HOME | ÍNDICE POR TÍTULO | NORMAS PUBLICACIÓN Espacios. Vol. 37 (Nº 31) Año 2016. Pág. 33
Camila SILVA-FAVRETTO 1; Matheus Nunes da SILVA 2; Simoni Maria LOVERDE-OLIVEIRA 3
Recibido: 25/05/16 • Aprobado: 03/07/2016
RESUMO: Os organismos bioindicam a magnitude das perturbações ambientais promovidas pela construção e operação dos reservatórios hidroelétricos e demais usos do solo na bacia hidrográfica. Foram pesquisados na plataforma SCOPUS os conjuntos de palavras: “Water quality” in “reservoirs” and functional groups”; “Water quality” in “reservoirs” and bioindicator” e “Water quality” in “reservoirs” and land use”. O levantamento totalizou 608 publicações para os três conjuntos. Os países com maior número de publicações correspondem aos que possuem maior área alagada para fins de geração de energia. Considerando o potencial hídrico para exploração hidroelétrico, o Brasil ainda realiza escassa produção cientifica utilizando os termos bioincadores e grupos funcionais associados a qualidade das águas. |
ABSTRACT: Organisms are bioindicators of the magnitude of the environmental disturbances promoted by the construction and operation of hydroelectric reservoirs and other land uses in the watershed. Were searched on the Scopus platform the sets of words: “Water quality” in “reservoirs” and functional groups”; “Water quality” in “reservoirs” and bioindicator”;“Water quality” in “reservoirs” and land use”. The survey totaled 608 publications for the three sets. The countries with the highest number of publications correspond to those with larger area flooded for power generation purposes. Considering the water potential for hydroelectric exploitation, Brazil still holds scarce scientific production using bioindicators and functional groups associated with water quality. |
A água é um recurso natural essencial ao desenvolvimento econômico, ao bem-estar social e para a manutenção da vida em nosso planeta (Follador, 2012). Este recurso garante ao Brasil um enorme potencial hídrico favorável à implantação de reservatórios, os quais têm sido amplamente utilizados para suprir as necessidades de abastecimento de água, irrigação e fornecimento de energia elétrica, dentre outras finalidades (Prado, 2004). Entretanto, a maior parte desses reservatórios são usados para a geração de energia elétrica, necessitando inundar médias e grandes áreas, sendo na maioria dos casos, áreas de interesse biológico (ANEEL, 2013).
O crescimento populacional e principalmente o desenvolvimento econômico são os principais fatores que alavancam o crescimento da produção de energia no Brasil (Filho, 2013). Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANNEL, 2016), em maio de 2016 o Brasil possuía em operação 206 reservatórios de usinas hidroelétricas (UHE) e 458 de pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Com o número crescente destes empreendimentos e a necessidade nacional de produção de energia elétrica, os olhares do Ministério de Minas e Energia e dos empreendedores brasileiros se voltam principalmente as regiões Norte e Centro Oeste devido ao seu potencial energético ainda pouco explorado economicamente. Destacando que nestas regiões estão localizadas as cabeceiras dos rios das principais bacias hidrográficas e uma das maiores planícies de inundação do planeta o Pantanal Brasileiro (Fantin-Cruz et al. 2015). Assim, recentemente a legislação brasileira adequou ações buscando a conservação da qualidade da água para os diversos usos requeridos.
O mapeamento e o estabelecimento da influência dos tipos de usos de solo sobre a qualidade da água tem demonstrado relação entre as fontes de contaminação afetando os seres vivos presentes nos corpos hídricos dependendo do tipo de utilização do terreno (Papastergiadou et al. 2007, Souza, 2015).Mudanças no entorno dos cursos d’água podem alterar não só as propriedades físicas e químicas da água, mas também a biota aquática (Espejo et al. 2010), e um dos meios utilizados para avaliar estas modificações é o uso dos bioindicadores, que podem ser espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas (Goulart e Callisto, 2003).
A utilização de bioindicadores no monitoramento e caracterização de reservatórios se justifica pelo fato de serem abundantes em qualquer tipo de ambiente aquático e pela baixa mobilidade (Silva et al. 2011), por apresentarem exigências ambientais especificas, o que os tornam sensíveis a qualquer variação ambiental, logo qualquer mudança na abundância, diversidade e riqueza desses organismos em escala espacial e temporal são respostas a uma determinada condição ambiental (Goulart e Callisto, 2003, Rigotti et al. 2016).
A cienciometria é caracterizada como a pesquisa quantitativa da produção científica, permite compreender melhor a amplitude e a natureza das atividades de pesquisa desenvolvidas nas diferentes áreas do conhecimento, de diversos países, instituições e pesquisadores (Bittencourt e Paula, 2012). Neste contexto, este é um trabalho cienciométrico ligado ao uso de bioindicadores para avaliação da qualidade da água em reservatórios hidrelétricos e suas relações com uso e ocupação do solo na bacia de contribuição. Centralizando nos questionamentos: 1 - Qual o crescimento destas publicações temporalmente; 2 - Quais países produzem mais artigos científicos nessa área?; 3 - Qual a contribuição do Brasil para esta produção?; 4 - Quais periódicos brasileiros mais publicaram artigos na área? e5 - Qual o fator de impacto destes periódicos.
A análise cienciometrica foi realizada a partir da base de dados Scopus, (http://www.scopus.com). Sendo a maior base de dados de resumos e citações e literatura revisada por pares, com ferramentas bibliométricas para acompanhar, analisar e visualizar a pesquisa.
Foi criado o banco de dados com as informações obtidas na plataforma. O termo de busca adotado foram três conjuntos de palavras sendo: “Water quality”in “ reservoirs” and functional groups”; “Water quality”in “reservoirs”and bioindicator” e “Water quality” in “reservoirs” and land use”entre aspas e na língua inglesa. Após a busca, foram importados os indicadores cienciométrico: número de publicações por ano, países que mais publicaram, periódicos que mais publicaram, fator de impacto dos periódicos. Não foi definido período específico para a pesquisa, pois foram contabilizados todos os artigos encontrados sobre o tema pesquisado, sendo que o levantamento foi realizado até fevereiro de 2016.
O fator de impacto de um periódico é determinado pela divisão do número de citações feitas no ano pelo número de artigos publicados nos últimos dois anos (Garfield, 1999). Este indicador foi pesquisado no site Web of Science (antes conhecido por Thomson Reuters ISI Web of Knowledge), para os anos de 2014 e 2015. Os que não foram encontrados nesta base foram pesquisados no site BioXBio (http://www.bioxbio.com) e também nos sites dos próprios periódicos.
Um segundo filtro foram as áreas do conhecimento e somente para publicações em forma de artigo cientifico, sendo elas: Ciências Ambientais, Ciências Agrárias e Biológicas,Ciências da Terra e Planetárias e Engenharia, direcionando os trabalhos encontrados de acordo com o interesse desta pesquisa.
O levantamento cienciométrico totalizou 608 publicações para os três conjuntos de palavras indexados na base de dados Scopus presente pelo menos no título, palavras-chave e/ou resumo, na escala temporal sem data inicial e final fevereiro de 2016. Para as áreas de Ciências Ambientais, Ciências Agrárias e Biológicas, Ciências da Terra e Planetárias e Engenharia foram indexadas um total de 428 publicações. Destacando que para o segundo termo não houve publicações na área das engenharias.
Para o termo “Water quality” in “reservoirs” and functional groups” a primeira publicação ocorreu no ano de 1986 com um documento indexado (Figura 1). Os anos seguintes foram marcados entre nenhuma ou uma publicação, sendo que este cenário continuou até o ano de 2005. Em 2006 aconteceram duas publicações, e novamente em 2015 houve quatro publicações indexadas. Portanto, para este conjunto de palavras que visa relacionar as publicações referentes ao uso de grupos funcionais a reservatórios hidrelétricos para caracterização da qualidade da água totalizaram 26 publicações (Figura 1). Esta quantidade denota a escassez publicações sobre o tema pesquisado. Quanto ao Brasil foi verificado um total de quatro publicações com a primeira em 2008 e as demais nos anos seguintes.
Para o segundo conjunto de palavras “Water quality” in “reservoirs” and bioindicator” a primeira publicação ocorreu em 1998 com um documento, e prosseguiram as publicações entre uma e três, e somente em 2004 aconteceram cinco publicações. O maior número de indexações ocorreu nos anos de 2014 e 2015 com oito publicações ao ano (Figura 1). É importante expor que para esta busca o total de publicações foram 64 arquivos publicados, sendo que as brasileiras iniciaram em 2006, em um gradiente continuo crescente com maior número de publicação em 2011 e 2012, com sete publicações.
Quanto ao terceiro termo “Water quality” in “reservoirs” and land use” a primeira publicação aconteceu em 1974 com um documento. No ano de 1999 houve uma quantidade expressiva de publicações totalizando 14. A linha de crescimento se manteve nos próximos anos com 36 em 2008, com 38 em 2009, e com 50 arquivos indexados em 2014 (Figura 1). Para este termo conjugado pesquisado foram encontradas 517 publicações com as palavras presentes no título, palavras-chave e/ou resumo. Os arquivos indexados de origem brasileira iniciaram em 2000, com declínio até o ano de 2008, e depois um pico ocorreu em 2015 com a realização de oito publicações (Figura 1). O Brasil contribuiu entre os anos 2000 e 2016 com 26 publicações nessa área do conhecimento cientifico.
Figura 1
Para o termo “Water quality” in “reservoirs” and functional groups” totalizaram 15 países, destes os que mais se destacam pelo número de publicações a forama China (5), Espanha (5), Brasil (4), Hungria (4) e Reino Unido (3) (Figura 2). No Brasil a primeira indexação ocorreu no ano de 2008, já entre os anos de 2010 a 2014 nenhuma publicação foi registrada,em 2015 ocorreram duas publicações. Dessa forma, o Brasil se encontra na terceira posição, contribuindo para a produção mundial com 17,40% dos documentos indexados junto a plataforma Scopus. Essas publicações foram produzidas pelas Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Botânica de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As hidrelétricas inicialmente foram implantadas e concentradas na região sudeste, cita-se a Hidrelétrica de Fontes no rio Lages instalada em 1908 e a usina Hidrelétrica de Itupararanga no rio Sorocaba instalada em 1912 (Moretto et al. 2012). Correlacionando os anos da instalação das primeiras hidrelétricas na região sudeste com as primeiras publicações no Brasil percebemos o distanciamento de 100 anos. O planejamento espacial das usinas hidrelétricas que ocorreu na segunda metade do século XX foi direcionado pelo alto potencial hidrelétrico que o país apresentava de acordo com suas características geográficas e hídricas. Na época existia poucos instrumentos de política ambiental, como o Código das Águas e o Código Florestal (com diretrizes e regras muito amplas), que estavam ligados diretamente a gestão ambiental e a poluição industrial, em áreas urbanizadas. Conforme Azevedo (2010) vivíamos a chamada industrialização brasileira na fase denominada de implantação industrial entre os anos de 1808 e 1930.
Neste contexto, há uma relação direta na escala espacial das publicações com a localização das instituições que se encontram na fronteira do crescimento da instalação e produção de energia elétrica brasileira. Atualmente, no Plano Nacional de Energia há um planejamento até 2030, indicando o eixo de potencial ainda não explorado para crescimento de implantação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) as regiões centro oeste e norte (Fantin-Cruz et al. 2015). Ainda conforme estes autores, existe uma problemática por se tratar de regiões com os três principais biomas brasileiros o Amazônico, Cerrado e Pantanal, que forma as duas principais bacias hidrográficas do país (Região Hidrográfica da Amazônica e do Paraguai). Os limites do Pantanal com o Planalto representa a principal área de risco de impactos ambientais negativos por estar em uma fronteira ainda pouca estudada. Apesar de todo esse potencial hidrelétrico pouco se conhece sobre os efeitos cumulativos destes empreendimentos em um bioma que é a maior planície inundável do mundo (Fantin-Cruz et al. 2015).
Figura 2
Quanto aos periódicos totalizaram 11, onde em número de publicações ficou em primeiro lugar Hydrobiologia (6), Science of the Total Environment (3), e a Acta Limnologica Brasiliensia (2) (Figura 3). O primeiro periódico teve fator de impacto de 2,275, o segundo com 4,099 e o terceiro com 0,1739.
Analisando conjuntamente as publicações dos artigos cientifico nas quatro áreas de conhecimento,os países com maior número de publicações foram sempre os mesmos, são eles: China com cinco, Espanha com cinco, Brasil com quatro, Hungria com quatro. Esses países com maior número de publicações correspondem aos mesmos países com maior quantidade de reservatórios, conforme as informações de Lehner et al. (2011), quando se refere ao número de reservatórios por país.
Quanto ao conjugado “Water quality” in “reservoirs” and bioindicator” as publicações iniciaram no ano de 1998. Os países que mais publicaram foram os Estados Unidos com 12 publicações, Polônia com nove, Brasil com sete, Rússia com cinco, e China com quatro arquivos indexados (Figura 2). Destas sete publicações de origem brasileira a primeira ocorreu em 2006, que corresponde a 10,93% da contribuição de publicações mundiais. As publicações brasileiras tem filiação na Universidade Federal de Minas Gerais, Fundação Centro Internacional de Educação (Minas Gerais), Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro), Universidade de São Paulo, Universidade Federal de São Carlos (São Paulo), Universidade Federal do Paraná.
Os principais periódicos brasileiros foram Biota Neotropica (1), Ecotoxicology (1) e Environmental Monitorind and Assessment (1), com os respectivos fatores de impacto 0,423, 2,2723 e 10,736 (Figura 3). Chama a atenção o fato que o ultimo obteve um alto fator mesmo com apenas uma publicação. O fator é utilizado para avaliar a importância e magnitude da publicação no mundo cientifico (Pinillos et al. 2015), este periódico se mostrou o mais recomendado para pesquisadores realizarem suas publicações no que tange ao debate da qualidade da água de reservatórios e bioindicadores.
Os países que mais se destacaram em publicações nas quatro áreas de interesse e somente para arquivos em forma de artigos científicos foram os Estados Unidos (10), Polônia (oito), Brasil (sete), Rússia (cinco) e China (quatro). Demonstrando a buscados cientistas em realizarem estudos para o entendimento das alterações e modificações físicas e biológicas destes ambientes frente aos usos requeridos dos reservatórios.
De acordo com a legislação brasileira a Lei brasileira 9.433/1997 instituiu a Política Nacional dos Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH) do Brasil, visando a cobrança e o amparo para utilização destes recursos em território nacional. Este sistema alterou profundamente três pilares fundamentais, sendo eles: a gestão em nível de bacias hidrográficas, caráter descentralizado e participativo e aplicação do princípio no Brasil usuário-pagador. Assim, o gerenciamento recursos hídricos passou a ser estudado em relação a qualidade de vida dos seres humanos considerando a qualidade dos recursos naturais que são oferecidos e utilizados.
Com raras exceções, os ecossistemas terrestres sofrem ações antropogênicas, onde os bioindicadores são utilizados como método de avaliação da qualidade a partir da alteração de determinado ambiente ou recursos (Câmara, 2002).Desta forma, recentemente vários termos são usados como biomonitoramento, biomonitor, bioindicação, bioindicador para estudos nas áreas de biologia aplicada, ecologia, ciências ambientais e em programas de biomonitoramento nos reservatórios hidrelétricos brasileiros (Andrade, 2010).
O monitoramento da qualidade da água é um dos principais aparelhos de sustentação da política de planejamento e gestão dos recursos hídricos. Isso acontece, porque este monitoramento fornecer a base para decisões de usos múltiplos e integrado dos recursos hídricos e a minimização de impactos ao meio ambiente local e regional, por ter a possibilidade de avaliar conjuntamente as propriedades da água com sua adequação aos usos previstos, ou à definição de projetos de recuperação de águas poluídas (Prado, 2004).
