Espacios. Vol. 37 (Nº 33) Año 2016. Pág. 4
Elinara Soares Barros de SOUSA 1; Denis Barros de CARVALHO 2; Orlando Maurício de Carvalho BERTI 3
Recibido: 27/06/16 • Aprobado: 15/07/2016
RESUMO: O presente artigo traz as percepções dos docentes dos cursos de Comunicação Social/habilitação em jornalismo quanto à formação ambiental que os jornalistas recebem na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e em dois campi da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Objetiva-se analisar como os docentes dos cursos abordam a temática ambiental durante a formação dos profissionais de jornalismo. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os docentes das disciplinas do eixo específico. A partir das respostas obtidas, concluiu-se que há um desafio a ser enfrentado quanto à abordagem crítica sobre a temática durante a formação dos jornalistas oferecida por essas universidades públicas. |
ABSTRACT: This article presents the perceptions of academic professors of Social Comunication/qualification in Journalism regarding environmental training that journalists receive from Federal University of Piauí (UFPI) and State University of Piauí (UESPI) campuses located in Teresina and Picos. The goal is to analyze how teachers of these courses address environmental issues during the teaching of journalism professionals. For this purpose, preset interviews were conducted with teachers of the specific subjects. From the answers gathered, it was concluded that there is a challenge to be faced related to the critical approach over this matter during the training of journalists formed by these public universities. |
O ser humano procura mudar o meio em que habita através da constante utilização dos recursos naturais para transformar seu modo de vida e facilitar suas atividades. Isso ficou mais evidente com o sedentarismo, em que a espécie humana passa a dominar a natureza através do uso dos recursos naturais para a agricultura, pecuária e a industrialização, buscando incessantemente adaptar o meio ambiente ao seu bem estar.
As interferências antrópicas sobre a natureza se dão a partir do momento em que o ser humano modifica de alguma forma o meio em que vive. Intervenções como a construção de um prédio, o desmatamento de uma floresta ou a derrubada de uma árvore são ações que causam impactos ambientais.
Discussões sobre os impactos causados pelos seres humanos sobre a natureza são realizadas desde a década de 60 e os meios de comunicação são envolvidos como instrumentos de educação ambiental informal, sendo importantes no processo de sensibilização do uso racional dos recursos naturais.
A Lei Federal brasileira nº 9.795/1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), traz em seu artigo 3º, parágrafo IV, os meios de comunicação de massa como instrumento do processo educativo, sendo incumbido de “colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação”.
A universidade também exerce papel importante na construção de conhecimento sobre a relação ser humano e natureza, pois a sua principal função é a de formação de profissionais qualificados para atuarem em diversas áreas, além de dar uma formação cidadã, sendo consideradas não apenas questões técnicas de cada profissão, mas a atitude do ser humano na sociedade.
Diante disso, a formação ambiental nas universidades é necessária para que as pessoas levem em consideração essa dimensão em sua vida através de suas escolhas enquanto profissional e que possa transmitir esse saber. Perceber como se dá a formação desses profissionais é um primeiro passo para se buscar a mudança na atuação da mídia sobre o tema meio ambiente.
Por isso, realizou-se esta pesquisa para percepção como os professores do curso de Comunicação Social das universidades públicas do Piauí abordam a temática ambiental durante a formação dos jornalistas no estado. Para tanto, o trabalho foi dividido da seguinte maneira: metodologia utilizada, análise dos resultados obtidos e conclusão.
O trabalho faz uso do método de abordagem quali-quantitativa, considerando a complexidade das questões que envolvem a formação de jornalistas, através de uma pesquisa de campo realizada nas duas universidades públicas do Piauí.
Para a concretização desta pesquisa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os docentes que ministram disciplinas do eixo específico dos cursos de Comunicação Social/habilitação em jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) [4] e dos dois campi da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) [5].
Por incluir entrevista como técnica e, consequentemente, por ser uma pesquisa que envolve seres humanos, foi necessária a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI. Em abril de 2015 foi aprovada a proposta de pesquisa, incluindo o roteiro de entrevista previsto e o termo de consentimento livre e esclarecido que todos os entrevistados assinaram.
As entrevistas foram realizadas durante os meses de junho a setembro de 2015. A escolha da amostra foi definida segundo os seguintes critérios: professores efetivos em exercício lotados no departamento de Comunicação Social da UFPI ou na coordenação do curso de Comunicação Social da UESPI nos campi de Teresina e Picos; docentes que atuam na área de jornalismo, considerando que existe a habilitação em Relações Públicas na UESPI [6].
