Espacios. Vol. 37 (Nº 11) Año 2016. Pág. 3
Monize Sâmara VISENTINI 1; Daiane Lindner RADONS 2; Kelmara Mendes VIEIRA 3; Fernanda Bard CHAGAS 4
Recibido: 04/01/16 • Aprobado: 30/01/2016
2 Métricas de motivação de uso para as redes sociais virtuais
3 Desenvolvimento do modelo de pesquisa
RESUMO: Nesta investigação é desenvolvido um modelo integrado que analisa as relações entre os fatores comportamentais facilidade de uso percebida, entretenimento, imersão focada, utilidade no trabalho e utilidade informacional e seus impactos na Intenção Comportamental de Uso dos usuários brasileiros do Facebook. Para atingir tal objetivo, esses fatores foram testados, por meio da modelagem de equações estruturais, considerando a percepção de 256 usuários desta rede social. Os achados demonstram que a intenção comportamental de uso do Facebook é impactada, em maior grau, pela utilidade informacional, seguida do entretenimento, utilidade no trabalho e facilidade de uso percebida, respectivamente. |
ABSTRACT: We develop an integrated model to analyze the relationship between the behavioral factors perceived ease of use, entertainment, focused immersion, utility at work and informational utility and their impacts at the Behavioral Intention to Use of Brazilian Facebook users. To achieve this goal, these factors were tested by structural equation modeling, considering the perception of 256 users of this social network. Findings show that behavioral intention to use Facebook is impacted to a greater extent by informational utility, followed by entertainment, utility at work and perceived ease of use. |
As redes sociais virtuais provêm aos seus usuários um ambiente atrativo, através de uma plataforma dinâmica que possibilita a interação entre seus membros, o entretenimento com jogos e notícias, informações instantâneas de lugares remotos, socialização com pessoas desconhecidas e, inclusive, pode auxiliar na vida profissional e acadêmica. Palazzo e Lindner (2014) afirmam que as redes virtuais de relacionamento culminam nas interações entre os usuários, com o objetivo de criar conteúdo e informações de interesse mútuo em uma plataforma que lhes permite curtir, compartilhar, comentar, postar, visualizar e navegar. Nesse sentido, as redes sociais são ferramentas que facilitam a comunicação entre os usuários, possibilitando entretenimento, compartilhamento de informações, fotos e vídeos, além de permitir relacionamentos pessoais e profissionais (Pimentel, Fuks, 2011).
Com tantos atrativos, esses canais de comunicação têm recebido cada vez mais atenção por parte dos internautas, uma vez que o número de engajamento nas redes colaborativas tem crescido exponencialmente. O Search Engine Journal (2014) indica que 89% dos usuários da internet estão vinculados a alguma rede social, e esse número tem crescido quase 10% a cada ano, desde 2012. Já em 2015, os usuários de redes sociais contabilizam 2.078 bilhões de pessoas, totalizando 29% da população mundial (WeAreSocial, 2015). No ranking de redes sociais mais populares, na escala global, estão: o Facebook.com (1,49 bilhões de usuários), a rede social chinesa QQ.com (832 milhões de usuários), o aplicativo mobile Whatsapp (800 milhões de usuários), o microblog Twitter (316 milhões de usuários) e a rede social Instagram (300 milhões de usuários) (Statista, 2015).
O Facebook destaca-se por possuir mais de um bilhão de usuários ativos em todo o mundo e mais de um milhão de links compartilhados na rede a cada 20 minutos (Leverage, 2015). Erlin e Susandri (2015), ao estudarem o uso do Facebook entre universitários, identificaram que a rede social facilita, principalmente, a comunicação e a obtenção de informações através das postagens de outros membros, bem como a troca de informações acadêmicas. Naeemi et al. (2014) ressaltam que a plataforma do Facebook, auxilia na comunicação entre seus membros, afetando positivamente o bem estar dos usuários, uma vez que possibilita uma aproximação eficaz entre amigos e a obtenção de informações, através de postagens, fotos, vídeos e textos, entre pessoas separadas geograficamente.
Além de trazer benefícios aos usuários, as redes sociais também são oportunas para as empresas, possibilitando a promoção do marketing de relacionamento de modo dinâmico e interativo. As empresas podem imprimir uma imagem favorável da marca ao interagir com o cliente e divulgar promoções. O Facebook, especialmente, pois promove e divulga produtos em suas páginas, possibilitando às empresas comunicar-se com os usuários e consumidores através de forma não obstrutiva, ou seja, de modo a não interferir na rotina virtual dos membros (Abbade et al., 2014). Estudos comprovam que, entre os mais jovens, é comum que os usuários sejam influenciados no processo decisório de consumo através do que é disposto no Facebook, além do mais, eles se utilizam dessa rede de relacionamento para pesquisar sobre produtos e lojas que possuem melhores avaliações por parte de outros consumidores (Zhang et al., 2010).
