Espacios. Vol. 37 (Nº 34) Año 2016. Pág. 13
Ana Silvia VIELMO 1; Antonio José dos SANTOS 2; Eduardo Concepcion BATIZ 3
Recibido: 20/06/16 • Aprobado: 12/08/2016
3 Antropometria aplicada ao vestuário
7 Considerações finais e recomendações
RESUMO: O tamanho do vestuário infantil foi durante muito tempo desconhecido, pois era visto como a roupa adulta miniaturizada, somente mais tarde passou-se a se adequada ao tamanho e idade, respeitando a formação corporal da criança. Neste sentido, este trabalho propõe comparar as medidas de vestuário para crianças de 8 anos a partir de medidas antropométricas coletadas em estudantes da rede municipal de Ibirama – SC. O objetivo é a construção de uma tabela de medidas a fim de auxiliar as empresas do município de Ibirama no desenvolvimento de modelagens mais adequadas ao público infantil. |
ABSTRACT: The size of children's clothing has long unknown time, it was seen as a miniature adult clothes, only later came to be appropriate to the size and age, respecting the child's body formation. Thus, this work proposes to compare the clothing measures for children 8 years from anthropometric measurements collected from students of municipal Ibirama - SC. The goal is to build a table of measures to assist Ibirama of township enterprises in developing more appropriate modeling for children. |
No cenário da sociedade primitiva, afirmar que a vestimenta servia para proteger o corpo do frio parecia fazer sentido quando referia-se as pessoas que habitavam perto de geleiras, no entanto os seres humanos que moravam em regiões tropicais, também se vestiam tornando tal argumento incoerente. As primeiras vestimentas foram adornos. Em toda e qualquer sociedade, o corpo é vestido e o vestuário e adereços exercem papel simbólico e estético, independente da forma e material com o qual é construído (ROSA, 2011).
Através do surgimento dos tecidos e sua produção intensificada, o vestuário foi além da proteção, configurando o corpo vestido como um suporte com diferentes códigos, trazendo outros significados para as relações sociais e novos valores. Por isso, o vestuário passou a construir uma imagem de como as pessoas desejam ser vistas por outras em um mesmo ambiente social, tanto que no início do século XX ainda eram usados espartilhos estruturados para reduzir a cintura a fim de moldar o corpo. No final do século XIX e início do XX algumas mudanças no vestuário feminino surgiram, tornando o conforto uma característica integrante à estética do produto de vestuário, resultado disso é que as empresas passaram a criar peças mais funcionais, aderindo ao conceito Moda, deixando os usuários livres para adaptar a vestimenta ao seu estilo e sua necessidade ergonômica (ROSA, 2011).
Para atender a essas novas demandas e exigências do público, a indústria têxtil volta sua atenção para a modernização em desenvolvimento de tecidosinteligentes e técnicos, enquanto o setor de confecção tenta se adequar a essas novas tecnologias de forma a inserir em seu mix, coleções com tais tecidos. Contudo, acaba esquecendo que antes é preciso estar atenta à adequação do produto ao usuário, seja em relação ao desempenho de tarefas do trabalho, lazer ou em qualquer outro ambiente em que o sujeito esteja inserido (MARTINS, 2005).
No Brasil, a população apresenta biótipos bastante diferentes em uma mesma região, devido à miscigenação ocorrida no país, dificultando assim a criação de um padrão de modelagem (SABRÁ, 2012).
O objetivo deste artigo é realizar uma comparação entre medidas antropométricas e do vestuário de crianças de oito anos e propor a construção de uma tabela de medidas a fim de auxiliar as empresas do município de Ibirama no desenvolvimento de modelagens mais adequadas a este público.
Na Idade Média as crianças antes dos três anos vestiam batas e vestidos compridos com pouca diferenciação entre os sexos. Já entre os três e seis anos elas passavam a vestir roupas semelhantes aos de adultos, transformando-as em mini adultos, com trajes nada ergonômicos para seu cotidiano. Não tinham escolhas, suas roupas já estavam determinadas conforme sua família, meio social, gênero e outras comandas determinadas pela sociedade (MILLÉO; CUNHA, 2013).
A moda das meninas a partir do Sec. XVlll era construída por uma indumentária romântica, cheia de babados, lembrando os contos de fadas e já no século XX, iniciou o processo de descobrimento de tendências, através do meio social, alterando o caminho da moda infantil Kern (2010).
Kern 2010 destaca ainda que, nesta época, é possível observar por meio da análise de imagens de meninos e meninas, com idades variadas, que todos parecem adultos em miniatura, interpretando, da melhor maneira possível, o papel que lhes fora destinado: de criança bem-comportada, representante de sua família, do padrão social e cultural da época.