Optou-se por fazer uma análise das entrevistas sem identificar os professores, pois o que se busca é ter uma percepção do todo.
Estabelecidos esses critérios, foram realizadas entrevistas com 20 professores no total de 27 aptos para responderem às questões estabelecidas no roteiro elaborado pelos pesquisadores, constituindo aproximadamente 74% da totalidade. Foram realizadas 11 entrevistas com professores vinculados ao curso da UFPI e nove entrevistas com docentes lotados nos dois campi da UESPI.
Os questionamentos foram realizados com o objetivo de perceber a visão do professor quanto à abordagem dada à temática ambiental pelas duas instituições durante a formação dos profissionais de jornalismo.
Diante dos dados obtidos foram realizadas análises das respostas dos docentes a fim de se obter um panorama atual das duas instituições. Serão apresentadas e discutidas em seguida as respostas obtidas durante as entrevistas.
Quando questionados sobre a formação que é dada pela instituição quanto à atuação no mercado de trabalho, percebeu-se uma divisão nas respostas dos docentes da UFPI: 45,45% dos professores responderam negativamente e 54,55% responderam positivamente.
Das respostas afirmativas, 18,19% dos docentes se limitaram ao “sim”, não justificado. No entanto, cabe destacar as justificativas utilizadas por 36,36% dos professores: qualificação dos docentes, infraestrutura razoável, continuidade da formação acadêmica através da realização de mestrados e doutorados.
Quanto às respostas negativas percebeu-se variação maior de justificativas: conflito por parte dos discentes entre a necessidade de trabalhar e a formação; rapidez na mudança do mercado; impossibilidade do currículo abranger todas as demandas do mercado; defasagem dos laboratórios.
Foram utilizadas como justificativas também que a formação profissional se dá através de um processo de mudança contínuo e destacou-se a dinamicidade do mercado de trabalho, que altera antes mesmo da finalização de um projeto pedagógico ser concluído.
Nas respostas obtidas dos docentes da UESPI, percebeu-se também uma divisão de opiniões, sendo que 44,5% docentes acreditam que a formação oferecida pela instituição é suficiente para a atuação no mercado de trabalho e 55,5% acreditam que não.
Os pontos importantes para justificar a resposta sim foram: a pouca exigência do mercado de trabalho, o contexto em que o curso está inserido, a união entre teoria e prática oferecida pela instituição e a qualidade das disciplinas oferecidas pelos cursos.
Utilizou-se como justificativa de resposta positiva a análise do mercado de trabalho em que o curso está inserido. Ou seja, a formação deve ser realizada para a inserção desses profissionais em determinado contexto local. Com isso, não é levado em consideração o contexto global, a atuação desse jornalista em outros lugares, a interconectividade possibilitada pela internet. Essa visão limita a formação desses profissionais a um local específico em um mundo globalizado e interligado.
No entanto, é importante destacar que os docentes que responderam positivamente admitiram que há uma necessidade da melhoria da infraestrutura oferecida pela instituição, principalmente em relação aos laboratórios.
Os docentes que responderam negativamente trazem como justificativa a deficiência na estrutura laboratorial e atualização curricular. Além disso, foi destaque também a impossibilidade de uma formação completa em um curso de quatro anos, sendo necessária qualificação contínua ao logo da carreira diante das mudanças do mercado de trabalho.
Quando se destaca problemas com a infraestrutura dos laboratórios, percebe-se deficiência na característica que trata da coerência e reconstrução entre teoria e prática, já que a estrutura física é parte importante desse processo.
Mesmo que 44,5% dos professores afirmando ser suficiente a formação oferecida pela UESPI, é necessária melhoria na formação oferecida pela instituição. Isso é importante destacar, pois quando se trata da questão ambiental, percebe-se que ainda é deficiente a abordagem da temática durante dos quatro anos de curso e isso vai de encontro ao que é estabelecido pela PNEA, que destaca na educação ambiental o seu caráter essencial e permanente, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades, de caráter formal e não formal.
A PNEA traz em seus princípios básicos a educação ambiental a partir de uma visão holística, sob o pluralismo de ideias, buscando uma percepção inter, multi e transdisciplinar. Por essas características que a lei não estabelece a obrigatoriedade do estabelecimento de disciplina específica nos cursos de educação básica e superior.
Quanto a isso, a segunda pergunta realizada foi: A temática ambiental é tratada em suas aulas? Se sim, como?
