Espacios. Vol. 37 (Nº 31) Año 2016. Pág. 13
Joaquim Carlos LOURENÇO 1; Marx Prestes BARBOSA 2; Luiza E. da Mota R. CIRNE 3
Recibido: 03/06/16 • Aprobado: 25/07/2016
RESUMO: O presente estudo teve como objetivo verificar a aplicação de atividades de Logística Reversa na gestão de resíduos sólidos urbanos no município de Campina Grande-PB, com foco nas ações existentes no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Para tanto, realizou-se uma análise do Plano do município, assim como uma ampla pesquisa bibliográfica. As atividades de Logística Reversa que constam no Plano podem otimizar toda a gestão dos resíduos do município, proporcionar a reutilização, remanufatura, reciclagem dos resíduos/materiais e/ou a destinação adequada dos rejeitos. Para tanto, é preciso instalar infraestruturas adequadas. Não obstante, falta vontade política do gestor municipal. |
ABSTRACT: This study aimed to verify the application of reverse logistics activities in the management of municipal solid waste in the city of Campina Grande-PB, focusing on existing shares in the Municipal Plan of Integrated Solid Waste Management. Therefore, was held an analysis of the city's plan, as well as a comprehensive literature search. The reverse logistics activities contained in the Plan can optimize the entire waste management of the city, providing reuse, remanufacturing, recycling of waste/materials and/or the proper disposal of waste. Therefore, it's needed install adequate infrastructure. However, lack political will of the municipal manager. |
Na busca por melhores condições de vida, acumulo de capital e ampliação do consumo das classes sociais mais favorecidas, o homem vem explorando de forma cada vez mais intensa os recursos naturais, para produção de bens, cada vez mais descartáveis.
Segundo Monteiro et al. (2013) desde a era industrial, em função das crescentes inovações tecnológicas, observa-se um crescimento exponencial do lançamento de novos produtos no mercado, em especial nas duas últimas décadas, em função da redução significativa dos ciclos de vida dos produtos.
Para Ferreira Filho et al. (2011) isto fez com que o conceito de logística se especializasse para atender à necessidade crescente de ferramentas de gestão eficientes ao fluxo do retorno de produtos e materiais. Além deste aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a mudança na cultura de consumo, por parte dos clientes, também tem incentivado a prática da Logística Reversa.
No âmbito público, por muito tempo a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos vêem sendo ignorados por muitos municípios, sobretudo, pelos pequenos e médios. Contudo, com a institucionalização da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (Lei nº 12.305/2010), nenhum município pode ter mais seus resíduos sólidos depositados em lixões a céu aberto, desde 3 de agosto de 2014. Além disso, todos são obrigados implementar a gestão compartilhada por meio de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
Com tal intuito, os municípios terão que implementar infraestruturas para fazer a coleta seletiva, transportar os resíduos, tratar e/ou fazer a disposição final adequada. Todavia, muitos não dispõem de estruturas administrativas, condições técnicas e financeiras para atender essas exigências. O problema desta pesquisa surge a partir da seguinte questão: Como se dá a gestão dos resíduos sólidos no município de Campina Grande - PB?
O presente trabalho consiste na realização de uma pesquisa sobre a aplicação de atividades de Logística Reversa na gestão de resíduos sólidos urbanos no município de Campina Grande - Paraíba, com a finalidade de verificar as ações existentes no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e, a partir daí, averiguar como se dá a gestão dos resíduos sólidos no município.
Pretende-se com este estudo mostrar que as atividades de Logística Reversa aplicadas a gestão de resíduos sólidos no município, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, contribuem para uma gestão mais eficaz, com a destinação adequados dos resíduos, em geração de empregos e renda, e à sustentabilidade ambiental.
Valle e Souza (2014) salientam que a logística reversa envolve o processo de planejamento, implementação e controle de um fluxo de materiais, de produtos em processo, de produtos acabados e de informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, por meio de canais de distribuição reversos.
Rogers e Tibben-Lembke (1999) define a logística reversa como: “Processo de planejamento, implementação e controle da eficiência, do custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques de processo, produtos acabados e as respectivas informações, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recapturar valor ou adequar o seu destino”.