Dadas essas características e oportunidades advindas da utilização das redes sociais virtuais, alguns estudos (Löbler et al., 2009; Souza et al., 2011; Lin, Lu, 2011; Verhagen et al., 2012; Stefanan et al., 2014; Silinske et al., 2014) têm buscado compreender os fatores que motivam ao comportamento de uso dessas redes. Recentemente, Visentini et al. (2015) propuseram e validaram um instrumento para mensurar os fatores que influenciam a intenção comportamental de uso das redes sociais, no âmbito nacional, com foco no Facebook. Essas autoras, entretanto, não verificaram de que modo os fatores Facilidade de Uso Percebida, Entretenimento, Imersão Focada, Utilidade no Trabalho e Utilidade Informacional se relacionam e em que medida possibilitam a mensuração dessa intenção comportamental de uso. A partir desta constatação, neste trabalho propõe-se a construir um modelo integrado que analisa as relações entre os fatores comportamentais propostos por Visentini et al. (2015) e seus impactos na Intenção Comportamental de Uso dos usuários brasileiros do Facebook.
Para atingir tal objetivo, foram testados, a partir da percepção de 256 usuários desta rede social, os fatores Facilidade de Uso Percebida, Entretenimento, Imersão Focada, Utilidade no Trabalho e Utilidade Informacional. Para a verificação da possibilidade desses fatores explicarem a Intenção Comportamental de Uso do Facebook foi utilizada a modelagem de equações estruturais, que permite ao pesquisador testar um número maior de relações entre as variáveis e os construtos em análise, do que os métodos estatísticos que examinam apenas uma única relação de cada vez, como a correlação, a regressão múltipla e análises de variância (Vieira et al., 2008).
A proposta deste estudo torna-se relevante dada à ampla utilização das redes sociais no país – o Brasil é o segundo país com maior uso do Facebook no mundo (Tecmundo, 2014) – e a falta de modelos aplicados ao contexto nacional, que auxiliem na mensuração das características influentes no comportamento de uso dessa rede. Nesse sentido, espera-se que o modelo resultante contribua no desenvolvimento de mais pesquisas com usuários do Facebook e, através de adaptação, a outras redes sociais. Ainda, acredita-se que este modelo possa resultar na orientação de novas práticas gerenciais nas organizações que utilizam o marketing digital e, principalmente, as redes sociais virtuais, para a interação com seu público externo.
Dentre os enfoques de investigação das redes sociais virtuais há a busca pela compreensão dos fatores que levam os usuários a utilizar essas redes, como é apresentado no estudo de Löbler et al. (2009), que investigam a intenção comportamental de uso do Orkut através da Absorção Cognitiva. Nessa investigação, foi identificado que a Absorção Cognitiva explica 41% da Intenção de Uso da rede social, e que a curiosidade do usuário possui forte influência na sua intenção de usar o Orkut. Em uma replicação desse estudo, na plataforma do Twitter, González et al. (2011) não encontraram evidências de que a Absorção Cognitiva influencia seus usuários. Por outro lado, no estudo de Fialho e Lütz (2011) sobre o Twitter, identificou-se que o uso dessa rede social está ligado à percepção de utilidade e satisfação dos usuários ao usar o canal, medidos a partir do Post Acceptance Model (PAM) (Bhattacherjee, 2011).
A aplicação de modelos de mensuração também foi realizada por Silinske et al. (2014). Ao unificarem a Teoria do Capital Social e o Modelo de Aceitação da Tecnologia (Technology Acceptance Model, TAM), os autores verificaram que, para a rede social Facebook, a utilidade percebida e a facilidade de uso percebida não possuem nenhuma influência sobre a intenção de uso dessa rede social.
Este resultado, entretanto, vai de encontro à maioria das pesquisas, tendo em vista que a utilidade percebida é apresentada como um dos fatores mais significantes na intenção de uso das redes sociais. Sua influência é identificada no trabalho de Kim et al. (2011), ao apresentarem que o usuário passa a utilizar o Facebook ao acreditar que ele é útil na obtenção de informações e na interação com outros membros da rede. Verhagen et al. (2012) aprofundam o entendimento de utilidade percebida como todos os benefícios e vantagens que o usuário encontra ao usar um sistema ou ao acessar a rede social, também identificando o fator como um influenciador direto da intenção de uso das redes sociais. Em Lin e Lu (2011) a utilidade percebida pelos usuários das redes sociais afeta positivamente o entretenimento, o qual é influente no uso do Facebook (Silinske et al., 2014).
