Espacios. Vol. 37 (Nº 20) Año 2016. Pág. 11
Lúcia Gomes PEREIRA 1; Fábio José VIEIRA 2; Nélson Leal ALENCAR 3; Francisco Prancacio Araújo de CARVALHO 4;Roseli Farias Melo de BARROS 5
Recibido: 13/03/16 • Aprobado: 12/04/2016
RESUMO: Objetivou-se verificar a diversidade vegetal de quintais em comunidades rurais de Monsenhor Gil, Piauí, analisar e identificar para quais finalidades as plantas são destinadas. Visitaram-se 85 quintais, aplicando-se entrevistas semiestruturadas e índice de Shannon (H'), que visou à obtenção da diversidade florística dos quintais. Foram registradas 188 espécies, sendo Fabaceae (14 espécies), Euphorbiaceae (9) e Arecaceae (8) as famílias mais representativas. A categoria de uso ornamental apresentou maior quantidade de espécies (57%), seguida da alimentícia (37,2%) e medicinal (31,4%). Os quintais se mostraram bastante diversificados (H´=4,73), representando importante fonte de espécies úteis, especialmente aquelas com finalidades ornamentais, alimentícias e medicinais. |
ABSTRACT: The goal of this research was to check the plant diversity in backyards from the city of Monsenhor Gil, Piauí, in order to analyze and to identify for what purposes they were used for. It was visited 85 backyards ant it was applied a semi-structured interviews and the Shanan (H') index, which focused on the acquirement of the flower diversity from the backyards surveyed. There were (8) more representative families. The ornamental use category showed the highest number of species (57%) followed by the food use (37, 2%) and the medical use (31, 4%). The backyards were very diverse ones which represents an important source of useful species, specially the food and medical use kinds. |
Os quintais consistem na associação de plantas de múltiplos usos, além de se destinarem à criação de animais próximo às residências, garantindo o suprimento alimentar das famílias. (DUQUE-BRASIL et al. 2007; CHAGAS et al. 2014).
Nos quintais ocorrem domesticação e aclimatação de espécies, conservação da agrobiodiversidade, geração de renda, criação de animais, realização de manifestações culturais, sendo, ainda, áreas de lazer e interação social e rica fonte de conhecimento tradicional (GALLUZI et al. 2010; SAIKIA et al. 2012; DAS e DAS, 2013; ALMEIDA et al., 2014; DAS e DAS, 2015). Essas funções vêm evoluindo conforme a agricultura e cultura de cada região, possibilitando a existência de uma infinidade de recursos que contribuem tanto para a subsistência, quanto para a qualidade de vida de diversas famílias (FALL et al., 2002).
Segundo Moura e Andrade (2007), a diversidade vegetal encontrada nos quintais apresenta uma importância significante no conhecimento dos ambientes naturais e suas formas de manejo, pois contribuem para a subsistência de determinadas populações. Nesse contexto, Albuquerque e Andrade (2002), alertam para o fato de que, uma vez perdido, o conhecimento advindo de populações locais se torna irrecuperável.
Assim, este estudo objetivou verificar a diversidade vegetal de quintais em comunidades rurais de Monsenhor Gil/ Piauí, bem como analisar e identificar para quais finalidades as espécies encontradas são utilizadas, a partir do saber local.
O estudo foi realizado em duas comunidades rurais de Monsenhor Gil, Piauí, denominadas, Baixa Grande e Monte Alegre. A escolha das comunidades levou em consideração a ausência de estudos de cunho etnobotânico em quintais, o histórico do saber cultural local e o risco iminente da perda desse acervo, em função da expansão imobiliária. O município situa-se a 56 km ao sul de Teresina, a uma altitude de 116m, na mesorregião do centro-norte piauiense (ARAÚJO, 2006). A população abrange 10.410 habitantes e a área total é de 568,731 km². A vegetação é composta de campo cerrado e floresta decidual secundária mista; a temperatura varia entre 24º e 37ºC e a precipitação pluviométrica é de 1.487,5 mm (CEPRO, 2010; IBGE, 2015).
Baixa Grande é formada por 89 residências e está situada a 10 km da sede municipal. Segundo relatos da população local, tem em torno de 150 anos e se originou a partir de imigrantes cearenses, que estariam à procura de terras propícias à agricultura. Possui forte vocação agrícola, conta com apenas uma escola e um posto de saúde. É abastecida por energia elétrica e a água, oriunda de poço situado na própria comunidade, é tratada à base de cloro.
Monte Alegre possui 78 residências e está localizada a 12 km de Monsenhor Gil. A comunidade teve sua origem na década de 1960, a partir da criação do Assentamento Monte Alegre, considerado o primeiro empreendimento dessa categoria no Estado. Conta com uma escola de ensino fundamental e um Posto de Saúde. Possui energia elétrica e a água utilizada para o consumo é proveniente de poço comunitário, sendo o seu tratamento feito à base de cloro.
A coleta de dados foi feita mediante submissão e aprovação do projeto de pesquisa no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, por meio do parecer nº 844.057. Os objetivos do trabalho foram explicados à comunidade a ser investigada, sendo, em seguida, solicitada a permissão da mesma, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
As excursões ao campo aconteceram entre abril de 2013 e julho de 2014, oportunidade em que foram visitadas 85 residências, sendo 45 em Baixa Grande e 40 no Monte Alegre. O universo amostral foi definido segundo Begossi et al. (1993), em que uma amostra representativa compreende percentual de 50% para comunidades compostas por 50 ou mais domicílios. As ferramentas metodológicas incluíram entrevistas semiestruturadas e turnês-guiadas (BERNARD, 1988) com o principal mantenedor do quintal. Quando permitido, foi realizada a coleta de material botânico, fato que, na maioria das vezes não foi possível, em virtude da necessidade de se coletar parte da planta ou mesmo a planta por inteiro, o que implicaria no maltrato ou morte destas.
