Espacios. Vol. 37 (Nº 25) Año 2016. Pág. 4

A reengenharia de processos de negócio no contexto da IoT (Internet of Things)

Business process reengineering in the context of the IoT (Internet of Things)

Carlo CASTELLANELLI 1

Recibido: 19/04/16 • Aprobado: 23/05/2016


Conteúdo

1. Introdução

2. Inovação, revitalização empresarial e a IoT

3. Processos, IoT e o futuro empresarial

4. A reengenharia de processos de negócios e a IoT

5. Conclusão

Referencias


RESUMO:

As organizações vêm enfrentando uma variedade de problemas decorrentes da rápida evolução da Tecnologia de Informação (TI) e do descompasso causado pelo atraso na introdução dessa evolução nos modelos gestão de negócios. As maiores dificuldades estão na criação de um ambiente operacional no qual a rapidez do processo decisório e o desempenho organizacional são essenciais para a agilidade nos serviços. A combinação de novos conceitos como a ''Internet of Things'' com a Gestão de Processos de Negócios (Business Process Management – BPM) e a própria Reengenharia de Processos, promete revolucionar a maneira como as Organizações se estruturam para criar um ambiente operacional capaz de agilizar a tomada de decisão e aproveitar melhor as oportunidades de negócio. Entretanto, essas tecnologias enfrentam ainda desafios que precisam ser superados. O propósito deste artigo é discutir como novos conceitos trazidos pela tecnologia desafiam e modificam o cotidiano empresarial, mais especificamente demonstrar como a integração da IoT e a reengenharia de processos de negócio é necessária para a evolução das empresas.
Palavras-chave: Gerenciamento de Processos de Negócio. Internet of Things. Reengenharia de Processos.

ABSTRACT:

Organizations are facing a variety of problems arising from the rapid evolution of Information Technology (IT) and the mismatch caused by the delay in the introduction of this evolution in business management models. The biggest difficulties are in creating an operating environment in which the speed of decision-making and organizational performance are essential for agile services. The combination of new concepts such as the 'Internet of Things' with the Business Process Management - BPM and Process Reengineering, promises to revolutionize the way organizations are structured to create a capable operating environment to streamline decision-making and better take advantage of business opportunities. However, these technologies still face challenges that must be overcome. The purpose of this article is to discuss how new concepts brought by technology challenge and change today's business, specifically demonstrating how the integration of IoT and reengineering business processes is necessary for the development of enterprises.
Keywords: Business Process Management. Internet das Coisas. Process Reengineering.

1. Introdução

Cafeteiras que dialogam com despertadores ou conhecem a preferência dos clientes, geladeiras que fazem lista de compras e as enviam ao supermercado, aquecedores com sensores de movimento, semáforos que se comunicam e atendem ao fluxo de trânsito de uma inteira região, aparelhos de musculação que já conhecem a nossa série de exercícios assim que chegamos à academia, fechaduras que se abrem à aproximação do dono da casa. Estes são exemplos de um futuro quase-presente: cada vez mais surgem notícias e comentários eufóricos sobre como o próximo passo depois da Internet parece ser o das coisas inteligentes conectadas entre si, capazes de coordenar suas atividades e responderem a nossa simples presença ou voz, produzir mudanças sensíveis no modo como nos deslocamos nas nossas cidades ou, por meio de uma etiqueta inserida no uniforme escolar, dar aos pais indicações seguras sobre o paradeiro dos filhos (Lemos, 2013).

Para dar nome a essa rede, várias expressões estão atualmente em uso: "Internet of Sensors and Actuators", "Internet of Everything", "Internet of Things & Services", "Social Web of Things", "Industrial Internet", "Web of the World", e muitas outras expressões a ela remetem, tais como "Smart Things", "Smarter Planet", "Ambient Intelligence", "Machine to Machine" (M2M) – entre todas essas, destaca-se a "Internet of Things" (IoT), ou ''Internet das Coisas''.

A crescente relevância da "IoT" decorre da possibilidade de conectar as pessoas, mercadorias e operações por meio de uma rede global. A IoT permite um aumento da competitividade das empresas globais através da partilha de conhecimentos específicos e valor social a longo prazo, influenciando o desempenho da empresa e de gerenciamento de relacionamento com o cliente. Em muitos setores como a indústria agroalimentar, cidades inteligentes, seguros, segurança, a IoT está mudando a forma de interpretar o gerenciamento de processos de negócios dentro e fora das empresas bem como os processos de inovação ligados aos produtos e serviços. Somado a isso, a competitividade dos mercados necessita de equipamentos inteligentes, sistemas e tecnologia (Al-Mashari et al, 2003; Gubbi et al, 2013).