Corroborando, Verhagen et al. (2012) e Omar et al. (2013) identificaram que o entretenimento é fator motivador do uso das redes sociais, principalmente, por provir aos usuários em seu tempo livre a possibilidade de verificar um alto volume de postagens em forma de fotos, vídeos e textos divertidos. Lin e Lu (2011) ainda apontam que a plataforma amigável das redes sociais contribui para que os usuários sintam-se à vontade e usufruam dela, sentindo-se entretidos.
Outros estudos ainda demonstram que a busca por informações tem influenciado os usuários a engajarem-se nessas redes de relacionamento. Baek et al. (2011), ao explorar a motivação dos usuários para se engajar e compartilhar links no Facebook, identificaram que a maioria dos usuários usam a rede social como forma de obter informações. Moradabadi et al. (2012), ao investigar 400 usuários iranianos do Facebook, verificaram que principal motivador do uso da rede é a possibilidade de esses usuários encontrarem nela informações confiáveis, uma vez que as informações eram controladas por leis iranianas. A busca por informação é um fator essencial que justifica o uso de redes sociais pelos usuários, que encontram nesses canais um espaço para coletar informações sobre acontecimentos ao seu redor e em todo o mundo (Omar et al., 2013).
Outro fator motivador do uso das redes sociais apontado na literatura é o relacionamento ou a interação social (Omar et al., 2013). Segundo esses autores, esse fator tem papel considerável na intenção de uso das redes de relacionamento, como sendo a ferramenta principal desses canais, que disponibilizam um ambiente propício para a comunicação entre seus membros.
No trabalho de Visentini et al. (2015), os fatores identificados como influenciadores da intenção comportamental de uso do Facebook para os usuários brasileiros são a imersão focada, facilidade de uso percebida, entretenimento, utilidade no trabalho e utilidade informacional. As autoras chegaram a essa proposição a partir da aplicação de uma série de estratégias metodológicas. Primeiramente, foi realizado um amplo levantamento da bibliografia nacional e internacional sobre os fatores influenciadores do uso das redes sociais virtuais, possibilitando a elaboração de questionário que medisse esses fatores. Esse instrumento foi submetido à validação de conteúdo junto a pesquisadores experientes da área de Sistemas de Informação e a um pré-teste com um grupo de 23 usuários do Facebook. A versão final do instrumento foi aplicada a uma amostra de 198 usuários dessa rede social e, posteriormente, foi submetida à validação estatística, através da verificação da validade e da confiabilidade. A principal característica dessa proposta, direcionada ao contexto nacional, é a nova configuração dada ao fator utilidade percebida, que se desdobrou em dois novos fatores: utilidade no trabalho e utilidade informacional, traduzindo uma característica específica do comportamento dos usuários brasileiros das redes sociais virtuais.
A utilidade no trabalho encontra respaldo nos trabalhos de Baek et al. (2011) e Golwal et al. (2012). No primeiro, os autores identificaram que um dos fatores que motiva o uso do Facebook é a promoção do trabalho, através da qual é possível utilizar postagens e demais ferramentas da rede social como forma de desenvolver e divulgar o trabalho ou serviço. Já no segundo, foi identificado como o principal propósito do uso do Facebook a interação profissional. Já a utilidade informacional, vai ao encontro dos achados de Baek et al. (2011) e Moradabadi et al. (2012), já discutidos nesta seção. Ainda, Dogruer et al. (2011) apontam que os usuários universitários optam por utilizar o Facebook principalmente como forma de adquirir conhecimento acerca de seus usuários e atividades políticas. Os autores afirmam que os universitários veem a ferramenta como útil na obtenção de informações, além de auxiliar na conexão destes com antigos amigos.
Visentini, Chagas e Radons (2015) identificaram os construtos imersão focada, facilidade de uso percebida, entretenimento, utilidade no trabalho e utilidade informacional como influenciadores da intenção comportamental de uso da rede social Facebook para os brasileiros. Partindo deste referencial, este estudo, procura ir além do sugerido pelas autoras, traçando relações entre esses construtos e definindo hipóteses que sustentem o modelo proposto.
