Espacios. Vol. 37 (Nº 33) Año 2016. Pág. 6
Francisco de Assis Silva OLIVEIRA 1; Daniel Costa de PAIVA 2
Recibido: 01/07/16 • Aprobado: 12/08/2016
2. Características do Atual Sistema do Ensino Fundamental
3. Contribuições Didáticas e Cognitivas da Metodologia Educacional Tecnológica
4. Aplicação da Metodologia Educacional Tecnológica
RESUMO: A utilização de recursos tecnológicos no ambiente educacional, como apoio ao processo de ensino-aprendizagem, é chamada de Metodologia Educacional Tecnológica (MET) e surge como uma oportunidade de desenvolvimento do sistema educacional básico. Neste trabalho são apresentadas contribuições da aplicação da MET no contexto de uma região com diversas dificuldades sociais e econômicas. A metodologia envolveu observação, planejamento, aplicação e avaliação comparativa antes e depois, em duas turmas de segundo e terceiro ano do ensino fundamental, no âmbito dos conteúdos de Português e Matemática. Os resultados demonstram melhora signitificativa nas notas, no interesse e engajamento dos alunos. Foram utilizadas ferramentas de fácil adaptação a outros contextos e rápido aprendizado. |
ABSTRACT: This paper presents the use of Educational Technology Methodology (ETM or MET, in portuguese). There were the processes of observation, planning, aplication and evaluation for students in second and third elementary school classes in Brazil. The results show the impact in a grade level and motivated students. There were used two easy and free educational softwares that can be adopted in other school contexts. Key-words: Educational Softwares, Elementary School, Educational Technology Methodology. |
Dentre os diversos estudos no campo educacional, a Metodologia Educacional Tecnológica (MET) tem sido abordada com frequência através da inserção de recursos tecnológicos no processo de ensino aprendizagem em sala de aula. Atualmente, testemunhamos a inserção da MET com o intuito de aperfeiçoar o processo de cognição dos alunos. São incontáveis as pesquisas em meio ao campo educacional, que segundo (TOLEDO, MONTICELI E SILVA, 2012), abordam a contribuição que o uso de equipamentos tecnológicos provoca em meio ao processo cognitivo, seja pela diversidade de atividades, seja pela imersão favorecendo raciocínio, comunicação, ação como protagonismo ou de forma colaborativa. Porém, tal fator ainda permanece limitado apenas às discussões teóricas e acadêmicas, devido à baixa exploração e aplicação de tal metodologia educacional, em geral identificada em iniciativas esparsas.
No uso de mídias informatizadas no processo educacional, é possível proporcionar um desenvolvimento de habilidades ou reforçar conteúdos ministrados em sala de aula. De acordo com (VERMELHO, BRITO e PURIFICAÇÃO, 1998), em momentos específicos no processo de aprendizagem de seus alunos, utilizando de seus recursos e métodos de ensino, o professor deve estar preparado para analisar e também propiciar condições que levem os alunos a novas experiências na busca e assimilação dos novos conteúdos. Ainda os mesmos autores defendem o fato de que a utilização de recursos tecnológicos possibilita a elaboração de materiais de apoio ao seu método de ensino aplicado em sala de aula, a diversidade de abordagens de diferentes disciplinas presentes no currículo mínimo, e a exploração intensa de atividades em grupo e interativos, vistos por alunos, como prazerosos e fonte de estímulo.
Segundo (STAHL, 1997) as ferramentas tecnológicas auxiliam nos processos de busca e assimilação de dados, para que ocorram de forma aperfeiçoada, dinâmica e mais fácil, ao alcance de todos.
Na era da informação, a experiência na busca de conteúdo útil, deve acontecer preocupando-se não apenas com a forma de acesso da informação, mas sim, que o aluno tenha sua capacidade cognitiva estimulada no processo de aquisição de conteúdos necessários a sua formação e instrução básica. Na atual fase, os computadores e outras mídias eletrônicas tornam-se os meios mais acessados pelo aluno na busca de conhecimento este cenário começou a ser desenhado com o surgimento das interfaces gráficas, e tem sido aprimorado com as discussões e a alteração da visão sobre a relação aluno-computador, no ambiente acadêmico (VALENTE, 1993).
Pelas indicações acima, é possível perceber a carga de responsabilidade que se coloca em cada professor que além de ter que lidar com as diferentes gerações (BROUGÈRE, 2000) e burocracias do sistema educacional deve realizar a busca constante por alternativas didáticas e tecnológicas para melhorar suas aulas (JORDAO, 2009, PLACIDO, 2009). Além disto trata-se de um profissional carente de formação e treinamento (ZABALA, 1998), quem frequentemente, atua em mais de uma instituição e, portanto, com tempo reduzido para acompanhar os avanços tecnológicos e ser criativo na abordagem dos conteúdos, inserindo dispositivos eletrônicos ou mesmo aplicativos nas suas aulas regulares (WPENSAR2, 2015).
