Espacios. Vol. 37 (Nº 24) Año 2016. Pág. E-3
Marcus Levi Lopes BARBOSA 1; Lisiane Machado de OLIVEIRA-MENEGOTTO 2; Denise Regina QUARESMA DA SILVA 3; Ronei Saldanha LOPES 4
Recibido: 14/04/16 • Aprobado: 12/05/2016
3. Professores e a Síndrome de Burnout
5. Apresentação dos Resultados
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo avaliar e comparar os níveis de burnout em professores, considerando as variáveis idade e tempo de trabalho como professor. Foi aplicado o Inventário de Burnout de Maslach (MBI) em 50 professores da rede municipal de ensino de um município da região sul do Brasil. Os dados foram analisados por meio de procedimentos estatísticos que incluíram análises descritivas e comparativas. Conforme os resultados, em geral, os professores avaliados apresentam escores abaixo da média esperada para o instrumento. Por outro lado, nenhum professor está completamente livre dos sintomas da SB. Além disso, 6% dos professores apresentam níveis de burnout acima da média. Os resultados apontam para a importância da humanização do posto de trabalho docente e da criação de políticas públicas que promovam a saúde do professor. |
ABSTRACT: This article aims to evaluate and compare the levels of burnout in teachers, considering the variables age and working time as a teacher. Maslach Burnout Inventory (MBI) was applied in 50 teachers from public schools in southern Brazil. Data were analyzed using statistical procedures, including descriptive and comparative analyzes. According to the results, in general, the evaluated teachers have scores below the average for the instrument. On the other hand, no teacher is completely free of symptoms of BS. In addition, 6% of teachers have burnout levels above average. The results point to the importance of humanization of the teaching work and the creation of public policies that promote the health of the teacher. |
A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como uma das mais estressantes, com forte incidência de elementos que conduzem à Síndrome de Burnout (SB). Por isso, a categoria docente tem sido desde a fase pioneira de estudos sobre a SB, uma das mais investigadas (CARLOTTO, 2011). A SB pode ser compreendida como uma reação ao estresse excessivo e crônico relacionado ao trabalho (ANDRADE; CARDOSO, 2012; CARLOTTO, 2011; MOREIRA; FARIAS; BOTH; NASCIMENTO, 2009). Trata-se de "um tipo especial de stress ocupacional que se caracteriza por profundo sentimento de frustração e exaustão em relação ao trabalho desempenhado, sentimento que aos poucos pode estender-se a todas as áreas da vida de uma pessoa" e atinge, principalmente, os profissionais que trabalham com pessoas diariamente, o que faz dos professores os principais alvos de tal síndrome (REINHOLD, 2006, p.64). Para Carlotto (2002, p.21), "a severidade de burnout entre profissionais de ensino já é, atualmente, superior à dos profissionais de saúde, o que coloca o Magistério como uma das profissões de alto risco".
Esse estudo está ancorado na justificativa de que a SB está dentre os transtornos mentais que afetam os trabalhadores (VALÉRIO; AMORIM; MOSER, 2009). Profissionais estressados no trabalho podem resultar em profissionais insatisfeitos, desmotivados e com uma diminuição de sua produtividade, trazendo consequências drásticas à qualidade de vida e de suas atividades. Por consequência, a manutenção deste estado de coisas pode levar ao burnout e ao abandono da careira. Assim sendo, torna-se essencial realizar estudos, que busquem colaborar para melhora significativa desses profissionais, bem como auxiliar na criação de subsídios para a elaboração de políticas públicas voltadas à saúde e ao bem-estar dos profissionais e também incrementar as discussões de como o profissional de Psicologia pode atuar e colaborar para esse problema dentro da rede escolar.
Diante disso, o presente artigo tem como objetivo avaliar e comparar os níveis de burnout em professores, considerando as variáveis idade (dividida em dois grupos: até 35 anos de idade e mais de 35 anos de idade) e tempo de trabalho como professor (dividida em três grupos: até 5 anos, de 6 a 10 anos e 11 anos ou mais), assim como discutir de que forma estes fatores podem estar associados a ocorrência desta síndrome em professores da rede municipal de ensino de um município da região sul do Brasil.