A Internet das Coisas, descreve que as "coisas" ou objetos devem se tornar participantes ativos em processos de negocio, informacionais e sociais, onde serão capazes de interagir e comunicar entre elas mesmas, trocar informacões coletadas do ambiente, reagindo autonomamente aos eventos do mundo físico real, bem como influenciar esse contexto sem intervencão direta do ser humano (Atzori et al. 2010).

Algumas variações de nomenclatura existem em função das localidades. Enquanto na Europa e na China o termo Internet das Coisas é bem aceito, nos Estados Unidos as referências mais frequentes são smart objects, smart grid e cloud computing (Kranenburg et al, 2011) e refletem diferentes linhas de pesquisa e inovação.

O termo Internet das Coisas", propriamente, só aparece em 2001 no livro de Brock (Brock, 2001). Entretanto, Kevin Ashton, outro pesquisador reclama para si a paternidade do termo. Ashton diz que em 1999, usou a expressão pela primeira vez enquanto falava sobre as potencialidades na cadeia de abastecimento da multinacional Procter & Gamble. (Ashton, 2009; Uckelmann et al, 2011). Naquele momento, ele falava de uma internet das coisas para chamar a atenção dos empresários para o fato de que existem coisas que computadores fazem melhor do que as pessoas que tem tempo, atenção e precisão limitadas.

O fenômeno da IoT é baseado em infra-estruturas inteligentes conectando empresas, maquinário, transportes e assim por diante, sob um sistema único caracterizado por mecanismos de logística, energia, recursos e meios de comunicação. Neste sentido, é previsto que 100 bilhões de dispositivos estarão conectados à internet até 2030. Um novo cenário de gestão de tecnologia emergente é vislumbrado, onde produtos são constituídos de peças elétricas e mecânicas e se tornam sistemas inteligentes que combinam hardware, software, sensores de controle, armazenamento de dados e conectividade em formas infinitas. A IoT permite compartilhar grandes fluxos de dados entre empresas modernas, aumentando a produtividade e reduzindo os custos. Ao mesmo tempo, se torna vital para as empresas compreender o potencial da IoT a fim de gerenciar a gestão do processo de negócio e de estratégias de tecnologia. Ainda sabemos muito pouco sobre a forma como a IoT está mudando a forma de interpretar o gerenciamento de processos de negócios dentro e fora das empresas e este tema está se tornando cada vez mais presente na literatura gerencial (Al-Mashari e Zairi, 2000). Além disso, estudos estão visando investigar o impacto e o papel do IoT sobre a gestão do processo de negócio em termos de promoção do fluxo de conhecimentos, de inovação e de competitividade. Da mesma forma, pesquisadores visam a compreensão de como o IoT favorece a inovação dentro das organizações e as implicações que este fenómeno pode ter sobre a gestão do processo de negócio e a competitividade das empresas (Al-Mashari e Zairi, 1999).

2. Inovação, revitalização empresarial e A IoT

Tanto a nível físico como virtual, as "coisas" tem identidades, atributos físicos e virtuais de personalidades, usam interfaces inteligentes e estão perfeitamente integrados na rede de informação (Atzori et al., 2010, 2012Berman and Kesterson-Townes, 2012).

A ontologia do IoT é, portanto, essencialmente estruturada em três camadas, habitada por três tipos de "coisas" em uma interação simbiótica através de uma abrangente infra-estrutura unificada: o físico, o digital e as entidades virtuais (Abi Research, 2013Ali et al., 2014). O conjunto uniforme de características atribuídas a todos aos três tipos, tais como identidade, personalidade e inteligência, convergem em um único atributo: ser inteligente. Além disso, "coisas/objetos inteligentes" também são caracterizados em como eles deverão participar ativamente no negócio, nas informações e nos processos sociais (Weber, 2010Weyrich et al., 2014Yan et al., 2014).