A utilização de recursos tecnológicos e ferramentas midiáticas no ambiente educacional requer uma nova postura de todos os profissionais educadores em relação ao processo de ensino existente em determinada instituição escolar. Segundo (TOLEDO, MONTICELI E SILVA, 2012), no campo educacional, a mudança de métodos de ensino com o apoio de recursos tecnológicos, exige mudanças na prática pedagógica, tais como: os métodos de abordagem de conteúdos e a dinâmica em seus métodos de ensino. Com isso, torna-se possível que a tecnologia beneficie o ambiente educacional como um todo, pessoas, educadores e alunos.
Para Moratori (2003), o uso de recursos tecnológicos, provêm de uma cultura anterior, na qual as atuais gerações, encontram-se também, em íntima relação, ou seja, a cultura da rápida informação, iniciada com a produção, e consumo de televisores, e perpetuado atualmente pela internet, posta neste momento como o meio de informação mais eficaz e em iminente expansão. Neste contexto, é perceptível a grande quantidade de possibilidades de acesso à informação e construção de conhecimento. Há a busca por tais mídias de informação, para o auxilio da aprendizagem, não só dos alunos que precisam de instrução para o uso correto, como também, os professores devem se preocupar a respeito de como vão incluir tais métodos nos contextos de suas aulas.
Este problema fica ainda mais evidente quando se constata que "a escola tradicional já não atende às necessidades das novas gerações. É preciso inovar, incorporar os recursos tecnológicos e levar em conta os interesses e o ritmo de cada aluno" (SIQUEIRA, 2015). O desafio é que os professores experimentem modos diferentes e novos para trabalhar.
Faz-se necessário diante deste cenário avaliar cada uma das partes envolvidas na busca por propor caminhos mais curtos e fáceis para que todos possam tirar proveitos da tecnologia. Este é o objetivo principal neste trabalho. Para isto, a metodologia adotada foi, em primeiro lugar, levantamento das características do corpo docente de uma instituição de ensino, identificando a metodologia de ensino empregada em sala de aula, análise, estudo e proposta de aperfeiçoamento de tais métodos com o apoio da Metodologia Educacional Tecnológica (MET).
Este percurso metodológico foi executado e após foram aplicadas aulas, no período de estágio e práticas e ensino, quando foi possível validar a MET e identificar diretrizes para a reprodução em outros contextos.
Para a apresentação destes dados, na próxima seção estão as características do atual sistema de ensino fundamental regular no Brasil, a seguir as contribuições didáticas e cognitivas da MET, sua aplicação efetiva está descrita na seção 4, assim como os resultados comparativos. Na seção 5 as considerações finais e próximos passos.
Durante um longo tempo, segundo (MORATORI, 2003), os termos ensinar e transmitir, eram equivocadamente confundidos. Este fato é fundamentado no contexto entre alunos, que assumem o papel de agentes passivos da aprendizagem do professor, em que por sua vez, assumi a figura de transmissor de conhecimento, sendo este absoluto e inquestionável.
No sistema educacional básico, ainda pode-se constatar a presença de traços da educação tradicional. Nele, há preocupação apenas da assimilação de conteúdo, sem levar em conta as diferenças de cada aluno. Isso é extremamente relevante, pelo fato de que existem diversos alunos, com particularidades, em que muitas das vezes, exigem do educador abordagens distintas para desenvolver a capacidade cognitiva de tal indivíduo. Ignorar isto causa consequências que influenciam diretamente no desenvolvimento intelectual do aluno, levando-o a problemas comuns presentes em muitas classes existentes em instituições de ensino púbico, tais como: atraso cognitivo e assimilação em conteúdo, extrema dificuldade de aprendizagem, constrangimento do aluno em relação a seus colegas de classe e ao professor, sentimentos de inferioridade gerados no aluno, isolamento, e dentre outros problemas psicossociais. O processo de aquisição de informações exige profissionais críticos, criativos, com capacidade de pensar e trabalhar em grupo (MERCADO, 2002).