Uma das primeiras vezes que o termo burnout foi mencionado na literatura para fazer referência à exaustão física e emocional de profissionais da área da saúde mental foi no início dos anos 1970 (BENEVIDES-PEREIRA, 2003; GUIMARÃES; CARDOSO, 2004). Freudenberger, psicanalista nova-iorquino, constatou em si mesmo o grande esgotamento profissional denominando a Síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo) (BENEVIDES-PEREIRA, 2003). A palavra burnout é originária da Língua Inglesa e em Português significa o que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Sendo assim, trata-se de uma metáfora que representa aquilo ou aquele que atingiu o seu limite e, por falta de energia, não tem mais condições de desempenho físico ou mental (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). A partir de 1976, os estudos sobre burnout adquiriram um caráter científico. Christina Maslach, psicóloga social, foi a pioneira na construção de modelos teóricos e instrumentos capazes de registrar e compreender este sentimento crônico de desânimo, apatia e despersonalização. Maslach e Jackson (1981) destacaram que entre os profissionais de serviços sociais e de saúde, que as pessoas com burnout apresentavam atitudes negativas e de distanciamento pessoal. Juntamente com os pesquisadores Ayala Pines e Cary Cherniss, popularizaram o conceito de burnout e o legitimaram como uma relevante questão social e científica (CARLOTTO, 2001; CARLOTTO; CÂMARA, 2008; BURKE; FARBER; WECHSLER, 1991).
Caracterizada pela exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal, esta síndrome tem sido vista, principalmente, como de origem psicológica manifestada em profissionais que prestam algum tipo de serviço ou cuidado aos outros (MASLACH; JACKSON, 1981). Atualmente, a definição sócio-psicológica de Maslach e colaboradores é a mais aceita pela ciência para descrever o burnout (CARLOTTO, 2002). Nessa mesma perspectiva, Trigo, Teng e Hallak (2007) afirmam que a SB irrompe como consequência a prolongados níveis de stress no trabalho e compreende exaustão emocional, distanciamento das relações pessoais e diminuição do sentimento de realização pessoal. O burnout, ademais, produz efeitos significativos na vida do profissional, podendo prejudicá-lo em três níveis: individual (físico, mental, profissional e social), profissional (atendimento negligente e lento ao cliente, contato impessoal com colegas de trabalho e/ou pacientes/clientes) e organizacional (conflito com os membros da equipe, rotatividade, absenteísmo, diminuição da qualidade dos serviços).
O processo que caracteriza a SBpode levar anos e até mesmo décadas para se manifestar, sendo individual, cumulativo, com incremento progressivo em severidade. Geralmente, não é percebido pelo indivíduo, que não raramente se recusa a acreditar que está acontecendo algo de errado com ele (FRANÇA; RODRIGUES, 1997). De acordo com Rossa (2004), a relação entre o stress e burnout traz consequências graves não só para o indivíduo, mas também para a sociedade, pois além de acarretar doenças físicas e transtornos psicológicos essa pessoa não desempenha bem sua atividade profissional, ou em casos mais graves acaba por se afastar do trabalho. Hoje, pode-se dizer que a síndrome é uma das consequências mais problemáticas associadas ao stress ocupacional, indo além do simples stress e sendo encarada como uma reação ao stress crônico (BENEVIDES-PEREIRA, 2001).
De acordo com Andrade e Cardoso (2012), os transtornos mentais, atualmente, são os principais responsáveis pelo afastamento do trabalho por longos períodos de tempo, sendo considerados fatores de risco para a manutenção da saúde mental. Genestreti (2010) aponta, conforme dados da Previdência Social, que a SB foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009. Em síntese, "as doenças decorrentes das condições de trabalho, associadas às pressões do mundo moderno, representam claros prejuízos para os recursos governamentais e da iniciativa privada" (CASTRO; ZANELLI, 2010, p.28).