Na UFPI, obteve-se 81,81% das respostas negativas e 18,19% positivas. A justificada mais utilizada foi a não inclusão da temática no ementário da disciplina. No entanto, apesar de responderem negativamente, 72,72% dos docentes informaram que tratam da questão ambiental dentro do conteúdo ministrado, seja quando trabalham um texto jornalístico com a temática, a abordagem na história do jornalismo ou o estudo sobre acontecimento ambiental, mas a temática não é objeto das disciplinas.
A partir das respostas obtidas dos docentes, pôde-se perceber um ponto importante: a iniciativa do docente é realizada a partir de uma visão pessoal sobre a temática e não com o objetivo de se obter uma percepção crítica do assunto.
Além disso, 45,5% dos docentes destacaram que a temática é abordada a partir do interesse dos alunos, principalmente nas disciplinas práticas, em que são escolhidas as pautas a serem trabalhadas. Diante desses dados, os temas abordados fora da área de conhecimento de cada docente são estimulados pelo discente.
Quanto às respostas afirmativas, defendeu-se a abordagem da temática a partir da caracterização do tema como acontecimento importante para a agenda do jornalismo.
Além disso, teve destaque também o uso do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) para o acesso direto a download de livros e filmes, evitando fotocópias, diminuído o uso de papeis. Com isso, percebe-se uma preocupação mais prática na realização da disciplina e não quanto ao conteúdo repassado em sala de aula. Iniciativas desse tipo também são válidas, saindo do teórico e partindo para ações. Essa percepção do docente mostra que a questão ambiental não se trata de discutir em sala de aula, mas de mudar atitudes do cotidiano do cidadão, como defende a educação ambiental.
As respostas afirmativas dos docentes são um avanço para a percepção da temática ambiental como transversal. Para José de Ávila Aguiar Coimbra (2000, p. 58):
[...] a transdisciplinaridade decorre de uma assimilação progressiva de outros saberes que venha a constituir como um software incorporado, qual segunda natureza, no conhecimento e na análise de uma problemática a por exemplo, a questão ambiental a de modo a possibilitar uma síntese holística ou uma cosmovisão de fato abrangente.
Já Roberto Ramos (2008. p.82) caracteriza a educação como uma parte de um todo composto por um contexto social e histórico e defende que “há uma indissociabilidade entre a parte e o todo, que estão conectados de modo multidimensional”.
Essa visão de transversalidade foi trazida pela PNEA e confirmada pela Resolução CNE/CES nº 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. No entanto, ainda é possível perceber uma visão disciplinar, fragmentada do saber durante as entrevistas, pois docentes justificam a não abordagem à ementa da disciplina.
Na UESPI, somente 22,23% dos docentes responderam sim e 11,11% respondeu não. Dos professores que responderam positivamente cabe destacar que um possui especialização em Comunicação, Turismo e Desenvolvimento Sustentável e isso o aproximou da temática, fazendo com que o tema apareça nas escolhas feitas para as disciplinas ministradas. Ou seja, essa informação é importante para perceber que a qualificação específica do docente influencia diretamente na abordagem da temática em sala de aula.
Aproximadamente 66,66% dos professores afirmaram que tratam da temática de forma esporádica ou superficial ao trazerem notícias para serem trabalhadas em sala de aula e na escolha dos alunos durante a elaboração de pautas nas disciplinas práticas. Isso demonstra que a temática aparece durante as disciplinas, mas não é tratada como ponto importante. Ou seja, não há uma discussão crítica sobre a temática para os futuros profissionais de jornalismo.
Outro ponto importante é que os docentes afirmaram que o tema é abordado na disciplina do sexto bloco denominada jornalismo especializado, em que a ementa compreende o jornalismo ambiental como uma das especializações trabalhadas durante o semestre. Diante disso, percebe-se que o assunto é discutido em uma disciplina específica e não tratada como uma questão transversal.
Com isso, trazer o tema não significa que há o incentivo de uma educação ambiental durante a formação dos profissionais de jornalismo formados pela UESPI, pois não há uma preocupação por parte dos professores em uma formação crítica quanto à temática ambiental. Além disso, é possível perceber que a temática não é tratada como transversal. Nesse ponto a deficiência se dá no compromisso que os jornalistas têm em transformar as relações sociedade-natureza, não construindo uma visão que modifique as ações dos indivíduos.