Os professores, principais agentes educadores de qualquer ambiente escolar, são contribuintes ativos de tais convergências, pelo fato de serem aplicadores dos diversos métodos de ensino em sala de aula. Com a falta de melhor preparação, nas diversas formas de tratamento do material humano, nos cursos de formação de professores, dá-se importância apenas, com métodos de tratamento técnico de conteúdos. Ou seja, há o desinteresse em descobrir e compreender a necessidade de cada aluno, para que suprimido-as, seu processo de desenvolvimento cognitivo seja estimulado e ampliado. Segundo (LIMA e VASCONCELOS, 2006), em especial nas escolas públicas de ensino básico, o ambiente educacional é constituído de alunos com diversas diferenças culturais e sociais. Ao invés disso, há apenas a preocupação exclusiva da forma como o conteúdo será transmitido para os indivíduos. E isso é um catalisador para o surgimento da relação distante entre professor e aluno, causando problemas de relacionamento interpessoal, harmônica e interativa, sendo estes, atributos que contribuem para um melhor ambiente de aprendizagem.
Entretanto, não só a preparação atual deficiente e pouco eficaz de profissionais educadores causa tais adversidades, mas também, o excesso de alunos em sala de aulas despreparadas a atender a grande demanda populacional, a precária valorização do setor de educação refletido nos baixos salários dos professores, e o ambiente escolar descompassado, em sua estrutura física, metodológica e didática, que segundo (LIMA e VASCONCELOS, 2006), fazendo com que o atual educador, deva fazer uso de poucos recursos, em situação precária, para contribuir da melhor forma, no processo de ensino e aprendizagem em sala de aula, provocando a falta de estimulo dos mesmos, e também de alunos, frente ao processo de ensino e aprendizagem.
É um fato de que os alunos do ensino fundamental encontram-se sempre, em completa desmotivação, principalmente nas redes públicas de ensino. E isso se deve as metodologias de ensino que não contribuem em nada na construção de seu processo cognitivo, intelectual e social. Não só as metodologias educacionais, mas os limitados recursos didáticos em que o mesmo tem acesso, dentro e fora do ambiente escolar.
Com a imensa quantidade de trabalhos relacionados ao impacto da tecnologia sobre a educação, conclui-se que a esta, tem um papel significativo não apenas no desenvolvimento técnico de conteúdos, como também, no desenvolvimento de outras faculdades essenciais para a cognição de indivíduos. (MORATORI, 2003) diz que com o uso de mídias no processo educacional, há o desenvolvimento da capacidade cognitiva do aluno, assim como sua linguagem, e coordenação motora, contribuindo assim para a melhor construção da criatividade, responsabilidade, memorização, lógica e cooperação mutua no ambiente escolar.
A tecnologia, com seu imenso arsenal de recursos, disponíveis ao campo educacional, propicia um ambiente totalmente dinâmico e alternativo. Estimula a aprendizagem, através de fatores como: competição, desafio, resolução de problemas, e dentre outros. Estes por sua vez, são atributos que realmente leva ao aluno do ensino fundamental a encarar com mais entusiasmo o seu processo cognitivo dentro da escola.
Usando da metodologia educacional baseada em tecnologia, o educador tem a oportunidade de inovar por completo seu método de ensino, proporcionando versatilidade em seu trabalho com os alunos. Um jogo educacional, por exemplo, aplicado em sala de aula, tem o poder de causar grande impacto sobre o aluno, pois este torna possível o desenvolvimento e aperfeiçoamento de atributos de extrema importância para a o processo de aprendizagem do aluno, dentro e fora da sala de aula. Tais atribuições classificam-se por: memorização (visual e auditiva), a coordenação motora, percepção (visual e auditiva), estratégia e pensamento lógico, reflexão, raciocínio, linguagem (oral e escrita) e organização. (GRANDO, 2001) apud (MORATORI, 2003), explica que a tecnologia, inserido ao ensino, as funções psicossociais, afetivas e intelectuais básicas para o crescimento infanto-juvenil sofre considerável desenvolvimento.
Assim, conclui-se que a tecnologia e seus recursos desenvolvidos para fins didáticos educacionais, promove a fixação dos conceitos já assimilados pelos alunos, à introdução e desenvolvimento de conceitos antes encarados por extrema dificuldade pelos alunos, e a resolução de problemas, usando da lógica e pensamento estratégico. Junto a isto, promove a participação mais ativa de alunos em sala de aula, maior socialização, e trabalho em equipe. Gera nos alunos, a motivação, o senso crítico para a busca de soluções, a observação e avaliação em pesquisas, e levantamento de conhecimento útil, dando-os o prazer em aprender.