O burnout é um fenômeno frequentemente encontrado na categoria docente, de modo que se trata de uma das profissões mais sujeitas a altos níveis de stress, podendo levar ao burnout, caso se torne recorrente (POCINHO; XAVIER PERESTRELO, 2011). Tardif e Lessard (2005) apontam que a carga de trabalho do docente é complexa, variada e portadora de tensões, com limites nem sempre definidos e que remetem para tarefas aparentemente invisíveis, que compõem uma carga mental de trabalho. Carlotto (2011) refere-se aos dados da OIT para situar a profissão docente como uma das mais estressantes. Atualmente, o ofício de professor está se configurando como uma profissão alvo de inúmeros estressores psicossociais presentes no seu contexto de trabalho. Um estudo epidemiológico transversal com todos os 808 professores da Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista, Bahia, comprovou que cansaço mental e nervosismo são frequentes em professores e identificou vários fatores de risco associados a essas manifestações de exaustão emocional nesse grupo ocupacional (BORGES DOS REIS; ARAÚJO; CARVALHO; BARBALHO; OLIVEIRA E SILVA, 2006).
Lopes e Pontes (2009), em seu estudo sobre SB em escolas públicas e particulares, destacaram diferenças entre professores da rede pública estadual e professores da rede particular, com relação ao burnout. Para esses autores, os dois grupos possuem diferentes dimensões de burnout, sendo que tais dimensões se associaram às variáveis de forma distinta nesses grupos. As três dimensões seriam: exaustão emocional, realização profissional e despersonalização. Esse estudo apontou que professores da escola pública estadual possuem maior exaustão e menor realização profissional que os participantes da rede particular. Especificamente, na escola pública, contexto de pesquisa que será apresentado no presente artigo, há, de acordo com Carlotto (2011), a prevalência da SB em professores de escolas da região sul do Brasil, que apontam o excesso de cobranças e a carência do reconhecimento do trabalho do professor.
No contexto da escola pública, Silva e Carlotto (2003) ressaltam, em estudo sobre o gênero e o processo da SB em professores de escolas da rede pública, que o grupo feminino tende a apresentar maior desgaste profissional e menor sentimento de distanciamento de sua clientela. Tal resultado pode indicar vestígios históricos das questões de gênero relacionadas à profissão docente. O entendimento desta questão mostra-se relevante, na medida em que políticas de promoção e prevenção em saúde ocupacional possam ser planejadas de acordo com as especificidades dos grupos populacionais, neste caso, professores e professoras.
Ainda no âmbito da escola pública, Levy, Nunes Sobrinho e Souza (2009) avaliaram professores do ensino fundamental. O estudo constatou a presença de fatores decisivos para o desenvolvimento da SB entre os professores como, por exemplo, a violência instalada no ambiente escolar, a jornada de trabalho excessiva, os baixos salários, a idade do professor associada à falta de experiência profissional e à formação continuada deficitária para o atendimento das demandas educacionais na atualidade. Os resultados apontaram para a importância de se apostar na humanização do posto de trabalho docente, sob os aspectos de saúde, higiene, segurança, bem-estar físico e mental e ambiente ocupacional do professor de sala de aula.
Carlotto e Câmara (2008) realizaram um estudo que relacionou as estratégias de enfrentamento utilizadas e as dimensões da SB em professores de escolas públicas e privadas. Em professores de escolas privadas, quanto maior a utilização de estratégias de confronto, maior a exaustão emocional e a despersonalização e quanto maior a utilização de aceitação de responsabilidade menor a realização profissional. Já em professores de escolas públicas, quanto maior a utilização da estratégia de afastamento e de fuga, maior a exaustão emocional. Os resultados apontam para a necessidade de intervenções diferenciadas nos grupos pesquisados.
De um modo geral, é unânime entre os autores o fato de um professor em estado de burnout representar uma fonte de influência negativa para si próprio, para os alunos e para o sistema educativo (CARLOTTO, 2002; TOMIC; EVERS; BROUWERS, 2004). Sann (2003), numa revisão de vários estudos realizados com professores alemães, afirma que 25% destes profissionais atingiram um valor crítico nas medidas de burnout e 60% das mulheres e 40% dos homens evidenciaram queixas somáticas devido ao seu estado de esgotamento. Gomes, Peixoto e Silva (2012), em outro de seus estudos com 1.162 professores portugueses, analisou a experiência de stress e a SB antes e após a alteração do Estatuto da Carreira Docente neste país. Os resultados indicaram que a experiência de stress e de burnout aumentou em áreas relacionadas com pressões de tempo, excesso de trabalho, trabalho burocrático e administrativo, chamando a atenção para o aumento nas exigências profissionais dos professores (GOMES; PEIXOTO; SILVA, 2012).