A sociedade estabelece a infância como um período de preparação para a vida adulta, e por muito tempo crianças de até 7 anos não eram considerados como sujeitos na sociedade. “Desde os primórdios a palavra infância carrega consigo sentimento de incapacidade, da incompletude perante os mais experientes, conferindo-lhes uma posição subalterna diante dos membros adultos [...]” (PIRES, et al, 2014). Nesse contexto justifica-se a vestimenta ser igual à dos adultos.
A produção de roupas deve considerar as diferenças fisiológicas existentes entre pessoas de sexo diferente, pois conforme afirma Iida (2005, p. 98) “Homens e mulheres diferenciam-se entre si desde o nascimento. Os meninos são 0,6 cm mais compridos e 0,2 Kg mais pesados, em média”. Assim, entende-se que esta preocupação deve estar presente também na confecção de roupas infantis.
O crescimento físico é um processo dinâmico, contínuo e, que acontece de forma complexa, articulado por fatores intrínsecos (genéricos) ou extrínsecos (ambientais) tais como: alimentação, saúde, higiene, estilo de vida, etc. (ROMANI; LIRA, 2002).
O século XX foi marcado pelo crescente interesse na criança, gerando um movimento sócio-político voltado para a sua assistência e proteção. Além disso, o mercado passou a percebê-las como consumidoras, pois estas desenvolveram interesses e conhecimentos maiores pelos produtos consumidos, necessitando assim do desenvolvimento de peças que tenham boa vestibilidade e que prendam a atenção do público infantil. Ressalta-se ainda que segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), o segmento infantil já representa 15% do mercado de moda, e movimenta US$ 4,5 bilhões anuais (PIRES, et al, 2014).
Mesmo o mercado para o público infantil estando em alta, é necessário tomar alguns cuidados na produção de peças para este público. Crianças exigem produtos diferentes dos adultos, principalmente em relação a estrutura física, entende-se que é contra indicado reduzir a modelagem adulta, pois suas proporções físicas são diferentes, tornando a medida da roupa um dos principais aspectos a ser levado em consideração. Este fato resultou na criação da NBR 15800:2009 que normatiza os referenciais de medidas para o desenvolvimento das roupas infantis (PIRES, et al, 2014).
Outro fato interessante a ser considerado é que o mercado de vestuário infantil cresceu consideravelmente, tanto que as despesas das famílias brasileiras com crianças duplicaram nos últimos cinco anos (DAUJOTAS, 2015).
No Brasil, o mercado de roupas infantis cresce em média 6% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). Dados do Instituto de Estudos de Marketing Industrial (IEMI) mostram que, em 2012, o varejo de moda infantil movimentou R$ 27,5 bilhões, representando uma alta de 7,5% sobre 2011 (SEBRAE, 2015).
A antropometria é a ciência das medidas humanas e é de vital importância para a ergonomia (CAPELASSI, 2010). Estudos nesta área mostram que as medidas do indivíduo dependem de vários fatores como: idade, sexo, etnia, condição social (GRANDJEAN, 1998). Soma-se ainda a alimentação e a saúde da pessoa. O autor ressalta ainda que as medidas físicas de uma população podem ser determinadas através da medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e os resultados obtidos podem ser utilizados para a concepção de postos de trabalho, equipamentos e produtos que dependem das dimensões do usuário. Sendo assim, destaca-se o vestuário, pois trata-se de um produto de uso frequente do ser humano (IIDA, 2005).
O vestuário é responsável por parte da segurança do profissional no desempenho de sua função, sendo assim, torna-se necessário a investigação do trabalho a ser desenvolvido com uso de determinado produto de vestuário, a fim de desenvolvê-lo com características apropriadas, considerando o conforto como fator principal. Enfatiza ainda a falta de padronização de medidas para a confecção de produtos de vestuário vem causando transtornos aos usuários que não encontram tamanhos adequados a seus biotipos, especiamente quando se trata de roupas para as crianças (BAZÁN, let al, 2010).
Conforme Ergo Work Consulting (2011) o estudo menciona que a adequação das medidas das crianças se dá pelas suas proporções, ou seja, as crianças estão em fase de crescimento e necessitam de medições antropométricas, pois durante o desenvolvimento de um produto de vestuário, fatores como: idade, sexo, etnia, condição social, alimentação, saúde, desigualdades sócio-econômicas e as mudanças decorrentes da idade podem gerar dificuldades para a criação de peças em tamanhos adequados (CAPELASSI, 2010).