Para análise da vegetação, adotou-se o quintal como a área que abrange todo espaço do terreno disponível para o cultivo das espécies. A coleta de material botânico seguiu procedimentos usuais de campo propostos por Mori et al. (1989). O material botânico testemunho foi incorporado ao Herbário Graziela Barroso (TEPB), da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A listagem dos taxa foi feita a partir do APG III (2009) e a grafia dos nomes científicos das espécies e abreviaturas dos autores botânicos foi corrigida mediante consulta ao sítio eletrônico do Missouri Botanical Garden (MOBOT, 2015). Para indicação do status de nativa ou exótica, foi consultado o banco de dados da Lista de Espécies da Flora do Brasil (2015) (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2015).
Para estimar a diversidade florística foi calculado o índice de Shannon-Wiener (MAGURRAN, 1988), pela fórmula H' = - Σpi ln pi. Para este cálculo, levou-se em conta a presença da espécie nos quintais, ao invés da quantidade delas nesse espaço. Considerou-se um único registro da espécie por quintal, sendo que, o total da amostra correspondeu ao total de registro de todas as espécies em todos os quintais.
Foram entrevistados 85 cuidadores de quintais, sendo 65 mulheres e 20 homens. Do total, 83 são piauienses, um é cearense e outro é maranhense. A faixa estária varia entre 21 a 86 anos, sendo que quase a metade dos partícipes da pesquisa (30) tem mais de 60 anos de idade. A maioria é casada (67%), trabalha nos serviços do lar (35%) e ganha menos de um salário mínimo (76%). Em geral, a renda familiar provém do serviço prestado ao comércio, em casas de famílias ou de empregos públicos, além de aposentadorias e outros benefícios sociais concedidos aos núcleos familiares pelo Governo Federal.
Em Monsenhor Gil, os quintais consistem em espaços destinados ao manejo de árvores, arbustos e ervas, que são utilizadas para diferentes finalidades, além de servirem para realização de atividades laborais domésticas, como lavagem e secagem de roupas e preparo de alimentos, como espaços da recreação de adultos e crianças e criação de pequenos animais. Estes aspectos também foram mencionados nos estudos de Noda (2000) e Almeida et al. (2014).
Os quintais estudados variam de tamanho (300m² a 5.000m²), sendo considerados pequenos, quando comparados com os referidos por Gazel Filho (2008), Das e Das (2005), Alam e Masum (2005) e Aguiar et al. (2012), que pesquisaram quintais rurais, respectivamente, no Amapá (3.510 a 8.260m²), na Índia (200 a 1.2000m²), Bangladesh (4.300 a 4.250m²) e no Piauí (130 a 8.500m²).
Os moradores utilizam técnicas simples de manejo, como capinas periódicas, em que são utilizados instrumentos como enxadas, foices e facões. A irrigação é feita manualmente, com auxílio de baldes ou regadores e a adubação é realizada com esterco de gado bovino ou caprino, além de fragmentos do caule de Attalea speciosa Mart. ex Spreng. (babaçu). Essas práticas também foram relatadas por Santos (2004) e Amaral e Guarim Neto (2008), segundo os quais essas ações tradicionais refletem importantes processos ecológicos de uso e conservação dos recursos vegetais, bem como a preservação dos solos locais.
Os cuidadores têm a tradição de selecionar o local do quintal onde as espécies serão plantadas, a depender da sua finalidade de uso: as de grande porte ficam próximas às residências, garantindo o sombreamento e climatização do ambiente, além de servirem como espaço onde as crianças desenvolvem atividades lúdicas. As alimentícias ficam próximas uma das outras, especialmente as de porte herbáceo, que são cultivadas em canteiros suspensos, feitos à base de madeira (Figura 1). Já as medicinais são cultivadas em recipientes como jarros de barro e latas de alumínio, e as ornamentais estão sempre próximas às casas, em jarros ou plantadas diretamente no solo, geralmente na parte frontal, objetivando torná-la esteticamente bonita.
Figura 1. Canteiros suspensos construídos à base de madeira e utilizados para o cultivo de espéceis
alimentícias nas comunidades Baixa Grande e Monte Alegre, Monsenhor Gil, Piauí, Brasil.
Foram registradas 188 espécies, pertencentes a 67 famílias (Tabela 1). Em Baixa Grande registram-se 179 espécies, enquanto Monte Alegre apresentou 119. As famílias mais representativas, em relação à diversidade de espécies foram: Fabaceae (14), Euphorbiaceae (9), Arecaceae (8), Apocynaceae/Araceae/Cucurbitaceae/Myrtaceae (7), Anacardiaceae/Asparagaceae, Davalliaceae/Lamiaceae/Rubiaceae/Solanaceae (6), Asteraceae/Malvaceae (5). Essas famílias frequentemente assumem posição de destaque em estudos etnobotânicos feitos em quintais, a exemplo de Larios et al. (2013), ao pesquisaram os quintais de aldeias dos municípios de Coyomeapan e Coxcatlán, localizado no sudeste do estado de Puebla, no México Central, em que Araceae, Asteraceae, Fabaceae, Lamiaceae, Malvaceae e Solanaceae também foram as que apresentaram o maior número de espécies. Sousa et al. (2014), registraram Anacardiaceae, Arecaceae, Cucurbitaceae, Lamiaceae e Poaceae, como as de maior representação em número de espécies em quintais do município de Caxias, no estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. Já Das e Das (2015), em um estudo feito no Nordeste da Índia, verificaram a predominância das famílias Fabaceae, Euphorbiaeceae e Myrtaceae. Uma provável justificativa para a predominância dessas famílias pode ser, o fato das mesmas possuírem muitas espécies úteis em diversas categorias de uso que são muito referidas por populações locais, conforme mencionado anteriormente.
