Espacios. Vol. 37 (Nº 22) Año 2016. Pág. 13
Daiane Maria de Genaro CHIROLI 1; Edson de Oliveira YOKOTA 2
Recibido: 01/04/16 • Aprobado: 23/04/2016
RESUMO: Este estudo tem por objetivo avaliar os benefícios do uso dos VANTs para auxiliar uma operação de prevenção e resposta aos desastres bem como levantar as diferentes maneiras de utilizá-lo de forma a se obter resultados mais eficientes nestas ações. Foi realizada pesquisa bibliográfica e documental levantando-se dados que apontassem a relevância do assunto. Verificou-se que existem atividades de prevenção e resposta aos desastres naturais onde a utilização de drones pode vir a trazer resultados favoráveis, com grandes chances de aumentar a eficiência das ações e alcançar o objetivo maior que é colaborar para a diminuição do sofrimento das vítimas. |
ABSTRACT: This study aims to evaluate the benefits of drone use to assist a prevention and response operation as well as raise the different ways to use it to obtain more effective results in these actions. A bibliographicand documentary search wasmade using the successful development of this work, research data collection that pointed the importance of the matter. It was found that there are prevention and response activities to natural disasters where the use of drones may bring positive results, with great chances to increase the efficiency of actions and achieve the greatest goal that is to collaborate to reduce the suffering of the victims. |
Nas últimas décadas o desmatamento, o crescimento populacional, a crescente urbanização e o aquecimento global causado pelo efeito estufa tem provocado um alarmante aumento na ocorrência de desastres ambientais bem como na intensidade destes, expondo um número cada vez maior de pessoas a situações de perigo. Esses eventos vem ocorrendo por todo o mundo, mas concentrando o nosso foco no Brasil tem-se que a incidência de desastres naturais aumentou em 268% em relação aos 10 últimos anos segundo o ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS (2013). Tal aumento está relacionado a todos os tipos de desastres naturais, principalmente as inundações e os movimentos de massa, como deslizamentos que são os responsáveis pelos maiores números de vítimas fatais (ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS, 2013).
Com o aumento da ocorrência de desastres naturais foi necessário direcionar a atenção ao gerenciamento de risco desses acontecimentos e a estudar formas de reestruturar os procedimentos utilizados com o intuito de se obter ações mais eficazes na área atingida de forma a minimizar o sofrimento das vítimas. Nesta busca por maior velocidade de resposta, melhor eficiência e diminuição de custos tem se empregado cada vez mais o uso da tecnologia e se utilizado dos conhecimentos adquiridos ao longo dos anos pelas grandes empresas na área logística.
Além da tecnologia de informação que é fator essencial para agilizar as ações emergenciais, outras inovações vem ganhando destaque, e no que tange a logística humanitária que demanda de respostas rápidas. A utilização de equipamentos tecnológicos emergentes vem a contribuir grandemente na melhoria dos processos humanitários. Denominado por Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), popularmente conhecidos por drone, tem se tornado alvo de idealizações para melhorar a vida do ser humano. Esses equipamentos podem ser empregados no monitoramento de fronteiras, tomadas de imagens e transporte de produtos em áreas de difícil acesso com um custo inferior em relação ao uso de aviões ou helicópteros para a mesma tarefa, é adaptável a vários tipos de situações, o que permite ser bem utilizado na logística humanitária.
Dentro do contexto apresentado, o presente trabalho objetiva demonstrar que o bom uso dos VANTs nas ações de resposta a desastres naturais pode levar a melhores resultados proporcionando aumento da eficiência e diminuição dos custos de operações de resgate ajudando a minimizar danos sociais e econômicos.
Dando ênfase ao uso dos drones nas operações da logística humanitária, inicialmente realizou-se uma pesquisa de caráter exploratório tendo como objetivo a ampliação do conhecimento teórico com o intuito de criar uma nova visão que possibilite levantar questões que ajudem a conduzir este trabalho ao seu objetivo final. Em seguida realizou-se uma pesquisa bibliográfica composta de dados coletados da literatura nacional e internacional sobre logística humanitária, desastres naturais e drones. Posteriormente foi realizado um levantamento de dados relacionados à ocorrência de desastres naturais no estado do Paraná, utilizando-se das seguintes fontes disponíveis na internet: IBGE, Atlas Brasileiro de Desastres Nacionais e Defesa Civil, visando definir o melhor uso do drone para o auxílio da logística humanitária de forma a se obter maior agilidade e eficiência a custos menores.