Pôde-se perceber que predomina uma visão disciplinar por parte dos professores, o que acaba provocando uma separação que rompe com o pensamento complexo defendido por Edgar Morin (2003, p. 207), que afirma ser “capaz de reunir (complexus: aquilo que é tecido conjuntamente), de contextualizar, de globalizar, mas, ao mesmo tempo, capaz de reconhecer o singular, o individual, o concreto”.
O terceiro questionamento foi: Você possui conhecimento sobre a Lei 9795/1999, que institui a Política Nacional de Educação ambiental?
Na UFPI, percebe-se que a maioria dos docentes entrevistados não tem conhecimento sobre a lei que trata da educação ambiental. Aproximadamente 36,37% dos professores afirmaram possuir conhecimento, sendo que somente 9,09% dos docentes ampliaram sua resposta para além de um sim. Já 63,63% dos docentes responderam negativamente.
Os dados obtidos no questionamento três podem justificar as respostas dadas pelos docentes à questão dois, pois o não conhecimento dessa lei faz com que a temática não seja abordada ou tida como ponto importante.
Os dados obtidos na UESPI explicam o porquê do não cumprimento dessa lei: 100% dos docentes não a conhecem. Um docente afirmou conhecer pouco, mas logo em seguida declarou que o conhecimento que tem de leis vem da mídia. Isso demonstra que os próprios docentes lidam com a mídia como um instrumento de formação, seja na área ambiental ou legislativa, demonstrando ainda a importância de uma boa formação desses profissionais.
Entretanto, essa falta de conhecimento de uma lei específica da área educacional durante o processo de elaboração de um projeto pedagógico do curso se torna um ponto negativa para a estruturação pela qual o curso vem passando. Isso é confirmado nas respostas recebidas do quarto questionamento: “Conhece a Resolução CNE/CES nº 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental?”
Aproximadamente 81,81% dos professores da UFPI afirmaram não conhecer a citada resolução e 18,19% afirmaram conhecer.
Quando a questão é voltada para o conhecimento sobre a resolução que trata das diretrizes curriculares para educação ambiental, as respostas mostram que os docentes não possuem conhecimento, mesmo o curso passando por mudança de PPC. Com isso, é possível afirmar que até a realização das entrevistas a resolução não foi tratada nas reuniões do NDE, já que professores que participam do núcleo afirmaram não ter conhecimento.
Essa informação traz como consequência a não consideração da resolução nas mudanças que estão em processo. No entanto, não se pode afirmar que tal resolução não foi utilizada, considerando que o PPC estava em construção durante a pesquisa.
Percebe-se também que não estão sendo considerados os avanços obtidos através das discussões levantadas ao longo dos anos, em que a legislação brasileira tem participado ativamente ao trazer as questões ambientais como ponto importante para formação do cidadão, incluindo a temática como tema transversal que vai do ensino básico ao ensino superior.
Na UESPI, a maioria dos entrevistados afirmou não ter conhecimento sobre a Resolução: 66,67% dos docentes responderam que não possuem conhecimento e 33,33% responderam sim. Os que responderam positivamente afirmaram possuírem pouco conhecimento sobre as Diretrizes, ou seja, o conhecimento é superficial. Isso influencia diretamente na elaboração do PPC do curso.
O quinto questionamento traz como ponto o currículo em vigor até dezembro de 2015: Em sua opinião, o currículo atual traz alguma contribuição para uma formação ambientalizada do profissional do jornalismo?
A palavra ambientalização não é tão comum, seja no meio acadêmico ou fora dele. Por se tratar de um neologismo da língua portuguesa, sua conceitualização em um dicionário ainda não está posta.
Quando se trata de ambientalização de uma universidade, deve acontecer a partir das categorias que compõem a instituição brasileira: docentes, técnicos-administrativos, discentes e prestadores de serviços. Não se deve limitar apenas à questão do ensino, mas ir além e trabalhar os pilares que constituem a IES.
[...] processo contínuo de produção cultural tendente à formação de profissionais comprometidos com a busca permanente das melhores ralações possíveis entre a sociedade e a natureza, atendendo os valores da justiça, solidariedade e equidade, aplicando os princípios éticos universalmente reconhecidos e o respeito às diversidades (REDE ACES, 2002, p. 21, tradução nossa).
Nas entrevistas realizadas com os docentes da UFPI foi possível perceber respostas que reduzem a ambientalização curricular à oferta de uma disciplina de jornalismo ambiental, ou que a abordagem da temática em disciplinas obrigatórias, ou mesmo uma estrutura do currículo seja voltada especificamente para a temática.