Dowlatshahi (2010) define a logística reversa como um processo sistemático que gerencia o fluxo de produtos / peças do ponto de consumo até o ponto de fabricação para uma possível reciclagem, remanufatura ou descarte. Para Pokharel e Mutha (2009) a natureza dos produtos retornados pode ser estocástica em termos de qualidade e quantidade. Nestes casos, os produtos podem ser consolidados para a eliminação, processamento ou remanufatura.
Conforme Silva e Moita Neto (2011) a logística reversa pode ser dividida em duas áreas de atuação – logística reversa de pós-venda e logística reversa de pós-consumo:
1) A primeira pode ser entendida como a área da logística reversa que trata do planejamento, do controle e da destinação dos bens sem uso ou com pouco uso, que retornam à cadeia de distribuição por diversos motivos, como: devoluções por problemas de garantia, avarias durante o transporte, prazo de validade expirado, entre outros.
2) A segunda, a logística reversa de pós-consumo pode ser entendida como a área da logística reversa que trata dos bens no final de sua vida útil, dos bens usados com possibilidade de reutilização (embalagens) e os resíduos industriais (que devem retornar às indústrias para descarte final ambientalmente correto).
No presente trabalho adotou-se o conceito da logística pós-consumo, que trata da destinação pós-uso. Pela ótica de Silva et al. (2015), a logística reversa preocupa-se em mover o produto da destinação final para o retorno ao ciclo de negócios, ou para disposição final adequada.
Corroborando com essa visão, Leite (2009) destaca que a disposição final segura dos bens pós-consumo usando-se um meio controlado que não danifique, de alguma maneira o meio ambiente e que não atinja, direta ou indiretamente a sociedade é essencial.
De acordo com Lagarinhos e Tenório (2013) a logística reversa está associada ao retorno de produtos/materiais pós-venda para a reforma, reparos, remanufaturas, substituição de materiais; e pós-consumo para a reutilização, reciclagem, valorização energética e/ou para a disposição final, os produtos não reutilizáveis e recicláveis ou resíduos sólidos.
Por ter origem em diferentes fontes, os resíduos têm uma composição muito variada e a sua produção também é muito heterogênea, em conformidade com a fonte que o produz. Para Amorim et al. (2010), a produção de resíduos está ligada diretamente ao modo de vida, cultura, trabalho, ao modo de alimentação, higiene e consumo humanos.
Essa questão merece atenção porque, tem-se assistido a uma verdadeira explosão na produção de resíduos derivada do aumento do consumo das famílias nos últimos anos e, por conseguinte, uma diversificação dos tipos de resíduos gerados. Deste modo, é fundamental considerar os impactos ambientais que podem ser produzidos pelos diferentes tipos de resíduos fabricados atualmente pelas indústrias de diversos setores, muitos de complexo tratamento e eliminação.
Conforme a definição da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, 2015), os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são compostos por vários itens comumente jogados fora após o uso. Esses itens incluem embalagem, comida, aparas de relva, sofás, computadores, pneus e frigoríficos. Não estão incluídos os materiais que também podem ser dispostos em aterros, mas não são geralmente considerados RSU, como detritos, lamas de tratamento de esgotos municipais e os resíduos industriais não perigosos.
Os resíduos podem ser definidos como qualquer material residual industrial e de atividades humanas que não tem nenhum valor residual (Ortiz et al., 2010; Santibañez-Aguilar et al., 2013).
Em linha, Ribeiro e Morelli (2009) consideram que resíduos são todas as “coisas” indesejadas geradas na produção ou consumo de bens. Todos os bens que consumimos ao final da sua vida útil serão resíduos; todo e qualquer processo de mineração, extração ou industrial gera resíduos.
O ideal seria a não geração de resíduos. No entanto, dificilmente as pessoas deixarão de gerá-los, em função das atividades humanas do dia a dia. Desse modo, pode-se dizer que, buscar reduzir a geração ou alternativas economicamente viáveis para reutilizar e/ou reciclar estes resíduos é imprescindível, já que a geração é inevitável. Assim, é indispensável atividades de educação ambiental.