O construto imersão focada é definido como o grau de concentração de um indivíduo ao realizar uma tarefa em particular na rede social (Visentini et al., 2015). Os indivíduos podem se encontrar tão absorvidos por uma atividade que, temporariamente, podem esquecer quaisquer outras distrações (Löbler et al., 2009). Para Verhagen et al. (2012), a imersão focada é uma importante característica dos mundos virtuais, uma vez que esses mundos oferecem recursos que permitem ao usuário representar a si mesmo, digitalmente, usando o auxílio de avatares. Esses autores constataram que a imersão focada é um fator motivador e que influencia positivamente a percepção de utilidade percebida e o entretenimento no uso das redes sociais virtuais. Reychav e Wu (2015) identificam a imersão focada como o envolvimento do usuário com a tecnologia e reforçam a ideia de que o usuário perde a noção do tempo quando envolvido com a tecnologia, exercendo controle sobre essa interação, obtendo prazer e divertimento dela.
De modo similar, Agarwal e Karakanna (2000) caracterizam a imersão focada como uma experiência de total comprometimento, ignorando-se outras atividades que demandam atenção. Esses autores constataram que a imersão focada influencia positivamente a utilidade e facilidade de uso percebida, além de ser um fator motivador direto da intenção comportamental de uso. Baseando-se em Verhagen et al. (2012) e Agarwal e Karakanna (2000), este estudo testa cinco hipóteses relacionadas a este fator:
H1a: A imersão focada apresenta influência positiva na facilidade de uso percebida da rede social virtual Facebook.
H1b: A imersão focada influencia positivamente o entretenimento no uso da rede social virtual Facebook.
H1c: A imersão focada exerce influência positiva na utilidade informacional da rede social virtual Facebook.
H1d: A imersão focada tem influência positiva na utilidade no trabalho da rede social virtual Facebook.
H1e: A imersão focada influencia positivamente a intenção comportamental de uso da rede social virtual Facebook.
Verhagen et al. (2012) destacam que um sistema que é fácil de usar permite que os usuários não desperdicem tempo e esforço, fazendo com que estes sejam direcionados ao aprimoramento de seu desempenho no sistema que estão utilizando. Esses autores detectaram que a facilidade de uso percebida é um fator motivador da utilidade percebida e do entretenimento no uso de uma rede social virtual. Já Choi et al. (2013) acreditam que a facilidade de uso percebida esteja ligada à percepção de custo-benefício para o usuário, uma vez que ele perceberá no sistema certo grau de dificuldade ou facilidade no seu uso. Assim, os autores afirmam que a facilidade de uso deve ser averiguada como influenciadora da utilidade percebida. Para Agarwal e Karankanna (2000) é possível afirmar que existe uma melhor aceitação no uso de uma tecnologia quando as pessoas percebem que não é necessário muito esforço cognitivo durante a interação, e testam esse construto como um motivador positivo direto da intenção de uso da tecnologia. Ainda, Venkatesh et al. (2003) examinam a facilidade de uso percebida como um fator que influencia positivamente a intenção comportamental uso de um sistema de informação. Assim, com base na literatura, esse estudo testa as hipóteses de que:
H2a: A facilidade de uso percebida tem influência positiva na utilidade informacional da rede social virtual Facebook.
H2b: A facilidade de uso percebida apresenta influência positiva na utilidade no trabalho da rede social virtual Facebook.
H2c: A facilidade de uso percebida exerce influência positiva no entretenimento no uso da rede social Facebook.
H2d: A facilidade de uso percebida tem influência positiva na intenção comportamental de uso da rede social Facebook.
O entretenimento pode ser um fator positivo para o uso de um sistema de informação quando este demonstra ser prazeroso e menos exigente ao usuário. Agarwal e Karakanna (2000) frisam que o prazer contribui fortemente para o uso da tecnologia, visto que as atividades prazerosas são vistas como menos exigentes ao usuário. Indivíduos estão mais envolvidos em atividades que lhe tragam diversão e prazer. Para esses autores, há influência direta do entretenimento na utilidade percebida e na intenção de uso do sistema. Verhagen et. al. (2012) destacam que o entretenimento está presente quando o usuário acredita que o sistema satisfaz suas necessidades de prazer e diversão, isto acarreta em efeitos positivos em uma variedade de atitudes em relação ao ambiente digital, e testa a hipótese de este estar influenciando diretamente a intenção comportamental de uso da rede social. Já Omar et al. (2013) discutem diversos motivos que levam os usuários das redes sociais a utilizá-las, dentre elas, a principal é denominada procura por entretenimento. Esses autores acreditam que o entretenimento está ligado diretamente à intenção de utilizar as redes sociais virtuais, uma vez que o usuário, quando dispõem de tempo de sobra, procura a tecnologia como modo de se entreter e livrar-se do tédio. Por fim, Lin e Lu (2011) definem entretenimento como um fator chave para a aceitação da internet pelos usuários, também associando o entretenimento como um fator que prediz a intenção de usar um sistema de informações orientado para o lazer. A partir desta discussão, são propostas três hipóteses para este fator:
H3a: O entretenimento tem influência positiva na utilidade informacional da rede social virtual Facebook.
