Espacios. Vol. 37 (Nº 32) Año 2016. Pág. 19
Donizeti Leandro de SOUZA 1; André Luiz ZAMBALDE 2
Recibido: 15/06/16 • Aprobado: 18/07/2016
2. Technology roadmapping (TRM): principais conceitos
3. TRM em grupos de pesquisa: uma proposta metodológica
RESUMO: Diante das recentes pressões econômicas e sociais para a dinâmica da inovação em universidades, o objetivo deste artigo é propor, a partir de uma abordagem metodológica, a aplicação do método Technology Roadmapping (TRM) em grupos de pesquisa acadêmicos (Research Group Roadmapping - RGTRM), indicando alternativas metodológicas para a construção de uma arquitetura TRM voltada para a inovação. Trata-se de uma proposta diferenciada, com vista a adaptar formatos, conteúdos e processos do método TRM/T-Plan para grupos de pesquisa, visando conduzir processos de pesquisas, geração de inovações, spin-offs e transferência de tecnologias para o mercado e para a sociedade. |
ABSTRACT: In the face of recent economic and social pressures to the dynamics of innovation in universities, the aim of this paper is to propose, from a methodological approach, the application of Technology Roadmapping method (TRM) in academics research groups (Research Group Roadmapping - RGTRM), indicating methodological alternatives for the construction of a TRM architecture focused on innovation. This is a different proposal, with a view to adapting formats, content and processes of the TRM/T-Plan method for research groups and to conduct research processes for generating innovations, spin-offs and technologies transfer to the market and for the society. |
Nos últimos anos, a sociedade tem exigido uma postura diferente das universidades, pois como na economia, os benefícios sociais da acumulação de conhecimentos científicos não podem mais ser negligenciados e os governos parecem estar dispostos a não mais alocar recursos nas instituições de pesquisa se não perceberem benefícios concretos de suas ações (Schwartzman, 2008; Castro, 2011).
Chiarini, Vieira e Zorzin (2012, p. 308) asseveram que, recentemente, “a literatura tem apresentado um número crescente de estudos que buscam verificar o impacto das universidades no sistema da inovação”. Isso traz impactos nas ações dos grupos de pesquisa, pois identificam-se estratégias ineficazes nos processos de geração de tecnologias e inovação. Grande parcela das habilidades de pesquisas não tem sido adequadamente complementada com competências de gestão e estratégias de integração da universidade com a dinâmica da inovação, surgindo a necessidade de ações coordenadas por meio de processos de aprendizagem coletiva e modelos de planejamentos estratégicos (Robledo, 2007).
As agências de fomento, assim como os governos, têm tido dificuldades em estabelecer prioridades na alocação de recursos para pesquisas de boa qualidade, dispersando os investimentos em uma grande quantidade de pequenos projetos que raramente se transformam em tecnologia aplicada e gera inovação econômica e/ou social (Schwartzman, 2008). Assim, melhorar a qualidade das pesquisas acadêmicas, de forma a torná-las relevantes para a sociedade, se mostra um grande desafio frente à cultura e a complexidade de gerar inovações nos grupos de pesquisa acadêmicos.
Considerando essa lacuna, percebe-se que os métodos de prospecção tecnológica poderiam auxiliar as universidades, em especial os grupos de pesquisa, na busca por uma visão compartilhada de quais seriam as demandas mais relevantes e os campos de estudos mais promissores, de forma a estabelecer prioridades e articular esforços em torno de pesquisas condicionadas aos interesses da sociedade (Zackiewicz, Bonacelli & Salles, 2005).
Dentre as diversas abordagens de estudos prospectivos existentes na literatura, evidencia-se que o uso do método Technology Roadmapping (TRM) poderia assumir uma importante alternativa para o planejamento estratégico das universidades. O TRM poderia auxiliar os pesquisadores a entender as bases de suas pesquisas (onde está agora), que tipos de resultados visam obter no futuro (para onde querem ir) e quais atividades devem ser priorizadas para atingir a visão futura (como chegar lá). Além disso, o TRM poderia promover a comunicação entre os pesquisadores (especialmente nos grupos de pesquisa) e apoiar as diversas atividades dos processos de inovação (Rinne, 2004; Ma, Liu & Nakamori, 2006; Phaal & Muller, 2007).
Ademais, a abordagem TRM poderia permitir a criação de um ambiente institucional participativo e em constante sintonia com os ambientes: micro, meso e macro, no sentido de manter a atenção dos grupos de pesquisa com as necessidades do mercado e da sociedade. Entende-se que para os grupos de pesquisa acadêmicos a capacidade de antecipar ações e prospectar pesquisas tornam-se atividades cruciais, visto a recente exigência da sociedade por uma postura mais ativa das universidades, o que exige novas estratégias de pesquisas capazes de incluir as expectativas da sociedade e a dinâmica do mercado nos processos de inovações.