Tabela 1 - Plantas úteis cultivadas em quintais das comunidades rurais Baixa Grande e Monte Alegre, Monsenhor Gil, Piauí, Brasil, com indicação de famílias, espécies, com nomes científicos e vernaculares, categorias de uso e status. Convenções: NV = nome vulgar; Cat. U = Categorias de uso (a = medicinal, b = alimentação humana, c = ornamental, d = cosmética, e = místico-religiosa, f= madeireira); St= Status (e = exótica, n = nativa).
Família/espécie |
NV |
Cat. U |
St |
Acanthaceae |
|
|
|
Graptophyllum pictum (L.) Griff. |
|
f |
E |
Justicia pectoralis Jacq. |
Trevo |
d, f |
N |
Beija-beija-flor |
f |
E |
|
Amaranthaceae |
|
|
|
Celosia
cristata L. |
Bredo |
f |
E |
Amaryllidaceae |
|
|
|
Allium fistulosum L. |
Cebolinha |
a |
E |
Crinum
erubescens Aiton |
|
f |
N |
Anacardiaceae |
|
|
|
Anacardium occidentale L. |
Caju |
a, c, d, f |
N |
Mangifera indica L. |
Manga |
a, c, d, f |
E |
Aroeira |
c, d |
N |
|
Spondias mombin L. |
Cajá |
a |
N |
Spondias purpurea L. |
Seriguela |
a, f |
N |
Spondias
tuberosa Arruda |
Umbu |
a |
N |
Annonaceae |
|
|
|
Annona
muricata L. |
Graviola |
a |
E |
Annona
squamosa L. |
Ata |
a, d |
E |
Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. |
Condessa |
a |
N |
Apiaceae |
|
|
|
Coentro |
a, d |
E |
|
Apocynaceae |
|
|
|
Allamanda cathartica L. |
Cálice-de-ouro |
f |
N |
Catharanthus roseus (L.) Don |
Boa-noite, Bom-dia |
f |
E |
Janaguba |
f |
N |
|
Nerium oleander L. |
Espirradeira |
f |
E |
Plumeria rubra
L. |
Jasmim |
f |
E |
Tabernaemontana
coronaria (Jacq.) Willd. |
|
c |
E |
Chapéu-de-napoleão |
f |
N |
|
Araceae |
|
|
|
Caladium
bicolor (Aiton) Vent. |
Pinica-pau |
f |
N |
Colocasia
esculenta (L.) Schott |
Cabeça-de-cavalo, Planta-de-fonte |
f |
E |
Dieffenbachia
picta Schott |
Comigo-ninguém-pode |
e, f |
N |
Epipremnum
pinnatum (L.) Engl. |
Jibóia |
f |
E |
Monstera
siltepecana Matuda |
|
f |
E |
Philodendron imbe Hort. ex Engl. |
Cara-de-cavalo |
f |
E |
Scindapsus
aureus (Linden & André) Engl. & K. Krause |
Jibóia-verde |
f |
E |
Araliaceae |
|
|
|
Polyscias
balfouriana (André) L.H. Bailey |
|
f |
E |
Polyscias
fruticosa (L.) Harms |
Árvore-da-felicidade |
f |
N |
Arecaceae |
|
|
|
Mauritia
flexuosa L. f. |
Buruti |
a, c |
N |
Acrocomia
aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. |
Macaúba |
a, c |
N |
Astrocaryum
vulgare Mart. |
Tucum |
a, c |
N |
Attalea
speciosa Mart. ex Spreng |
Coco-babaçu |
a, c, f |
N |
Cocos nucifera L. |
Coco-da-praia |
a, c, d, f |
N |
Copernicia
prunifera (Mill.) H. E. Moore |
Carnaúba |
a, c, f |
N |
Dypsis lutescens (H. Wendl.) Beentje &
J. Dransf. |
Palmeirinha |
f |
E |
Licuala
spinosa Wurmb |
|
f |
E |
Asparagaceae |
|
|
|
Agave
angustifolia Haw. |
Espada-de-espinho |
f |
E |
Agave franzosinii P. Sewell |
|
f |
E |
Asparagus
densiflorus (Kunth) Jessop |
|
f |
E |
Sansevieria
cylindrica Bojer |
|
f |
E |
Sansevieria
trifasciata var. laurentii (De Wild.) N.
E. Br. |
Espada-de-são-jorge |
f |
E |
Sansevieria
zanzibarica Gérôme & Labroy |
|
f |
E |
Asteraceae |
|
|
|
Bidens sulphurea (Cav.)