A ambientalização curricular é mais do que a simples inclusão da temática ambiental em disciplinas. A formação crítica é importante para que o aluno saiba que caminho seguir quando estiver no mercado de trabalho, sabendo discernir questões relevantes e para que não sejam apenas reprodutores de informações conforme o interesse do empregador.
Quantitativamente, percebe-se que o não predominou nas respostas dos docentes da UESPI, já que o currículo não aborda diretamente a questão ambiental, consequentemente, não há uma preocupação quanto a uma formação voltada para essa temática.
Sobre essa formação, Pedro Celso Campos (2006, p.413-414) afirma que há responsabilidade do jornalista para a obtenção de um ambiente sustentável, mas também é necessário que haja “uma responsabilidade social da área acadêmica que tem a missão de preparar melhor os jornalistas que vão tratar da questão ambiental. Do contrário, eles chegarão despreparados aos seus locais de trabalho [...]”.
Na UESPI, somente 11,11% dos docentes afirmaram que a instituição proporciona formação ambientalizada para os profissionais de jornalismo. Já 88,89% professores responderam negativamente.
A resposta positiva foi justificada a partir de comparação entre PPCs anteriores. O destaque foi que a abertura do projeto pedagógico proporcionou que a temática seja abordada, sendo, com isso, caracterizada como uma ambientalização curricular. Isso demonstra o pouco conhecimento do docente quanto à amplitude que se busca com a utilização do termo ambientalização curricular.
No entanto, essa visão não é compartilhada por outros docentes da Instituição vinculados ao curso de Comunicação Social/habilitação em jornalismo. Os docentes justificaram a resposta negativa pelo fato de o PPC defender o campo jornalístico e a questão ambiental não ser o centro das discussões. Além disso, percebe-se que a motivação deve partir de cada discente para estudar mais profundamente a temática.
Esses dados mostram que para os docentes não há uma ambientalização curricular na formação que a UESPI dá aos profissionais de jornalismo. A atualização do projeto pedagógico para adaptação às diretrizes curriculares do curso de jornalismo é uma oportunidade para se discutir a temática ambiental na formação profissional e incluí-la nas disciplinas obrigatórias, ampliando o campo de visão dos alunos e passando a ter a característica sobre a orientação prospectiva de cenários alternativos, buscando uma participação responsável com as gerações atuais e futuras.
Esse ponto faz um link com as respostas obtidas na questão seis do roteiro: Como você percebe a atuação do jornalista quanto ao desenvolvimento sustentável? Quanto a essa questão, as visões dos docentes da UFPI são consensuais em perceber que não há uma participação efetiva por parte desses profissionais em abordar a temática ambiental. Termos como atuação fraca, forma tímida e discussão muito nova foram utilizados nas respostas.
As colocações mais significativas destacaram a sensibilidade do jornalista com questões relacionadas ao meio ambiente, mas sem uma atuação relevante. Além disso, foi destacada também a melhoria na formação dos profissionais de jornalismo para que haja uma atuação efetiva em relação à temática.
Na UESPI, somente 9,09% dos docentes afirmaram que o jornalismo vem dando uma grande contribuição para a discussão da temática ao trazer a criação de editorias de meio ambiente, no entanto afirmou que ainda assim essa contribuição não é suficiente.
A percepção de pouca contribuição prevalece nas respostas obtidas. Os termos utilizados foram: contribuição pequena, forma tímida, pouco trabalhado, falta de conhecimento, trabalha esporadicamente. Com isso, percebe-se que há uma consciência por parte dos docentes que o mercado de trabalho não traz a temática ambiental de forma que provoque o público. Ao mesmo tempo, vincula-se a abordagem da temática a uma especialização do jornalismo e a interesses políticos.
Ao tempo em que a percepção que a atuação do jornalista ainda é incipiente quando se trata da questão ambiental, os docentes não utilizam disso para se discutir a formação que esses profissionais que estão no mercado de trabalho recebem na academia. É necessário ter em mente sempre a relação mercado e academia, em que os dois se influenciam mutuamente, não podendo ser realizada análise mercadológica sem se levar em conta a formação que esses profissionais recebem durante os quatro anos de curso de graduação.
A sétima pergunta traz a questão do conceito de desenvolvimento sustentável: Como você percebe o conceito de (define) desenvolvimento sustentável. Termos como: harmonia com o meio ambiente, convivência mútua, questão econômica e ideia sistêmica foram utilizadas pelos docentes. Houve uma diversificação, mas todos os professores da UFPI se utilizaram da questão ambiental em seu conceito. No entanto, cabe destacar que alguns docentes ampliaram a discussão e trouxeram pontos importantes que envolvem o desenvolvimento sustentável.