O cenário atual de fatos incertos, disputado por apostas elevadas e decisões urgentes é agora mais do que nunca, intrínseco a uma forma de processo através da manipulação de tecnologia (National Intelligence Council, 2008Nitti et al., 2012O'Really, 2005Roman et al., 2013Sanchez Lopez et al., 2012Smith, 2012). A inovação pode ser considerada como o passo decisivo ao longo de um caminho orientado para a criação de conhecimento comum, da tecno-ciência, produzindo conhecimento corporativo (Soto-Acosta et al., 2010).

A evolução tecno-científica e a inovação são tidas como as principais soluções para continuar expandindo nossas economias, apesar de saturação de mercado, abrindo novos caminhos de competitividade e consumo. Neste quadro geral das tecnologias da informação e da comunicação em geral, a IoT em particular, desempenha um papel significativo, respondendo às linhas de argumentos (Zairi, 1998Fleisch, 2010Gartner, Inc, 2013Glasser et al., 2007Heller Baird and Parasnis, 2011Höller et al., 2014ITU, 2005).

A inovação na indústria é um campo Histórico de estudo (ex. Schroeder et al., 1989). Muitos estudos empíricos têm ligado a sobrevivência das empresas à um processo de inovação contínua (Adner and Levinthal, 2001). Em uma recente revisão sistemática da literatura sobre manufatura, com contribuições de 1993 a 2003, Becheikh et al. (2006), mostram claramente como a inovação é considerada como um dos principais fatores que afetam a sobrevivência das empresas. Mas também é verdade que a atual situação concorrencial acelerou o ritmo da inovação em termos de implementação, introdução e difusão no mercado e tem levado as empresas a inovar produtos e serviços para garantir um melhor desempenho (Lööf and Heshmati, 2006Prajogo, 2006).

Este fato é ainda mais verdadeiro com o advento da internet e a terceira revolução industrial, chamada a revolução digital (Devaraj et al., 2007). As avançadas tecnologias de fabricação fortemente confiam em várias tecnologias para obter maior produtividade, maior qualidade e redução de custos de produção. Tal efeito é especialmente centrada nos processos de fabricação de automação e de sistemas de informação (Anaya et al., 2015Tian et al., 2002).

Em primeiro lugar, podemos extensivamente melhorar a nossa eficiência na utilização de recursos permitindo que as tecnologias de informação, e mais especificamente a IoT, gerenciem tanto para empresas e através de empresas (Soto-Acosta et al., 2015Palacios-Marqués et al., 2015). O pressuposto implícito aqui é que essa complexidade pode ser decomposta e traduzida em informação binária estruturada, para melhorar tecnologicamente o acompanhamento e a potência de processamento. Desta forma, as empresas podem otimizar não só a produção, mas também processos de tomada de decisão (Iglesias et al., 2013Curtin et al., 2007Del Giudice and Straub, 2011Del Giudice et al., 2012Nielsen, 2006).

A introdução da IoT implica a introdução de uma infinidade de novos produtos, serviços e modelos de negócios, garantindo assim novas rotas para revitalizar as soluções de tecnologia (Jankowski, 2014Jara et al., 2014a, bKotler et al., 2010Li et al., 2012, 2014Luckett, 2004Luo et al., 2014Prahalad and Ramaswamy, 2004Del Giudice and Maggioni, 2014). A IoT, portanto, implica uma espécie de "marcha" da estratégia tecnológica.

Uma nova abordagem para acomodar o gerenciamento de tendências para a inovação tecnológica é a revitalização (Schiavone, 2013) por que empresas estabelecidas criam completamente novos produtos tecnológicos, mas sem fazer mudanças significativas para as características técnicas dos produtos antigos. Revitalização tecnológica é uma abordagem inovadora usada frequentemente em indústrias.

Revitalização é uma estratégia tecnológica onde os clientes são o ponto de partida para a formulação da estratégia. De acordo com a Day (1999), vários elementos moldam este tipo de estratégia de orientação para o mercado, aproveitando recursos característicos, criando valor para os clientes e alcançando desempenho superior. Todos estes elementos são críticos para uma implementação eficaz da evolução tecnológica de revitalização. Orientação de mercado refere-se a análise contínua e a compreensão das necessidades dos clientes (Straub and Del Giudice, 2012;Campanella et al., 2013).