Sch. Bip. |
Cravo-amarelo |
f |
E |
Helianthus
annuus L. |
Girassol |
a, d, f |
E |
Lactuca sativa
L. |
Alface |
a, d |
E |
Tithonia
speciosa (Hook.) Hook. ex Griseb. |
|
f |
E |
Tridax
procumbens L. |
|
f |
N |
Bixaceae |
|
|
|
Bixa orellana L. |
Urucum, Corante |
a |
N |
Bromeliaceae |
|
|
|
Ananas comosus (L.) Merr. |
Abacaxi |
a, f |
E |
Cactaceae |
|
|
|
Cereus
jamacaru DC. |
Mandacaru |
a, f |
N |
Melocactus zehntneri (Britton
& Rose) Luetzelb. |
Coroa-de-frade |
f |
N |
Pereskia
grandifolia Haw. |
Rosa-madeira |
c, d, f |
N |
Caricaceae |
|
|
|
Carica papaya L. |
Mamão |
a, d |
E |
Caryocaraceae |
|
|
|
Caryocar
coriaceum Wittm. |
Pequi |
a, c, d, f |
N |
Chenopodiaceae |
|
|
|
Mastruz |
d |
N |
|
Clusiaceae |
|
|
|
Garcinia
brasiliensis Mart. |
Bacupari |
a |
N |
Combretaceaee |
|
|
|
Quisqualis
indica L. |
Chuveirinho,
Cipó-de-caçador, Madressilva |
f |
E |
Terminalia
fagifolia Mart. |
Chapada |
c, d |
N |
Commelinaceae |
|
|
|
Tradescantia
pallida (Rose) D. R. Hunt |
|
f |
E |
Tradescantia
spathacea Sw. |
|
f |
E |
Convolvulaceae |
|
|
|
Ipomoea
batatas (L.) Lam. |
Batata-doce |
a |
E |
Ipomoea
quamoclit L. |
Florzinha-vermelha |
f |
N |
Crassulacaceae |
|
|
|
Bryophyllum
pinnatum (Lam.) Oken |
Folha-santa |
d |
E |
Cucurbitaceae |
|
|
|
Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. &
Nakai |
Melancia |
a |
E |
Cucumis
anguria L. |
Maxixe |
a |
N |
Cucumis
sativus L. |
Pepino |
a |
E |
Cucumis sp |
Meloa |
a |
N |
Cucurbita sp |
|
a |
N |
Curcubita pepo
L. |
Abóbora |
a, d |
N |
Momordica
charantia L. |
Melão-de-são-caetano |
f |
E |
Cupressaceae |
|
|
|
Chamaecyparis
obtusa (Siebold & Zucc.) Endl. |
Cipreste |
f |
E |
Cycadaceae |
|
|
|
Cycas
circinalis L. |
Palmeira-samambaia |
f |
E |
Cyclanthaceae |
|
|
|
Carludovica
palmata Ruiz & Pav. |
Palmeirinha |
f |
E |
Davalliaceae |
|
|
|
Davallia
fejeensis Hook. |
Samambaia-de- palma |
f |
E |
Nephrolepis
biserrata (Sw.) Schott |
Samambaia-rabo-de-peixe |
f |
E |
Nephrolepis
cordifolia (L.) C. Presl |
Samambaia-de-metro- fina |
f |
E |
Nephrolepis
exaltata (L.) Schott |
Samambaia-de-metro |
f |
E |
Nephrolepis
multiflora (Roxb.) F.M. Jarrett ex C.V. Morton |
Samambaia |
f |
E |
Nephrolepis
pectinata (Willd.) Schott |
Samambaia |
f |
E |
Dioscoreaceae |
|
|
|
Dioscorea sp |
Inhame |
a |
E |
Dryopteridaceae |
|
|
|
Rumohra adiantiformis (G.
Forst.) Ching |
Samambaia-de-renda |
f |
N |
Euphorbiaceae |
|
|
|
Codiaeum
variegatum (L.) Rumph. ex A. Juss. |
Folha-imperial |
f |
E |
Croton campestris A.
St.-Hil. |
Velame |
d |
N |
Euphorbia tirucalli L. |
Cachorro-pelado, aveloz |
d, f |
E |
Jatropha gossypiifolia L. |
Pinhão-roxo |
d, e, f |
N |
Jatropha podagrica Hook. |
|
f |
E |
Manihot
utilissima Pohl. |
Macaxeira |
a, d |
N |
Manihot esculenta Crantz |
Mandioca |
a |
N |
Pedilanthus tithymaloides (L.)
Poit. |
Sapatinho-de-judeu |
f |
E |
Ricinus communis L. |
Mamona |
b, d |
E |
Fabaceae |
|
|
|
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan |
Angico-preto |
c, d |
N |
Caesalpinia
pulcherrima (L.) Sw. |
Falso-flamboyant |
c, f |
E |
Cassia fistula L. |
Chuva-de-ouro |
f |
E |
Dimorphandra gardneriana Tul. |
Fava-d´anta |
c, d, f |
N |
Erythrina indica Lam. |
Bandeira-brasileira, Brasileirinho |
c, d, f |
E |
Hymenaea sp |
Jatobá |
a, c, d, f |
N |
Libidibia
ferrea (Mart. ex Tul.) L.
P. Queiroz |
Pau-ferro, jucá |
c, d, f |
N |
Mimosa pudica L. |
Dormideira, Tua mãe morreu |
f |
N |
Parkia platycephala Benth. |
Faveira-de-bolota |
c, f |
N |
Senna obtusifolia (L.) H.S. Irwin
& Barneby |
Fedegoso |
d |
N |
Stryphnodendron adstringens (Mart.)