No Brasil, a grande miscigenação e desníveis sócio-econômicos fazem com que dados antropométricos sejam tão difíceis de padronizar e normatizar, principalmente na fase de crescimento, as proporções do corpo aceleram entre os diversos segmentos (IIDA, 2005).
Observa-se que os estudos sobre as proporções do corpo humano são realizados desde 1273, a partir das viagens de Marco Polo, que relatou grande diferenças em termos de dimensões corporais (SABRÁ, 2012). O autor destaca ainda, que apesar de se tratar de estudos realizados há muitos anos, no Brasil, ainda não se dispõem de estudos antropométricos. Consequentemente, a produção de vestuário no país recorra a dados antropométricos baseados em medidas de povos europeus, distorcendo ainda mais a as medidas usadas na confecção de artigos de vestuário para os brasileiros.
Algumas das mudanças dimensionais do corpo são atribuídas à migração e mistura genética de grupos étnicos distintos, outras a processos históricos mais complexos, que no último século levou a um aumento geral da altura na população mundial, que é designado por “tendência secular para o crescimento” (SANTOS; FUJÃO, 2003)
Até a Idade Média, o pé esquerdo do calçado era igual ao pé direito. Não eram consideradas as dimensões antropométricas, sendo esse um dos fatores importantes para a realização de um estudo antropométrico, pois é necessário que as características individuais tais como: sexo, etnia, biótipo, clima e outros sejam respeitadas (IIDA, 2005).
Concordando com Boueri (2008), pode-se dizer que os profissionais da área de Moda e Vestuário precisam ter conhecimentos sobre a noção de escala, proporções, dimensões dos corpos, anatomia, estrutura, movimentos, forma e medidas (BOUERI, 2008). Um passo importante para isso foi a criação da NBR 13377:1995 intitulada “Medidas do Corpo Humano para o Vestuário” foi a primeira norma brasileira que padronizou as medidas do vestuário em função das medidas do corpo humano, divididos em infantil, masculino e feminino.
Em 2004 foi criada a NBR 15127:2004 chamada “Corpo Humano: Definições e Medidas”, esta apresenta avanços em relação à primeira norma, estabelece procedimentos de medição do corpo humano, bem como novas padronizações de medida. Apesar destas duas normas, ainda não foi realizado um Estudo Antropométrico no Brasil.
A norma de 1995 não partiu de um estudo antropométrico e sim, do consenso de uma comissão formada por representantes da cadeia têxtil e de confecções do período, dificultando ainda mais o desenvolvimento de produtos de vestuário confortáveis e seguros, pois, conforme observa Sabrá (2008), as medidas antropométricas fornecem todas as variáveis necessárias para que a peça de vestuário seja adequada ao corpo do usuário, garantindo conforto e segurança.
Devido as dificuldades de muitos consumidores em encontrar peças de vestuário adequadas ao seu biotipo, são necessários dados antropométricos regionais confiáveis para a elaboração de padrões métricos, que possam ser aplicados pelas indústrias locais. Com isso, as indústrias da região poderão utilizar dados que apresentam características antropométricas mais próximas das de seus consumidores (BAZÁN, 2010).
A pesquisa é caracterizada como exploratória quanto a sua natureza, pois permite evidenciar melhor, através de pesquisa bibliográfica já que se trata de um assunto pouco explorado.
Referindo-se aos objetivos, trata-se de pesquisa descritiva, pois discriminará a população através do uso de técnica padronizada para a coleta das medidas antropométricas de crianças de 8 anos, estudantes de escolas municipais da cidade de Ibirama-SC, situada no Alto Vale do Itajaí.
Quanto à abordagem, a pesquisa é quantitativa, uma vez que os dados coletados serão tratados estatisticamente e qualitativa, pois a amostra levará em consideração etnia, idade e sexo.
Relacionado a procedimentos técnicos se fez necessária uma pesquisa de campo, pois foram coletadas as medidas antropométricas de um grupo de crianças, levando em consideração, diferentes biótipos a fim de propiciar maior conforto no desenvolvimento do vestuário.
A tabela 1 mostra a população de crianças de 8 anos, estudantes da rede municipal da cidade de Ibirama no Estado de Santa Catarina conforme declaração da Secretaria de Educação do município em anexo.
Tabela 1- Dados da população de crianças de 8 anos da cidade de Ibirama
Idade (anos) |
Quantidade de crianças |
8 |
128 |
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, 2015
Para determinar a amostra dos participantes desta pesquisa e considerando 10% de erro amostral, foi utilizada a Equação 1, para determinação da amostra (MONTGOMERY; RUNGER, 2005).