Nas respostas obtidas, houve percepção a partir de informações obtidas na mídia. Ou seja, mais uma vez fica evidente que ao mesmo tempo em que os docentes formam profissionais do jornalismo, esses, a partir do papel que possuem na sociedade, se tornam formadores de opinião, até mesmo dos docentes. No entanto, houve resposta que ultrapassaram a questão ambiental, incluindo os processos econômicos, antropológicos, culturais e políticos.
Como não há uma definição de desenvolvimento sustentável que seja consenso na comunidade científica, não se buscou obter uma definição consensual entre as respostas dos docentes.
Na UESPI foi percebida desarmonia nas respostas dadas pelos docentes. Foram utilizados termos como: continuidade, permanência, perspectiva econômica, conservação, preservação dos recursos, termo da moda.
Esses termos mostram a perspectiva que os docentes têm do conceito. O sentido de desenvolvimento que tenha longa duração também foi destacado, no entanto viu-se uma vinculação direta do conceito à preservação dos recursos naturais ou vinculação estrita ao meio ambiente. Além disso, os docentes destacam o termo como sendo atual, consequência de catástrofes ambientais e mudanças climáticas.
Com as respostas obtidas dos docentes das duas universidades, percebe-se que o conceito apresentado foi elaborado a partir de um senso comum. No entanto, há uma percepção ampliada, não sendo limitada à questão ambiental, isso pôde ser percebido a partir da inclusão da questão econômica e das relações sociais.
Ignacy Sachs (2004) afirma que o desenvolvimento sustentável exige o equilíbrio de cinco diferentes dimensões: social, ambiental, territorial, econômico e político:
Mari Elizabete Bernardini Seiffert (2014, p.36) sugere a inclusão da dimensão tecnológica pelo fato de que os “processos produtivos têm sua sustentabilidade comprometida na medida em que são escolhidas alternativas tecnológicas sem considerar sua adaptabilidade ao contexto em que irão ser implantadas”.
Diante disso, é importante que os professores não se limitem ao senso comum para ter uma percepção do que de fato é desenvolvimento sustentável, para que possam transmitir o conteúdo para os alunos.
O oitavo questionamento realizado foi: Qual a sua opinião sobre a inclusão do conceito de desenvolvimento sustentável nas Diretrizes Curriculares nacionais de jornalismo como: a) Competência geral; (compreender e valorizar); b) no eixo de formação humanística como fator essencial para o fortalecimento da democracia. Quando a questão é voltada para a inclusão do termo nas diretrizes nacionais para o curso de jornalismo, percebeu-se diferentes respostas: “extremamente importante”, “minha opinião é bastante favorável, “tem tudo a ver”, “democracia é um processo”, “Nunca parei para pensar”.
O questionamento dos docentes da UFPI quanto a essa questão é como será colocada em prática esses pontos defendidos nas diretrizes curriculares. É necessário sair da questão discursiva e adentrar na questão prática. Destacou-se a necessidade de desenvolver capacidade crítica dos alunos para que se torne um profissional com condições de se situar e interagir eticamente diante dos diferentes contextos.
Nas falas dos docentes percebem-se um ponto importante nas discussões trazidas até o momento: a necessidade dos jornalistas passarem a se preocupar com questões socioambientais, que traz como consequência a concretização da característica sobre o compromisso para a transformação das relações sociedade-natureza, gerando uma ação transformadora na sociedade a partir de uma reconstrução da visão de mundo predominante; e sobre a reflexão com a construção de novas visões que efetivem a participação responsável com as gerações atuais e futuras.
Foi possível perceber as diferentes questões levantadas pelos docentes, no entanto, nenhum foi desfavorável à colocação do termo desenvolvimento sustentável nas novas diretrizes, mas trouxeram como questão desafiadora a concretização disso no novo currículo do curso.
O destaque dado pelos professores da UESPI foi sobre a importância da inclusão, mas também questionaram se de fato serão colocadas em práticas as solicitações feitas nas novas diretrizes. Foram evidenciadas a atualidade do termo, a responsabilidade social do profissional de jornalismo e a importância do conhecimento legislativo.
Da mesma forma como foi colocada na definição trazida pelos docentes, a necessidade de qualificação é importante para se passar o conhecimento a respeito da temática ambiental. Além disso, não se deve apenas constar nas diretrizes, é preciso que se coloque em prática e se repasse aos alunos o conteúdo voltado para uma crítica sobre questões como meio ambiente.