Nesta seção serão abordados os seguintes assuntos: logística humanitária, desastres, riscos e uso dos Vants na logística humanitária. A cada ano que passa, com as grandes transformações decorrentes da ação destruidora do homem no meio ambiente, o número de ocorrências de desastres naturais no mundo inteiro tem aumentado de forma alarmante. No Brasil tem-se a ocorrência de deslizamentos, alagamentos, secas, etc... enquanto em outros países tsunamis, terremotos, ações vulcânicas e outros. Muitas vezes o acontecimento desses desastres requer uma grande mobilização de ajuda que dependendo da intensidade poderá ser solicitada e recebida vinda de todo lugar do mundo. Na ocorrência de um desastre natural a população das áreas afetadas enfrentam grande sofrimento e perdas e é nessa hora que percebemos o quão importante são os conhecimentos logísticos para minimizar o sofrimento das vitimas.
A logística humanitária é definida como sendo o processo de planejamento, implantação e controle de fluxo de bens, do ponto de origem ao ponto de consumo, de forma eficiente e eficaz com o objetivo de aliviar o sofrimento de pessoas vulneráveis (THOMAS & KOPCZAK, 2007).
De acordo com a Federação Internacional da Cruz Vermelha (apud MEIRIM, 2007):
"Logística humanitária são processos e sistemas envolvidos na mobilização de pessoas, recursos e conhecimento para ajudar comunidades vulneráveis, afetadas por desastres naturais ou emergências complexas. Ela busca à pronta resposta, visando atender o maior número de pessoas, evitar falta e desperdício, organizar as diversas doações que são recebidas nestes casos e, principalmente, atuar dentro de um orçamento limitado."
Logística humanitária também é definida por Beamon (2004) como a função que visa o fluxo de pessoas e materiais de forma adequada e em tempo oportuno na cadeia de assistência, com o objetivo principal de atender de maneira correta o maior número de pessoas.
O acontecimento de um evento catastrófico promove, muitas vezes, grande destruição nos locais afetados surgindo assim grande dificuldade no socorro e resgate das vítimas. Com a função de padronizar procedimentos de operações tais como: planos de emergência, primeiros socorros, rotas de fugas e etc, a logística humanitária desenvolve um papel fundamental na busca por melhora na eficiência das ações de socorro às vítimas. Para evitar a má distribuição do material arrecadado (roupas, alimentos, remédios...), a demora na entrega, desvios e uso de má fé na triagem e etc, tem se intensificado o estudo da logística humanitária em todo o mundo buscando o desenvolvimento de técnicas e sistemas de tecnologias de informação para a obtenção de melhores resultados na prática da logística humanitária (FERRAZ, OLIVEIRA e GRANADO, 2012).
Embora os canais de assistência às operações de resposta ao desastre sejam complexos e dinâmicos, a atenção recebida das organizações governamentais é muito aquém do necessário. Um exemplo desse fato ocorreu na operação de resposta ao terremoto que ocorreu no Haiti em 2010 onde a entrega de ajuda se deu de forma irregular e não atendeu a necessidade da população o que ocasionou apelos raivosos de trabalhadores humanitários e sobreviventes (BBC, 2010).
A logística humanitária sugere fazer o uso de conceitos da logística empresarial adaptando-os às individualidades da cadeia de assistência humanitária.
Encontram-se muitos pontos de similaridade entre a logística empresarial e a humanitária, contudo é preciso se atentar a existência de diferenças entre as condições enfrentadas pelas empresas e as enfrentadas em uma área afetada por desastre. Algumas pesquisas como a de Ertem (2010) mostram características específicas da logística humanitária que se diferem da logística empresarial. Essas diferenças estão apresentadas no quadro 1.
Quadro 1. Comparação entre logística humanitária e empresarial
Tópicos |
Logística empresarial |
Logística humanitária |
Objetivo |
Maximizar lucro |
Salvar vidas e prestar assistência a beneficiários |
Padrão de demanda |
Relativamente estável e pode ser previsto a partir de técnicas de previsão. |
Irregular, com alto grau de incerteza e volatilidade. É estimada nas primeiras horas do desastre |
Fluxo de materiais |
Produtos comercializados |
Recursos como abrigo, alimentos, kit de higiene e limpeza, veículo para evacuação e pessoal |
Fluxo financeiro |
Bilateral e conhecido |
Unilateral (do doador ao beneficiário) e incerto |
Fornecedores |
De 2 a 3 fornecedores conhecidos previamente |
Múltiplos fornecedores e doadores, sem acordos prévios |
Clientes |
Consumidor final |
Beneficiários |
Stakeholders |
Acionistas, clientes e fornecedores |
Doadores, governos, militares, ONGs, ONU e beneficiários |
Duração |
Costumam durar anos |
Costumam durar semanas ou meses |
Lead time |
Determinado nas necessidades Fornecedor até o consumidor final |
Lead time requerido e praticamente zero. (zero entre a ocorrência da demanda e a necessidade da mesma) |
Medidas de desempenho |
Baseado em métricas de desempenho |
Tempo para responder ao desastre, % de demanda suprimida, atendimento à expectativa dos doadores |
Recursos humanos |
Disponibilidade de mão de obra capacitada |
Alta rotatividade, com voluntários, ambiente desgastante tanto fisicamente quanto psicologicamente |
Equipamentos e veículos |
Caminhões, veículos comuns e empilhadeiras |
Equipamentos robustos e transporte aéreo |
Fonte: Adaptado a partir de ERTEM et al., 2010.