Na busca por melhores condições de vida, acumulo de capital e ampliação do consumo das classes sociais mais favorecidas, o homem vem explorando de forma cada vez mais intensa os recursos naturais. Não obstante, o meio ambiente tem passado por grandes transformações, as quais têm impactado a vida de milhões de pessoas do planeta.
O avançado estágio de degradação do meio ambiente tem impactos e consequências sociais, políticas, econômicas e ambientais para toda a sociedade e, por conseguinte, crises ambientais, que segundo Nunes e Spitzcovsky (2010), citando Sérgio Besserman, esse comportamento já provocou seis grandes crises ambientais no planeta – algumas, irreversíveis, que só tendem a piorar.
A desertificação e a perda da qualidade do solo constituem a primeira crise ambiental; o segundo colapso listado pelo ambientalista é o buraco na camada de ozônio; a escassez de água doce ainda também causará muitos conflitos por todo o mundo; a degradação dos oceanos é o quarto colapso global, essa aniquilação da vida marinha, inclusive, constitui parte da quinta crise ambiental citada por Besserman; a extinção da biodiversidade do planeta; e as mudanças climáticas são a sexta e última crise ambiental que vivemos atualmente (Nunes e Spitzcovsky, 2010).
A atual crise ambiental, conforme Pereira (2014) é derivada dessas transformações bruscas decorrentes da apropriação do ambiente pelo ser humano, que se intensificou de tal modo que a questão começou a se tornar alvo de debates e discussões, congressos, publicações em jornais, revistas e noticiários televisivos, alcançando proporções mundiais e dando origem a uma série de esforços e iniciativas na tentativa de reverter o quadro de degradação do meio ambiente. E segundo a autora, é neste cenário que surge a Educação Ambiental (EA), como uma proposta que carrega consigo a perspectiva de formação de um novo agir social, moral e ético.
Para Azevêdo (2014) a educação ambiental é uma dimensão da educação, uma atividade que induz no desenvolvimento dos indivíduos um caráter social em sua interação com a natureza e com os seres humanos. Com isso, objetiva a educação ambiental maximizar essa atividade humana, de forma a recobri-la de efetiva prática social e ética ambiental.
Aldo e Guillermina (2013) ressaltam que o desafio da educação ambiental é promover uma nova relação entre sociedade humana e seu ambiente, a fim de garantir as gerações atuais e futuras um desenvolvimento pessoal e coletivo mais justo, equitativo e sustentável.
Munaretto e Busanello (2014) defendem que por meio da educação é possível repensar as práticas sociais baseadas no entendimento essencial do meio ambiente, bem como assumir problemas e soluções, buscando ressaltar a responsabilidade de todos para um planeta ambientalmente sustentável.
Corroborando, Aldo e Guillermina (2013) lembram bem que o objetivo final da educação ambiental é alcançar um grupo social ou um indivíduo a partir do conhecimento de sua realidade imediata, conseguir mudanças na consciência, atitudes e comportamentos, e por um método de análise crítica, a sua própria responsabilidade e incentivar a participação na resolução dos problemas ambientais, em cooperação com o restante da população.
A Educação Ambiental é um processo de intervenção educativa formal e informal que busca promover uma consciência crítica do indivíduo ou grupo de pessoas, para problemas ambientais de sua realidade. Além disso, a Educação Ambiental ajuda as pessoas a refletir sobre os diferentes problemas ambientais, reconsiderar suas concepções e internalizar conhecimentos necessários para mudar sua realidade.
A partir desta perspectiva, e como uma solução de proteção da natureza, a Educação Ambiental é uma alternativa contra a degradação do meio ambiente. Neste contexto, a educação dos cidadãos e a força punitiva das autoridades é um componente importante para o sucesso da atividade de Coleta Seletiva.
A prevenção da geração de resíduos tornou-se um desafio ambiental de dimensões inéditas. Nesse contexto, é preciso que os cidadãos adquiram conhecimento dos impactos de suas ações e tomem decisões acertadas no ato do consumo, assim como também, os representantes governamentais e do setor privado procurem implementar medidas que focalizem a prevenção da geração de resíduos.