O cenário de aplicação da Metodologia Educacional foi como parte curricular do curso de Licenciatura em Computação do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (INFES) da Universidade Federal Fluminense, mais especificamente nos períodos de estágio realizados na Escola Municipal Sarah Faria Braz com alunos de segundo e terceiro anos do ensino fundamental. Estas instituições estão localizadas na cidade de Santo Antônio de Pádua, interior do estado do Rio de Janeiro, região com diversas carências sociais e financeiras.
A aplicação da MET se deu durante os períodos de estágio de Pesquisa e Práticas Educacionais (PPEs) e envolveu o levantamento de dados relacionados à metodologia de ensino já aplicada pelos docentes da escola selecionada, A catalogação e registro, a análise e proposta de adaptação, a aplicação de recursos tecnológicos como apoio no processo de ensino aprendizagem e, por fim, no levantamento de resultados para avaliação, direcionamento e aprimoramento.
São quatro níveis numerados de PPE, cada um voltado a uma experiência e vivência. Durante o PPE1 houve observação e foram escolhidas as classes do segundo e terceiro ano do ensino fundamental, com 22 e 20 alunos, respectivamente, nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Este período compreendeu o levantamento de currículo mínimo, recursos disponíveis, metodologias de ensino, relação aluno-professor, além dos níveis e dificuldades de aprendizagem. Em ambas as classes, estavam presentes crianças com problemas sociais, familiares e psicológicos. Em função da diversidade, os educadores adotavam metodologias diferentes de ensino com poucos recursos e não permitiam participação ativa dos alunos. As aulas eram basicamente de apresentação e repetição dos conteúdos obrigatórios, o que levava a um clima de pouca ou nenhuma interação, desinteresse e inclusive agressões físicas e verbais foram identificadas. Especificamente em relação à disciplina de matemática, próximo de 60% dos alunos possuem quadros de déficit de atenção, hiperatividade e não eram capazes de realizar operações simples de adição e subtração.
Diante de todo este contexto de diversidade e dificuldades, foi realizado um planejamento de uso de tecnologias e aplicação da MET para melhorar o aprendizado e tornar as aulas mais leves e agradáveis. A primeira posição adotada foi levar os alunos para o laboratório de informática para que já se apresentassem mais dispostos e interessados. Também foi escolhido o uso de jogos e aplicativos educacionais gratuitos que pudessem ser utilizados no ambiente da escola com os recursos disponíveis naquele ambiente. Uma postura importante adotada foi evitar qualquer indisposição com os professores para que não houvesse repúdio ao uso das tecnologias, portanto, nenhuma crítica ou comentário desfavorável às metodologias foi realizada.
O primeiro período de aplicação durou dois meses e foram abordados conteúdos de aperfeiçoamento de leitura, linguagem e escrita básica das crianças. A plataforma Educar para Crescer (2016) foi utilizada, os alunos foram instruídos a acessar o jogo Como se Escreve (Figura 1), onde deve selecionar a escrita correta de cada palavra. Acertando tem uma mensagem de incentivo e no errando, o jogo mostra a forma correta da palavra e o significado da mesma.
Figura 1. Interface dos Jogos Como se Escreve, e Tuxmath.
Fonte: Educar para Crescer (2016), Tuxmath (2016).
Este jogo foi utilizado por quatro semanas e logo após foi feita uma avaliação, onde os alunos deviam digitar pequenos textos e foi possível constatar desempenho melhor e menor quantidade de erros ortográficos.
No segundo mês foi utilizado o Tuxmath (2016), lado direito da Figura 1, para que os alunos praticassem cálculos simples. Trata-se de um jogo com as quatro operações básicas e a cada fase o nível de dificuldade aumenta pois são apresentados dezenas, centenas. Como esperado, os alunos tiveram grande dificuldade nos cálculos, mas com o passar das aulas o desempenho melhorou e foi possível perceber não só a quantidade de operações que conseguem realizar, mas também aumento na velocidade de resposta.
Visando uma avaliação mais concreta, foi realizada a coleta de dados para comprovar a contribuição efetiva da aplicação da MET.
Os Gráficos 1 e 2 apresentam a situação anterior à inserção tecnológica no processo de ensino-aprendizagem com os alunos do 2º ano nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Gráfico 1 – Desempenho anterior ao uso da MET em Língua Portuguesa pela classe do 2º ano do Ensino Fundamental.
Gráfico 2 – Desempenho anterior ao uso da MET em Matemática pela classe do 2º ano do Ensino Fundamental.
É possível perceber que a maioria dos alunos tirava nota abaixo de 7, enquanto apenas três em Português e dois em Matemática tiveram notas superiores a oito. A similaridade nos dois gráficos demonstra que não é apenas um problema de dificuldade de raciocínio lógico, mas um diagnóstico geral.