Para o terceiro conjunto de palavras conjugados “Water quality” in “reservoirs” and land use, os países que mais produziram as publicações foram Estados Unidos (179), China (92), Brasil (26), Reino Unido (25), Alemanha (23), Turquia (16), Coréia do Sul (15), Taiwan (15), Austrália (14) (Figura 2). O Brasil contribuiu com 26 publicações, ou seja, 5% das publicações mundiais. Essas estão vinculadas as Universidades Federal de Juiz de Fora (Minas Gerais), Universidade Estadual Paulista (São Paulo), Universidade de Guarulhos (São Paulo), Universidade de Brasília (Distrito Federal), e Universidade de São Carlos (São Paulo). Analisando as publicações brasileiras podemos perceber que foram concentradas na região sudeste e nordeste onde estão localizados os principais reservatórios hidrelétricos nacionais, muitos construídos em sistemas de cascata.
Os periódicos que mais se destacaram foram Geociências (5), Acta Limnologica Brasiliensia (2), Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental (2), Biota Neotropica (1) e Journal of Paleolimnology (1), sendo que o maior fator de impacto ocorreu para este último (2,120), podendo ser um destaque importante para escolha do periódico (Figura 3).
Quanto as publicações dos artigos cientifico para as quatro áreas de conhecimento, os países com maiores números de publicações foram: Estados Unidos com 119 publicações, China com 79, Brasil com 24, Reino Unido com 20 e Alemanha com 19 publicações.
Figura 3
Estes estudos representam a busca pela compreensão da dinâmica do uso do solo no entorno dos reservatórios hidrelétricos. Os tipos de sedimentos e nutrientes recebidos pelos reservatórios estão diretamente vinculados aos usos no entorno do rio formador do reservatório e na sua bacia hidrográfica (Junior, 2015). Alguns autores alertam que o desaparecimento de algumas formas de uso e ocupação antes presentes no entorno do antigo curso do rio, como a agricultura, a pecuária e a silvicultura, acabam gerando a própria desestruturação dos territórios com a implantação da reservatório hidrelétrico (Bortoleto, 2001, Zhouri e Oliveira, 2007).
O comprometimento das atividades econômicas a jusante e à montante da barragem levam a diminuição da qualidade da água, o assoreamento do corpo hídrico, o aumento de doenças de veiculação hídrica, a exclusão de usos múltiplos previamente existentes no espaço ocupado pelo reservatório e, especialmente, o deslocamento da população são alterações observada e analisada nestes ambientes (Moretto et al. 2016).
A análise cienciometrica demonstrou um número expressivo no total das publicações, porém quando analisados os conjuntos conjugados de palavras a contribuição se torna pequena com relação a quantidade de reservatórios hidrelétricos existentes globalmente. É necessário aumentar os estudos utilizando os bioincadores e grupos funcionais associados a qualidade das águas dos reservatórios visando um diagnóstico nas modificações dos ambientes aquáticos, sabendo se que são eficazes para monitorar os usos das águas superficiais continentais.
A contribuição brasileira ainda é escassa, no que tange ao uso de bioindicadores e grupos funcionais na análise da qualidade da água dos rios que sofrem barramento para fins hidroelétricos. É importante destacar que os estudos com os bioindicadores são capazes de realizar análises através dos organismos vivos que sofrem ou não com as alterações ambientais das ações antrópicas no entorno destes reservatórios. Para os usos do solo associado a qualidade da água em reservatórios, o Brasil tem avançado, porém a maioria dos estudos faz uso de parâmetros físicos e químicos das águas pouco considerando o biológico.
Nas últimas décadas a busca pela produção de energia hidroelétrica considerada limpa, levou a formação de novos reservatórios em várias regiões brasileiras e mundial. Estes empreendimentos precisam ser considerados pelos cientistas, no sentido de identificar e gerar dados que demonstrem qual é a relação entre a construção e operação de reservatórios hidrelétricos e qual a resposta ecológica dos bioindicadores aos usos do solo.
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2. Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Mato Gro
3. Docente do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso. Email: si.loverde@hotmail.com