Algumas características que dificultam as ações humanitária segundo Meirim (2007) são:
3.2 Desastre
É o resultado da ação de eventos adversos, que podem ser natural ou provocado pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável), provocando danos humanos, ambientais e/ou materiais que acarretam em prejuízos econômicos e sociais (CASTRO, 1998).
É possível classificar os desastres quanto sua origem, intensidade, evolução e duração.
Esta classificação é muito importante pois ajuda no planejamento da ação de resposta e também de recuperação da área atingida. Os recursos necessários e as ações de socorro às vítimas de um desastre vão depender da intensidade dos danos e prejuízos causados pelo desastre.
Podem ser divididos em três classes:
A implementação da logística humanitária pode ser dividida em três fases principais (KOVÁCS e SPENS, 2007): Preparação, Resposta Imediata e Reconstrução.
A logística encontra-se presente em todas as fases da gestão de desastres e cada uma delas requer diferentes habilidades e recursos. Na fase de preparação na elaboração e execução de medidas de prevenção e planos de evacuação o planejamento logístico faz-se fundamental (KOVÁCS e SPENS, 2007). Na fase de resposta os conceitos logísticos serão utilizados para que itens básicos de sobrevivência (água, remédios, alimentos e produtos de higiene) cheguem às vitimas do desastre com rapidez, uma vez que este tempo de alcance poderá significar muitas vidas salvas. Na fase de reconstrução o suporte logístico se fará necessário para otimizar os escassos recursos destinados a esta fase.
Preparação: Nesta etapa são desenvolvidos mecanismos que permitam antecipadamente assegurar uma resposta adequada e eficiente aos desastres. É preciso se ter o conhecimento da área de risco para se tomar providência de forma que essas venham a deixar de ser uma área de risco. Como exemplo, realizar obras de infraestrutura ou até mesmo desocupação da área que é uma obrigação do poder público, sistema de alerta precoce, preparação do setor saúde para as ações de atenção a saúde e vigilância em saúde. No caso de desastres que não podem ser evitados os dados históricos e informações de monitoramento podem ajudar na evacuação preventiva de áreas potenciais de risco. Após a ocorrência do desastre é necessário se saber a quem recorrer, quais os locais de distribuição e armazenamento de donativos, áreas de amparo aos desabrigados... ter conhecimento prévio da cadeia de suprimentos (COELHO, 2011).
Resposta rápida: Desenvolvimento de capacidades para o fornecimento de ajuda imediata após um desastre objetivando a preservação da vida, saúde e suprir as necessidades básicas de condições de vida para a população afetada. Para se responder as catástrofes com rapidez e eficiência é necessário se ter bem definidas as questões logísticas tais como meio de transportes a ser utilizado, rota a ser seguida, localização dos centros de coletas, triagem e distribuição.
Um ponto importante para se obter ações eficientes é o estabelecimento prévio de uma hierarquia de comando, centralizando desta forma o poder de decisão. Em alguns casos, nos primeiros momentos que sucedem uma catástrofe não é possível o acesso ao local por via terrestre devido à interdição ou até mesmo destruição das estradas, sendo necessário auxílio de aviões ou helicópteros para encaminhar comida, remédios e água potável para a população da área atingida, por isso saber onde disponibilizar este recurso aéreo é de fundamental importância. Para que a ajuda alcance o maior número de pessoas atingidas pelo desastre é necessário fazer a distribuição do material coletado em pequenos lotes encaminhando-os por todos os caminhos disponíveis (COELHO, 2011).
Reconstrução: Como desastres de grande escala podem provocar a destruição de moradias e da infraestrutura local e até mesmo acarretar em desastres de início lentos como fome e epidemias, esta fase é de suma importância para a reabilitação do local afetado de forma a promover o bem estar desta comunidade (VAN WASSENHOVE, 2006).
Esta fase é a menos explorada por estudiosos e a que recebe menor atenção da mídia, por isso também é a fase com o menor número de doações exigindo-se, desta forma, o trabalho com contenção de gastos (KOVÁCS e SPENS, 2007).
Originário dos EUA o drone (zangão, zumbido – Inglês), assim chamado devido ao som que produz quando em funcionamento, é qualquer objeto voador que não tem a necessidade de pilotos embarcados para serem guiados.
Produzido inicialmente para auxiliar os soldados nas batalhas, como um instrumento de reconhecimento do terreno inimigo ou até mesmo utilizado para atacar o exército adversário, tendo como propósito a não exposição de vidas. A marinha dos Estados Unidos foi a primeira a fazer experiências com as aeronaves não tripuladas na década de 60 (POZZEBON, 2014).