E é diante dessa dificuldade que o último questionamento buscou saber como cada professor, individualmente, poderia colocar isso em prática em suas disciplinas, justamente buscando trazer percepções que possam ser utilizadas por outros docentes: Como pode ser trabalhada a competência de compreender e valorizar o desenvolvimento sustentável proposto pelas diretrizes curriculares na disciplina ministrada por você?
No entanto, os professores da UFPI foram pegos de surpresa e trouxeram respostas pouco aprofundadas. A justificativa mais utilizada foi que a temática não é abordada na ementa da disciplina, o que impossibilita ou dificulta a inclusão durante a realização das aulas.
Os docentes da UESPI também buscaram justificar a dificuldade de inclusão da temática nas disciplinas a partir da ausência nas ementas. Alguns chegaram a afirmar que disciplinas teóricas não permitem a inclusão da temática, visto que a ementa já estabelece o que será abordado.
Além disso, o destaque que deve ser dado é a vinculação da abordagem à disciplina de jornalismo especializado, por ser a única em que a ementa traz diretamente a questão a partir da abordagem do jornalismo ambiental. No entanto, foi possível perceber um esforço por parte dos docentes quanto à concretização das diretrizes, buscando encontrar uma maneira de incluir a temática ambiental, mesmo que de forma “esporádica” ou “genérica”.
Os docentes procuram incluir a temática nas disciplinas da mesma forma como são incluídos outros temas. Nas disciplinas práticas os docentes destacaram a possibilidade de fazer uma provocação em sala de aula e a inclusão da temática nos produtos realizados durante o semestre. Isso foi verificado nos docentes das disciplinas de rádio, impresso, TV e webjornalismo. Para além de trazer a temática, é necessário fazê-los pensar sobre a própria produção e como isso pode ser desenvolvido.
É possível afirmar que há um desafio em colocar em prática a inserção da temática ambiental de forma crítica durante a formação do profissional de jornalismo. A PNEA destaca a educação ambiental em seu caráter essencial e permanente, em todos os níveis e modalidades, mas a realidade percebida ainda está distante do que a lei determina.
No entanto, percebeu-se uma abertura por parte dos docentes de abordar a temática em suas disciplinas, mesmo não se tratando da disciplina de jornalismo ambiental. A ampliação da visão dos docentes é importante para a concretização das diretrizes e para a formação dos profissionais de jornalismo.
A partir das entrevistas realizadas, puderam-se obter as percepções dos docentes quanto à temática ambiental na formação de jornalistas nas duas universidades públicas do Piauí: UFPI e UESPI.
Sobre o posicionamento dos docentes ao questionamento de como o tema ambiental é trabalhado no curso de jornalismo durante a graduação, verificou-se que a temática não é abordada de forma crítica em sala de aula e que quando se dá é durante a elaboração de produtos jornalísticos nas disciplinas práticas ou da análise de um texto jornalístico. É importante destacar que no primeiro caso a abordagem aparece através do interesse do aluno em tratar da questão, sem o incentivo do docente.
A ausência de inclusão do assunto nas ementas faz com que os docentes justifiquem a pouca abordagem. Nesse ponto é perceptível que os professores não veem a educação ambiental como transversal, como defendido na legislação brasileira. Com isso, pode-se afirmar que é necessária uma mudança de percepção, onde possam ser formados profissionais com uma visão ampla das questões ambientais, trazendo a temática para além das tragédias ambientais e incorporando o assunto nas pautas que o perpassam.
Em relação à percepção dos docentes ao conceito de desenvolvimento sustentável verificou-se que ainda é baseada no senso comum, sem aprofundamento das questões que envolvem esse termo. Isso pode ser consequência do fato dos docentes se mostrarem alheios aos estudos sobre o assunto. As respostas mais aprofundadas foram de professores que trabalharam com a temática em algum estudo anterior ou realizaram cursos específicos sobre o tema, como foi o caso de um docente que possui especialização em Comunicação, Turismo e Desenvolvimento Sustentável. Com isso, o que se percebe é que para que o tema seja discutido em sala de aula e abordado nas diversas disciplinas, é necessário que os docentes estejam capacitados.
Há um desafio em colocar em prática a inserção da temática ambiental de forma crítica durante a formação do profissional de jornalismo.