Coville |
Barbatimão |
d |
N |
Tamarindus indica L. |
Tamarina, Tamarindo |
a, c, d, f |
E |
Vicia faba L. |
Fava |
a |
E |
Vigna unguiculata (L.) Walp. |
Feijão |
a |
E |
Heliconiaceae |
|
|
|
Heliconia bihai (L.) L. |
|
f |
E |
Heliconia hirsuta L. f. |
|
f |
N |
Lamiaceae |
|
|
|
Mentha arvensis L. |
Vick |
c |
N |
Mentha x villosa Huds |
Hortelã |
a, d |
E |
Ocimum gratissimum L. |
Manjericão |
d |
E |
Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng |
Malva-do-reino |
d |
E |
Plectranthus barbatus Andrews |
Boldo |
d |
E |
Solenostemon
scutellarioides (L.) Codd |
|
f |
E |
Lauraceae |
|
|
|
Persea americana Mill. |
Abacate |
a, b, c, f |
E |
Lecythidaceae |
|
|
|
Couroupita guianensis Aubl. |
Bombacacea |
f |
N |
Lythraceae |
|
|
|
Lagerstroemia indica L. |
Loucura-de-criança |
f |
E |
Punica granatum L. |
Romã |
a, d |
E |
Malpighiaceae |
|
|
|
Malpighia glabra L. |
Acerola |
a,d, f |
E |
Malvaceae |
|
|
|
Abelmoschus esculentus (L.) Moench |
Quiabo |
a, d |
E |
Gossypium herbaceum L. |
Algodão |
d |
E |
Hibiscus rosa-sinensis L. |
Margarida, Hibisco |
f |
E |
Hibiscus sabdariffa L. |
Vinagreira |
a |
E |
Theobroma cacao L. |
Cacau |
a |
E |
Meliaceae |
|
|
|
Azadirachta indica A. Juss. |
Nim, Mosquitim |
f |
E |
Moraceae |
|
|
|
Artocarpus heterophyllus Lam. |
Jaca |
a |
E |
Ficus benjamina L. |
Ficus |
f |
E |
Musaceae |
|
|
|
Musa
paradisiaca L. |
Banana |
a |
E |
Myrtaceae |
|
|
|
Campomanesia
velutina (Cambess.) O. Berg |
Guabiraba-amarela |
a |
N |
Eucalyptus
globulus Labill. |
Eucalipto |
c, d, f |
E |
Eugenia
uniflora L. |
Pitanga |
a |
N |
Myrciaria
cauliflora (Mart.) O. Berg. |
Jabuticaba |
a |
N |
Psidium
guajava L. |
Goiaba |
a, d, f |
E |
Syzygium
jambolanum (Lam.) DC. |
Azeitona-preta |
a, c, f |
E |
Syzygium
malaccense (L.) Merr. & L.M. Perry |
Jambo |
a, c, f |
E |
Nyctaginaceae |
|
|
|
Bougainvillea
glabra Choisy |
Buganvile |
f |
N |
Mirabilis
jalapa L. |
Maravilha |
f |
E |
Oleaceae |
|
|
|
Jasminum
sambac (L.) Aiton |
Bugarim |
f |
E |
Oxalidaceae |
|
|
|
Averrhoa
carambola L. |
Carambola |
a, f |
E |
Passifloraceae |
|
|
|
Passiflora
edulis Sims. |
Maracujá |
a, d, f |
E |
Chanana |
d, f |
N |
|
Pedaliaceae |
|
|
|
Sesamum
indicum L. |
Gergelim |
a |
E |
Phyllanthaceae |
|
|
|
Breynia nivosa (W. Bull) Small |
|
f |
E |
Phyllanthus niruri L. |
Quebra-pedra |
d |
N |
Phytolaccaceae |
|
|
|
Petiveria alliacea L. |
Tipi |
e |
N |
Piperaceae |
|
|
|
Piper aduncum L. |
Pimenta-de-macaco |
a |
N |
Plantaginaceae |
|
|
|
Scoparia
dulcis L. |
Vassourinha |
d |
N |
Poaceae |
|
|
|
Cymbopogon citratus (DC.) Staph |
Capim-de-cheiro |
a, d |
E |
Saccharum officinarum Roxb. |
Cana-de-açúcar |
a, d |
E |
Zea mays L. |
Milho |
a |
E |
Zoysia japonica Steud. |
Grama |
f |
E |
Polypodiaceae |
|
|
|
Phymatodes scolopendria (Burm. F.) Ching |
Samambaia |
f |
E |
Portulacaceae |
|
|
|
Portulaca
grandiflora Hook. |
Onze-horas |
f |
N |
Rosaceae |
|
|
|
Malus
domestica Borkh. |
Maçã |
a |
E |
Rosa chinensis Jacq. |
Rosa |
f |
E |
Rosa x
grandiflora Hort. |
Roseira |
f |
E |
Rubiaceae |
|
|
|
Genipa
americana L. |
Jenipapo |
a, c, f |
N |
Ixora coccinea
L. |
Ixora-vermelha |
f |
E |
Ixora
finlaysoniana Wall. ex G. Don |
Ixora-branca |
f |
E |
Ixora undulata Roxb. |
Ixora-rosa |
f |
E |
Morinda
citrifolia L. |
None |
d, f |
E |
Mussaenda alicia Hort. |
Flu-flu |
f |
E |
Rutaceae |
|
|
|
Citrus aurantium
L. |
Laranja |
a, d, f |
E |
Citrus limonum
Risso |
Limão-azedo |
a, d, f |
E |
Citrus medica L. |
Limão-doce |
a, d, f |
E |
Citrus
reticulata Blanco |
Tangerina |
a, f |
E |
Sapindaceae |
|
|
|
Talisia
esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. |
Pitomba |
a, d, f |
E |
Sapotaceae |
|
|
|
Manilkara zapota (L.) P. Royen |
Sapoti |
a |
E |
Simaroubaceae |
|
|
|
Simaba maiana Casar. |
Pra-tudo |
d |
N |
Solanaceae |
|
|
|
Capsicum annuum L. |
Pimentão |
a |
N |
Capsicum annuum var. glabriusculum (Dunal) Heiser & Pickersgill |
Pimenta-de-mesa |
a, d, f |
N |
Capsicum chinense Jacq. |
Pimenta-de-cheiro |
a, d, f |
E |
Capsicum frutescens L. |
Pimenta-malagueta |
a, d, f |
E |
Datura metel L. |
Lençol-de-noiva |
f |
E |
Lycopersicon esculentum Mill. |
Tomate |
a |
E |
Urticaceae |
|
|
|
Cecropia
pachystachya Trécul |
Embaúba |
f |
N |
Pilea microphylla (L.) Liebm. |
Pega-rapaz |
f |
E |
Verbenaceae |
|
|
|
Duranta repens L. |
Pingo-de-ouro-roxinha |
f |
N |
Lantana camara L. |