Para Gonçalves-Dias (2015) o que se requer é uma redução na geração de resíduos que vá além da mera substituição de produtos poluentes por verdes ou limpos com o mesmo ou maior nível de consumo. De acordo com Paula et al. (2010) uma tendência mundialmente disseminada tem sido o reaproveitamento dos produtos jogados no lixo para a fabricação de novos objetos, por meio do processo de reciclagem.
A reciclagem é um conjunto de técnicas que, para Marchi (2011), tem por finalidade aproveitar os resíduos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. Este elemento está ligado à uma ferramenta gerencial intitulada logística de fluxos de retorno, ou Logística Reversa, que recupera produtos, reintegrando-os aos ciclos produtivos e de negócios.
Conforme Jesus e Barbieri (2013) a recuperação desses resíduos nas formas de reuso, reciclagem e revalorização energética aumenta a vida útil dos aterros sanitários e reduz o custo da coleta de lixo doméstico. No entanto, como a geração de RSU é ininterrupta, uma vez que o consumo por parte da população é diário, Paschoalin Filho et al. (2014) dizem que há a necessidade de implementar serviços de coleta seletiva, além de promover ações de reciclagem, de maneira a valorar os resíduos descartados e reduzir os volumes enviados para aterros.
Obviamente que, para a implementação de ações de reciclagem dos resíduos, inicialmente deve-se pensar em programas de Coleta Seletiva bem estruturados e eficazes. Entretanto, Bringhenti e Günther (2011) ressaltam que a efetividade de programas e iniciativas de coleta seletiva requer necessariamente o envolvimento dos cidadãos, considerados, no extremo da cadeia de produção e consumo, os geradores dos resíduos sólidos. Luca e Ioan (2014) advertem que neste contexto a política de conscientização da importância da coleta seletiva em termos de resíduos urbanos é muito importante.
O estudo realizado pode ser considerado como exploratório descritivo e bibliográfico. A abordagem é quali-quantitativa. O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso e a pesquisa bibliográfica. Para coleta dos dados utilizou-se como instrumentos a pesquisa bibliográfica e documental (Vergara, 2013). Para discussão dos resultados utilizou-se o método análise do conteúdo. Os resultado são apresentados na seção seguinte, em forma de textos e tabelas.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS (2014) a cobertura da coleta de resíduos domiciliares em relação a população total no município de Campina Grande-PB é de 98%, já a taxa de cobertura referente a população urbana é de 97%. Em 2014 foram coletadas 97.725,6 toneladas de resíduos sólidos domiciliares no município (Tabela 1).
Tabela 1 - Quantidade de resíduos sólidos domiciliares coletados no município de Campina Grande
Anos |
2010 |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
Total/Anual (ton./ano) |
85.165,66 |
91.475,26 |
87.698,31 |
82.720,60 |
97.725,6 |
Total//Mensal (ton./mês) |
7.097,13 |
7.622,93 |
7.308,19 |
6.893,38 |
8.143,8 |
Total//Diário (kg/dia) |
233,33 |
250,61 |
240,26 |
226,63 |
267,74 |
Fonte: Adaptado do SNIS (2014).
Na tabela é possível perceber que apesar do aumento de 7,40% ocorrido em 2011 na quantidade coletada de resíduos sólidos domiciliares, em 2012 a quantidade coletada teve uma redução de 4,12%, e de 5,67% em 2013 com relação a 2011 respectivamente. No período compreendido entre 2010 a 2013 houve uma redução de 2,95% na quantidade de resíduos sólidos domiciliares coletados no município. Entre 2013 a 2014 houve um aumento de 15,35% na quantidade de resíduos domiciliares coletados.
O aumento da quantidade de resíduos domiciliares coletados no município, como conjectura-se, tem relação direta com a efetivação de parte dos princípios previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 2010, conforme entendimento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS (2014).