A partir das expressões foram calculadas as amostras (Tabela 2) que participariam da pesquisa e que sejam representativas da população estudada.
Tabela 2- Amostra selecionada de crianças entre 8 anos da cidade de Ibirama
Idade (anos) |
Amostra |
Quantidade participantes |
8 |
93 |
105 |
Fonte: A autora, 2016
Para cumprir com o objetivo geral da pesquisa foram aplicadas as seguintes técnicas e métodos:
Cada medida antropométrica corresponde a uma determinada medida no vestuário, conforme mostrado no quadro 1.
Quadro 1- correspondência entre as medidas antropométricas e no vestuário.
Medida antropométrica |
Medida no vestuário |
Distância entre o acrômio e a lateral do pescoço |
Comprimento do ombro |
Comprimento de braço |
Comprimento da manga |
Distância entre a axila direita e a axila esquerda coletada na parte posterior |
Costado |
Circunferência da região mamária |
Circunferência do busto |
Linha mediana entre a última costela e a região da crista ilíaca |
Circunferência da cintura
|
Medida da região de maior perímetro entre a coxa e a cintura |
Circunferência do quadril |
Circunferência da coxa |
Diâmetro da perna da calça |
Medida da cintura até a região de maior perímetro entre a cintura e a coxa |
Altura do quadril da calça |
Distância entre a região pélvica e a região plantar. |
Comprimento da perna da calça |
Fonte: A autora, 2016
As medidas foram coletadas com o uso de uma trena, no período matutino e vespertino em decorrência das escolas trabalharem em turnos diferenciados. A estatura foi medida com o estadiômetro o peso com auxílio de balança digital.
A professora responsável pela classe, recebeu os termos assinados pelos pais ou responsáveis liberando para a medição, somente os alunos devidamente autorizados. As crianças ao chegarem na sala de medição, ouviram a explicação sobre o propósito do projeto, receberam as peças de vestuário próprias para a coleta das medidas, trocaram de roupa, foram submetidos às medições e levaram consigo as peças de roupas usadas.
Para efeito de comparação, escolheu-se quatro fabricantes de roupas infantis, sendo três empresas de grande porte e uma de médio porte, todas localizadas em Santa Catarina, sendo que a mais distante está a cem quilômetros de Ibirama. Visitou-se as empresas e coletou-se as medidas de um conjunto de vestuário em cada fabricante, a fim de compararar os dados.
A análise estatística se deu através do uso de percentis posicionando assim em relação à distribuição normal.
O quadro 2 apresenta uma comparação das medidas antropométricas de meninos de 8 anos e as medidas de roupas de diferentes fabricantes.
Quadro 2- Comparação de medidas antropométricas de meninos
Medidas antropométricas x vestuário - Meninos de 8 anos |
|||||||||
Medidas relevantes |
Percentis (medidas em cm) |
Fabricantes (medidas em cm) |
|||||||
2,5% |
5% |
50% |
95% |
97,5% |
A |
B |
C |
D |
|
Comprimento ombro |
7 |
7 |
8 |
10 |
10 |
11 |
11 |
9 |
8,0 |
Comprimento manga |
43,35 |
44 |
47 |
50,60 |
53,95 |
47 |
45 |
45 |
45,5 |
Costado |
27 |
27 |
30,50 |
35 |
35 |
35,5 |
31 |
33 |
36,5 |
Circunferência do Tórax |
58,03 |
59 |
65 |
79,7 |
87,3 |
86 |
78 |
80 |
83 |
Circunferência da Cintura |
53,35 |
54 |
59 |
79,3 |
80 |
72 |
64 |
70 |
86 |
Circunferência do quadril |
63 |
63 |
68,5 |
87,3 |
88,65 |
80 |
76 |
84 |
81 |
Circunferência da Coxa |
35 |
35 |
40 |
52 |
52,98 |
44 |
42 |
44 |
43 |
Altura do quadril |
11 |
11,7 |
14 |
19,30 |
20 |
12 |
13 |
13 |
14 |
Comprimento da perna |
47,35 |
49,40 |
55 |
62,6 |
64,65 |
58 |
55 |
54 |
55 |
Estatura |
1,2 |
1,21 |
1,31 |
1,40 |
1,43 |
|
|
|
|
Peso |
23,57 |
23,84 |
27,60 |
41,86 |
47,36 |
|
|
|
|
Fonte: A autora, 2016
Analisando a tabela referente aos meninos de oito anos, observa-se que as medidas dos produtos de vestuário pesquisados, comparadas ao percentil de 95%, apresentam valores diversificados, sendo que o valor que mais se aproximou trata-se da medida referente ao comprimento do ombro, onde a empresa A e B apresentam apenas um cm maior que o dado de referência. A circunferência da cintura é a medida com diferença mais significativa; ou seja; em torno de 15 cm comparada ao ao percentil de 95% e 22 cm entre as empresas B e D.