H3b: O entretenimento exerce influência positiva na utilidade no trabalho da rede social virtual Facebook.
H3c: O entretenimento possui influência positiva na intenção comportamental de uso da rede social virtual Facebook.
Lin e Lu (2011) afirmam que a utilidade de um sistema é percebida quando a pessoa acredita que o grau de utilização desse sistema irá melhorar suas técnicas profissionais. Para esses autores, quando percebida a utilidade de um sistema há influência na adoção da tecnologia da informação. Para Agarwal e Karakanna (2000), a percepção de utilidade tem sido apontada como um fator de influência na intenção comportamental de uso de um sistema, porque o usuário acredita na existência de uma relação entre uso e desempenho. Verhagen et al. (2012) reforçam esta ideia, afirmando que quando o indivíduo acredita que um sistema de informação é útil para melhorar seu desempenho de tarefas, sua atitude para usar esse sistema torna-se mais positiva e influencia positivamente a intenção de uso do sistema.
No estudo de Visentini et al. (2015) foram observados dois construtos distintos da utilidade: a utilidade informacional e a utilidade no trabalho. Conforme definido pelas autoras, a utilidade no trabalho refere-se ao grau com que o usuário percebe que a rede social é útil nas tarefas profissionais, enquanto utilidade informacional trata do grau em que a rede social auxilia o usuário a obter informações ou conhecer novos membros. Choi et al. (2013) corroboram, indicando de que utilidade é a percepção que o usuário tem de conseguir obter as infomações que deseja com sucesso quando usa o sistema de informação. Kim et al. (2011) também relacionam a utilidade como uma forma do usuário conseguir fazer novos amigos, ter apoio social e obter informações na rede de relacionamento. Por outro lado, Beak et al. (2011) aponta um fator distinto que se relaciona com a utilidade no trabalho, ao verificar que muitos usuários utilizam as redes sociais para promover seu emprego e promover a si mesmos para futuros empregados. A partir dessa discussão, as hipóteses propostas para os construtos utilidade informacional e utilidade no trabalho são:
H4a: A utilidade informacional terá uma influência positiva na intenção de uso da rede social virtual Facebook.
H4b: A utilidade no trabalho terá uma influência positiva na intenção de uso da rede social virtual Facebook.
A partir da apresentação das hipóteses investigadas neste estudo, o modelo inicial de pesquisa a ser testado pode ser visualizado na Figura 1.
Figura 1 – Modelo inicial proposto
Fonte: Elaborado pelas autoras
Esta pesquisa, de caráter quantitativo, foi realizada através de uma survey, que, conforme Baker (2001), permite descobrir fatos, determinar atitudes e opiniões, assim como contribui para o entendimento de comportamentos, utilizando-se de uma avaliação, análise e descrição de uma população baseada em uma amostra. A população investigada foi composta por acadêmicos de uma universidade federal do estado do Rio Grande do Sul. Foi selecionada uma amostra não probabilística de 256 estudantes e, ao final do processo de coleta de dados, obteve-se 256 questionários válidos. A aplicação dos questionários foi realizada durante duas semanas do mês de julho de 2015, sendo abordados todos os alunos presentes em salas de aula, de diferentes cursos de graduação, durante esse período.
Para a coleta de dados, adaptou-se o instrumento de coleta de dados utilizado por Visentini et al. (2015), composto por 27 variáveis para mensurar os fatores motivadores do uso de redes sociais virtuais. Os construtos e variáveis desse modelo são destacados no Quadro 1.
Quadro 1 - Composição das variáveis
Construto/ Fator |
Código Variável* |
Variável |
Facilidade de Uso Percebida |
Fac1 |
Aprender a usar o Facebook é fácil. |
Fac2 |
O Facebook é uma ferramenta compreensível e clara de se usar. |
|
Fac3 |
É fácil de se tornar habilidoso no uso do Facebook. |
|
Fac4 |
É fácil fazer o Facebook executar o que eu quero. |
|
Utilidade no Trabalho |
UTr6 |
Usar o Facebook me permite terminar tarefas mais rapidamente. |
UTr7 |
Usar o Facebook aumenta a minha produtividade. |
|
UTr11 |
Usar o Facebook é útil para o meu trabalho/ atividades acadêmicas. |
|
UTr12 |
Em geral, o Facebook é útil. |
|
Utilidade Informacional |
UIn8 |
Usar o Facebook me permite adquirir mais informações ou conhecer outras pessoas. |
UIn9 |
Usar o Facebook aumenta a minha eficiência em compartilhar informações. |
|
UIn10 |
O Facebook é uma ferramenta útil para a interação entre seus membros. |
|
Entretenimento |
Ent13 |
Usar o Facebook me proporciona muita diversão. |
Ent14 |
Eu acho o Facebook muito divertido. |
|
Ent17 |
O Facebook é entusiasmante. |
|
Imersão focada |
Ime18 |
Eu fico tão distraído no Facebook que eu esqueço de todo o resto. |
Ime21 |
Quando estou no Facebook fico focado(a) na atividade que estou fazendo no Facebook. |
|
Ime22 |
Quando estou no Facebook, minha atenção não é facilmente desviada. |
|
Intenção Comportamental de uso |
Uso23 |
Eu pretendo continuar usando o Facebook no futuro próximo. |
Uso24 |
Eu planejo usar o Facebook no futuro distante. |
|
Uso25 |
Eu pretendo recomendar o Facebook para os meus amigos no futuro. |
|
Uso26 |
Acredito que irei usar o Facebook nos próximos meses. |
|
Uso27 |
Eu espero que o meu uso do Facebook continue no futuro. |
*Nota: O código das variáveis segue a mesma ordem e numeração do trabalho de Visentini, Chagas e Radons (2015)
Fonte: Visentini et al. (2015)
A variável UInf9 ("usar o Facebook aumenta a minha eficiência em compartilhar informações e me relacionar com outras pessoas") foi modificada em comparação ao estudo de Visentini et al. (2015), tendo em vista que possuía duas sentenças, o que poderia gerar equívoco na interpretação da questão por parte dos sujeitos da pesquisa.
Outra particularidade dessa investigação é o acréscimo da variável UIn10 ("o Facebook é uma ferramenta útil para a interação entre seus membros") no fator Utilidade Informacional, que passou a contar com três afirmações, tendo em vista possibilitar a realização da modelagem de equações estruturais, análise que permitirá alcançar os objetivos da pesquisa. Destaca-se que, no estudo de Visentini et al. (2015), esta variável foi excluída por possuir comunalidade com valor insuficiente (<0,50). Assume-se, assim, neste trabalho o compromisso de verificar, novamente, a adequação desta variável como métrica do uso das redes sociais virtuais.
O modelo de pesquisa considerado indica a existência de relações de dependência simultâneas, sendo apropriada a utilização de Modelagem de Equações Estruturais (MEE). Hair Jr. et al. (2009) definem a modelagem de equações estruturais como um conjunto de modelos estatísticos que buscam explicar as relações entre múltiplas variáveis. Esse tipo de análise foi aplicado em dois momentos: no primeiro, aplicou-se a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) para a construção do modelo de mensuração e, na sequência, foram testadas as relações entre os fatores, indicadas pelas hipóteses que compõe o modelo estrutural.
Partindo da concepção de Hair Jr. et al. (2009), na AFC são demonstradas pelo pesquisador as variáveis que descrevem cada construto e esta análise é usada para avaliar a confiabilidade e a validade dos construtos. A confiabilidade indica o grau de consistência interna entre os múltiplos indicadores de um construto e a validade refere-se à extensão na qual as medidas definem um determinado construto (Churchill, 1979). A avaliação da confiabilidade dos construtos é realizada através da mensuração da Confiabilidade e da Variância Extraída, as quais devem atingir valores iguais ou superiores a 0,7 e 0,5, respectivamente, a fim de que o construto seja considerado fidedigno (Hair Jr. et. al., 2009).
Visando validar os construtos do modelo, devem ser considerados alguns índices de ajuste, tais como: estatística qui-quadrado (χ²), qui-quadrado/graus de liberdade (χ²/gl), Goodness of Fit Index (GFI) – traduzido como Índice de Adequação; Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) - Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação; Comparative Fit Index (CFI) - Índice de Ajuste Comparativo; e Tucker-Lewis Index (TLI) - Índice de Tucker Lewis. Esses índices, suas definições e parâmetros de avaliação são destacados no Quadro 2.
Quadro 2 - Índices utilizados na análise dos dados
Índice |
Descrição |
Parâmetro de avaliação |
Qui-quadrado χ² |
Avalia a significância das diferenças entre a matriz observada e a matriz estimada (Hair Jr et al., 2009). |
Qui-quadrado não significativo (χ² >0,05) |
Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA) |
Mede a discrepância dos dados, ajustando-a aos graus de liberdade (Lopes, 2005). |
<0,08 |
Índice de Adequação (GFI) |
Medida de adequação absoluta (Malhotra, 2012) |
>0,90 |
Índice de Ajuste Comparativo (CFI) |
Índice de ajuste incremental que é uma versão melhorada do índice de ajuste normado (NFI), com valores mais altos indicando melhor ajuste (Hair Jr. et al., 2009). |
>0,90 |
Índice de Tucker Lewis (TLI) |
Antecede o CFI e é conceitualmente semelhante, já que envolve uma comparação matemática de um modelo teórico de mensuração especificado com um modelo nulo de referência (Hair Jr et al., 2009). |
>0,90 |
Variância Média Extraída (VME) |
Avalia a validade convergente e discriminante, definida como a variância nos indicadores ou variáveis observadas que é explicada pelo construto latente (Malhotra, 2012). |
> 0,5 |
Confiabilidade |
Indica o grau de consistência interna entre os múltiplos indicadores de um construto, referindo-se à extensão na qual um mesmo instrumento de medida produz resultados coerentes a partir de várias mensurações (Schumacker, Lomax, 1996). |
>0,7 |
Alpha de Cronbach |
Objetiva medir a confiabilidade da consistência interna do conjunto de itens. Compreende "a média de todos os coeficientes meio-a-meio que resultam das diferentes maneiras de dividir ao meio os itens de escala" (Malhotra, 2006, p. 277). |
>0,7 |
Fonte: Elaborado pelos autores.
A partir dos índices de ajuste e adaptações, caso forem necessárias, é possível obter o modelo estrutural, o qual avaliará as relações entre os fatores e os conjuntos de hipóteses. Esta etapa compreende as medidas absolutas e comparativas de ajuste, sendo que as primeiras avaliam o grau em que o modelo prediz a matriz de covariância ou correlação observada (KLINE, 1998). Uma das medidas de ajuste absoluto é o χ² (qui-quadrado) e o interesse é obter um qui-quadrado não significativo (χ²>0,05), demonstrando que os dados se ajustam ao modelo (Schumacker, Lomax, 1996). Para reduzir a sensibilidade deste teste ao tamanho amostral, realiza-se a divisão do valor do qui-quadrado pelos graus de liberdade, sendo que valores iguais ou inferiores a 5 são aceitáveis (Pedhazur, Schmelkin, 1991). Ademais, são avaliadas as medidas absolutas de RMSEA e o GFI. No que se refere às medidas comparativas, que compararam o modelo proposto ao modelo nulo, utilizou-se os seguintes índices: CFI e TLI (ou NNFI), que devem apresentar valores acima de 0,9.
Para a análise dos dados, utilizaram-se o Statistical Package for the Social Sciences™ – SPSS 21.0 e o software para modelagem de equações estruturais Amos™.
A amostra foi composta por 256 universitários, dos quais 85 são do gênero masculino (33,2% do total) e 171 do gênero feminino (66,2% do total). Em relação à faixa etária, o predomínio foi de pessoas com 20 anos ou menos, representando 57,9% dos respondentes (n=148), seguido da faixa etária de 21 a 25 anos, responsável por 36,7% das respostas (n=94). Em relação ao Curso de Graduação que os acadêmicos estão cursando, o Curso de Administração obteve o maior número de respostas, 101 respondentes (39,5% do total); seguido do Curso de Psicologia, 45 respostas (17,6%); e, Relações Públicas, 42 respondentes (16,4%). Ainda, alunos dos Cursos de Agronomia (n=28), Jornalismo (n=20), Produção Editorial (n=12), Arquivologia (n=3), Engenharia da Produção (n=3), Engenharia Florestal (n=1) e Publicidade e Propaganda (n=1) participaram da amostra.
Inicialmente, foi realizada a validação individual dos construtos do modelo através da análise fatorial confirmatória. Na Tabela 1 estão apresentados os resultados obtidos em relação aos índices de ajuste do modelo e de confiabilidade.