A partir do contexto definido e reconhecendo a necessidade de estudos prospectivos aplicados a grupos de pesquisa acadêmicos, propõe-se, com o presente estudo, apresentar uma proposta metodológica capaz de atender o seguinte problema de pesquisa: como aplicar e desenvolver o método Technology Roadmapping (TRM) em grupos de pesquisa acadêmicos, visando à prospecção de inovações e a geração de valor para a sociedade? Identificar respostas e processos metodológicos à construção de uma arquitetura para essa problemática poderia contribuir para a dinâmica da inovação nos grupos de pesquisa, alinhando os interesses da academia com as necessidades da sociedade.
Além disso, as universidades poderiam obter informações valiosas sobre direções tecnológicas críticas da inovação, permitindo estabelecer prioridades frente às lacunas tecnológicas e as competências centrais a serem desenvolvidas no alinhamento das pesquisas científicas com as demandas da sociedade (Gedney, Mcelroy; Winkler, 1998).
Assim, o objetivo deste artigo é propor a aplicação do método Technology Roadmapping (TRM), a partir da metodologia T-Plan (Phaal, Farrukh & Probert, 2004), em grupos de pesquisa acadêmicos, indicando alternativas metodológicas para a construção de uma arquitetura TRM voltada para a inovação.
O estudo está dividido em três seções, além desta introdução. Na primeira seção destacam-se a evolução e os principais conceitos do Technology Roadmapping (TRM), enquanto método de prospecção tecnológica e sua aplicação em grupos de pesquisa. Na segunda seção serão apresentadas as propostas metodológicas para a criação de uma arquitera TRM em grupos de pesquisa (Research Group Roadmapping - RGTRM). Por fim, na última seção serão apresentadas as considerações finais sobre o uso do TRM em grupos de pesquisa, apresentando as principais conclusões do estudo, assim como as possíveis limitações e a agenda para estudos futuros.
As rápidas mudanças geradas pela sociedade do conhecimento intensificaram não somente os níveis de incerteza, como também a complexidade dos processos de tomadas de decisões e planejamento estratégico, apontando para a necessidade de uma nova dinâmica sobre o futuro. Essa tendência vem produzindo maior demanda por estudos ligados ao planejamento estratégico, prospecção, diagnósticos e visões de futuro por parte de governos e das demais organizações (Coelho, Santos, Santos & Fellows, 2005).
Uma das áreas de estudos que vem se destacando nos últimos anos no campo empresarial, e mais recentemente no campo acadêmico, refere-se aos métodos de prospecção (Carvalho, Fleury & Lopes, 2013), que apesar de terem sido criadas na década de 1950, ganharam força na década de 1990, em decorrência das transformações políticas, econômicas e tecnológicas ocorridas no cenário mundial (Coelho et al., 2005).
Há um senso comum entre os pensadores da estratégia que o futuro é um elemento fundamental para o posicionamento de uma organização, por isso desde os primeiros tempos as pessoas têm se interessado no futuro e usado cenários como uma ferramenta para explorar o futuro da sociedade e suas instituições. Embora as técnicas de cenários sejam antigas, a aplicação delas para o planejamento estratégico no contexto de negócios é um fenômeno relativamente novo, principalmente a partir da evolução das três escolas dominantes na criação de cenários: (1) modelos lógico-intuitivos, (2) os modelos prospectivos e (3) os modelos probabilísticos de tendências (Bradfield, Wright, Burt, Cairns, Heijden, 2005).
Os modelos lógico-intuitivos seguem uma orientação estratégica indutiva ou dedutiva, essencialmente subjetiva e qualitativa, cujos cenários são desenvolvidos a partir de especialistas-chave da organização. Os modelos prospectivos seguem uma orientação dirigida a partir de abordagens objetivas, quantitativas e analíticas. São modelos baseados em modelagem matemática e combinam experiência dos especialistas-chave da organização com a liderança de um consultor externo especializado. Por fim, os modelos probabilísticos de tendências assumem abordagens objetivas, quantitativas e analíticas, utilizando sistemas de previsão e simulação baseados em sistemas computadorizados complexos, em que a criação de cenários é realizada por consultores externos especializados (Bradfield et al. 2005).
Dentre os principais métodos de prospecção utilizados, Carlos, Paiva e Forte (2002) destacam quatro métodos muito comuns na literatura, são elas: (1) Delphi, que consiste num questionário interativo aplicado repetidas vezes a um grupo de especialistas; (2) Séries temporais, que consiste na coleta de dados históricos para projetar uma predição; (3) Matriz de impacto cruzado, que consiste num sistema de eventos interrelacionados e interdependentes a partir da opinião de especialistas e (4) Modelos de simulação, métodos de prospecção que consiste em representações matemáticas da realidade.
No campo da ciência e da tecnologia, se destaca o uso do método Technology Roadmapping (TRM), sendo utilizado para mapear as tendências de um campo científico e/ou antecipar oportunidades de negócios nos mais variados setores econômicos, políticos e sociais, impulsionando o desenvolvimento de novos produtos, plataformas de negócios, tecnologias e inovações, o que permite alinhar esforços científicos com tendências mercadológicas (Rinne, 2004; Coelho et al., 2005; Phaal & Muller, 2007).