O quadro 3 apresenta uma comparação das medidas antropométricas de meninas de 8 anos e as medidas de roupas de diferentes fabricantes.
Quadro 3 - Comparação de medidas antropométricas de meninas
Medidas antropométricas x vestuário - Meninas de 8 anos |
|||||||||
Medidas relevantes |
Percentis (medidas em cm) |
Fabricantes (medidas em cm) |
|||||||
2,5% |
5% |
50% |
95% |
97,5% |
A |
B |
C |
D |
|
Comprimento ombro |
6,22 |
7 |
8 |
11,5 |
12 |
8 |
8 |
7 |
8 |
Comprimento manga |
42,22 |
43 |
47 |
52 |
53,55 |
47 |
49 |
47 |
45,5 |
Costado |
25 |
25 |
29 |
35,10 |
36 |
28 |
26 |
26 |
36 |
Circunferência do Busto |
56,50 |
56,70 |
64,50 |
88,65 |
93,87 |
82 |
70 |
72 |
71 |
Circunferência da Cintura |
50,67 |
53 |
58 |
81,10 |
86,65 |
76 |
60 |
72 |
72 |
Circunferência do quadril |
63,07 |
63,22 |
71 |
93,55 |
100 |
84 |
76 |
76 |
76 |
Circunferência da Coxa |
37,11 |
37,72 |
42,50 |
58,10 |
61,71 |
40 |
40 |
36 |
41 |
Altura do quadril |
12 |
12 |
15 |
19 |
19,77 |
12 |
12 |
13 |
15 |
Comprimento da perna |
50 |
50,45 |
57,25 |
63,65 |
65 |
58 |
55 |
56 |
57 |
Estatura |
117 |
121 |
132 |
140 |
145 |
|
|
|
|
Peso |
21,6 |
21,6 |
29,2 |
53,3 |
61,3 |
|
|
|
|
Fonte: A autora, 2016
Em relação à tabela referente as meninas de oito anos, observa-se valores ainda mais diferenciados, pois a medida que mais de aproxima do valor do percentil de 95% trata-se também do comprimento do ombro, o qual encontra-se em torno de 3,5 cm menor. Já em relação aos quatro fabricantes, três deles mostram o mesmo valor. A medida de circunferência da cintura também aparece com maior discrepância, sendo que a empresa B apresenta o valor de 21 cm menor que o dado de referência e de 12 a 16 cm comparado aos outros fabricantes.
Os resultados revelam que existe diferença significativa em relação as tabelas usadas pelas empresas, uma em relação a outra e também em comparação com os resultados obtidos através do tratamento dos dados.
Escolheu-se trabalhar com o percentil de 95% para exclusão dos extremos. Na tabela relativa aos meninos, comparou-se as medidas dos produtos de vestuário pesquisados com o percentil citado acima, nota-se diferenças de até 15 cm na circunferência da cintura entre o percentil de 95% e o fabricante B e 22 cm entre os fabricantes B e D.
Nas medidas relativas às meninas, observou-se a diferença de 21 centímetros na circunferência na cintura em relação ao percentil e 12 centímetros comparado com os fabricantes C e D.
Percebe-se ainda que a tabela referente às medidas dos meninos, apresenta valores diferentres também entre as empresas, o que não ocorre tanto na tabela das meninas; ou seja; os fabricantes de roupas infantis femininas estão usando tabelas com valores mais aproximados entre si.
O estudo mostrou que a apartir dos dados tratados, o vestuário infantil apresenta-se com medidas bastante diferenciadas entre as empresas do segmento e também comparado ao percentil de 95%.
Percebeu-se a discrepância mais significativa nas medidas de circunferências, dificultando bastante o conforto da roupa.
Através do trabalho entendeu-se também a importância de um estudo mais aprofundado a respeito de medidas antropométricos a fim de melhorar o desenvolvimento de produtos de vestuário.
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1. (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Sociesc – UNISOCIESC, Joinville, Brasil) silviavielmo@hotmail.com
2. (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Sociesc – UNISOCIESC, Joinville, Brasil) antoniodos.santos@bol.com.br
3. (Programa de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, Centro Universitário Sociesc – UNISOCIESC, Joinville, Brasil) eduardo.batiz@sociesc.org.br