As consequências da SB são variadas, já que elas estão presentes no âmbito físico, psicológico e comportamental. Nas pesquisas referentes às variáveis demográficas, alguns aspectos são considerados, tais como a idade. Em geral, os professores que apresentam maiores riscos ao burnout são professores mais jovens. Acredita-se na hipótese de que, não a idade em si, mas a experiência oriunda do tempo de profissão possibilita o aprimoramento de estratégias de coping diante de situações adversas para estes profissionais, fazendo com que se tornem cada vez menos vulneráveis (GARCÍA-VILLAMISAR; GUINJOAN, 2003). Entretanto, essa hipótese não é corroborada em outros estudos, tais como os de Jimenez (2002), Reinhold (2006), Carlotto (2002) e Rossa (2004) que apontam que o Burnout é uma doença crônica que vai se consolidando com o passar do tempo, o que contraria a visão da variável "idade", de forma que estas variáveis mostram resultados inconsistentes.
Dentre as pesquisas que se dedicaram aos professores universitários, Suda, Coelho, Bertaci e Santos (2011) apontam para uma associação entre nível geral de saúde e exaustão emocional, ou seja, quanto maior o comprometimento da saúde, maior o índice de exaustão. A pesquisa de Souza e Mendonça (2009), envolvendo professores universitários, sugere que a percepção de injustiça na forma de distribuição de recursos, pode levar o professor universitário à exaustão, gerando efeitos nos aspectos psicológicos e comportamentais. Carlotto (2004) evidenciou em estudo com professores universitários que há uma associação negativa entre as dimensões de Burnout e Características de Cargo.
No contexto da docência em Educação Física, o estudo de Valério, Amorim e Moser (2009) destaca que os professores de Educação Física apresentam menor incidência da SB do que professores de outras disciplinas. Tal diferença provavelmente está relacionada aos diferentes ambientes de trabalho e à maior realização de atividade física. Conforme o estudo conduzido por Moreira, Farias, Both e Nascimento (2009) sobre a correlação entre a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) com a Síndrome de Burnout (SB) em Professores de Educação Física, a maioria dos professores encontra-se satisfeita com a qualidade de vida no trabalho, embora esteja insatisfeita com a remuneração e a compensação.
Silva (2006) afirma que a perda de sentido do trabalho e o sentimento de impotência para torná-lo mais significativo têm levado muitos trabalhadores e, em especial, os professores, à SB, entendida como perda de energia no trabalho, mas também como um processo de alienação. Além disso, propõe discutir essa temática considerando o modelo econômico-político-social vigente que, cada vez mais, precariza os trabalhadores em todo o mundo e, em particular, neste país. Nesse sentido, Carlotto (2002) destaca a importância de um trabalho preventivo, de modo que a erradicação de burnout em professores não é tarefa solitária deste, mas deve contemplar uma ação conjunta entre professor, alunos, instituição de ensino e sociedade. Embora o stress e o burnout no ensino certamente ocorram há muito tempo entre os professores, seu reconhecimento como problema sério, com importantes implicações psicossociais, tem sido mais explícito nos últimos 20 ou 30 anos. Nessa mesma perspectiva, Moreno, Gil, Haddad e Vannuchi (2011) também destacam a importância de um trabalho de caráter preventivo. Para eles, as ações preventivas serão viáveis quando a SB não for entendida unicamente como responsabilidade individual ou pelo relacionamento profissional-usuário, e ser compreendida como um problema da relação indivíduo-processo de trabalho-organização.
A prevenção e a erradicação do burnout em professores não são uma tarefa solitária desses, devendo contemplar ações conjuntas entre professores, alunos, instituições de ensino e sociedade. Nesse sentido, deve-se buscar um contexto mais favorável ao exercício da profissão docente através de programas voltados às equipes diretivas e pedagógicas das escolas, a fim de que possam propiciar um espaço institucional de discussão e reflexão entre equipes e professores (CARLOTTO; PALAZZO, 2006).
Diante disso, é preciso repensar políticas públicas para os profissionais docentes. Ações, tais como instalação de serviços de caráter preventivo na rede municipal de Educação, elaboração de ações ergonômicas organizacionais de enfrentamento e instalação de programas que auxiliarão o professor no manejo do burnout, estendendo-se o benefício à direção das escolas, aos colegas de trabalho e aos alunos são necessárias para reduzir e prevenir a instalação desta patologia (LEVY; NUNES SOBRINHO; SOUZA, 2009).
