exterior e do curso de pós-graduação em Direito da Aduana e do Comércio Exterior Brasileiros e Logística e Comércio Exterior (UNIVALI/SC). E-mail: grazi1@univali.br
2. Doutora de Administração (USP/SP) - Brasil. Coordenadora do Mestrado Profissional em Administração – Gestão, Internacionalização e Logística (UNIVALI/SC). E-mail: dinora@univali.br