Flor-de-botãozinho |
f |
N |
Lippia
alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton
& P. Wilson |
Erva-cidreira |
d |
E |
Vochysiaceae |
|
|
|
Qualea
parviflora Mart. |
Pau-terra-da-folha-miúda |
d |
N |
Xanthorrhoeaceae |
|
|
|
Aloe vera (L.) Burm. F. |
Babosa |
b, d, f |
E |
Ximeniaceae |
|
|
|
Ximenia
americana L. |
Ameixa |
a, c, d |
N |
Zingiberaceae |
|
|
|
Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum. |
|
|
E |
Curcuma longa L. |
Açafrão |
d |
E |
Zingiber officinale Roscoe |
Gengibre |
d |
E |
Das 188 espécies catalogadas nas duas comunidades, 63,83% são exóticas e 36,17% são nativas. O regitro da maioria de exóticas pode ser justificado pela facilidade de manejo dessas espécies, além da falta de esclarecimento da população quanto ao uso e importância de espécies nativas ou pela falta de acesso às mudas dessas espécies. Conforme Albuquerque et al. (2005), é comum observar a presença de espécies nativas nos quintais agroflorestais das regiões tropicais úmidas e áridas, porém em todos há um domínio de plantas exóticas. A pesquisa de Aguiar et al. (2012), realizada em quintais rurais, e de Amorim et al. (2012), em quintais urbanos, também feitos em território piauiense, registraram, da mesma forma, percentual maior de espécies exóticas em detrimento das nativas. Dentre as espécies nativas que ocorrem nos quintais em Monsenhor Gil, está Myracrodruon urundeuva Allemão (aroeira), incluída na lista oficial do Ministério do Meio Ambiente de espécies ameaçadas de extinção, segundo a Instrução Normativa Nº 06 de 23 de setembro de 2008 (MMA 2008). Localmente a espécie é utilizada para fins madeireiros e medicinais, da mesma forma como apontado por Albuquerque e Andrade (2002), Albuquerque e Lucena (2005) e Lucena et al. (2011), em pesquisas realizadas no Nordeste brasileiro.
A Figura 2 indica as espécies mais cultivadas em cada comunidade. Mangifera indica L. (manga), Anacardium occidentale L. (caju), Annona squamosa L. (ata), Malpighia glabra L. (acelora) e Psidium guajava L. (goiaba) destacaram-se como as mais cultivadas. Dentre estas, a manga e o caju foram as espécies indicadas para o maior número de categorias de uso (alimentícia, madeireira, medicinal e ornamental). Em quintais nordestinos, é comum a presença dessas espécies, sobretudo pela sua facilidade de cultivo, boa adaptação às características climáticas da região e importância na dieta alimentar (Freitas et al., 2011; Carneiro et al., 2013; Santos et al., 2013; Sousa et al., 2014 e Amorim, 2015).
Figura 2. Quadro das espécies botânicas mais cultivadas em quintais das comunidades Baixa Grande
e Monte Alegre, Monsenhor Gil, Piauí, Nordeste do Brasil.
Espécie |
Comunidades (Número de quintais) |
|
Baixa Grande |
Monte Alegre |
|
Anacardium occidentale L. (caju) |
24 |
33 |
Annona squamosa L. (ata) |
26 |
23 |
Carica papaya L. (mamão) |
28 |
- |
Citrus aurantium L. (laranja) |
- |
29 |
Cocos nucifera L. (coco-da-praia) |
- |
22 |
Epipremnum pinnatum (L.) Engl. (jibóia) |
26 |
- |
Malpighia glabra L. (acerola) |
24 |
21 |
Mangifera indica L. (manga) |
34 |
36 |
Mussaenda alicia Hort. (flu-flu) |
24 |
- |
Psidium guajava L. (goiaba) |
- |
20 |
Fonte: pesquisa direta.
Quanto à diversidade, os quintais rurais analisados apresentaram Índice de Shannon-Wiener de H´=4,73, o que demonstra uma alta diversidade de espécies, que pode estar relacionada ao fato dos mesmos estarem situados em zona rural, onde existe a tradição local do cultivo de plantas, especialmente para fins alimentícios, como as frutíferas e daquelas usadas com fins medicinais e ornamentais, além da presença constante de uma pessoa na residência, que, geralmente é o cuidador do quintal. A diversidade encontrada é bem superior ao revelado por Pinho (2008), em quintais agloflorestais indígenas em Roraima (H'= 0,87), por Souza (2011), em quintais do baixo Rio Negro, Manaus (H'= 1,99) e por Amorim et al. (2012), em quintais urbanos de Teresina (H'= 1,60). Observou-se que a comunidade Baixa Grande (H'= 4,58) apresentou maior diversidade em relação a Monte Alegre (H'= 4,35), e que, quando se relacionou diversidade e gênero da população total amostrada, não houve diferença significativa (Figura 3). Contudo, no tocante à comunidade Monte Alegre, observou-se que os quintais mantidos por mulheres apresentaram maior diversidade (H'= 4,34) em relação aos manejados por homens (H'= 3,69).