Os drones ficaram mais conhecidos a partir dos anos 80 quando se tornaram poderosas armas usadas por Israel contra a Síria (POZZEBON, 2014). O primeiro VANT de fabricação brasileira que se tem registro foi o BQM1BR da extinta Companhia Brasileira de Tratores. Outro VANT de que se tem registros é o Gralha Azul que foi produzido pela empresa Embravant (FREITAS, 2012).
No ano de 2000 com o Projeto Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida (ARARA) – desenvolvido pela AGX tecnologia em conjunto com o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - os VANTs para uso civil começaram a crescer no mercado. Em 2005 o primeiro VANT de asa fixa com tecnologia 100% brasileira foi criado, fruto do projeto ARARA (FREITAS, 2012).
Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA, 2015) da Aeronáutica no Brasil os drones são classificados conforme sua utilidade, sendo:
Os VANTs são conhecidos mundialmente pela sigla UAV (Unmanned Aerial Vehicle) e são também conhecidos pela denominação 3D referindo-se a missões impensáveis para aviões tripulados: dull (enfadonhas), dangerous (perigosas) e durty (sujas) (MENDES & FADEL, 2009).
Podem ser definidos como:
Plataforma de baixo custo de operação que pode ser comandada através de controle remoto em terra, ou que segue um plano de voo com definição previa ao seu lançamento, habilitado a executar diversas tarefas tais como monitoramento, reconhecimento tático, vigilância, mapeamento e ataques dependendo do equipamento instalado (OLIVEIRA 2005).
Os VANTs são controlados a distância utilizando-se de meios computacionais e eletrônicos podendo ser classificados como ARP ou Aeronave Autônoma (PEDROSA, 2015):
No Brasil só é permitido pela defesa aérea o uso de VANTs controlados com a supervisão humana, ou seja, ARPs. Existe também a categoria SARP (Sistema de ARP) ou RPAS (Remotely Piloted Aircraft Systems) que inclui além da aeronave todos os recursos vitais para que ela voe: estação de pilotagem remota, link ou enlace de comando que viabiliza o controle da aeronave, equipamentos de apoios, etc.
Quanto as suas características, de acordo com Neto e Almeida (2009), os VANTs possuem peculiaridades que se encontram descritas a seguir:
Ao redor do mundo os drones foram sendo divididos em categorias conforme tamanho e tipo de operação. A maior parte dos países que já possuem uma legislação específica para a utilização dos drones adotam as classificações encontradas no quadro 2.
Quadro 2. Categoria dos Vants
Classificação |
Descrição |
Alvos Aéreos |
Fornece a artilharia em solo ou aérea um alvo que simula uma aeronave ou míssil inimigo |
Reconhecimento |
Fornece informações para a inteligência num campo de batalha |
Combate |
Proporciona capacidade de ataque em missões de alto risco |
Logística |
VANTs projetados especificamente para operações de carga e logística |
Pesquisa e Desenvolvimento |
Utilizado para desenvolvimento de tecnologias a serem integradas em VANTs operacionais |
VANTs Civis e Comerciais |
VANTs projetados especificamente para aplicações civis e comerciais |
Fonte: SIVANT, 2010
Os VANTs podem ser também classificados pelas suas características e desempenho tais como peso, duração de voo, alcance, velocidade, etc. Essas informações são muito importantes para designers, fabricantes e consumidores, pois poderão equiparar suas necessidades com as características e desempenho do VANT para achar o que melhor corresponda as suas expectativas. Essas classificações estão representadas no quadro 3.
Quadro 3. Classificação pela característica e desempenho dos Vants
VANT |
Categoria |
Peso máximo de decolagem (kg) |
Altitude máxima (m) |
Duração (h) |
Alcance de dados (km) |
Micro/Mini |
Micro (MAV) |
0,10 |
250 |
1 |
<10 |
Mini |
<30 |
150-300 |
<2 |
<10 |
|
Tático
|
Alcance próximo |
150 |
3.000 |
2-4 |
10-30 |
Curto alcance (CR) |
200 |
3.000 |
3-6 |
30-70 |
|
Médio alcance (SR) |
150-500 |
3.000-5.000 |
6-10 |
70-200 |
|
Longo alcance (MR) |
- |
5.000 |
6-13 |
200-500 |
|
Duração (LR) |
500-1.500 |
5.000-8.000 |
12-24 |
>500 |
|
Altitude média, Longa duração (MALE) |
1.000-1.500 |
5.000-8.000 |
24-48 |
>500 |
|
Estratégico |
Alta altitude, longa duração (HALE) |
2.500-12.500 |
15.000-20.000 |
24-48 |
>2.000 |
Táticas Especiais |
Letal (LET) |
250 |
3.000-4.000 |
3-4 |
300 |
Chamariz (DEC) |
250 |
50-5.000 |
<4 |
0-500 |
|
Estratosférico (Strato) |
|
20.000-30.000 |
>48 |
>2.000 |
|
Exo-estratosférico (EXO) |
|
>30.000 |
|
|
(fonte: Magazine – InsideGNSS, Jan/feb 2008)
Por ser uma tecnologia ainda muito recente vem causando dúvidas, confusões e curiosidades por todos os lados. O grande crescimento do setor aéreo de veículos não tripulados tem levado o Brasil ao estudo desta nova tecnologia formando grupos técnicos que se dedicam a buscar não só a sua regulamentação, mas também tentando consolidar normas para o uso desses veículos. Atualmente existem algumas regulamentações básicas do uso do drone comercial no Brasil a serem seguidas conforme indicadas no quadro 4.
Quadro 4. Classificação dos drone no Brasil segundo seu peso.
Classe |
Peso (Kg) |
I |
150 em diante |
II |
25 - 150 |
III |
0 - 25 |
(Fonte: Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, 2014)
Na figura 1 temos exemplificado os dois tipos de drone segundo suas asas.
Figura 1. Tipos de drone
Fonte: site G1, 25 de março 2013
Os Vants, segundo Pozzebon (2014) e wikipédia (2015) desempenham diversas funções sendo algumas delas citadas a seguir:
Dentre as inúmeras funções que um VANT pode desenvolver tem-se a de monitoramento de grandes áreas podendo-se obter resultados precisos, quase que em tempo real, com alta definição e alta frequência de captura de imagens aéreas. Para se entender o significado disso o Prof. Dr. Rubens Duarte Coelho – Esalq faz um paralelo com o satélite Landsat 8 que foi lançado pelo governo dos EUA em 2013. Segundo Coelho, 2013 para uma mesma área a frequência de imagens adquiridas, quando em boas condições climáticas, é de 16 dias e tem horário de captura definido para as 10 horas. Cada pixel da imagem enviada pelo satélite Landsat 8 representa uma área de 900 m², e na imagem infravermelho 10.000 m². Para um VANT voando na altura máxima permitida que é de 300 m e utilizando câmaras especiais (multiespectral/térmica) acopladas, obtém-se uma foto que representa uma área de 60.000 m² podendo-se diminuir a sua altura de voo para se aumentar ainda mais a resolução da imagem e com a vantagem de poder capturar imagens a qualquer momento.
Essa alta definição e alta frequência de captura de imagens quase a tempo real pode fazer a diferença no monitoramento de áreas de risco auxiliando na detecção do início de desastres naturais, mapeamento das áreas de risco para formular um plano de evacuação e ajudar a encontrar a melhor localização para a instalação de abrigos e pontos de distribuição.
Em agosto de 2014 ocorreu um terremoto que atingiu a cidade de Yunnan na China, deixando mais de 600 vítimas fatais. O resgate pediu a ajuda da DJI de Hong Kong (a maior fabricante de drone do planeta) dando origem ao primeiro caso que se tem registro no mundo em que um país utilizou desta tecnologia na operação de resposta a um evento de desastre. Os drones foram utilizados por serem capazes de trazer imagens de alta definição, por poderem voar baixo e alcançarem locais hostis com facilidade e rapidez, podendo auxiliar desta forma a equipe de resgate, mostrando onde deveriam focar seus esforços para buscar por sobreviventes e ajudando a determinar os melhores caminhos para evacuação. Embora os resultados tenham sido apenas teóricos, acredita-se que esse seja o futuro da logística humanitária (KOEBLER, 2014).
Na figura 2 é apresentado imagens de alguns tipos de VANTs utilizados para tarefas específicas.
Figura 2. VANTs utilizados para tarefas específicas
Visando alcançar o objetivo proposto neste trabalho que é demonstrar a importância do uso de novas tecnologias no auxílio às ações da logística humanitária no estado do Paraná para a obtenção de meios mais eficazes de avaliação (previa e posterior ao desastre) e suporte (resgate das vítimas) que possibilite agilizar os processos, diminuindo o seu custo operacional e minimizando o sofrimento dos afetados, será realizado um breve levantamento de dados referentes ao estado do Paraná bem como um estudo dos desastres que ocorrem com mais frequência e causam maiores danos.
Segundo Carmo (2015), ao longo da segunda metade do século XX se deu o processo de urbanização do Brasil o qual não ocorreu de forma planejada e onde não houve uma divisão igualitária de espaço. Desse modo surgiram grandes concentrações de população nas áreas urbanas sem que houvesse um desenvolvimento adequado nessas áreas para o suprimento das necessidades desses adensamentos demográficos. Os eventos naturais, que tem se intensificado em frequência e magnitude ao longo dos anos devido às alterações no meio ambiente, combinado com a vulnerabilidade socioambiental provocada pelo processo de urbanização desordenado, acarretam em desastres com efeitos negativos à saúde.
De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Nacionais (2013) entre 1991 e 2012 foram registradas 38.996 catástrofes no país sendo que 8.515 (22%) dessas ocorreram na década de 1990; 21.741 (56%) ocorreram na década de 2000; e apenas nos anos de 2010, 2011 e 2012 já somam 8.740 (22%). Os principais desastres naturais foram estiagem e seca, inundação e alagamento, granizo, vendaval, tornado, geada, incêndio florestal, movimento de massa e erosão. Foi constatado um aumento na ocorrência em todos os tipos de catástrofes, sendo os deslizamentos (movimentos de massa) o evento de maior avanço percentual de ocorrências. Lidera o número de casos de desastres naturais no Brasil a seca representando 51% dos registros ocorrendo com maior frequência no Nordeste, apesar disso as inundações foram as que causaram maior número de vítimas fatais somando 58,15% do total.
Os eventos de maior incidência no Brasil serão apresentados conforme definição do Anuário Brasileiro de Desastres Naturais (2012).
A fim de melhor compreender a relação dos impactos diretos e indiretos à saúde humana, que pode ser ocasionados por meio dos desastres naturais, apresenta-se nos quadros 5 e 6 uma relação dos mesmos, conforme segue:
Quadro 5.Consequências dos impactos de inundações/alagamentos e seca/estiagem sobre o ambiente
Inundação/Alagamento |
Contaminação biológica e química da água para consumo humano, alimentos e solo |
Comprometimento da rede e fontes alternativas de abastecimento de água |
|
Comprometimento da rede de serviço de coleta e tratamento de esgoto |
|
Comprometimento dos serviços de coleta e disposição do lixo |
|
Alteração nos ciclos dos vetores, hospedeiros e reservatórios de doenças e nas formas de exposições ambientais dos humanos |
|
Seca/Estiagem |
Contaminação da água para consumo humano, alimentos e solo |
Comprometimento da rede e fontes alternativas de abastecimento de água |
|
Intrusão de água salgada em suprimentos de água doce subterrânea |
|
Contaminação do ar por poeira e partículas oriundas de incêndios, de florações de cianobactérias e de toxinas acumuladas no solo |
|
Alteração nos ciclos dos vetores, hospedeiros e reservatórios de doenças e nas formas de exposições ambientais dos humanos |
(Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)
Quadro 6. Consequências socioeconômicas de inundações/alagamentos e seca/estiagem
Inundação / Alagamento |
Interrupção total ou parcial de pontes, ruas e estradas por inundação ou destruição |
Rompimento de diques de contenção |
|
Rompimento de tanques de combustíveis |
|
Curto-circuito elétrico |
|
Interrupção total ou parcial do fornecimento de serviços de água, eletricidade, gás, transporte e comunicação |
|
Interrupção total ou parcial do funcionamento de escolas, comércio, serviços funerários, serviços de saúde e outros |
|
Comprometimento total ou parcial das atividades agrícolas e pecuárias |
|
Prejuízos econômicos pela destruição total ou parcial de propriedades, casas e construções |
|
Prejuízos econômicos pela destruição total ou parcial das fontes de renda e trabalho |
|
Perdas de bens pessoais e de valor sentimental |
|
Rompimento ou fortalecimento da amizade, cooperação e laços afetivos entre os membros de uma comunidade afetada |
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Seca / Estiagem |
Interrupção total ou parcial do fornecimento de água |
Comprometimento da quantidade e qualidade de água para consumo humano |
|
Comprometimento total ou parcial das atividades agrícolas, pecuárias e pesqueiras |
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Comprometimento da quantidade e qualidade de alimentos |
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Prejuízos econômicos pela destruição total ou parcial das fontes de renda e trabalho |
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Perdas de bens pessoais e de valor sentimental devido à necessidade de migrar e à incapacidade de suprir a família com elementos essenciais à vida |
(Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015)
O estado do Paraná, localizado no sul do Brasil, possui uma população de 11.081.692 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014). Na última década constatou-se um crescimento de 9,16% da população, e está em 6ª colocação quanto ao mais populoso do país, ficando atrás dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. A mesma pesquisa apontou que 85,32% da população residem em áreas urbanas e 14,68% estão em área rurais.
Segundo a Defesa Civil do Paraná 2013, o número de desastres naturais que ocorreram no ano de 2012 superou o ano anterior em 26,6% e foi superado por 2013 em 19,7%, conforme apresenta a Figura 3.
Figura 3. Comparativo de desastres no Estado do Paraná nos anos 2011/2012/1013
Fonte: Anuário Estatístico Defesa Civil do Paraná, 2013.