Os sujeitos participantes deste estudo são professores de uma escola de ensino fundamental da rede municipal de uma cidade de médio porte da Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Foram incluídos no estudo professores do ensino fundamental que atuam há pelo menos um ano exclusivamente na atividade de professor em sala de aula e que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para participação em pesquisa. Foram excluídos do estudo professores em desvio de função (atuando, por exemplo, na biblioteca, secretaria, direção), ou que não concordaram assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Questionários que apresentaram questões rasuradas ou incompletas também foram excluídos do estudo.
Sendo assim, participaram deste estudo 50 professores, sendo 43 (86%) professoras e 7 (14%) professores. As idades variaram de 23 a 52 anos (média = 36,06; D.P. = 6,84), divididos neste estudo em dois grupos, a saber: até 35 anos (44% da amostra) e com mais de 35 anos (55% da amostra) e com experiência profissional que vai de 1 a 28 anos de trabalho (média = 10,12; D.P. = 6,37), divididos neste estudo em três grupos, a saber: com 5 anos ou menos (26,5% da amostra), de 6 a 10 anos (34,7% da amostra) e de 11 anos ou mais de tempo de trabalho como professor (38,8% da amostra).
O instrumento utilizado foi o Inventário de Burnout de Maslach (MBI). Trata-se da versão traduzida e adaptada por Melo, Gomes e Cruz (1999) do "Maslach Burnout Inventory" (MASLACH; JACKSON; LEITER, 1996). O MBI é um instrumento de auto-registo com 22 itens acerca dos sentimentos relacionados com o trabalho. Ele trata de temas, tais como a exaustão emocional (analisa os sentimentos de sobrecarga emocional e a incapacidade para dar resposta às exigências interpessoais do trabalho), despersonalização (pretende medir as respostas "frias", impessoais ou mesmo negativas dirigidas àqueles a quem se prestam serviços), e realização pessoal (usada para avaliar sentimentos de competência e bem-estar relativamente ao trabalho). A frequência com que cada sentimento ocorre nas três áreas é avaliada numa escala tipo "Likert" de sete pontos, variando entre o mínimo de zero (nunca) e o máximo de seis (todos os dias).
Antes de proceder à coleta de dados, propriamente dita, contatou-se o representante legal da Secretaria do município, para obtenção da autorização para realização da pesquisa em escala da rede. A coleta de dados foi realizada a partir de dois questionários padronizados e autoaplicáveis, com questões objetivas. Cuidados éticos foram observados, de maneira que o projeto deste trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Feevale (número 416.079). Os professores que optaram por participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), obedecendo aos princípios de respeito à pessoa, da beneficência e da não-maleficência (GOLDIM; GIBBON, 2015), todos de acordo com os termos da Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (2012). A coleta dos dados ocorreu individualmente. Cada docente foi convidado a dirigir-se a uma sala onde um dos pesquisadores realizou a aplicação dos instrumentos, tomando os cuidados de padronização sugeridos por Pasquali (2003), a fim de não enviesar as respostas.
Quanto à análise de dados, os procedimentos estatísticos adotados incluíram análises descritivas e comparativas. As análises descritivas adotadas foram as de tendência central (média, média aparada a 5% e mediana), dispersão (desvio-padrão, mínimo e máximo) e distribuição (normalidade, avaliada através do teste Kolmogorov-Smirnov). As análises comparativas incluíram o Teste t para amostras independentes (para comparar as médias dos dois grupos de idade) e o Teste ANOVA One-way (para comparar as médias dos três grupos de tempo de trabalho como professor). O nível de significância adotado neste trabalho foi de p ≤ 0,05.
Os dados obtidos com aplicação do MBI foram analisados de acordo com as diretrizes da literatura especializada da área (PESTANA; GAGEIRO, 2003). Inicialmente são apresentados os resultados relativos às analises descritivas, a saber, de tendência central, de dispersão e de distribuição para a amostra geral, para os grupos de idade (menos de 35 anos de idade e mais de 35 anos de idade) e para os grupos de tempo de trabalho como professor (até 5 anos; de 6 a 10 anos; mais de 11 anos de trabalho como professor). Logo em seguida são apresentados os resultados relativos às análises correlacionais (modulo direção e significância) para a amostra geral e para os grupos mencionados.