De maneira geral, torna-se necessário uma análise mais acurada da relação direta da redução da quantidade de resíduos coletados no município, no intuito de investigar as reais causas e os impactos, seja na esfera ambiental, social, urbana, econômica ou institucional. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE (2008) revelou que no referido município apenas 65,91% dos resíduos sólidos foram coletados regularmente, 11,32% queimados, 12,12% descartados indevidamente e 10,61% descartados e desviados de outras formas.
Pereira (2011) destaca que, economicamente, a disposição final inadequada desses resíduos traz prejuízos, pois são descartados materiais que poderiam ser reutilizados e/ou reciclados, como papel, vidro, plástico e metal, o que acarreta em desperdício de energia, mão de obra e recursos naturais.
Nesse sentido, uma ação de grande importância para o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos municipais é a Coleta Seletiva do lixo. No entanto, segundo Cirne e Barbosa (2010) o município de Campina Grande-PB não dispõe de programas de coleta seletiva formalizados.
Em contraste, existem duas cooperativas e duas associações de catadores no município, a Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (CATAMAIS) e a Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis (COTRAMARE), a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade de Nossa Senhora Aparecida (ARENSA) e a Associação de Catadores e Recicladores de Vidros e Outros Materiais (CAVI). Essas organizações fazem a coleta e beneficiamento de resíduos recicláveis e reutilizáveis, mas não recebem nenhuma contrapartida da prefeitura.
Cirne (2010) ressalta que como na maioria dos municípios brasileiros, um dos grandes desafios que o município de Campina Grande-PB enfrenta há alguns anos, é a geração, a valorização e destinação final dos resíduos sólidos.
No município de Campina Grande-PB a coleta dos resíduos domiciliares é realizada com regularidade por uma empresa terceirizada, a Light Engenharia, sendo a Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente – SESUMA responsável pela limpeza urbana, coleta de resíduos especiais e remoção de entulho. A coleta dos resíduos domiciliares acontece diariamente no centro comercial e bairros adjacentes, e três vezes por semana nos demais bairros. Mesmo assim, é possível identificar pontos de deposição irregular de resíduos em terrenos baldios nos bairros.
As principais atividades de Logística Reversa identificadas no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município de Campina Grande-PB (PMGIRS/CG), são: a implantação de sistemas de logística reversa pós-consumo, de forma progressiva, a partir de 2015 por meio de acordos setoriais, termos de compromisso adicionais e/ou decretos, promovendo, em todas as etapas do processo, a participação e inclusão de associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis.
O planejamento e implantação de um programa de coleta seletiva de resíduos secos e úmidos, também são considerados no PMGIRS/CG, com o envolvimento do setor empresarial e consumidores no processo de segregação e triagem para tratá-los os passíveis de reciclagem e reutilização, e/ou através do processo da compostagem e, assim, transformá-los em composto orgânico e fertilizantes; planejar e implantar o Projeto Óleo Ecológico para reaproveitar o óleo pós-consumo das residências e estabelecimentos comerciais. Assim, com essas atividades a ser gerenciadas, o município pretende reduzir a quantidade de resíduos recicláveis secos e úmidos dispostos no aterro sanitário (Quadro 1).
Quadro 1 - Comparação entre as atividades de logística reversa da literatura e do PMGIRS/CG
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2015)
O PMGIRS/CG prevê no processo de licenciamento ambiental municipal incluir a diretriz de separação de todos os resíduos gerados pelo setor da construção civil no município, fomentar medidas de redução da geração de rejeitos e resíduos e a destinação obrigatória dos recicláveis para as cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis sediadas no município. Eliminação de áreas irregulares de disposição final de Resíduos da Construção Civil (RCC) em todo o municipal, implantação de áreas de transbordo e triagem, de reciclagem e de preservação adequada. Não obstante, o plano não explicita nenhuma data e cronograma para a implantação dessas diretrizes no processo de licenciamento ambiental municipal, nem ainda iniciou essa diretriz.