Constatou-se, ainda, que não existe relação positiva entre a diversidade dos quintais e o tamanho destes, posto que, os quintais da comunidade Baixa Grande, com área média de 903,56m² apresentaram maior diversidade (H'= 4,78) do que os da comunidade Monte Alegre, com área média de 1.717,5m² e H'= 4,47. Esses dados diferem do relatado por Vieira et al. (2012), a respeito dos quintais agroflorestais do Pará, que apontaram que, quanto maior a área do quintais, maior a diversidade de espécies.
Figura 3. Relação entre diversidade de plantas e gênero do mantenedor, nos quintais das
comunidades Baixa Grande e Monte Alegre, Monsenhor Gil/ Piauí.
Fonte: pesquisa direta.
As plantas são utilizadas para as mais diversas finalidades, tendo sido distribuídas nas categorias de uso alimentícia, cosmética, madeireira, medicinal, místico-religiosa e ornamental. A categoria ornamental abrigou o maior número de espécies reportadas (57%), seguida da alimentícia (37,2%) e medicinal (31,4%). As demais categorias de uso foram representadas por menos de 3% das plantas. As plantas ornamentais também foram maioria na pesquisa de Bhat et al. (2014), sobre a diversidade vegetal de quintais na Índia, alcançando um percentual de 38% das plantas cultivadas e apresentando espécies como Bougainvillea glabra Choisy, Caladium bicolor (Aiton) Vent., Catharanthus roseus (L.) Don, Hibiscus rosa-sinensis L., Jasminum sambac (L.) Aiton, Mirabilis jalapa L., comuns ao presente estudo.
Foram registradas 107 espécies ornamentais que representam, para as pessoas do lugar, um valor estético singular, entre as quais, Mangifera indica L. (manga), Anacardium occidentale L. (caju), Cocos nucifera L. (coco da praia), Mussaenda alicia Hort. (flu-flu) e Epipremnum pinnatum (L.) Engl. (jibóia), foram as espécies mais abundantes em número de espécies. As duas primeiras espécies, além de citadas como ornamentais, foram também lembradas como importantes no sombreamento. Segundo os moradores, as árvores, além de embelezarem, também dão sombra e amenizam a temperatura dos quintais. Mangifera indica L. (manga) também obteve destaque, como importante espécie ornamental, nos trabalhos desenvolvidos por Matoyo (2009). Segundo Lima Neto e Souza (2011) a mangueira é também importante atrativo para fauna por causa do seu fruto. Em Monsenhor Gil, essa espécie recebeu o seguinte relato:
"Não tem coisa melhor do que ficar debaixo dos pés de manga aproveitando a sombra. De tardizinha a gente senta e fica conversando com as vizinhas. A sombra é boa pra passar o calor e as frutas servem pra gente comer e dá pros bichos. Em tempo de manga, os porcos ficam tudo gordos". (F. C. L., 65 anos – Comunidade Baixa Grande).
Em geral, as plantas ornamentais são cultivadas na frente da casa e o sistema de plantio é diversificado, havendo plantação diretamente no solo, em canteiros elevados de madeira ou em recipientes suspensos, como é o caso de garrafas plásticas, pneus velhos e até vasos sanitários em desuso, o que demonstra uma visão de reaproveitamento de objetos que poderiam ser descartados ao lixo e que, dessa forma, passam a ser novamente reutilizados. Esses modos de cultivar plantas ornamentais também foram relatados por Florentino et al. (2007), Duque-Brasil et al. (2011), Novais et al. (2011) e Mamede et al. (2015).
As espécies alimentícias ocuparam a segunda colocação, em relação às aplicações de usos locais. Das 70 espécies alimentícias, 29 são nativas, entre as quais estão as frutíferas Spondias mombin L. (cajá), Anacardium occidentale L. (caju), Psidium guajava L. (goiaba) e Spondias tuberosa Arruda (umbu)aproveitadas na comunidade Monte Alegre para a produção e comercialização de suas poupas. Outras espécies alimentícias, como Vigna unguiculata L. Walp. (feijão), Zea mays L. (milho), Curcubita pepo L. (abóbora), Manihot utilissima Pohl. (macaxeira) e Manihot esculenta Crantz (mandioca) são, tradicionalmente cultivadas apenas no período chuvoso, oportunidade em que se observam os quintais num verde exuberante devido a essas culturas. Após a colheita e processamento, são armazenados para suprimento da família durante todo o ano. Conforme dados do IBGE (2010), os principais produtos da agricultura monsenhorgilense são Oryza sativa L. (arroz), cujo cultivo não foi registrado nos quintais amostrados, com cerca 2.000 ha plantados, anualmente, Vigna unguiculata (L.) Walp. (feijão), com 395 ha e Zea mays L. (milho) com 1.265 ha.
Carica papaya L. (mamão) destacou-se como a espécie mais cultivada, estando presente em 70 quintais, seguido por Anacardium occidentale L. (caju) em 57, Citrus aurantium L. (laranja) em 47 e Mangifera indica L. (manga) em 41 quintais. Miranda et al. (2013), ao realizarem investigação em quintais agloflorestais do Pará, obtiveram a categoria alimentícia representada por 70, das 130 espécies referidas, incluindo na lista florística as espécies supracitadas para Monsenhor Gil, refletindo que, assim como em Monsenhor Gil, os quintais foram importantes para alimentação dos agricultores familiares, pois contribuíram na diversificação e complementação alimentar.
O significado cultural das plantas alimentícias, em Monsenhor Gil, está descrito na fala de um dos entrevistados, quando relata a importância do babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng):
"Aqui a gente usa o babaçu pra tudo. A gente faz carvão da casca, cobre as casas com a palha e faz azeite com a semente. Esse azeite a gente usa pra temperar a comida e fazer bolo de sal. Tudo fica muito gostoso, em comparação com os óleos que a gente compra no comércio". (J. S. S., 42 anos – Comunidade Monte Alegre).