No que diz respeito às analises descritivas (Tabela 1), pode-se observar que as médias são, na amostra geral e em cada grupo da amostra, inferiores à média esperada para o MBI (66 pontos). Este resultado indica que, em geral, os professores avaliados apresentam escores abaixo da média esperada para o instrumento. Observando as médias, estas são ligeiramente maiores no grupo de professores com idade superior a 35 anos (se comparada aos professores com idade inferior a 35 anos) e no grupo de professores que trabalha há 11 anos ou mais (quando comparada com os grupos com menos tempo de trabalho). Quanto ao restante dos dados, se pode observar que há certa homogeneidade entre as medidas de tendência central (média, média aparada à 5%, mediana), o que está de acordo com os pressupostos da Teoria da Curva Normal. Quanto à dispersão, o desvio padrão não ultrapassou o valor nominal da média, indicando a adequação deste parâmetro. Ainda com relação à dispersão dos dados, os valores mínimos ficaram entre 29 e 33 pontos (o valor mínimo esperado para o MBI é de zero pontos), indicando que nenhum professor está completamente livre dos sintomas da SB. Já o valor máximo observado afastou-se do valor máximo esperado (que para a escala MBI é de 132 pontos), indicando que nenhum professor avaliado apresenta sintomas graves de burnout. Para verificar se os dados aderem à normalidade, utilizou-se o Teste Kolmogorov-Smirnov (K-S). Seus resultados (Tabela 1) evidenciam que as distribuições dos escores MBI aderem à normalidade (p > 0,05).
Tabela 1 – Análises descritivas para amostra geral, dois grupos
de idade e os três grupos de tempo de trabalho como professor.
Tempo como professor |
Tendência Central e Dispersão |
Normalidade |
|||||
M(DP) |
Min/ Máx |
Med |
M 5% |
K-S |
Gl |
p |
|
Geral |
46,88 (11,85) |
29 – 77 |
44,50 |
46,29 |
0,112 |
50 |
0,164 |
Até 35 anos de Idade |
45,91 (12,34) |
29 – 77 |
43,50 |
45,19 |
0,166 |
22 |
0,117 |
Mais de 35 anos de Idade |
47,64 (11,23) |
31 – 76 |
47,00 |
47,07 |
0,125 |
28 |
0,200 |
Até 5 anos de trabalho |
45,92 (13,92) |
29 – 77 |
42,00 |
45,14 |
0,149 |
13 |
0,200 |
De 6 a 10 anos de trabalho |
47,29 (10,87) |
33 – 69 |
44,00 |
46,88 |
0,172 |
17 |
0,195 |
11 anos de trabalho ou mais |
48,15 (10,99) |
31 – 76 |
47,00 |
46,44 |
0,113 |
20 |
0,200 |
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quanto às análises relativas aos grupos de idade, o que se pode observar é que, considerando os valores nominais das médias, os professores pertencentes ao grupo com mais de 35 anos de idade apresentam níveis de burnout superiores aos seus pares com menos de 35 anos. Esta diferença nos valores das médias é acompanhada pela média aparada, indicando que esta diferença não é decorrente da influência de algum valor extremo atípico. A mediana e o valor mínimo seguem esta mesma tendência, reforçando o indício de que professores mais velhos apresentam níveis mais elevados de burnout. A Figura 1 apresenta as distribuições de dados nos dois grupos e permite uma análise mais detalhada dos resultados. O gráfico demonstra que, em ambos os grupos de idade, há professores que apresentam níveis de burnout acima da média esperada para o MBI, o que é preocupante. Na verdade, Isso aponta para o fato de que se olharmos somente para a média, estaremos cometendo um equívoco, pois a presença da SB não é verificada na média, ela é verificada em professores que apresentam escores superiores à média esperada (66 pontos). A Figura 1 demonstra que três professores (6%) apresentam níveis de burnout acima da média.
Figura 1 – Gráfico de dispersão das distribuições dos níveis de burnout em professores
de acordo com os grupos de idade (a linha tracejada indica a média esperada para o MBI, que é de 66 pontos).
Fonte: Elaborado pelos autores.
Quanto às análises relativas aos grupos por tempo de trabalho como professor, o que se pode observar é que, considerando os valores nominais das médias, há uma progressão, de forma que, quanto maior o tempo de trabalho como professor, maiores os níveis de burnout. Em todos os grupos, esta diferença nos valores das médias é acompanhada pelo valor da mediana, indicando que se trata de uma tendência nas distribuições dos níveis de burnout dos grupos. A média aparada a 5% apresentou valor bastante diferente do observado na média aritmética no grupo de professores com 11 anos ou mais anos de trabalho. Este resultado indica que a média aritmética está sofrendo a influência dos valores extremos. A Figura 2, que apresenta as distribuições dos dados nos três grupos de tempo de trabalho. Assim como ocorreu no caso da idade, há professores com níveis de burnout acima da média esperada para o MBI nos três grupos por tempo de trabalho como professor. Novamente, este resultado suscita importantes preocupações com a saúde estes profissionais.
Figura 2 – Gráfico de dispersão das distribuições dos níveis de burnout em professores de acordo com
os grupos de tempo de trabalho como professor (a linha tracejada indica a média esperada para o MBI, que é de 66 pontos).
Fonte: Elaborado pelos autores.
A fim de verificar se há diferenças significativas entre as médias dos subgrupos de idade e de tempo de trabalho como professor, comparações foram realizadas. Nos dois casos, visto que há adesão à normalidade em todos os níveis das variáveis independentes, optou-se pelo uso de testes paramétricos.
Para a comparação entre os subgrupos de idade, optou-se pelo Teste t para amostras independentes. Os resultados (t = -0,523; gl = 48; p = 0,603) indicam não haver diferenças significativas (p > 0,05) entre as médias dos escores obtidos no MBI dos dois grupos de idade estudados.
No caso da comparação entre os subgrupos de "tempo de trabalho como professor", optou-se pelo Teste ANOVA (One-way). Os resultados (F(2; 39) = 0,059; p = 0,943) indicam não haver diferenças significativas (p > 0,05) entre as médias dos escores obtidos no MBI, considerando os três grupos de "tempo de trabalho como professor" estudados. O conjunto das comparações de média parece sugerir que os níveis de burnout dos professores são afetados, mas não significativamente, pela idade ou pelo tempo que estes professores exercem suas atividades profissionais.
Em média, independente do grupo avaliado, os professores apresentam níveis de burnout abaixo da média esperada para o teste. Da mesma forma, independente do grupo de idade ou do tempo de trabalho, há no mínimo um professor apresentado níveis de burnout acima da média. Nesse sentido, poder-se-ia supor que a média esteja mascarando a presença da SB em casos específicos. Esses resultados evidenciam que, embora nem todos os professores apresentem níveis de burnout acima da média, é importante que essa síndrome seja objeto de atenção, pois considerando os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a docência é uma das profissões mais estressantes. A SB é caracterizada como exaustão emocional (BENEVIDES-PEREIRA, 2003; GUIMARÃES; CARDOSO, 2004; MASLACH; JACKSON, 1981), sendo, portanto, decorrente de uma longa exposição a situações de estresse. Assim sendo, o fato de nem todos professores não apresentarem níveis de burnout acima da média, não significa que eles não estejam sendo afetados pelo estresse, de modo que podem ou não desenvolverem a SB. Essa preocupação aparece no estudo de Trigo, Teng e Hallak (2007), que indica que a SB é consequente a prolongados níveis de estresse no trabalho, produzindo efeitos significativos na vida do profissional. Com relação ao tempo, é importante destacar que a SB pode levar anos e até mesmo décadas para se manifestar, tendo um incremento progressivo em termos de severidade e, em geral, o processo não é percebido pelo indivíduo (FRANÇA; RODRIGUES, 1997). Ademais, a SB pode gerar transtornos físicos e psicológicos, tendo um impacto na qualidade do desempenho da função laboral (ROSSA, 2004).
Na perspectiva comparativa, os resultados demonstraram que os professores com mais de 35 anos apresentam níveis de burnout maiores, mas não significativamente superiores aos seus pares com menos de 35 anos. Embora essa diferença seja sensível, podemos inferir que a idade pode ser um fator de risco. Como o burnout é uma doença crônica, possivelmente, o fator idade represente o acúmulo de situações de estresse, gerando maior comprometimento da saúde e maior índice de exaustão. Esse dado vai ao encontro de achados dos estudos de Jimenez (2002), Reinhold (2006), Carlotto (2002) e Rossa (2004). Nessa mesma ótica, os resultados evidenciaram que os níveis de burnout apresentam valores progressivos de acordo com o tempo de trabalho como professor, apesar de o aumento dos níveis de burnout não ser estatisticamente significativo. Esse dado revela que o burnout é caracterizado por um desgaste progressivo e que pode agravar com o tempo. Ademais, esse resultado vai de encontro com os resultados do estudo de García-Villamisar e Guinjoan (2003), que aponta que a experiência oriunda do tempo de profissão possibilita o aprimoramento de estratégias de coping diante de situações adversas para estes profissionais, fazendo com que se tornem cada vez menos vulneráveis. Isso remete-nos a pensar sobre a importância de um trabalho no sentido de fortalecer as estratégias de coping do professor. A SB, nessa perspectiva, é um fator de risco para o indivíduo, pois se estabelece silenciosamente e como reflexo de um processo cumulativo de exposição a situações estressantes (FRANÇA; RODRIGUES, 1997).
Enfim, os dados revelam que 6% dos professores apresentam níveis de burnout acima da média. Ademais, considerando que se trata de uma síndrome que se organiza a partir da exposição prolongada a situações de estresse, poder-se-ia supor que, diante da constância do estresse, mais professores poderão vir a desenvolver o burnout, gerando prejuízos marcantes na saúde do trabalhador e no fazer docente. Diante desse achado, é importante mencionar que um professor em estado de burnout pode representar uma fonte de influência negativa para si próprio, para os alunos e para o sistema educativo (CARLOTTO, 2002; TOMIC; EVERS; BROUWERS, 2004). Além disso, a pesquisa de Gomes, Peixoto e Silva (2012) indicou que a experiência de estresse e de burnout aumentou em áreas relacionadas com pressões de tempo, excesso de trabalho, trabalho burocrático e administrativo chamando a atenção para o aumento nas exigências profissionais dos professores. Pensando nisso, Carlotto (2002) destacou a importância de um trabalho preventivo, não sendo essa uma tarefa solitária dos professores e sim uma ação conjunta entre professor, alunos, instituição de ensino e sociedade. Moreno, Gil, Haddad e Vannuchi (2011) também apontaram que ações preventivas serão viáveis quando a SB não for entendida unicamente como responsabilidade individual ou pelo relacionamento profissional-usuário, e ser compreendida como um problema da relação indivíduo-processo de trabalho-organização.
O presente artigo partiu do objetivo de avaliar e comparar os níveis de burnout em professores, considerando as variáveis idade e tempo de trabalho como professor, assim como discutir de que forma estes fatores podem estar associados a ocorrência desta síndrome em professores da rede municipal de ensino de um município da região sul do Brasil. Os resultados apontaram que os níveis de burnout dos professores avaliados não estão significativamente associados à idade destes profissionais ou ao tempo de trabalho dos mesmos nesta função.
Conforme os resultados, em geral, os professores avaliados apresentam escores abaixo da média esperada para o instrumento. Por outro lado, nenhum professor está completamente livre dos sintomas da SB. Além disso, 6% dos professores apresentarem níveis de burnout acima da média, em ambos os grupos. Em especial, esse resultado suscita importantes preocupações com a saúde estes profissionais.
Considerando que o burnout remete a uma síndrome que já se organizou, pode, portanto, ser evitada, desde que seja objeto de estratégias de prevenção. Nessa perspectiva, é de fundamental importância que se trabalhe na direção da humanização do posto de trabalho docente e que se pense em políticas públicas que promovam a saúde do professor, já que, por si só, o modelo econômico-político-social vigente torna o trabalho precarizado.
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1. Psicólogo, mestre e doutor em Ciências do Movimento Humano (UFRGS), professor do Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale
2. Psicóloga, mestre e doutora em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS), professora do Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale.
3. Psicóloga, mestre e doutora em Educação (UFRGS), professora do Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale e do Programa de Pós-Graduação em Educação UniLasalle. email: lisianeoliveira@feevale.br