Para o caso da Logística Reversa, será priorizada a implementação até o ano de 2016 das seguintes cadeias: embalagens de óleos lubrificantes; equipamentos eletroeletrônicos; embalagens em geral; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mistas; e descarte de medicamentos. Para tanto, inicialmente, os fluxos dos resíduos da Logística Reversa na cidade serão identificados, e, sequencialmente elaborado um plano de ação. A Logística Reversa vai ser instituída por meio de acordos setoriais envolvendo importadores, fabricantes, comerciantes, distribuidores, cidadãos e titulares pelos serviços municipais de limpeza e manejo dos resíduos sólidos urbanos.
Assim, a gestão dos resíduos sólidos urbanos será feita de forma compartilhada, para atender os requisitos da PNRS e tal como estabelece o PMGIRS do município. Nesse sentido, o gestor público municipal em conjunto com atores sociais envolvidos na gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos irá definir, em nível local, as responsabilidades dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores no processo da Logística Reversa, bem como regulamentar em nível municipal o monitoramento da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos materiais e produtos comercializados, consumidos e descartados no município.
No sistema compartilhado estabelecido pela PNRS e definido no PMGIRS/CG, cabe aos consumidores efetuar a devolução dos produtos e embalagens objetos da Logística Reversa após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, que por sua vez, deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens. Por fim, cabe aos fabricantes e importadores dar a destinação ambientalmente adequada aos produtos e embalagens, sendo o rejeito desse processo encaminhado à disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente e pelos acordos setoriais previstos no PMGIRS/CG para regulamentar a disposição final.
Com a implementação efetiva das atividades de logística reversa previstas no PMGIRS/CG, o município pode melhorar a gestão dos resíduos sólidos com base na divisão das responsabilidades, assim como todo o manejo dos resíduos. Para tanto, é imprescindível otimizar a infraestrutura do município para estabelecer os canais reversos para fazer a coleta seletiva, transporte, implantar centros de triagens e transbordo de materiais e resíduos, bem como fazer apenas a deposição dos rejeitos no aterro sanitário, redirecionando todos os demais materiais e resíduos para reutilização, reaproveitamento ou reciclagem. De maneira geral, a Logística Reversa pode contribuir nas operações ligadas à gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos no município.
A partir dos resultados deste estudo, foi possível identificar que o PMGIRS/CG do município prevê a implementação de atividades de logística reversa nos processos de coleta, beneficiamento, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos, o que, por conseguinte, contribui para melhorar a gestão atual dos resíduos sólidos urbanos do município. Outro benefício é fazer apenas a deposição dos rejeitos no aterro sanitário, assim com a redução dos gastos pela não deposição dos resíduos recicláveis e reutilizáveis.
As atividades de logística reversa que constam no PMGIRS/CG podem otimizar toda a gestão dos resíduos sólidos urbanos do município, proporcionar a reutilização, remanufatura, reciclagem dos resíduos/materiais e/ou a destinação adequada dos rejeitos. Para tanto, é preciso instalar infraestruturas adequadas para fazer a coleta seletiva, transportar, tratar ou reciclar, construir galpões para transbordo e triagem dos resíduos recicláveis ou reutilizáveis.
Enfim, para ter sucesso e proporcionar de fato todos esses benefícios explicitados, o PMGIRS/CG, deve ser implantado na sua totalidade, conforme foi aprovado nas audiências públicas promovidas pelo município para formulá-lo, o que infelizmente não estar acontecendo até presente momento, como foi constatado, falta vontade política do gestor municipal e mais empenho da sociedade na cobrança.
Este trabalho é parte integrante de uma tese que está sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal Campina Grande - UFCG, Brasil. Agradecemos ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo auxílio financeiro que possibilitou a realização desta pesquisa.
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1. Doutorando em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - (PPGRN/UFCG); Docente Convidado do Curso de Administração Pública da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/EAD) Brasil; carlosadm2006@gmail.com
2. Professor do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG/Brasil; Doutor em Geologia pela USP, com Pós-Doutorado na área dos Desastres pela Universidade de Manitoba (Canadá) e em Geotecnologias pelo Centro Canadense de Sensoriamento Remoto; marxprestes@bol.com.br
3. Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola da Universidade Federal Campina Grande - UFCG; Doutora em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - Brasil; luiza.cirne@yahoo.com.br