De forma comparativa, abaixo estão colocados os Gráficos 3 e 4, obtidos após o uso da Metodologia Educacional Tecnológica.
Gráfico 3 – Desempenho após o uso da MET em Língua Portuguesa
pela classe do 2º ano do Ensino Fundamental.
Gráfico 4 – Desempenho após o uso da MET em Matemática
pela classe do 2º ano do Ensino Fundamental.
Neles é possível perceber, considerando a avaliação com nível de dificuldade similar, a melhoria nos resultados, foi notável a melhoria na habilidade cognitiva e no interesse dos alunos.
De modo similar ocorreu com a classe do 3º ano, como pode ser visto no Gráficos 5 e 6, anterior à aplicação da MET e nos Gráficos 7 e 8, após o uso da metodologia.
Gráfico 5 – Desempenho antes do uso da MET em Língua Portuguesa
pela classe do 3º ano do Ensino Fundamental.
Gráfico 6 – Desempenho antes do uso da MET em Matemática
pela classe do 3º ano do Ensino Fundamental.
A distribuição é mais homogênea que no segundo ano, mas ainda assim a quantidade de alunos com notas acima de 8 e abaixo de 5 são fatores preocupantes. A diferença nos gráficos indica a maior dificuldade em Matemática, diagnóstico frequente quando se analisa desempenho dos estudantes de ensino fundamental, médio ou superior.
Os Gráficos 7 e 8 apresentam os resultados após a aplicação da MET.
Gráfico 7 – Desempenho após o uso da MET em Língua Portuguesa
pela classe do 3º ano do Ensino Fundamental.
Gráfico 8 – Desempenho após o uso da MET em Matemática
pela classe do 3º ano do Ensino Fundamental.
De forma surpreendente o resultado para Português foi ainda melhor no terceiro ano do que o obtido com a turma anterior. Outra observação importante é que mesmo utilizando a MET dois alunos ainda continuaram com nota abaixo de 5, uma possível explicação é seu pouco contato com tecnologias e recursos computacionais, aliado à dificuldade geral de aprendizado de conceitos da matemática e também o pouco tempo de duração da aplicação da MET.
Este artigo apresentou o cenário comum de dificuldades dos professores e uma proposta de atuação com resultados promissores. A inserção da Metodologia Educacional Tecnológica teve contribuições tanto para alunos do segundo ano do ensino fundamental quanto para aqueles do terceiro ano.
Foi identificada contribuição tanto na aprendizagem de forma progressiva e com interação com o meio, conforme explica Mednick (1973), quanto em função do foco na associação de experiências adquiridas e processos de memorização que ajudam no desenvolvimento do indivíduo (GARCIA, SANTOS, 2005).
A realidade de dificuldades da região onde este trabalho foi desenvolvido evidenciam os resultados e demonstraram o potencial dos alunos que em dois meses tiveram resultados consideravelmente melhorados.
A utilização de poucos aplicativos educacionais se deu em função do tempo, da faixa etária dos alunos e das carências identificadas no período de observação. São tecnologias simples, de fácil uso e adaptação para outros contextos e recomenda-se que professores das mais diversas áreas do ensino incluam jogos educacionais nas suas aulas regulares, seja antes, durante ou mesmo após a explicação dos conteúdos.
As novas gerações têm grande facilidade em lidar com tecnologias e a contribuição é real, portanto, aos professores, a sugestão é experimentar. Uma atividade fora do horário de aula regular, como recompensa pela dedicação dos alunos, pode ser um caminho importante para a inclusão da tecnologia e melhoria gradativa dos resultados.
Apesar da melhoria considerável, os resultados apresentados aqui indicaram que mesmo utilizando a MET alguns alunos do terceiro ano apresentaram dificuldades com matemática e notas abaixo de cinco. O próximo passo neste trabalho é um estudo mais direcionado ao caso deles, conversando e buscando identificar a origem da dificuldade e traçando metas com equipe interdisciplinar para atuação.
Trabalhos futuros envolvem a avaliação em outras escolas da região e também outras classes a fim de identificar tecnologias aplicadas aos mais diversos conteúdos e contextos, priorizando sempre aquelas gratuitas, de fácil aprendizado e uso, adequadas à realidade das instituições educacionais.
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1. Licenciado em Computação pelo Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (INFES) da Universidade Federal Fluminense (francisco25aoliveira@hotmail.com )
2. Doutor em Sistemas Eletrônicos (EP - USP) - Professor no Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra da Universidade Federal Fluminense (profdanielpaiva@gmail.com )