O método de prospecção TRM surgiu no ambiente empresarial na década de 1970, desenvolvido pela Motorola, visando melhorar o alinhamento entre tecnologia e inovação frente às tendências do mercado de eletrônicos (Willyard & Mcclees, 1987; Phaal et al., 2004; Coelho et al. 2005; Ma et al., 2006).
No campo acadêmico, o interesse pelo método TRM iniciou-se em 1997, ganhando notoriedade a partir de 2004, período em que houve um aumento expressivo no número de publicações, motivado, principalmente, pelo interesse de gestores/pesquisadores na avaliação dos resultados dessa metodologia (Vatananan & Gerdsri, 2012; Carvalho et al. 2013).
Desde então, a aplicação do método TRM em estudos de prospecção tem se tornado uma tendência mundial na identificação de novas tecnologias nas dimensões micro, meso e macro, construindo visões de futuro capazes de avaliar e monitorar os impactos do conhecimento científico na articulação dos sistemas da ciência, da tecnologia e da inovação, tendo como idéia central que “o futuro se constrói a partir do presente” (Coelho et al., 2005).
O conceito de “roadmaps” se refere aos roteiros ou mapas necessários para planejar e implementar planos visando atingir um objetivo futuro. Esses roteiros podem ser comparados a um mapa rodoviário que permite a um viajante decidir, entre as diversas rotas alternativas, qual o melhor percurso para se alcançar o destino-alvo. A elaboração de roadmaps permite alinhar as tendências do mercado com as estratégias competitivas, incorporando, explicitamente, um plano para que a infraestrutura, as competências e as tecnologias necessárias estejam alinhadas e disponíveis no momento adequado (Coelho et al., 2005).
Segundo Rinne (2004); Phaal e Muller (2007), o processo de desenvolvimento de um “roadmapping” é mais valioso do que o próprio roadmap (roteiro), devido aos aprendizados gerados pela comunicação entre os agentes envolvidos. Assim, é importante compreender a natureza do processo de elaboração do TRM, e com isso, relacioná-lo com outros processos organizacionais, tais como planejamento estratégico e processos de inovação.
O TRM se diferencia de outras abordagens de prospecção tecnológica pela variedade de formas gráficas em que os mapas tecnológicos são construídos, tendo como objeto de prospecção uma série de camadas baseadas no tempo, que geralmente se conectam por meio de relações entre as dimensões de mercados e produtos com o desenvolvimento de tecnologias necessárias (Phaal et al., 2004; Rinne, 2004; Carvalho et al., 2013).
O que se busca é construir uma visão de futuro e identificar quais as tecnologias necessárias para atingí-las. Incluem-se, na utilização deste método, a identificação de conhecimentos científicos, a formulação de modelos, a identificação de gargalos, as descontinuidades e os gaps do conhecimento (Coelho et al., 2005).
O método TRM pode representar uma variedade de formas gráficas em termos de planejamento de produtos/serviços, planejamento estratégico, planejamento do capital intelectual, inovações, projetos, processos e planejamento de integração. De forma genérica, o TRM pode ser representado por um modelo gráfico baseado no tempo (conforme Figura 1), que compreende uma série de camadas, em ambas as perspectivas econômicas, tecnológicas e sociais, permitindo explorar evoluções de mercados, produtos e tecnologias (Phaal et al., 2004; Coelho et al., 2005).
Figura 1. Esquema TRM: Como a tecnologia pode ser alinhada com o desenvolvimento
de produtos e serviços, estratégias de negócios e oportunidades de mercado
Fonte: Phaal et al. (2004, p.10)
Phaal et al. (2004) conceituam TRM como um método flexível, amplamente utilizado para apoiar o planejamento estratégico de longo prazo. A abordagem fornece formas estruturadas para explorar e comunicar as relações entre as tendências de mercados, produtos e tecnologias, sugerindo uma visão altamente dinâmica do futuro, que é o pano de fundo para qualquer situação de planejamento tecnológico e organizacional.
Complementando esses conceitos, Rinne (2004); Guo (2010); Carvalho et al. (2013), revelam que o uso do TRM tem se concentrado em dois propósitos principais: (1) inovação, incluindo tecnologia, gestão, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e (2) níveis de estratégia organizacionais. Entre as principais vantagens do método, os autores destacam: (i) alinhamento das tecnologias com os objetivos do negócio; (ii) identificação das tendências do mercado e a conexão do futuro com o presente; (iii) estímulo à aprendizagem e avaliação de tecnologias emergentes; (iv) discussão em torno de etapas específicas do processo de inovação; (v) melhorias na comunicação entre projetos e programas organizacionais; (vi) auxílio para os especialistas “preverem” novas tecnologias e ciências; (vii) método de solução simples para questões complexas e (viii) alto teor de informações para tomadas de decisões.
Ademais, segundo Ma et al. (2006); Phaal e Muller (2007), o TRM pode significar coisas diferentes, em contextos diferentes. No entanto, todos os roadmaps têm em comum o objetivo de ajudar a esclarecer três problemas principais: Onde estamos agora? Para onde queremos ir? Como podemos atingir os objetivos futuros? Nesse sentido, a aplicação do TRM em grupos de pesquisa acadêmicos poderia auxiliar os pesquisadores a entender as bases de suas pesquisas (onde está agora), que tipo de resultados visam obter no futuro (para onde quer ir) e quais atividades devem ser priorizadas para atingir a visão futura (como chegar lá). Além disso, o TRM pode promover a comunicação entre os pesquisadores, os quais muitas vezes trabalham com atividades complexas e dinâmicas.
Em pesquisa com 2000 empresas de manufatura do Reino Unido, Farrukh, Phaal e Probert (2001) identificaram que cerca de 10% das empresas (principalmente grandes) têm aplicado o método TRM e, aproximadamente, 80% dessas empresas têm utilizado o método com frequência. No entanto, os autores identificaram que a aplicação da abordagem TRM tem apresentado desafios consideráveis para as organizações, uma vez que seus processos não incluem orientações detalhadas sobre como aplicar essa metodologia.
Com o propósito de preencher essa lacuna e facilitar o processo de criação do primeiro roadmap, Robert Phaal, Clare Farrukh e David Probert criaram uma metodologia denominada T-Plan, cujo objetivo é promover um ambiente de comunicação e resolução de problemas no processo de aplicação do TRM. Esta abordagem foi desenvolvida a partir de uma investigação com mais de 20 roadmaps desenvolvidos em diferentes tipos de empresas e setores, visando apoiar o início dos processos de implementação do TRM; identificar oportunidades de mercados, produtos/serviços e tecnologias; estabelecer vínculos entre os recursos; desenvolver estratégias e dar suporte a comunicação entre as funções técnicas e comerciais (Phaal et al., 2001; Phaal et al.2004).
Segundo Phaal et al. (2004) a metodologia T-Plan é composta por duas partes principais: (1) a abordagem padrão, responsável por apoiar o planejamento do produto/serviço e (2) a abordagem personalizada, que inclui orientações sobre a aplicação mais ampla da metodologia. Na abordagem padrão são realizados quatro workshops, os três primeiros focando as três camadas principais do roadmap (mercado, produto/serviço e tecnologia), e o workshop final buscando convergir os temas debatidos nos três workshops iniciais (com base numa linha do tempo) para a construção do gráfico (roadmap). Com o aprendizado e a confiança gerada pela abordagem padrão (aplicação inicial), inicia-se a abordagem personalizada, identificando a melhor forma de avançar no processo dentro da organização, conforme apresentado na Figura 2.
Figura 2. Etapas do processo T-Plan
Fonte: Phaal et al. (2004, p.17)
Importante destacar que o processo de implantação é impulsionado pelas forças do mercado, na qual identifica soluções tecnológicas inovadoras que podem dar origem a novos produtos, serviços e oportunidades, representando uma oportunidade de aplicação em grupos de pesquisa, na identificação de tendências futuras capazes de direcionar os esforços presentes relacionados aos processos de inovação.
Atualmente existe um direcionamento global ao conceito de universidades como protagonistas da produção do conhecimento e da geração de tecnologias para a sociedade (Etzkowitz, 2003; Castro 2011; Chiarini et al., 2012). Geralmente, essas tecnologias incorporadas às comunidades, assumem o status de "inovações”. O fato é que as pesquisas, cada vez mais, estão sendo orientadas às inovações que respondam às necessidades da sociedade, da qual se origina e que a subvenciona. Uma pesquisa que, por sua utilidade, ganhe autonomia diante dos governos e legitimidade perante a sociedade (Gedney et al., 1998; Ma et al., 2006; Schwartzman, 2008; Vatananan & Gerdsri, 2012).
Uma forma de romper a barreira existente entre o conhecimento científico e o desenvolvimento socioeconômico é por meio da melhoria nos processos da inovação. Neste contexto, a universidade tem sido reconhecida como um importante agente dessa dinâmica ao concentrar uma alta taxa de capital humano, geralmente organizada em grupos de pesquisa com estruturas físicas e intelectuais que tornam a universidade um espaço vivo para novas descobertas (Etzkowitz, 2003; Chiarini et al., 2012).
No entanto, perecebe-se que as universades e, principalmente, os grupos de pesquisa acadêmicos, têm sido ineficazes nos processos de produção de conhecimentos e geração de inovações. A maioria dos pesquisadores acadêmicos se absteve da comercialização das pesquisas, fato esse motivado pela ausência de estratégias de gestão na dinâmica da inovação, postura que vem mudando devido as fortes pressões sociais sobre o papel da universidade em contribuir para o desenvolvimento econômico e social (Etzkowitz, 2003; Robledo, 2007). Emerge, assim, a necessidade de estudos voltados para a melhoria da gestão das pesquisas, especialmente nos grupos de pesquisa acadêmicos, atribuindo planejamentos, diagnósticos e visões de futuro capazes de superar os desafios e garantir o direcionamento das investigações, no sentido de promover inovações na sociedade (Gedney et al., 1998; Robledo, 2007; Cozzi, Júdice, Dolabela & Filion, 2008; Vatananan & Gerdsri, 2012).
Por grupos de pesquisa compreende-se o conjunto de pesquisadores, docentes, estudantes e pessoal de apoio técnico, aos quais organizam-se em torno de linhas de pesquisas, respeitando uma hierarquia em que as interações entre os integrantes, a troca de experiências e as competências técnico-científicas do(s) líder(es) são valorizadas. Os grupos de pesquisa se caracterizam por um conjunto de pessoas que compartilham recursos, informações e instalações físicas, a fim de gerar conhecimento científico por meio de processos colaborativos (Odelius et al., 2011).
Wang e Guan (2005), com o propósito de avaliar a eficiência da produção do conhecimento científico em grupos de pesquisa, identificaram algumas estratégias de gestão do conhecimento que podem facilitar a produção e a partilha de conhecimentos científicos a partir das seguintes ações: (a) configuração de “mapas do conhecimento” capazes de oferecer importantes informações aos pesquisadores; (b) criação de reuniões formais e informais para a identificação de oportunidades; (c) incentivo aos membros dos grupos de pesquisa para a otimização da comunicação entre si e (d) ajuda aos grupos de pesquisa para obterem o apoio de especialistas como suporte para tomadas de decisões.
Com base nessas premissas, percebe-se que o uso de métodos de prospecção tecnológica poderia objetivar a busca por uma visão compartilhada de quais seriam as demandas mais importantes e os campos mais promissores de pesquisas, de forma a estabelecer prioridades e articular os diversos atores em torno de pesquisas acadêmicas condicionadas aos interesses econômicos e sociais (Zackiewicz et al., 2005).
Segundo Amparo, Ribeiro e Guarieiro (2012), ações de prospecção são fundamentais e constituem a ferramenta básica para mapear desenvolvimentos científicos e tecnológicos capazes de orientar os esforços empreendidos na organização dos sistemas nacionais de inovação, tanto no âmbito empresarial, como acadêmico. Neste sentido, o uso do TRM, em grupos de pesquisa, poderia auxiliar no gerenciamento do conhecimento científico e apoiar as atividades de desenvolvimento de produtos, serviços e atividades específicas dos processos de inovação (Ma et al., 2006).
Ademais, percebe-se que a aplicação do TRM poderia representar uma poderosa ferramenta para que pesquisadores planejem suas pesquisas visando o desenvolvimento de tecnologias integradas, o que poderá auxiliar a cooperação entre universidades, empresas e governos na gestão e aplicação de conhecimentos voltados à inovação (Strauss & Radnor, 2004; Yan, Kobayashi & Nakamori, 2005).
Segundo Cozzi et al. (2008), as sociedades que continuarem a financiar pesquisas cujos resultados não puderem gerar valor agregado, ver-se-ão numa situação em que não haverá fundos suficientes para manter a competição com as sociedades nas quais a pesquisa dê origem a valores sistêmicos. Dessa forma, as universidades devem repensar seus processos de produção de conhecimento, servindo como incubadoras de ideias que possam ser transbordadas para a sociedade em forma de processos inovativos, já que a inovação é o principal dinamizador da atividade capitalista (Chiarini et al., 2012).
Devido ao caráter exploratório, a pesquisa-ação e a ciência orientada ao projeto (Design Science Research – DSR) se tornam abordagens metodológicas apropriadas à aplicação do TRM em grupos de pesquisa. A “DSR” e pesquisa-ação relacionam-se a uma investigação com forte caráter instrumental, pois articulam, geram e se organizam na prática, centrando em problemas ou aplicações dos objetivos nela implicados. Esse tipo de pesquisa é orientada para a ação, na solução de problemas que formam parte da realidade, uma abordagem de mudança, de modificação da situação real (Perez Serrano, 1998; Huang, 2010; Zhang et al., 2014).
A aplicação do método TRM deve ser realizada em estreita associação com a ação e com a resolução de um problema no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação estejam envolvidos de modo cooperativo e participativo (Thiollent, 2005). O problema a ser resolvido consiste na avaliação da situação atual dos grupos de pesquisa e de suas áreas específicas na discussão de um posicionamento futuro, indicando os caminhos a serem percorridos. As ações devem envolver o estabelecimento de um canal de comunicação entre os pesquisadores, por meio de reuniões, entrevistas e grupos focais, além da incorporação de ideias de planejamento prospectivo e participativo capazes de conduzir discussões sobre mercados, oportunidades, pontos-chave de melhoria interna e inovações (Phaal et al., 2004; Ma et al., 2006; Vatananan & Gerdsri, 2012).
A questão chave é identificar proposições heurísticas para a criação de uma arquitetura TRM aplicada a grupos de pesquisa (Research Group Roadmapping - RGTRM). Com o propósito de facilitar a aplicação do método TRM, propõe-se aplicar a metodologia T-Plan, cujo objetivo é promover um ambiente de comunicação e resolução de problemas na fase inicial da criação de uma arquitetura própria. A metodologia T-Plan propõe uma série de etapas, nos quais as discussões de especialistas são organizadas em formas de workshops, desde os elementos do mercado (market pull) e das necessidades percebidas (needs driven) à contrução do mapa tecnológico (roadmap), de forma a apresentar os percursos necessários de tecnologias, recursos, gaps e oportunidades futuras (Phaal et al., 2004; Coelho et al., 2005).
Seguindo os procedimentos teórico-metodológicos da metodologia T-Plan, Phaal et al. (2004) sugerem que a aplicação inicial da técnica envolva a organização de quatro workshops focados na prospecção de mercados, estratégias para o desenvolvimento de produtos ou serviços, tecnologias necessárias e os processos necessários para alinhar os gap prospectados.
Os temas devem ser debatidos considerando a linha do tempo em que cada processo se torna necessário para alinhar tendências de mercados, produtos/serviços e tecnologias. Com o aprendizado e a confiança gerada pela aplicação inicial da técnica T-Plan, inicia-se a abordagem personalizada, identificando a melhor forma de avançar no processo de prospeção de inovações, segundo os diversos interesses dos grupos de pesquisa. Neste sentido, propõe-se a elaboração de uma arquitetura metodológica do T-Plan (RG-TRM) a partir de 10 etapas, as quais podem ser melhor observados na Figura 3.
Figura 3. Modelo para elaboração da arquitetura RG-TRM
Fonte: Adaptado de Phaal et al. (2004)
Na etapa 1, propõe-se realizar uma análise do grupo de pesquisa, identificando as atividades, componentes, áreas e linhas de pesquisa, estratégias, relacionamentos entre os pesquisadores participantes, visão de negócio e inovações. Trata-se de uma fase diagnóstica de planejamento para a organização do workshop 1 (etapa 2), na organização de uma agenda de trabalho baseada em atividades recomendadas pelo T-Plan, através do levantamento de informações sobre pesquisas e pesquisadores-chave para a identificação de tendências sobre inovações, negócios e gaps relacionados a dimensão: mercado.
Uma vez realizado o diagnóstico do grupo de pesquisa (etapa 1) e o planejamento da pesquisa (etapa 2), propõe-se realizar o workshop 1 – mercado (etapa 3), explicando a sistemática da metodologia T-Plan aos pesquisadores participantes, além de apresentar os assuntos e os objetivos de discussão. Após a apresentação e discussão dos assuntos planejados, o que poderá ser melhor operacionalizado com o uso de cartelas, realiza-se a organização e sistematização das informações do workshop 1 – mercado (etapa 4). Nesta etapa devem-se tratar as informações coletadas dos pesquisadores-chave através de critérios, previamente estabelecidos, para a dimensão mercado, conforme proposto pela metodologia T-Plan (Phaal et al., 2004).
Com base nos resultados sistematizados da dimensão “mercado”, realiza-se o planejamento e uma rodada de discussões com os mesmos pesquisadores-chave através do workshop 2 – Produtos/serviços (etapa 5). Nesta etapa realiza-se uma apresentação resumida e organizada das informações do workshop 1, além de apresentar os objetivos relacionados à dimensão “Produtos/serviços”, de acordo com os interesses do grupo de pesquisa. Uma vez discutidos os assuntos, realiza-se o tratamento das informações do workshop 2 (etapa 6), identificando as relações dos produtos e serviços através do escalonamento de prioridades, tendo como base os gaps identificados no workshop 1 (mercado).
Definidas as relações de produtos/serviços e o escalonamento de prioridades, realiza-se o workshop 3 – “tecnologias” (etapa7). Nesta etapa realiza-se uma apresentação resumida e organizada das informações do workshop 2 (produtos/serviços) e inicia-se a discussão das tecnologias necessárias para o desenvolvimento de produtos/serviços definidos no workshop 2. Após esta etapa, organiza-se as informações do workshop 3 (etapa 8) e com base nas informações acumuladas, elabora-se um esboço do mapa tecnológico (roadmap).
Por fim, tendo como base o roadmap desenvolvido, realiza-se o workshop 4 – mapeamento (etapa 9), discutindo as informações remanescentes e o marco temporal das dimensões de mercado (workshop 1), produtos/serviços (workshop 2) e tecnologias (workshop 3) para finalização do mapa tecnológico e avaliação do processo de mapeamento. Após esta etapa apresentam-se os resultados finais do roadmap aos pesquisadores-chave participantes (etapa 10) para validação da arquitetura do RG-TRM elaborada (Phaal et al., 2004).
Diante das recentes pressões de governos, agências de fomentos e da sociedade para um melhor aproveitamento dos recursos financeiros aplicados em pesquisas científicas, as universidades, enquanto agentes responsáveis pela dinâmica da inovação, têm sido questionadas sobre a forma como alocam recursos e definem estratégias de pesquisas em relação aos interesses da sociedade (Schwartzman, 2008; Castro, 2011).
Considerando essa lacuna, o presente estudo teve como objetivo propor a aplicação do método Technology Roadmapping (TRM), a partir da metodologia T-Plan (Phaal et al., 2004), em grupos de pesquisa acadêmicos, indicando alternativas metodológicas para a construção de uma arquitetura TRM voltada para a inovação. Conclui-se que a prospecção tecnológica poderia auxiliar, pesquisadores e grupos de pesquisa, na busca por uma visão compartilhada de quais seriam as demandas mais relevantes e os campos de estudos mais promissores para o desenvolvimento de inovações, de forma a estabelecer prioridades e articular esforços em torno de pesquisas condicionadas aos interesses da sociedade (Zackiewicz et al., 2005).
O método Technology Roadmapping (TRM), se aplicado ao ambiente acadêmico, poder-se-á melhorar a partilha de conhecimentos entre pesquisadores e demais interessados. Além disso, o roadmapping, como um processo de planejamento prospectivo, poderia ser capaz de direcionar as pesquisas científicas na geração de inovações a partir da identificação de “tecnologias emergentes” e/ou “invenções criativas” de seus pesquisadores (especialistas), dentro de um ciclo contínuo de interação e aprendizados (Ma et al., 2006).
Devido à escassez de estudos relacionados à dinâmica da inovação em grupos de pesquisa e a aplicação de estudos prospectivos no ambiente acadêmico (Etzkowitz, 2003; Carvalho et al., 2013), esse estudo se mostra relevante ao explorar a dinâmica da inovação em grupos de pesquisa de forma sistematizada. Dessa forma, poder-se-á direcionar os estudos científicos para gerar inovações e facilitar o acesso a fontes de recursos (financiamentos) no médio e longo prazo.
Trata-se de um desafio metodológico, tanto no contexto da administração (considerando estratégia e gestão), como na abordagem da inovação, com o propósito de preparar os grupos de pesquisa para a realização de estudos prospectivos, visando não somente publicações científicas, mas também aspectos relacionados ao planejamento e as tomadas de decisões no fomento de inovações (sociais e econômicas).
Dentre as principais limitações do estudo, destaca-se que a aplicação do TRM em grupos de pesquisa deve ser analisada com cautela, pois o método é mais apropriado a grupos de pesquisa envolvidos com o desenvolvimento de produtos e não ao desenvolvimento de processos ou outras formas de pesquisas que não envolvam as dimensões de mercado, produtos/serviços e tecnologias. Outra limitação deve-se ao caráter teórico da proposta metodológica, surgindo a necessidade de estudos empíricos para validação da metodologia apresentada, assim como novas agendas de estudos sobre o papel dos grupos de pesquisa na dinâmica da inovação.
Ademais, ressalta a contribuição deste estudo para pesquisadores e universidades na proposição de uma arquitetura em que grupos de pesquisa possam familiarizar, entender e realizar o planejamento prospectivo de suas atividades. Trata-se de uma proposta diferenciada, com vista a adaptar formatos, conteúdos e processos do método TRM/T-Plan para grupos de pesquisa acadêmicos, visando conduzir planejamentos estratégicos de pesquisas científicas capazes de contribuir para a geração de inovações, spin-offs e transferências de tecnologias para o mercado e para a sociedade.
Amparo, K. K. S., Ribeiro, M. C. O., & Guarieiro, L. L. N. (2012). Estudo de caso utilizando mapeamento de prospecção tecnológica como principal ferramenta de busca científica. Perspectivas em Ciência da Informação, 17(4), 195-209.
Bradfield, R., Wright, G., Burt, G., Cairns, G., & Van Der Heijden, K. (2005). The origins and evolution of scenario techniques in long range business planning. Futures, 37(8), 795-812.
Carlos, M. G. O., Paiva Filho, A. S. & Forte, S. H. A. C. (2002). Contribuições recentes ao estudo de cenários na estratégia empresarial: miopia opcional ou tudo ainda embriões? Anais do Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração - EnANPAD, Salvador, BA, Brasil, 26.
Carvalho, M. M., Fleury, A., & Lopes, A. P. (2013). An overview of the literature on technology roadmapping (TRM): Contributions and trends. Technological Forecasting and Social Change, 80(7), 1418-1437.
Castro, M. H. M. (2011). Universidades e Inovação: configurações institucionais & terceira missão. Caderno CRH, 24(63), 555-573.
Chiarini, T.; Vieira, K. P. & Zorzin, P. L. G. (2012). Universidades federais mineiras: análise da produção de pesquisa científica e conhecimento no contexto do sistema mineiro de inovação. Nova Economia, 22(2), 307-332.
Coelho, G. M.; Santos, D. M. Santos, M. M. & Fellows-Filho, L. (2005). Caminhos para o desenvolvimento em prospecção tecnológica: Technology Roadmapping - um olhar sobre formatos e processos. Parcerias Estratégicas, 10(21), 199-234.
Cozzi, A., Judice, V., & Dolabela, F. (2008). Empreendedorismo de base tecnológica. Rio de Janeiro: Elsevier.
Etzkowitz, H. (2003). Research groups as ‘quasi-firms’: the invention of the entrepreneurial university. Research policy, 32(1), 109-121.
Farrukh, C. J. P., Phaal, R., & Probert, D. R. (2001). Industrial practice in technology planning-implications for a useful tool catalogue for technology management. In: Management of Engineering and Technology, 2001. PICMET. 29th Portland International Conference - IEEE.
Gedney, R. W., McElroy, J. B., & Winkler, P. E. (1998). The implications of roadmapping on university research. In Electronic Components & Technology Conference, 1998. 48th IEEE (pp. 638-642). IEEE.
Guo, W. (2010). Technology roadmapping as a new tool of knowledge management. In Control and Decision Conference (CCDC), IEEE, pp. 1658-1661.
Huang, H. B. (2010). What is good action research. Action Research, 8(1), 93-109.
Ma, T., Liu, S., & Nakamori, Y. (2006). Roadmapping as a way of knowledge management for supporting scientific research in academia. Systems Research and Behavioral Science, 23(6), 743-755.
Odelius, C. C., Abbad, G. D. S., Resende Junior, P. C., Sena, A. D. C., Viana, C. R., Freitas, T. L., & Santos, T. C. N. D. (2011). Processos de aprendizagem, competências aprendidas, funcionamento, compartilhamento e armazenagem de conhecimentos em grupos de pesquisa. Cadernos EBAPE. BR, 9(1), 199-220.
Pérez Serrano, G. (1998). Investigación qualitativa, retos e interrogantes. (2ª ed.). Madrid: Editorial La Muralla.
Phaal, R.; Farrukh, C. & Probert, D. (2001). T-Plan: fast start to Technology Roadmapping - planning you route to success. Cambridge: Centre for Technology Management, University of Cambridge.
Phaal, R., Farrukh, C. J., & Probert, D. R. (2004). Technology roadmapping—a planning framework for evolution and revolution. Technological forecasting and social change, 71(1), 5-26.
Phaal, R., & Muller, G. (2007). Towards visual strategy: An architectural framework for roadmapping. In Management of Engineering and Technology, Portland International Center for (pp. 1584-1592). IEEE.
Rinne, M. (2004). Technology roadmaps: Infrastructure for innovation. Technological Forecasting and Social Change, 71(1), 67-80.
Robledo, J. (2007). De los grupos consolidados de investigación a los sistemas dinámicos de innovación: el desafío actual del desarrollo científico y tecnológico colombiano. Dyna, 74(152), 1-7.
Schwartzman, S. (2008). The Leading Latin American Universities and Their Contribution to sustainable development in the region. In: Schwartzman, S. (Org.). University and Development in Latin America: Successful Experiences of Research Centers. Institute of Labor and Society Studies, Rio de Janeiro: Sense Publishers, pp. 5-20.
Strauss, J. D., & Radnor, M. (2004). Roadmapping for dynamic and uncertain environments. Research technology management, 47(2), 51-58.
Thiollent, M. (2005). Metodologia da Pesquisa-ação. (14a ed.). São Paulo: Cortez.
Vatananan, R. S., & Gerdsri, N. (2012). The current state of technology roadmapping (TRM) research and practice. International Journal of Innovation and Technology Management, 9(04), 1250032.
Wang, J., & Guan, J. (2005). The analysis and evaluation of knowledge efficiency in research groups. Journal of the American Society for Information Science and Technology, 56(11), 1217-1226.
Willyard, C. H. (1987). Motorola's technology roadmap process. Research Mgmt., 30(5), 13-19.
Yan, J., Kobayashi, T., & Nakamori, Y. (2005). Study on a roadmapping system as a decision making process for supporting scientific research. In Services Systems and Services Management, 2005. Proceedings of ICSSSM'05. 2005 International Conference on (Vol. 2, pp. 1205-1209). IEEE.
Zackiewicz, M., Bonacelli, M. B., & Salles Filho, S. (2005). Estudos prospectivos e a organização de sistemas de inovação no Brasil. São Paulo em perspectiva, 19(1), 115-121.
Zhang, Z., Fyn, D., Langelotz, L., Lönngren, J., McCorquodale, L., & Nehez, J. (2014). Our way (s) to action research: Doctoral students’ international and interdisciplinary collective memory work. Action Research, 12(3), 293-314.
1. Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas – Campus Três Corações/MG e doutorando em Administração pela Universidade Federal de Lavras/MG. Email: souza.doni@yahoo.com.br
2. Professor na Universidade Federal de Lavras/MG e Doutor em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.