Apenas uma análise em profundidade das práticas e hábitos antigos de usuários de tecnologia pode permitir que as empresas compreendam se esta abordagem tem a força de criação de valor. A revitalização atrai o compromisso dos gestores de empresas, que, antes da mudança tecnológica, foram especializadas no desenvolvimento de produtos baseados em tecnologia antiga para o mercado. Revitalização tecnológica leva a uma sobrevida de competências e capacidades dos gestores de empresas. Os gerentes de TI têm de enfrentar campos estratégicos e questões operacionais e organizativas típicas de uma "estratégia de participação" (Cooper and Smith, 1992).

Em termos de gestão, a integração de diferentes tecnologias é obrigatória para a capacidade de revitalização tecnológica. Estas capacidades são essenciais para criar valor para os clientes. Para este fim, a análise de mercado deve ser integrada com a atividade da organização e equipes interfuncionais devem ser capazes de identificar as melhores formas de mesclar o antigo e o novo da tecnologia. Por último, a adequação entre recursos organizacionais e a criação de valor é fundamental para alcançar melhores desempenhos e vantagem competitiva.

O advento de tecnologias baseadas na internet levou ao surgimento de novas filosofias de produção e de novas formas de organização, tais como as organizações virtuais, produção remota, produção integrada por computador e sistemas de produção baseados na internet, máquinas sem fios, máquinas de medição coordenada, matrizes de sensor de rede e sistemas de vigilância (Bi et al., 2008Dewan et al., 2000Pratt et al., 1997). Por exemplo, "design em qualquer lugar, fabricação em qualquer lugar" é uma nova abordagem à produção que compartilha dados de concepção e de produção em várias plataformas e estruturas (Kellmereit and Obodovski, 2013Manenti, 2011).

Estudos recentes confirmaram tais tendências, indicando que o futuro de empresas de manufatura será principalmente orientada para a informação e conhecimento, levando a operações automatizadas mais flexíveis (Davenport and Short, 2003Li et al., 2010). Qualquer tecnologia de produção terá de ser integrada em um sistema de rede interconectado a itens físicos e virtuais de sistemas capazes de executar tarefas integradas, independentemente da localização física de estruturas específicas, dispositivos ou processos, interagindo com diferentes bancos de dados ou informações adquiridas externamente (DaCosta, 2013Kehoe and Boughton, 2001). Os benefícios de soluções baseadas na Internet dentro de ambientes de produção são reconhecidas, especialmente em termos de escalabilidade com a demanda e de flexibilidade na implantação e personalização de soluções (Dewan et al., 2000).

O design e a fabricação baseado em ''nuvem'' fornece um bom exemplo destes benefícios. Ele se refere a um serviço orientado, em rede, de um produto modelo, no qual os consumidores são capazes de configurar os produtos ou serviços e reconfigurar os sistemas de produção (Devaraj and Kohli, 2003). Este tipo de produção remete para um modelo que explora a manufatura com linhas de produção que aumentem a eficiência, reduzem os custos do ciclo de vida do produto e permitem a utilização ótima dos recursos em resposta à demanda variável gerada pelo cliente (Wu et al., 2015). Assim, esta tecnologia pode permitir a melhoria da eficiência operacional por fomentar a interação no business-to-business (B2B). Essas soluções podem revelar rapidamente uma falta de estoque, por exemplo, em relação a um determinado item. Por conseguinte, este ambiente fornece uma forma estruturada de desenvolvimento ordenado e armazenamento eficiente, integrando, gerenciando e controlando os dados e o processo desde a fabricação até a distribuição (Yusuf et al., 2004). Tecnologias baseadas na internet apoiando a integração B2B, por sua vez também afetam o desempenho operacional em termos de redução de custos, qualidade,flexibilidade e desempenho (Devaraj and Kohli, 2003).

Como observado anteriormente, os processos de produção e distribuição estão atualmente, em um ambiente completamente diferente da do passado. Itens ou "coisas" são incorporados ao ambiente, o que significa que estão continuamente conectados e interagem uns com os outros, trocando os fluxos de informação.

Este fenómeno surgiu muito recentemente na literatura acadêmica, assim como a nomenclatura de IoT, embora alguns trabalhos pioneiros sobre temas semelhantes possam ser observados no início do novo milénio (ex. Kruth et al., 1998Tian et al., 2002McFarlane et al., 2003Yam et al., 2005).

Em uma das mais completas definições da IoT, pode-se relacionar a IoT a uma interconexão de rede de objetos do cotidiano e itens, que muitas vezes são equipados com inteligência onipresente (Xia et al., 2012). Por conseguinte, a IoT ocorre quando o objeto e o sistema estão integrados no espaço da internet, permitindo esta conexão. Outra vantagem desse fenômeno é que apesar de uma melhor acessibilidade virtual, tais objetos permanecem exclusivamente identificadas em uma rede, mesmo no vasto mundo da internet. O ambiente IoT conecta e compartilha os dados a partir de objetos inanimados, mas isso também pode incluir sensores ligados à vida "entidades", como pessoas, animais e plantas (Ashton, 2009). Por exemplo, este é o caso com o monitoramento de dispositivos biomédicos, que ao monitorar os parâmetros de vida possam autonomamente e em tempo real fornecem essas informações aos cuidados de instituições que podem então executar um diagnóstico mais rápido e intervir no caso de valores anormais (Rengier et al., 2010).

A IoT é a abordagem básica empregada por muitas tecnologias tais como identificação de freqüência de rádio (RFID), campo próximo de Comunicações (SNF), Protocolo de Internet versão 6 (IPv6) e/ou mesmo a simples conexão sem fio que permite que ambos os dispositivos móveis e fixos permaneçam constantemente conectados à web (Chao et al., 2007Gubbi et al., 2013Ilic et al., 2010).

Esta integração entre objetos (IoT) inevitavelmente também mudou o conceito de produtos (Kiritsis, 2011), levando ao aparecimento dos chamados IPs (Meyer et al., 2009). Um endereço IP é definido como um item que: primeiro, possui uma identidade exclusiva; segunda, é capaz de se comunicar de forma eficaz com o seu ambiente; terceiro, pode manter ou armazenar dados sobre si própria; quarta, implanta um idioma para exibir seus recursos e requisitos de produção; e em quinto lugar, é capaz de participar ou tomar decisões relevantes para o seu próprio destino (McFarlane et al., 2012).

Kärkkäinen (2003) analisou o papel do IPs na cadeia de abastecimento, com um foco sobre a rastreabilidade dos produtos. IPs são constantemente monitorizados e conectado ao longo de seus ciclos de vida e isso pode fornecer um fluxo consistente de informações para um fornecedor melhorar a eficiência da produção.

A necessidade de tal inovação vem do crescente número de variantes de produto, levando a um aumento da complexidade. Tal condição é gerada pela grande quantidade de dados a serem tratadas, variância de itens e aumento de volumes de transação. Assim, o planejamento de capacidade e de previsão de demanda se torna limitado sem um sistema claro de identificação para cada produto, componente ou variante, tanto durante o processo de produção e distribuição (Holmström, 1997).

O processamento de informações em tempo real sugere um processo que pertence ao paradigma do IoT, e isso exige uma infra-estrutura padronizada capaz de reconhecer os itens com códigos de identificação únicos. (Haller, 2010). Assim os IPs fornecem dados de apoio ao planejamento de recursos empresariais (ERP). Este processo influencia todas as funções, tais como a compra, inventário, vendas, marketing, finanças e recursos humanos. Esta evolução tem mudado dramaticamente o sistema de produção, gerando um novo ambiente

Para uma melhor compreensão do que um IP pode fazer nexte contexto, pode se tomar o exemplo de embalagens inteligentes. Estas embalagens se transformam em um sistema que é capaz de realizar funções inteligentes (tais como detecção, gravação, rastreamento e comunicação, aplicando a lógica científica) para facilitar a tomada de decisões, reforçar a segurança, melhorar a qualidade,  fornecer informações, e alertar sobre possíveis problemas (Yam et al., 2005). Embalagens Inteligentes podem desempenhar um papel importante para facilitar o fluxo dos materiais e informações na cadeia de abastecimento na indústria alimentar, um pacote inteligente pode ser equipado com uma etiqueta que oferece indicações visuais de temperatura durante a distribuição e armazenamento. Esta é uma informação crítica, por exemplo na cadeia de distribuição de produtos alimentares congelados (Caleb et al., 2013). No entanto, embalagens inteligentes também podem incorporar biossensores para detectar, gravar e transmitir informações relativas a reações bioquímicas a fim de garantir as condições de segurança dos alimentos (López-Gómez et al., 2009). Por conseguinte, tais sistemas inteligentes de rastreamento de produtos e monitoramento de suas condições, facilita o acesso a dados em tempo real que permitem uma resposta rápida do processo de tomada de decisão (Yam et al., 2005).

Como mencionado acima, IPs também podem ser úteis em processos de tomada de decisão; no entanto, uma tal situação ocorre apenas se os itens considerados são capazes de produzir fluxos de dados. A partir desta perspectiva, IPs são considerados uma ligação entre produtos físicos e tecnologia baseada em informações (tais como um banco de dados) para fornecer dados para um tomador de decisão (McFarlane et al., 2003).

De acordo com o que tem sido a premissa, IPs têm uma identificação única, e geram uma conexão única permanente com adicionando a capacidade de ser "smart". Isso abre novas fronteiras para a gestão cujas decisões podem recorrer a um grande conjunto de alta qualidade e baixo custo de informações (LaValle et al., 2013McAfee and Brynjolfsson, 2012). Aluguel de automóveis, partilha de carros e empresas de logística podem ser o contexto perfeito no qual pode-se notar os benefícios das condições anteriormente descritas. Veículos equipados com tecnologias inteligentes de maneira síncrona podem ser alimentado com informações, por exemplo a localização, permitem aos gerentes tomarem decisões imediatas com base em necessidades reais (ex. Caputo, 2012).

O crescimento do IoT em ambientes industriais também torna a produção "smart", não apenas os objetos que povoam este ambiente, mas com a possibilidade de uma nova gama de equipamentos de automação e controle. Em especial, o IoT gera benefícios nas empresas de manufatura por meio da coleta de dados de sensores estabelecem uma comunicação da fábrica com os trabalhadores, gerentes, sistemas de software e cadeia de fornecimento, ligados em conjunto de itens que podem fornecer aos seres humanos uma ferramenta de medição que abre as portas para muitas novas descobertas e aplicações (Fleisch, 2010).

A evolução da Internet, também, em geral, tem sido impulsionada em grande parte pelo conteúdo gerado pelo usuário, ou seja, dados fornecidos por usuários através de processos gerenciam esses dados. Web 2.0 é o termo associado com este tipo de desenvolvimento e pode-se citar como empresas que utilizam este conceito o Facebook, o YouTube, o Twitter e a Wikipedia (Fleisch, 2010). Assim, o IoT tem aumentado a complexidade de dados adicionando a dimensão de auto-produção. Esta inovação no que diz respeito às "coisas", ou parte do sistema conectado que podem gerar informações por si e fornecer automaticamente uma nova arquitetura que, pela primeira vez, nos permite medir o mundo de uma maneira mais barata e mais simples.

Por conseguinte, este fenómeno contém um baixo grau de inovação, mas muda radicalmente a forma como as empresas usam os dados. Isto é possível devido à evolução incremental dos dados do ambiente que permite o intercâmbio e a utilização de dados entre o produto e o processo. O principal benefício se refere simplesmente a reformulação do módulo existente; o produto então permite a produção de um fluxo de dados que pode ser utilizado pelos tomadores de decisão (grstores) para controlar e estar ciente do produto e processo.

4. A reengenharia de processos de negócios e A IoT

Nas últimas décadas, desafios na arena da competitividade cresceram exponencialmente. As empresas estão enfrentando concorrência extrema, principalmente devido ao aumento das pressões de mudanças tecnológicas e de desafios globais. Estas pressões emergentes resultam da globalização da produção, caracterizada por transferências mais rápidas de materiais complexos, sistemas de pagamento e a compressão dos ciclos de vida dos produtos, que impulsionam a necessidade de integração superior de tecnologias com as necessidades dos clientes cada vez mais sofisticados (Shepherd and Ahmed, 2000).

As empresas de sucesso não devem responder apenas a seus atuais clientes ou as suas necessidades organizacionais, eles devem antecipar as tendências futuras através do desenvolvimento de idéias, produtos ou serviços de forma rápida e eficaz atendendo a demandas futuras. Tal habilidade é um requisito essencial para desenvolver e sustentar uma vantagem competitiva (Porter, 1985Peteraf, 1993). Assim, através da inovação em produtos e processos de empresas, aumentam a sua capacidade de entrar ou criar novos mercados representando um fator chave para o sucesso (Li et al., 2013Teece, 2010).

Entre todos os conjuntos de pressão de natureza tecnológica, o advento da internet afetou profundamente a abordagem das empresas de produção e fortemente remodelou estruturas organizacionais e operacionais. No entanto, o papel da internet no setor da indústria transformadora continua muito escasso, como o fenômeno "Internet das coisas" (IoT) isto é, o advento de redes sofisticadas de objetos e itens ligados através da web, muitas vezes equipados com inteligência onipresente (Xia et al., 2012). A literatura pertinente sobre o tema é fragmentada e geralmente centrada em análises aprofundadas de casos específicos, predominantemente com foco em aspectos de engenharia (por exemplo (Ashton, 2009Gubbi et al., 2013Guinard et al., 2010).

O  processo de inovação é crucial para a sobrevivência das empresas (Damanpour, 1991Smith and Tushman, 2005). A internet, e em particular o IoT, cria uma mudança dramática em processos de produção. Inovação do produto se refere a novos produtos e serviços lançados no mercado, geralmente para atender necessidades latentes do cliente (Damanpour, 1991). Na indústria transformadora, no entanto o IoT permite às empresas disponibilizar no mercado itens como dispositivos vestíveis que, em virtude de um ambiente adequado, são capazes de se conectar e transmitir dados dos sensores através da internet (Swan, 2012).

Por outro lado, o processo de inovação se refere a novos elementos introduzidos em operações de uma empresa e os processos de produção, tais como novos materiais, máquinas ou fluxos de informação. Assim, ele consiste de alterações dos processos de produção do produto/serviço (Damanpour, 1991Utterback and Abernathy, 1975).

A Reengenharia de Processos de Negócio, como uma inovação no contexto da IoT, remete à análise e design de fluxos de trabalho e processos dentro e entre as organizações (Davenport and Short, 1990). Tais atividades formam um ciclo de cinco etapas do processo organizacional: desenvolvimento de visão de negócios e dos objetivos do processo, identificação do processo de remodelação, medição de processos existentes, identificação das Tecnologias de Informação, e o desenvolvimento de um novo  processo (Davenport and Short, 1990). 

Uma implementação eficaz desta reengenharia muitas vezes implica também em uma transformação estratégica em termos de competências empresariais (Short and Venkatraman, 1992). Mansar e Reijers (2007).

 Em especial, os autores argumentam que a eliminação de tarefas desnecessárias e o foco em infra-estruturas tecnológicas são cruciais para a criação de valor nas empresas (Porter, 2008) e também são pontos chave para uma nova reengenharia de processos. (Davenport and Short, 1990Mansar e Reijers, 2007).  Pode-se citar ainda, que os fatores de sucesso para esta reengenharia são a padronização de processos, a informatização, a automação, o treinamento e a capacitação de empregados (Trkman, 2010). 

As empresas se beneficiam da exploração de tecnologias pela geração de receita através da comercialização de novos produtos e serviços e a melhoria da sua produtividade e economia de custo. Informações/análise e automação/controle são os grandes domínios de atividade  em que o impacto da IoT sobre os processos de negócios é maior (Chui et al, 2010). 

A IoT oferece vários fatores de criação de valor que são complementares com as melhores práticas de gestão de processos de negócio. Por exemplo, as empresas podem coletar feedback do usuário, ampliando a integração corporativa com as necessidades de demanda. Além disso, um manual simplificado gerado pelo uso da IoT pode levar ao envolvimento de menos pessoas para a implementação de um processo (Fleisch, 2010). Vários projetos foram desenvolvidos ao longo dos últimos anos para a otimização de processos de negócio através da IoT. Um exemplo é o projeto "CuteLoop" (Sundmaeker et al, 2010) que suporta o uso de dispositivos em rede móvel para melhorar os processos de negócio. Dispositivos de rede móvel podem otimizar (por exemplo através de automação) o fluxo de processos e reduzir o tempo e os custos.

Alguns profissionais (ex. Evans, 2012Bradley et al., 2013) defendem uma evolução do conceito da IoT, a qual pode ser considerada como  ''Internet de tudo''. A principal característica deste conceito é que ele reúne pessoas (humanos), processo (gerencia a forma como as pessoas, dados e as coisas funcionam juntos), dados (informações), e coisas (objetos inanimados e dispositivos para fazer ligações em rede) transformando informações em ações que criam novas capacidades, experiências mais ricas e sem precedentes à oportunidade econômica para as empresas, indivíduos e países (Evans, 2013). O conceito básico da IoT é baseado apenas nas coisas. A Internet de Tudo, em vez disso, constrói-se sobre quatro pilares: pessoas, processo, os dados e as coisas.

O vasto conjunto de benefícios da IoT para processos de negócios tem gerado uma crescente atenção da questão da aprovação da IoT nas organizações. Por um lado, pesquisas anteriores mostram mecanismos de compartilhamento de informação de apoio à adopção do IoT nas infra-estruturas organizacionais (Li et al., 2012), no entanto, inversamente a este fato, pesquisadores sugerem que a segurança e a privacidade de dados podem dificultar a adopção do IoT (Miorandi et al, 2012).

O atual cenário faz com que as organizações busquem mais agilidade, eficiência e também uma postura mais responsiva frente à sociedade contemporânea, mais complexa, diversificada e dinâmica. Esse momento está relacionado à busca pela sustentabilidade organizacional, que requer o alinhamento entre os objetivos organizacionais e os objetivos do mercado. Essa situação destaca que os processos de mudança são inevitáveis para as organizações que pretendem continuar existindo. Diante disso, surgiram diversas propostas de mudança organizacional, desde a adoção de tecnologias gerenciais até os novos modelos de gestão, entre os quais se destaca a gestão de processos (Pradella, 2009).

A adoção da prática de gestão de processos tem sido vista por alguns autores como uma forma de apoio ao progresso gerencial na busca por melhores resultados (Assunção & Mendes, 2000), o que tem justificado a incorporação do tema no ambiente das organizações.

Vale ressaltar que a adoção de uma Tecnologia da Informação (TI) adequada não promove a disseminação do conhecimento sem um projeto de mudança na cultura da organização. Essa é uma das razões para que, no modelo de gestão de processos aliado a este novo conceito da IoT, sejam consideradas tanto a participação das pessoas quanto a cultura organizacional.

5. Conclusão

As mudanças vêm ocorrendo rapidamente, especialmente na área de Gestão de Processos e de Tecnologia da Informação (TI), onde o seu ritmo é vertiginoso. Um dos motivos é que a informatização, e em especial os padrões e modelos de automação dos processos, viraram commodities consumidas no mundo inteiro (Davenport, 2005). A necessidade de automação e informatização decorre do fato de que a tomada de decisão precisa acompanhar o ritmo das mudanças, sob pena de se perder oportunidades de negócios e se tornar frágil em virtudes da concorrência. Cresce também de forma acelerada a variedade de bens tangíveis e intangíveis que competem por consumidores no mercado globalizado, resultando no aumento da oferta e da concorrência e limitando a capacidade de vendas.

A introdução da IoT em ambientes empresariais tem sido uma inovação radical para todo o mercado. A capacidade dos produtos e serviços de reagirem ao ambiente só foi possível com o desenvolvimento de novos componentes integrados a esses itens.

O modelo de integração da reengenharia ou da própria gestão de processos com a IoT, possui várias implicações práticas, uma vez que pode prever e descrever o caminho evolutivo de qualquer setor empresarial. Os gestores podem beneficiar-se da aplicação do modelo à sua empresa lhes permitindo prever como a indústria irá evoluir e quais tecnologias irão representar os pontos de gargalo (ex. Bakar and Ahmad, 2010;Kogut and Zander, 1992Rigby and Zook, 2002Teece, 2010). Ainda, permitem que as suas empresas gerem um maior valor para si e para a sociedade e estejam mais preparadas para as mudanças tecnológicas.

Hoje, vários fatores são relevantes para o gerenciamento de processos de negócios dentro das empresas modernas, onde destacam-se a globalização, a evolução tecnológica, o dinamismo de ciclos de vida dos produtos e a escassez de recursos. Da mesma forma, outros fatores-chave são a evolução dos ciclos de inovação e a crescente demanda do cliente para produções individualizadas. Tantos exemplos de hoje mostram claramente que o principal mecanismo para criar valor a partir da IoT é gerar informações reais otimizando a tecnológica e gerenciando processos de negócios com base em tecnologia de informação.

Esta abordagem deverá ser combinada com um reposicionamento geral das marcas corporativas e de produtos ou mesmo deverá atuar como um comportamento estratégico no âmbito geral do portfólio de empresas. Tal abordagem é apenas uma opção estratégica para as empresas existentes e a sua aplicação não está em conflito com outras abordagens de inovação. Neste cenário, a IoT desempenha um papel fundamental para estimular a revitalização tecnológica dentro de empresas.

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