A categoria medicinal foi a terceira em número de espécies, cujas famílias botânicas de maior destaque em número de espécies foram: Euphorbiaceae/Fabaceae/Lamiaceae (5) e Anacardiaceae (4). Freitas et al. (2012) e David e Pasa (2015) obtiveram as mesmas famílias em posição de destaque. Dentre as espécies reportadas em Monsenhor Gil, algumas já tiveram suas propriedades farmacológicas comprovadas, como o boldo (Plectranthus barbatus Andrews), estudado por Schultz et al.(2007), aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) por Machado (2014) e Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz (pau-ferro) por Costa et al. (2015).
Foram registradas diversas indicações de uso medicinal para as plantas, seja no tratamento de doenças respiratórias, como o Caryocar coriaceum Wittm. (pequi) e Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz (pau-ferro) ou para a cura afecções digestivas, como Plectranthus barbatus Andrews (boldo) e Terminalia fagifolia Mart. (chapada) e com atividades antiinflamatória e cicatrizante, como Anacardium occidentale L. (caju) e Turnera ulmifolia L. (chanana). Em geral, utilizam-se as folhas em maior proporção (69,65%) para o preparo de chás na forma de decocto ou infusão (58,89%), que são a forma de preparo de fitoterápicos mais comuns na região.
No tocante à cultura popular relativa ao uso de plantas medicinais, um dos moradores relata a importância do pequi (Caryocar coriaceum Wittm.):
"Quando a pessoa tá muito gripada, com o peito cheio de catarro, o remédio é dá o azeite de pequi com mel umas duas vezes ao dia. Isso faz o peito se abrir e serve, também, para fortificar o corpo". R. L. O., 55 anos – Comunidade Baixa Grande).
As plantas místicas foram representadas por apenas quatro espécies: Dieffenbachia picta Schott (comigo-ninguém-pode), Sansevieria trifasciata var.Laurentii (De Wild.) N. E. Br. (espada-de-são-jorge), Jatropha gossypiifolia L. (pinhão-roxo) e Petiveria alliacea L. (tipi), que são colocadas na frente das casas para espantar o "mau olhado". Moura et al. (2011), no estado de Mato Grosso e Liporacci e Simão (2013), no estado do Minas Gerais, também relataram os poderes mágicos do comigo-ninguém-pode. Siviero et al. (2014), durante estudo dos quintais de Rio Branco, Acre, também classificaram o pinhão-roxo e a espada-de-são-jorge como mágicas. Souza e Guarim Neto (2010) mencionaram que o comigo-ninguém-pode é cultivado nas varandas e salas de visitas das comunidades, sempre colocadas à entrada das residências para afastar o mau olhado, a cobiça e as energias negativas. O banho das folhas descarrega e fecha o corpo contra os maus fluídos.
Apenas três espécies foram referidas como cosméticas: babosa (Aloe vera (L.) Burm. F.), mamoma(Ricinus communis L.) e abacate (Persea americana Mill.), todas utilizadas para o embelezamento dos cabelos. Assim como para esse trabalho, a utilidade do abacate como cosmético e medicinal também foi relatado por Amorim et al. (2012), quando do estudo das espécies vegetais cultivadas em quintais de pescadores artesanais em Teresina, Piauí. A mamoma foi registrada por Aguiar et al. (2012) nos quintais de Demerval Lobão Piauí , contudo os usos reportados foram na alimentação e como medicinal.
Os quintais são importantes fontes de recursos vegetais para as comunidades amostradas, onde são cultivadas diversas espécies de plantas úteis, destinadas, especialmente à ornamentação à alimentação e na cura de doenças, como as que afligem o aparelho digestório e respiratório, além de infecções variadas. Essas unidades da paisagem são vistas por seus cuidadores como um lugar apropriado para a realização de várias atividades, sejam relacionadas ao plantio, à realização de tarefas domésticas, lazer, descanso e à criação de pequenos animais. Também contribuem para incremento da diversidade vegetal, por meio da presença de espécies exóticas e nativas, com várias utilidades. Além disso, os quintais exercem a função de refúgios para algumas espécies nativas, endêmicas e ameaçadas de extinção, onde se encontram protegidas pelos agricultores familiares, que exercem significativa missão na conservação da biodiversidade local.
Os mantenedores de quintais analisados demonstraram possuir uma gama de informações acerca das plantas cultivadas em seus quintais, de modo particular àquelas pertinentes às plantas medicinais, comprovando que o saber tradicional tem se perpetuado com o passar dos anos. Assim, a existência dos quintais permite a conservação da biodiversidade, ao mesmo tempo em que valoriza os aspectos culturais da agricultura familiar.
Os valores do índice de diversidade de Shannon-Wiener encontrados indicam que os quintais apresentam alto índice de diversidade, com valores até bem maiores do que os encontrados em muitos outros estudos relacionaos aos quintais.
Recomenda-se atenção por parte dos órgãos públicos responsáveis, no sentido da implementação de ações educativas que incentivem o cultivo de espécies nativas da flora local e de estratégias de catalogação sistemática do conhecimento tradicional local.
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1. Universidade Federal do Piauí (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Autora para correspondência. Email: luciabotanica@yahoo.com.br
2. Universidade Estadual do Piauí. Campus de Picos. Departamento de Biologia.
3. Universidade Federal do Piauí (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente).
4. Universidade Federal do Piauí (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente).
5. Universidade Federal do Piauí (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente).