Espacios. Vol. 37 (Nº 24) Año 2016. Pág. 26
Claudia Aparecida de MATTOS 1; Fernando José Barbin LAURINDO 2
Recibido: 16/04/16 • Aprobado: 15/05/2016
RESUMO: O desempenho de um sistema de informação depende se a empresa assimila esta ferramenta, favorecendo a criação de valor a partir do uso dessa tecnologia. Considerando que o processo de adoção e assimilação de uma determinada Tecnologia de Informação (TI) é influenciado por fatores de eficiência técnica, individuais e institucionais, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a relação da assimilação dos portais de fornecedores com a integração da cadeia de suprimentos e desempenho da firma. O entendimento da magnitude do efeito (direto ou indireto) que as variáveis relacionadas com assimilação da TI têm sobre a integração da cadeia de suprimentos e a criação de valor para organizações podem representar uma importante contribuição para o desenvolvimento de práticas de gestão que permitem a criação de um ambiente de trabalho que seja receptivo ao uso efetivo de um novo sistema de informação. O método utilizado para desenvolvimento do estudo foi quantitativo, sendo aplicada a técnica de equações estruturais com auxílio do software PLS. Foi realizada a pesquisa com 95 fornecedores de uma empresa do segmento automotivo. Os resultados indicaram que o fator tecnológico e o ambiente apresentaram maiores efeitos sobre assimilação da plataforma colaborativa. Outro resultado importante é que os construtos trabalhados na pesquisa explicam em torno de 50% da variação da assimilação do portal. |
ABSTRACT: The performance and satisfaction resulting from the use of an information system depends on the Information Technology (IT) assimilation, favoring the creation of value from the use of this technology. Considering that the adoption process and assimilation of a specific Information Technology (IT) is influenced by technical efficiency factors, individual and institutional, this study aims to analyze the relationship of assimilation of suppliers portal with integration of supply chain and performance. The understanding of its effect magnitude (direct or indirect) whose variables related to assimilation of IT have on the integration of supply chain and value creation for organizations may represent an important contribution to the development of management practices that enable the creation of a work environment that is receptive to the effective use of a new information system. The method used to study the development was quantitative, through the application of the technique of structural equations with the aid of PLS software. Results from study indicated that the constructs analyzed in the research explain variation (50%) of suppliers assimilation. |
Pesquisas sobre a utilização de TI na gestão da cadeia de suprimentos têm encontrado resultados divergentes. Os resultados inconsistentes surgem porque os fatores pertinentes para o sucesso da execução da gestão da cadeia através da TI ainda não são bem compreendidos conforme discutido por Russel et al. (2004), Chan et al. (2012), Liu et al. (2013) e Mendoza et al. (2014).
Um dos fatores que permitem explicar o impacto em termos de desempenho está relacionado com a adoção e assimilação da tecnologia da informação conforme mencionado por Mu et al. (2015). Assim, investigar a relação da capacidade de assimilação da tecnologia no contexto organizacional com desempenho torna-se um importante elemento na busca de compreender os resultados e contribuir para competitividade das organizações. Segundo Mu et al. (2015), assimilar tecnologias corporativas requer ampla adaptação, tanto da tecnologia quanto da organização. Uma parcela significativa das empresas não consegue atender a essa adaptação e, portanto, muitos dos benefícios não são alcançados com a adoção de diferentes sistemas corporativos como discutido por Carr (2005) e Gattiker and Goodhue (2005). Ainda segundo Mu et al. (2015), embora haja trabalhos que sugerem que os gerentes de TI possam influenciar a assimilação através de suas ações, não está claro quais práticas e estruturas que podem ser implementadas visando facilitar a assimilação das plataformas corporativas. Saraf et al. (2013) também destaca a necessidade de compreender as dimensões envolvidas no processo de assimilação de tecnologias da informação para criação de valor. Trazer a discussão da assimilação das tecnologias voltadas para a gestão cadeia de suprimentos busca trabalhar a lacuna discutida por Russell et al. (2004), Chan et al. (2012), Sodero et al. (2013), Mendoza & Ravichandran (2011), que mencionaram a necessidade de estudos que ampliem a discussão sobre a adoção das ferramentas de TI voltadas para a gestão da cadeia de suprimentos. Mendoza et al. (2014) reforçam haver necessidade de estudos sobre a adoção dos portais de fornecedores e a integração da cadeia, pois, apesar dos potenciais benefícios das plataformas que são voltadas para a gestão da cadeia de suprimentos, a literatura sugere uma série de desafios para uma adoção bem-sucedida, os quais necessitam ser explicitados e entendidos. Com base nesse contexto sobre assimilação, três questões de pesquisa foram formuladas como direcionadores deste estudo:
Considerando essas perguntas da pesquisa, o objetivo geral do trabalho consiste em analisar a relação da assimilação dos portais de fornecedores, integração da cadeia de suprimentos e desempenho, identificando os fatores que podem direcionar a assimilação dos portais de fornecedores e os respectivos efeitos na integração da cadeia de suprimentos, além dos beneficios obtidos. O método aplicado para desenvolvimento do estudo foi quantitativo, sendo realizado com 95 fornecedores de uma empresa do segmento de autopeças.
Ao abordar essas três questões, o nosso estudo, teoricamente, desenvolveu um abrangente modelo de pesquisa explicando assimilação, integração da cadeia e benefícios obtidos com a implementação do portal de fornecedores.
Em relação a adoção dos portais de fornecedores, as razões pelas quais não atingem a plena utilização, apesar de vários estudos acadêmicos apontarem benefícios, têm sido objeto de pesquisa de vários autores. Cada autor vem trabalhando em diferentes abordagens, como Mendoza et al. (2014) que discutem a questão do redesign dos processos, outros autores como Russel (2004) abordam os aspectos relacionais (ex. confiança).
A assimilação da tecnologia pode ser definida como a medida em que a utilização de tecnologia se difunde através dos processos organizacionais e torna-se rotineira nas atividades (Purvis et al., 2001). Gallivan (2001) diz que a assimilação de TI pode ser definida de acordo com a extensão e a profundidade do uso em um processo organizacional.
A capacidade de assimilação de uma tecnologia depende da aquisição ou da absorção de uma informação por uma empresa, bem como de sua capacidade em explorá-la (Cohen et al.,1990). A assimilação da tecnologia de informação pode ser definida sob uma perspectiva multidimensional que envolve (Kouki et al., 2010):
Raymond et al. (2012) e Xu et al. (2015) mencionam que a adoção de TI e a assimilação em uma organização são determinadas por inúmeros fatores que podem ser colocados em uma das três categorias do TOE (Tecnologia, Organização e Ambiente) proposto por Tornatzky and Fleischer, 1990. O framework TOE, como originalmente apresentado e, mais tarde, adaptado em estudos de adoção de TI, fornece um quadro analítico útil que pode ser usado para estudar a adoção e a assimilação de diferentes tipos de inovação de TI.
Os fatores tecnológicos descrevem as características do ambiente tecnológico, que podem influenciar a difusão dos sistemas na organização. Essas características incluem diversas dimensões da Tecnologia, desde a vantagem relativa à qualidade da informação do sistema, que aumenta a difusão da tecnologia da informação na organização. Os fatores organizacionais referem-se ao escopo, aos recursos e tamanho da organização e a dimensão ambiente refere-se ao contexto em que a empresa desenvolve a sua indústria, concorrentes e relações com o governo (Tornatzky e Fleischer ,1990).
Adicionalmente, outras teorias como DOI (Rogers, 1995) são trabalhadas no contexto de adoção de novas tecnologias. Baseando-se na teoria DOI, a inovação está relacionada com variáveis como características individuais (liderança), características estruturais de organização interna, e características externas da organização.
A maioria dos estudos empíricos é derivada a partir da teoria DOI e do quadro TOE. Como o quadro inclui TOE o contexto do ambiente (não incluído na teoria DOI), torna-se mais capaz de explicar intraempresa a adoção de inovação.
Os autores Cooper e Zmud (1990) propuseram um modelo de seis fases para discutir a assimilação da tecnologia, conforme apresentado abaixo:
O ponto relevante do modelo é a ideia de que, para criar valor com o uso da TI, a organização deve atingir o nível de infusão. Hsieh, e Zmud (2006) mencionam que, com a infusão, a incorporação da tecnologia aos processos de negócio e a aprendizagem podem levar ao uso inovador da TI.
De acordo com Bajwa et al. (2007), o gap entre implantação inicial da TI e o uso generalizado pode comprometer o desempenho, ou seja, pode ser amplamente adotado (acessível a um grande número de usuários finais na organização), mas sendo parcialmente utilizado sem impactos nos resultados. Esse é um ponto importante que as organizações devem entender, para poder atuar no sentido de minimizar esse gap de assimilação.
Rao & Rahul De (2015) discutem o processo de assimilação sendo influenciado por uma série de conjunturas como: mudanças sociotécnicas, contexto da conjuntura contexto histórico, contexto institucional, fator humano.
Chan e Chong (2013) examinaram a adoção e difusão da aplicação da TI para a gestão da cadeia de suprimentos utilizando a estrutura TOE como seu modelo conceitual em empresas de manufatura. Seus resultados sugerem que TOE é uma útil abordagem para examinar os fatores que afetam a assimilação da TI. Outros autores como Angeles (2012); Huber et al. (2004) conduziram pesquisas adotando o framework TOE para análise da assimilação de tecnologias no contexto da cadeia de suprimentos para varejo. Saldanha et al. (2015) efetuaram um estudo no qual partiram da perspectiva institucional em trabalhar com o tema de assimilação de tecnologias voltadas para a cadeia de suprimentos em mercados emergentes (estudo conduzido na Índia). Hossain et al. (2014) conduziram um estudo sobre assimilação para tecnologia RFID com base no modelo TOE, envolvendo quatro estágios: início, adoção, rotinização e extensão.
Iacovou et al. (1995) analisaram sistemas interorganizacionais e as características que influenciam a adoção deste tipo de ferramenta de TI. O modelo proposto é baseado em três fatores: os benefícios percebidos, a preparação organizacional e a pressão externa. Comparando com o framework TOE, os autores mencionados adicionaram ao TOE a pressão externa como um papel crítico na adoção de sistemas interorganizacionais. Este ponto é importante para o estudo, pois os portais de fornecedores têm características interorganizacionais, fato que gera uma série de singularidades. Especificamente para o desenvolvimento desta pesquisa, foi adotada a perspectiva TOE e Iacovou et al. (1995) para a definição das variáveis testadas em campo.
A integração interna, e externa, sob a ótica da TI consiste em buscar uma interoperabilidade entre os sistemas. Isso representa um fator importante quando se discute a colaboração na cadeia de suprimentos. Conforme Kletti (2007), a complexidade crescente da produção requer uma visão integrada das instalações de produção e serviços: programação detalhada, detalhes do pedido, análise de desempenho de qualidade, rastreabilidade dos materiais etc., tudo trabalhado de uma forma integrada. Em conformidade com o autor, torna-se fundamental a integração funcional com a parte operacional da empresa como meio de obter informações em tempo real do chão de fábrica, permitindo maior flexibilidade, visibilidade e controle de produção. Segundo Panetto e Molina (2008), a integração de sistemas de informação é uma das grandes conquistas no que se refere a modelagem corporativa. No entanto, com a rápida evolução da tecnologia da informação e a necessidade de estabelecer alianças entre diferentes tipos de empresas rapidamente com objetivo de se beneficiarem de oportunidades de mercado, estão fazendo com que novos tipos de problemas, como interoperabilidade, surjam como um aspecto relevante para as organizações.
El Kadiri et al. (2015) definem a interoperabilidade como a capacidade de dois (ou mais) sistemas trocarem informações e de utilizar as informações trocadas. Neste contexto, há diversos desafios em relação à interoperabilidade de dados, processos e serviços empresariais, nos organizacionais, tecnológicos e conceituais níveis. Portanto, não é apenas uma questão de padrões para troca de dados, mas também do entendimento comum das informações trocadas. Nos últimos anos, o uso de ontologias como fonte comum de conhecimento tem levantado muito interesse na pesquisa. Sistemas de informação empresariais modernos fornecem grandes quantidades de informação e nesses grandes volumes, muitas vezes, o usuário não pode encontrar informação adequada e importante no momento certo. Além disso, em ambientes de negócios complexos, por vezes, os usuários não estão cientes da situação atual, que influencia negativamente o processo de tomada de decisão. Por isso é muito importante fornecer a informação adequada a um usuário em uma situação específica. Além disso, o usuário também tem de entender por que a informação fornecida é importante o que significa o fato de ele/ela ter que entender a situação atual ou para estar ciente do contexto em que aconteceu, a fim de compreender o verdadeiro significado da informação. Por isso, tornou-se crucial para aplicações corporativas estar ciente do contexto em que estão sendo usadas.
Segundo Jardim-Gonçalves et al. (2014), obter a interoperabilidade sustentável entre as organizações em um ambiente de rede é um fator crucial para gerenciar as colaborações tanto no que diz respeito a negócio como no tecnológico, incluindo:
Benaben et al. (2012) afirmam que a questão principal é garantir que os IS dos parceiros envolvidos na colaboração são capazes de trabalhar juntos para constituir um coerente e homogêneo conjunto de IS-IS da situação colaborativa.
Segundo Cassivi (2008); Welty e Fernandez (2001); e Manetti (2001), a colaboração eletrônica com fornecedores pode ser observada a partir da adoção e da implementação das ferramentas como:
De acordo com Chong et al. (2009), embora o estudo de Cassivi (2008) tenha sido conduzido para a indústria de telecomunicações, as plataformas identificadas podem ser generalizadas e aplicadas em outras indústrias.
Essas plataformas irão fortalecer o relacionamento entre os parceiros envolvidos (Cagliano; Caniato; Spina, 2005). É importante destacar a necessidade não apenas de plataformas, mas também de revisões de processos interorganizacionais e de melhorias nos aspectos relacionais como lealdade, confiança e qualidade dos relacionamentos (Auramo; Aminoff; Punakivi, 2002; Kock, 2002; Cagliano et al., 2005; Cassivi et al., 2008).
Plataforma de colaboração eletrônica representa um conceito com várias dimensões, que incluem vários aplicativos de troca de informações, desde os simples sistemas de correio eletrônico para os mais complexos sistemas como CAD interativo, usado para trocar informações e especificações de produtos.
Em um estudo de cadeias de suprimentos na Europa, Vereecke e Muylle (2005) observaram que projetos colaborativos que incluíam uma extensa troca de informações e uma coordenação estruturada foram associados com melhorias em muitas medidas de desempenho da cadeia de suprimentos.
Combinar a discussão da assimilação das tecnologias colaborativas, integração da cadeia de suprimentos e desempenho, busca identificar as inter-relações desses construtos teóricos e trabalhar aspectos que aprimorem os resultados obtidos pelas organizações ao adotarem tecnologias, em especial, as plataformas interorganizacionais com funcionalidades colaborativas. As plataformas interorganizacionais necessitam da adoção de mais de um membro da cadeia de abastecimento, e, portanto, os relacionamentos desempenham um papel importante no processo de adoção e implementação dessas ferramentas.
Com base em dados de pesquisa obtidos com o estudo desenvolvido por Ranganathan et al. (2004); Vereecke e Muylle (2005); Danese and Bortolotti (2011, 2012, 2014); Flynn et al. (2010), observa-se que níveis mais altos de percepção de desempenho foram associados com níveis mais elevados de integração com base em portais de fornecedores. Neste contexto, Liu et al. (2013) mencionam tanto a infraestrutura de TI flexível e assimilação de TI como capacidades de ordem inferior podem ser aproveitados para desenvolver as capacidades de ordem superior (isto é, capacidade de absorção e cadeia de suprimentos agilidade) que, por sua vez, afetam diretamente o desempenho da empresa.
Autores como Ranganathan and Teo (2004) sugerem que a assimilação da TI pode ajudar a trabalhar certos gaps tradicionais entre funções dentro da empresa e com parceiros, levando, assim, para o desenvolvimento da capacidade dinâmica e capacidade operacional. Ademais, a assimilação da TI facilita a gestão do conhecimento utilizando aplicativos avançados para suportar a comunicação interorganizacional e o processamento de informação, permitindo estender o conhecimento para a cadeia de fornecedores.
Os autores mencionados indicam métricas de desempenho: melhoria no nível de serviço, melhor controle do estoque, melhor relacionamento com fornecedores e melhores níveis de competitividade.
A partir do referencial teórico discutido, elaborou-se o quadro 1 com os principais construtos da pesquisa e as respectivas variáveis a serem trabalhadas na pesquisa de campo. A partir deste levantamento teórico, elaborou-se o framework de pesquisa (figura 1) e as hipóteses que foram testadas.
Quadro 1- Quadro Teórico referencial – Construto e variáveis
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CONSTRUTO |
VARIÁVEIS |
AUTORES |
Modelo TOE e Modelo Iacovou et al. (1995) |
Tecnológico (sistemas interorganizacionais) |
- Interoperabilidade - Complexidade - Compatibilidade - Infraestrutura de comunicação |
Jardim-Gonçalves et al. (2014) Panetto e Molina (2008)
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Tecnológico (aspecto uso) |
- Benefício percebido - Segurança - Percepção de redução do custo - Navegação no sistema |
Chang e Chong (2013) |
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Organizacional |
- Envolvimento da alta direção - Recursos Financeiros - Competência Tecnológica
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Liang (2007), Mitchell, (2006)
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Ambiente |
- Pressões do ambiente competitivo - Trading parte colaborativo
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Iacovou et al. (1995)
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Integração da cadeia de suprimentos |
-Compartilhamento de informações com os maiores fornecedores através da tecnologia da informação - Alto grau de parcerias estratégicas - Visibilidade da demanda |
Flynn et al. (2010); Droge, et al. (2012). |
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Assimilação da Plataforma colaborativa |
-Implementação de aplicações de TI em muitos processos de negócios. -Implementação de aplicações de TI em um grande número de áreas funcionais. -Uso de aplicações das plataformas na gestão de um alto grau.
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Sodero et al. (2013), Liu et al. (2013) |
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Benefícios obtidos pela empresa focal |
- Melhoria no serviço; -Melhoria no controle do estoque; - Redução dos custos administrativos.
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Ranganathan et al. (2004) |
Conforme discutido por Forza (2002), uma vez definido os construtos e os seus respectivos relacionamentos, torna-se importante formular as hipóteses, as quais estão especificadas a seguir:
Figura 1 – framework de pesquisa (autores)
(H1) Hipótese 1 Tecnologia é negativamente associada com a assimilação dos portais de fornecedores
A literatura tem estabelecido que as características tecnológicas influenciam de forma significativa na adoção de novas tecnologias (Rogers, 2003; Tornatzky e Fleischer, 1990; Zhu et al., 2006). A questão tecnológica é mencionada por autores como Xu et al. (2015) como um fator que pode representar obstáculos na assimilação das tecnologias, sendo um desafio para as organizações que estão trabalhando na adoção dessas ferramentas interorganizacionais.
(H1.1) Hipótese 1.1 Tecnologia e a percepção de seu uso
Desdobrando a hipótese 1 e fundamentando-se em autores como Chang & Chong (2013), a percepção do uso pode estar associada de forma positiva com a percepção de custo, benefícios obtidos a partir do uso da tecnologia, influenciando de forma positiva no processo de assimilação de tecnologia.
(H2) Hipótese 2 Organização é positivamente associada com a assimilação dos portais de fornecedores
Liang et al. (2007) discutem a importância do envolvimento da alta direção no processo de assimilação de tecnologias. A organização é mencionada por vários outros autores, por exemplo Mitchel (2006), como um fator crítico de sucesso no processo de assimilação de tecnologia.
(H3) Hipótese 3 Ambiente é positivamente associado com a assimilação dos portais de fornecedores
Tomando como base a pesquisa conduzida por Iacovou et al. (1995), os autores destacam como sendo um fator crítico para adoção de sistemas interorganizacionais a pressão externa, mais do que as características da ferramenta.
(H4) Hipótese 4 Assimilação é positivamente associada com a integração da cadeia de suprimentos
Conforme discutido por Liu et al. (2013), a flexibilidade da infraestrutura e assimilação da TI como capacidades de ordem inferior podem ser aproveitadas para desenvolver as capacidades de ordem superior, como a agilidade, que, por sua vez, afetam diretamente o desempenho da empresa. Outros autores como Ranganathan and Teo (2004) destacam a relevância da assimilação da tecnologia para promover a integração da cadeia e alavancar a capacidade operacional.
(H5) Hipótese 5 Integração da cadeia é positivamente associada com os benéficos obtidos a partir da assimilação da plataforma
Autores como Saldanha et al. (2015); Liu et al. (2013); Cassivi et al. (2008), apresentaram resultados indicando que níveis mais altos de percepção de desempenho foram associados com níveis mais elevados de integração. Os portais de fornecedores irão fortalecer o relacionamento entre os parceiros envolvidos, porém não é uma questão meramente tecnológica, mas uma questão de negócios.
Para desenvolvimento deste estudo foi aplicado método quantitativo e a técnica estatística foi o Modelo de Equações Estruturais. Para Hair (1998), os modelos de equações estruturais, em um sentido amplo, representam a interpretação de uma série de relações hipotéticas de causa-efeito entre variáveis para uma composição de hipóteses que considera os padrões de dependência estatística. Os relacionamentos dentro dessa composição são descritos pela magnitude do efeito (direto ou indireto) que as variáveis independentes (observadas ou latentes) têm nas variáveis dependentes (observadas ou latentes). Com objetivo de avaliar simultaneamente relações entre múltiplos construtos, adotou-se como técnica a modelagem de Equações Estruturais que define a relação entre as variáveis latentes exógenas e endógenas. Consequentemente, tal modelo especifica que variáveis latentes (exógenas) influenciam direta ou indiretamente nas mudanças dos valores da outra variável latente (endógena ou dependente). Constitui-se num método direto para lidar com múltiplas relações simultaneamente com eficiência estatística. Permite avaliar as relações em âmbito geral e fornece uma transição da análise exploratória para a análise confirmatória (Hair et al., 1998).
Para o desenvolvimento da pesquisa de campo, um ponto fundamental foi identificar uma empresa que estivesse utilizando junto aos seus fornecedores uma plataforma B2B, com funcionalidades colaborativas conforme definida por Cassivi (2008). Assim, o primeiro delineamento feito foi a definição do setor a ser analisado, e, para este estudo, foi escolhido o setor de autopeças pela representativadade na economia e desenvolvimento tecnológico. O setor de autopeças vivenciou um profundo processo de reestruturação na última década, que se caracterizou pela conformação de uma estrutura hierarquizada de fornecimento, seguindo tendências internacionais (Relatório de acompanhamento setorial, 2008). Em termos gerais, houve um salto importante das capacitações competitivas, tecnológicas e organizacionais, que refletem em maiores exportações e importações, nos avanços na engenharia automotiva, no desenvolvimento local de produtos e nas inovações de processo. Dentre as inovações, destaca-se a adoção de ferramentas de Tecnologia da Informação, como as plataformas com funcionalidades de colaboração. A estrutura organizacional de fornecedores do setor automobilístico brasileiro está subdividida em diferentes níveis. No primeiro nível, estão os fornecedores de sistemas prontos para as montadoras, também denominados de "sistemistas" (suspensão, direção, linhas de freios, câmbio, transmissão, sistemas elétricos e eletrônicos e pneus), com intensa participação na produção e no desenvolvimento de novos projetos de modelos. Foi feito um levantamento junto às associações de fabricantes de autopeças, pelo qual foi obtida uma lista das empresas caracterizadas como "sistemistas". A partir daí, foi realizada uma pesquisa questionando sobre a adoção de plataformas/portais junto aos seus fornecedores. Das empresas contatadas, apenas duas declararam utilizar portais próprios com seus fornecedores e se mostraram abertas em passar os respectivos contatos. Assim, a empresa escolhida foi do setor de autopeças (sistemista) com seis plantas na América do Sul.
Foi enviado através de e-mail um link do questionário para os fornecedores (de diferentes plantas da empresa que foi escolhida como base para a pesquisa). Assim, o levantamento dos dados foi efetuado por autopreenchimento pela internet em questionário cadastrado em site especialmente desenvolvido para esta pesquisa, contendo as instruções para seu preenchimento e precedido de informações sobre os objetivos da pesquisa e o uso de seus resultados exclusivamente para fins acadêmicos. Foram enviados 505 questionários aos fornecedores das seis diferentes plantas da empresa e foi obtido um retorno de 19% dos questionários (95 fornecedores retornaram) para o desenvolvimento do estudo.
O questionário foi elaborado com seis blocos de questões, além das informações gerais da empresa (referentes à caracterização da organização, número de funcionários). O instrumento contou com 29 assertivas que deveriam ser respondidas por meio de uma escala tipo Likert de 5 pontos, sendo atribuída uma nota ao grau de concordância diante das assertivas, em que 7 é "muita" e 1 "nenhuma".
Os sujeitos da pesquisa foram profissionais de T.I. ou cargos correlatos e gestores da área de Supply Chain, conforme detalhado na tabela:
Tabela 1- Entrevistados
Cargo |
% respondentes |
Analista |
32% |
Gestor supply chain |
45% |
Gerente TI |
23% |
Os dados levantados foram analisados por meio da técnica estatística multivariada de modelagem de equações estruturais aplicadas por meio do software Smart PLS 3.0, com base na amostra total de 95 fornecedores que estão utilizando plataforma colaborativa.
Para avaliação do modelo, foram utilizados os seguintes critérios recomendados por Henseler, Ringleand e Sinkovics (2009) e Chin (1998):
Tabela 2- Resultados do Modelo
Construto |
AVE |
Raiz Quadrada AVE |
CR |
Tecnologia (sistemas interorganizacionais) (TSO) |
0,777 |
0,881 |
0,877 |
Tecnologia (percepção do uso) (TPU) |
0,698 |
0,835 |
0,798 |
Organização (ORG) |
0,776 |
0,881 |
0,876 |
Ambiente (ENV) |
0,703 |
0,838 |
0,803 |
Assimilação da Tecnologia (AT) |
0,742 |
0,861 |
0,842 |
Supply Chain Integrada (SCI) |
0,751 |
0,867 |
0,851 |
Benefícios (PERF) |
0,785 |
0,886 |
0,885 |
Os resultados apresentados na tabela 1 indicam que as variáveis latentes superaram o nível mínimo do AVE de 0,5. Pelo critério Fornell-Larcker, a raiz quadrada do AVE de cada variável latente apresentou-se maior que a correlação com todas as outras variáveis latentes.
Tabela 3 Confiabilidade composta
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TSO |
TPU |
ORG |
ENV |
AT |
SCI |
PERF |
TSO |
0,671 |
|
|
|
|
|
|
TPU |
0,498 |
0,635 |
|
|
|
|
|
ORG |
0,576 |
0,681 |
0,791 |
|
|
|
|
ENV |
0,503 |
0,638 |
0,638 |
0,748 |
|
|
|
AT |
0,542 |
0,661 |
0,661 |
0,661 |
0,741 |
|
|
SCI |
0,551 |
0,667 |
0,667 |
0,667 |
0,467 |
0,757 |
|
PERF |
0,585 |
0,686 |
0,686 |
0,486 |
0,641 |
0,686 |
0,786 |
Tenenhaus et al. (2005) argumentam que o principal critério de avaliação da confiabilidade e da validação do modelo estrutural é por meio do coeficiente de determinação R2 para as variáveis latentes endógenas e Chin (1998) considera os valores de R2 0.67, 0.33 e 0.19 no PLS como substancial, moderado e fraco, respectivamente.
A identificação da maneira como a assimilação dos portais de fornecedores são formadas, fornecida pelo modelo foi a seguinte:
Tabela 4 Comparação dos coeficientes
Caminhos |
Coeficientes |
TSO àAT |
0,301 |
TPUàAT |
0,297 |
ORGàAT |
0,194 |
ENVàAT |
0,313 |
ATàSCI |
0,432 |
SCIàPERF |
0,386 |
Com relação a formação da assimilação das plataformas, o caminho ambiente (ENVèAT) teve a maior carga (0,313), seguido pelo (TSO=>AT) com carga (0,301) e (TPU àAT) com 0,297. O caminho ORGàAT foi o que apresentou a menor carga, mas também tem um efeito significativo. O efeito da assimilação sobre a integração da cadeia e o impacto foram significativos para explicar o desempenho. O modelo obteve um índice de explicação de variância da assimilação da plataforma de 46,7%. Este índice reforça a importância de trabalhar o processo de assimilação da ferramenta e o respectivo entendimento das variáveis, as quais podem ser trabalhadas potencializando a adoção dos portais voltadas para a integração da cadeia de suprimentos. O caminho ATà SCI apresentou alta carga, indicando a importância da assimilação para efetivamente obter resultados na integração da cadeia de suprimentos. Outro efeito direto foi apresentado pelo caminho SCI à PERF ( 0,386), indicando o impacto direto da integração da cadeia sobre performance.
Com o objetivo de compreender os fatores que determinam o impacto da assimilação dos portais de fornecedores sobre a integração da cadeia de suprimentos, foi desenvolvido e testado empiricamente o modelo de acordo com o framework TOE e contribuições teóricas de outros autores como Iacovou et al. (1995). A análise dos dados indica que o ambiente e as características tecnológicas têm um grande efeito sobre a assimilação dos portais de fornecedores conforme indicado pelos seu coeficiente e nível de significância e discutido por El Kadiri et al. (2015); Panetto e Molina (2008); Zhu et al. (2006). As grandes corporações irão exigir cada vez mais ferramentas "padronizadas" que possam ser implementadas de forma eficiente em vários locais e países. A plataforma estudada trata-se de uma plataforma global, que vem sendo implementada em diferentes países e diferentes plantas. Embora o estudo tenha se concentrado em plantas instaladas no Brasil, observa-se que esse é um fator diferencial para assimilar a ferramenta.
Na pesquisa, foi solicitado aos fornecedores uma avaliação sobre a navegação do sistema. A maioria dos usuários mostrou-se satisfeita com a navegação do sistema e o respectivo guia de uso do sistema. Fornecedores destacam que há potencial de melhoria no processo de navegação e orientação. Mas, com relação a este fator, a atuação da empresa responsável pela plataforma é fundamental.
O estudo indica que a empresa que é responsável pela plataforma colaborativa exerce um papel critico na adoção e assimilação pelas empresas que estão em sua cadeia de fornecedores. Pesquisas sugerem que a decisão das empresas adotarem as plataformas ou outras ferramentas dependem primariamente do que seus parceiros de negócios estão fazendo e não das características das ferramentas. Aderente a Iacovou et al. (1995), a maioria dos respondentes identificou a pressão como uma das razões para a adoção da ferramenta. Para o estudo efetuado, vale mencionar que os fornecedores destacam que a pressão externa foi um fator para adoção, mas o apoio por parte do parceiro foi fundamental, viabilizando e facilitando o uso da plataforma e a sua assimilação. O trabalho de desenvolvimento da plataforma partiu de um entendimento do ambiente tecnológico dos seus fornecedores e isso contribuiu de forma significativa para assimilação da plataforma. As ferramentas foram projetadas e disponibilizadas também para ajudar os terceiros a compreender as expectativas da empresa focal. Isso formaliza o perfil de fornecedores que a empresa prioriza como parceira em seus negócios.
Com relação ao construto organizacional, ele está positivamente relacionado com a assimilação da plataforma colaborativa. Os resultados sugerem que o apoio da diretoria desempenha um importante papel na assimilação da plataforma colaborativa, os resultados que estão alinhados com a argumentação de Liang et al. (2007), mas vale enfatizar que para este estudo não foi o que apresentou a maior carga. Conforme mencionado anteriormente, as variáveis que representam o construto Ambiente refletem de forma mais intensa na adoção e assimilação.
Os resultados obtidos sobre SCI à Performance confirmam estudos conduzidos por Danese and Bortolotti (2011, 2012,2014); Flynn et al. (2010) com relação ao efeito positivo da integração da cadeia no desempenho da organização.
Os resultados deste estudo têm várias implicações importantes para a gestão. Em primeiro lugar, os fornecedores dependem fortemente da ação da empresa focal para mover-se para a fase de assimilação das plataformas, enfatizando que os fatores ambientais e tecnológicos devem ser prioridade para que as plataformas possam ser assimiladas de forma eficaz e eficiente. A adoção e a assimilação das plataformas consistem em uma trajetória marcada por variáveis que necessitam ser trabalhadas pela empresa que implementam a plataforma junto aos seus fornecedores. Entender as questões tecnológicas e a interoperabilidade são pontos fundamentais para garantir a assimilação da tecnologia. Outro fator, consiste em aprimorar a plataforma, disponibilizando novas versões que facilitam o uso e a percepção de utilidade da ferramenta em questão. Há uma fase de aprendizagem, a qual deve ser explorada como forma de melhorar a ferramenta.
O estudo traz discussões que podem contribuir para a literatura sobre assimilação de tecnologia. Há poucos estudos com foco em portais de fornecedores analisando assimilação, integração e desempenho. Para entender melhor essas questões, a pesquisa buscou preencher a lacuna e examinar a assimilação dos portais de fornecedores voltadas para a gestão da cadeia de suprimentos de forma mais holística e abrangente e documentar o seu impacto sobre o desempenho da empresa. Inclusão de variáveis como a interoperabilidade como parte do construto que explicam a formação da assimilação da tecnologia representa uma contribuição importante para o processo de implementação de ferramentas colaborativas. Isso abre uma discussão ao implementar uma plataforma colaborativa sobre a medição da interoperabilidade, o que impacta no design da ferramenta.
O estudo atual está baseado em dados obtidos em específico ponto do tempo (ano de 2014), assim, pesquisas futuras com dados longitudinais podem contribuir para efetuar uma análise da trajetória do processo de assimilação. Efetuar uma análise pode conduzir a novos fatores que poderiam complementar a pesquisa realizada.
Ainda é lícito acrescentar que as análises e conclusões necessitam ser encaradas com cautela, pois a maioria das respostas exigia percepções dos respondentes (subjetivas por natureza). Enfim, neste trabalho se investigou o setor manufatureiro de forma agregada, mas seria interessante a sondagem por segmento, com a finalidade de identificar as diferenças e semelhanças entre as organizações no que tange à virtualidade, o que contribuiria para melhor caracterização do processo. Futuras pesquisas deverão abranger esses pontos de melhoria, de forma a aprofundar o conhecimento acerca deste tema de crescente importância, tanto do ponto de vista da academia como das empresas.
Os fatores considerados não tinham como objetivo nem poderiam esgotar o assunto, diversos outros fatores colocados na revisão bibliográfica poderiam ser introduzidos neste modelo e também ampliar seus resultados.
Com base nas perguntas de pesquisa, os fatores que direcionam a assimilação de uma plataforma colaborativa estão relacionados com organização, tecnologia e o ambiente. Destacam-se variáveis relacionadas ao construto tecnologia e ambiente. Com relação à tecnologia, uma ênfase na variável interoperabilidade.
A assimilação de tecnologia da informação é considerada como um resultado importante nos esforços das empresas para alavancar o potencial das tecnologias da informação em suas atividades de negócios e estratégias. A implementação de TI de uma forma eficaz não está relacionada somente com complexidade técnica ou questões de custo, mas está relacionada também com fatores sociais e organizacionais, os quais têm impacto significativo nos resultados. Assim, o estudo permitiu a identificação de variáveis que afetam a assimilação de TI em uma organização, o que permite aos gestores estabelecer melhores práticas em relação à implementação de projetos de TI.
Adicionalmente, o entendimento das características da integração da cadeia de suprimentos através da assimilação da plataforma de colaboração eletrônica, possibilita analisar a gestão da cadeia de suprimentos como uma estratégia racional competitiva cada vez mais utilizada na era digital e aprofunda o entendimento das variáveis que podem impactar o processo de assimilação da ferramenta colaborativa, que tem impacto direto na integração da cadeia de suprimento.
O estudo indica que a troca de informações é um fator essencial para a competitividade organizacional entre os parceiros de negócios e assim torna-se fundamental aprimorar um modelo de implementação das ferramentas que alavancam a entrega de valor.
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1. Professora do Departamento de Engenharia de Produção do Centro Universitário da FEI. Email: cmattos@fei.edu.br
2. Professor Titular do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Email: fjblau@usp.br