Observa-se um aumento significativo da incidência de enxurradas, granizos, enchentes/inundações. Temos também os vendavais que embora tenha diminuído vem ocorrendo com grande frequência, e os alagamentos que não apresentaram um aumento significativo, contudo, considerando os danos causados por esse desastre tem-se que 40 ocorrências em um ano é um número preocupante. Estes desastres naturais além de causarem grande prejuízo material também provocam danos humanos. Pessoas que de alguma forma sofreram consequências do desastre como residências que sofreram cortes de energia elétrica, são consideradas afetadas (Defesa Civil do Paraná, 2013).
Esses dados revelam que os desastres súbitos de maiores ocorrências no estado estão relacionados a chuvas, tempestades, vendavais (que muitas vezes vem juntamente com a chuva). O Paraná é um estado que possui uma imensa rede fluvial, e o grande crescimento populacional que ocorre de uma forma desorganizada, sem planejamento prévio adequado, o coloca em uma situação de vulnerabilidade a desastres naturais como inundação, enchentes e alagamentos.
Inundação é um problema que tem ocorrido com frequência em muitas cidades do Brasil. Esse evento natural tem o poder de causar grandes danos à comunidade afetada, e muitos podem ser os motivos para tal acontecimento, como por exemplo: assoreamento do leito de rios, fatores climáticos, impermeabilização das áreas de infiltração na bacia de drenagem entre outros.
Recentemente Senkovski (2014) afirmou que o estado do Paraná não tem estrutura suficiente para enfrentar desastres naturais. Dados levantados naquela ocasião apontaram que quase meio milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas e a estimativa de prejuízos feita pela Defesa Civil estadual era de mais de 1 bilhão de reais. Para auxiliar a população afetada pela chuva o governo federal disponibilizou a quantia de R$346.830,00. O evento ocasionou um total de 8.458 casas danificadas e 35 totalmente destruídas, levando 4.129 pessoas a serem deslocadas para abrigos públicos. O governo do Paraná decretou situação de emergência em 130 cidades e estado de calamidade pública na cidade de União da Vitória (exigindo ações especiais de resposta ao evento), e o número de municípios que comunicou estragos à Defesa Civil chegou a 142. Também foram contabilizadas 10 vítimas fatais em todo o estado. As informações desta matéria confirmam que o estado do Paraná se mostra vulnerável a esses eventos naturais e precisa urgentemente implantar ações de prevenção e resposta a desastres desta natureza. Sabe-se que não é um fato que começou a acontecer recentemente, porém continuamente tem levado grande sofrimento às pessoas e resultado em grandes gastos do dinheiro público, que poderiam ser usados em outras áreas como segurança, saúde e educação.
Diante dos dados apresentados compreende-se que o estado do Paraná necessita buscar formas mais eficientes de combater os desastres naturais desde a preparação (entrando nesta fase o monitoramento de áreas e detecção prévia da ocorrência do desastre), e nos procedimentos de resposta (busca de sobreviventes, monitoramento das áreas afetadas evitando que pessoas continuem em seus lares alagados correndo o risco de contrair uma doença com receio de que seus pertences sejam roubados). Para suprir essas carências sugere-se o emprego da nova tecnologia dos VANTs que, conforme mostrado anteriormente existem em vários modelos que executam diferentes tarefas específicas tais como:
VANTS que são projetados para coletar dados meteorológicos fazendo o monitoramento do clima, alertando antecipadamente sobre uma possível ocorrência de furacões e tempestades tropicais que poderiam resultar em deslizamento, inundação, vendaval, etc. Tem-se desta forma um tempo prévio para alertar os moradores destes locais que são constantemente afetados pelos desastres, para que os mesmos se dirijam aos abrigos e não sejam pegos de surpresa evitando maiores danos sociais. Pode-se usar para a coleta de dados meteorológicos o Echar 20 da empresa XMobots da cidade de São Carlos – SP, este drone tem 2,13 metros de envergadura, 0,42 metro de altura e é lançado por uma catapulta, tem alcance de comunicação de até 10 Km, autonomia 100% automática de 70 minutos contínuos e pode chegar a uma altitude de 3 mil metros. Seu motor é a bateria e seu custo é de R$150.000,00 (STOCHERO, 2014).
Devido a capacidade de alcançar ambientes hostis e sua velocidade, os VANTs também poderão ser empregados para distribuição de remédios e produtos de primeira necessidade agilizando assim o processo de salvar vidas quando existir vítimas ilhadas em locais difíceis de serem alcançados nos primeiros momentos após a ocorrência do desastre. Para esta tarefa o modelo DJI S1000 Plus poderá ser utilizado, com tempo de voo de 15 minutos e podendo decolar com peso de até 11 Kg, possui antena de alto desempenho e anti-interferência fazendo com que a posição do seu GPS chegue próximo da perfeição. Valor de R$ 20.266,00 segundo o site Drone Store.
VANTs para resgate de pessoas, provido de câmeras de alta definição auxilia na busca de pessoas desaparecidas vítimas de desastres e também fazem o monitoramento de áreas. Obtém-se de forma mais rápida a localização das vítimas uma vez que estes são aparelhos baratos e por isso podem ser usados vários VANTs para vasculharem diferentes pontos da área afetada ao mesmo tempo, e são ótimos para se efetuar o monitoramento da área dando maior precisão ao processo de tomadas de decisões. Tem–se o exemplo do senhor Josias Camilo da Graça que costumava pescar em uma ilha no Piquiri, em Francisco Alves-PR, e desapareceu por 2 dias durante um período de fortes chuvas. A ilha foi encoberta rapidamente forçando-o a subir em uma árvore onde permaneceu por mais de 12 horas. Josias foi salvo pois um vizinho se lembrara que o mesmo costumava passar dias na ilha e acionou a defesa civil que efetuou o resgate (CRUZ, 2014). Com o uso de vários VANTs espalhados em pontos diferentes da área afetada este período de 2 dias, que poderia ter resultado na morte de Josias, poderia ter sido reduzido. Para esta tarefa de busca de vítimas pode-se usar o modelo Draganflyer X4-ES (o mesmo drone utilizado pela polícia de Saskatoon - Canadá para encontrar e salvar a vida de uma vítima de acidente de carro conforme Limer, 2013). Este drone pode ser equipado com uma câmera de alta resolução e outra infravermelha podendo auxiliar no resgate durante o dia e a noite. Pode ser guiado por coordenadas do GPS e sua bateria dura de 30 a 60 minutos sendo o seu valor aproximado de R$ 90.000,00 (sem a câmera) segundo o site Doctor Drone e câmera Gopro Hero 4 (12 MP a prova d'água) R$ 3.019,00 conforme o site Drone Store. Também pode-se usar o modelo DJI Phantom 3 Professional com câmera de 12 MP, um drone mais barato mas com alcance de 2 km, duração da bateria de 23 minutos e valor de R$ 5.000,00 conforme informado no site Doctor Drone.
Segundo AEN (2011), o estado do Paraná possui 5 aeronaves utilizadas no policiamento e resgate, uma dessas é um helicóptero EC-130 modelo B4 de mais de R$ 6,9 milhões. Na execução de operações nessas aeronaves é preciso um comandante, um copiloto e um tripulante responsável pelo manuseio da supercâmera. Para formar um comandante leva-se de quatro a cinco anos e custa R$ 1 milhão por comandante (RIBEIRO, 2015).
Segundo Scussel (2011), o custo operacional do VANT chega a ser três vezes mais barato do que o de uma aeronave tradicional.
Os drones podem ser usados para auxiliar o serviço executado por essas aeronaves direcionando-as aos locais do resgate, além disso, não é operado por um piloto o que proporciona a execução de vôos em altitudes muito baixas permitindo que as aeronaves façam as buscas em altas altitudes evitando a probabilidade de ocorrência de acidentes.
Deste modo, ao analisar os trade-off existentes no uso de tecnologias é possível afirmar que é vantajoso o uso dos VANTs em ações humanitárias, permitindo maior agilidade de resposta no que tange a salvamento de vidas.
O presente artigo buscou, através da revisão literária de conceitos relacionados à logística humanitária e ao uso da nova tecnologia dos Vants, identificar situações na qual o enlace dos mesmos venham facilitar as tomadas de decisões, otimizar os efeitos das ações executadas pelas equipes de resgates e demais colaboradores, diminuindo o sofrimento das comunidades afetadas por desastres naturais de qualquer ordem, proporcionando melhora na eficiência das operações, sejam elas preventivas ou de resposta ao evento e reduzindo o seu custo.
Concentrando o foco em eventos de ocorrência súbita que se sucedem no estado do Paraná, sabendo de sua geografia de abundância fluvial e grande crescimento populacional, misturado com as mudanças climáticas que os torna vulnerável a desastres naturais como enchentes, alagamentos e inundações, conseguimos através do referencial proposto visualizar dentre as inúmeras aplicabilidades dos VANTs, formas de utilizá-lo para juntamente com as técnicas logísticas alcançar o resultado esperado.
Essa nova tecnologia pode ser usada para resgates em lugares hostis, voando em baixas alturas, transmitindo imagens de alta definição em tempo real a qualquer hora do dia, mapeando e detectando as melhores vias para evacuação, proporcionando agilidade e contribuindo com as equipes de resgates direcionando-os para as áreas de maior probabilidade de sobreviventes. Além disso podem ser úteis no trabalho de identificação de possíveis situações de inundação para acionar previamente a operação de evacuação, de forma a evitar danos a saúde ou perdas de vidas.
Esta combinação de uma boa gestão da logística humanitária com a melhor aplicação possível desta promissora tecnologia denominada VANTs, que até os dias atuais é apenas uma teoria, pode vir a se tornar num futuro próximo, a mais eficiente e barata maneira de resposta a desastres naturais.
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