Diante das respostas obtidas, percebeu-se que é necessário avanço nas discussões sobre a temática ambiental, partindo principalmente dos docentes, visto que estes demonstraram resistência quanto à inclusão do assunto em suas aulas, pois não há nada escrito nas ementas das disciplinas e ainda evidenciaram o não conhecimento sobre as leis que tratam especificamente da educação ambiental, em que o tema aparece como transversal, não sendo limitado a uma disciplina específica.
É indispensável que os profissionais de jornalismo saiam da universidade com capacidade crítica para agir nas mais diversas situações que terá durante o exercício da profissão, por isso, é preciso estar atento à formação dos jornalistas, considerando seu papel social e a necessidade de se ter um olhar crítico sobre o meio ambiente e as questões que o envolve.
Diante das modificações estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Jornalismo, houve o desafio de elaborar projetos pedagógicos que se adaptem à nova realidade. No entanto, cabe questionar se as discussões da temática ambiental de fato ocorreram na elaboração desses projetos. Mas, além disso, é necessário também discutir se as novas diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo apreenderam a importância das questões ambientais para a formação desse profissional.
Para que a temática seja discutida em sala de aula e abordada nas mais diversas disciplinas, é necessário que os docentes estejam capacitados para isso. Entretanto, como se dará essa capacitação? E ampliando mais ainda essa discussão, questiona-se se os gestores dos cursos estão preocupados com a questão ambiental para além da sala de aula.
Os desafios da formação do jornalista são muitos e precisam ser analisados e discutidos. É necessário trazer à tona questões que envolvem a temática ambiental, fazer com que os futuros jornalistas tenham conhecimento da temática, que problematizem a questão e possam ter uma visão crítica do tema para que no mercado de trabalho consigam lidar com as pautas, que possam ver além do óbvio e que possam ter um olhar crítico sobre sua produção jornalística.
Diante disso, os dados obtidos nessa pesquisa são importantes para se avaliar a formação de jornalistas ofertada pelas universidades do Piauí. As mudanças por parte do corpo docente são necessárias para que se tenha discussões sobre a abordagem dada à temática ambiental nos meios de comunicação e o cumprimento do papel social desses profissionais.
Esta pesquisa não pretende finalizar as discussões. Ao contrário. Busca-se trazer questionamentos sobre a formação dos jornalistas sobre a temática ambiental a partir da percepção dos docentes de universidades públicas. A pesquisa foi realizada em um contexto delimitação ao eixo de ensino e pode ser desenvolvida em contexto diferentes. Além disso, pode ser ampliado para os eixos de pesquisa, extensão e gestão, obtendo-se uma visão mais completa dessa formação.
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1. Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Piauí. Jornalista, pesquisadora. Secretária Executiva da UFPI – Universidade Federal do Piauí. E-mail: elinarabarros@gmail.com
2. Professor e pesquisador do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPI – Universidade Federal do Piauí e vinculado ao Departamento de Fundamentos da Educação da UFPI. E-mail: denispsi@bol.com.br
3. Professor, pesquisador e extensionista do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo – da UESPI – campus de Teresina – e voluntário no campus de Picos. Faz Pós-Doutorado em Comunicação, Cidadania e Região na Universidade Metodista de São Paulo. É doutor e mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com estágio doutoral na Universidad de Málaga, Espanha. Atua em pesquisas voltadas para cidadania e fenômenos do Sertão do Piauí. É vice-presidente da Rede Brasileira de Mídia Cidadã. E-mail: orlandoberti@yahoo.com.br
4. O curso de Jornalismo da UFPI foi criado em junho de 1984 pela Resolução CONSUN/UFPI nº 01 de 29/11/1983. É ofertado somente na capital do Estado, no Centro de Ciências da Educação “Prof. Mariano da Silva Neto” (CCE) localizado no campus Ministro Petrônio Portella. O curso possui 18 professores lotados no Departamento de Comunicação Social para ministrar disciplinas específicas.
5. O curso de Jornalismo do campus de Teresina foi criado no ano de 2002 e conta com sete professores efetivos na área de jornalismo, dois na área de Relações Públicas. Já o curso de Comunicação Social/habilitação em Jornalismo e Relações Públicas do campus de Picos foi autorizado pelo Conselho Universitário (CONSUN) através da Resolução nº 38/2001 de 28 de janeiro de 2001, tendo sua primeira turma ingressado em 2002. Este foi o primeiro curso da área a ser instituído no interior do estado Piauí
6. Um docente da UESPI que possuía os critérios estabelecidos foi coorientador da pesquisa desenvolvida no mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente na qual os dados aqui descritos foram produzidos, não sendo incluído como entrevistado para não afetar o resultado da pesquisa.