Tabela 1- Resultados dos índices de ajuste e de confiabilidade
Índices de Ajuste |
Construtos |
|||||
Fac |
UTr |
UIn |
Ent |
Ime |
Uso |
|
Qui-quadrado |
9,676 p= 0,008 |
2,207 p=0,137 |
1,300 p=0,254 |
0,000 p=0,993 |
0,964 p=0,326 |
12,370 p=0,015 |
Graus de liberdade |
2,000 |
1,00 |
1,00 |
1,00 |
1,00 |
4,00 |
RMSEA |
0,123 |
0,069 |
0,034 |
0,000 |
0,000 |
0,091 |
GFI |
0,981 |
0,996 |
0,997 |
1,000 |
0,997 |
0,982 |
CFI |
0,982 |
0,995 |
0,999 |
1,000 |
1,000 |
0,981 |
TLI (ou NNFI) |
0,945 |
0,969 |
0,996 |
1,009 |
1,001 |
0,953 |
Variância Extraída |
0,84 |
0,80 |
0,78 |
0,83 |
0,68 |
0,81 |
Confiabilidade |
0,57 |
0,48 |
0,54 |
0,64 |
0,43 |
0,47 |
Alpha de Cronbach |
0,839 |
0,736 |
0,788 |
0,817 |
0,641 |
0,821 |
Fonte: Dados da pesquisa
A composição dos construtos partiu do modelo original (Visentini et al., 2015), sendo modificadas apenas as variáveis UIn9 e UIn10, conforme descrito na seção anterior. Para cada fator, calcularam-se os índices de ajustes iniciais, a variância extraída, o nível de confiabilidade, e o alpha de Cronbach. A opção pelo cálculo do alpha de Cronbach para cada um dos construtos estudados foi decorrente de os índices de confiabilidade terem apresentado valor abaixo do esperado (<0,7). Assim, optou-se por calcular uma medida alternativa, que segundo Malhotra (2006), pode ser o alpha de Cronbach, tendo em vista que esta é uma medida que objetiva mensurar a confiabilidade da consistência interna do conjunto de itens. A maioria dos construtos apresenta alpha de Cronbach satisfatórios, exceto o fator imersão.
Os valores apresentados na Tabela 1 são representativos dos construtos finais, visto que, com exceção dos construtos Utilidade no Trabalho (Utr) e Intensão Comportamental de Uso (Uso) que necessitaram de ajustes adicionais, de acordo com a indicação do software AMOS, os demais não necessitaram de adaptações, obtendo índices de análise satisfatórios.
No construto Utilidade no Trabalho (UTr), inicialmente, o RMSEA era de 0,220, valor acima do considerado adequado. E os índices CFI (0,896) e TLI (0,687), resultaram em valores abaixo do esperado (>0,90). Desta forma, foi incluída a relação entre as variáveis UTr11 e UTr12, sendo que a associação partia da segunda para a primeira variável. Após esta modificação, todos os índices de ajustes alcançaram valores aceitáveis.
Já para o construto Intenção Comportamental de Uso (Uso), os ajustes inadequados foram: para o índice RMSEA o valor de 0,163, sendo que são satisfatórios valores abaixo de 0,08 e, para o TLI (NNFI) o valor de 0,848, abaixo do mínimo aceitável (>0,9). Seguindo a indicação do software de análise, incluiu-se uma relação da variável Uso26 para a Uso23, observando-se melhoras significativas nos índices do modelo. A partir do exposto, são apresentados os coeficientes padronizados e a significância das variáveis que compõem os construtos finais (Tabela 2).
Tabela 2 - Coeficientes padronizados e significância
Construto |
Variáveis |
Coeficiente Padronizado |
Z |
Facilidade de Uso Percebida |
Fac1 |
0,804 |
¹ |
Fac2 |
0,885 |
12,973** |
|
Fac3 |
0,663 |
10,564** |
|
Fac4 |
0,627 |
9,905** |
|
Utilidade no Trabalho |
UTr6 |
0,683 |
¹ |
UTr7 |
0,860 |
7,029** |
|
UTr11 |
0,446 |
6,101** |
|
UTr12 |
0,477 |
6,488** |
|
Utilidade Informacional |
UIn8 |
0,633 |
¹ |
UIn9 |
0,871 |
13,325** |
|
UIn10 |
0,688 |
9,468** |
|
Entretenimento |
Ent13 |
0,827 |
¹ |
Ent14 |
0,565 |
9,659** |
|
Ent17 |
0,950 |
15,874** |
|
Imersão focada |
Ime18 |
0,485 |
¹ |
Ime21 |
0,878 |
8,393** |
|
Ime22 |
0,545 |
7,113** |
|
Intenção Comportamental de uso |
Uso23 |
0,710 |
¹ |
Uso24 |
0,721 |
9,875** |
|
Uso25 |
0,704 |
9,684** |
|
Uso26 |
0,472 |
8,056** |
|
Uso27 |
0,793 |
10,498** |
¹ valor de Z não calculado, pois o parâmetro for arbitrariamente fixado em 1,0.
** significativo ao nível de 1%.
Fonte: dados da pesquisa.
Após a validação individual dos construtos, foi avaliado o modelo final do estudo. Considerando o aprimoramento do modelo, com base nas sugestões do software AMOS™, foram incluídas duas relações: entre os erros 7 e 23; e, 11 e 26. A primeira associação envolve o erro da questão UTr11 ("usar o Facebook é útil para o meu trabalho/ atividades acadêmicas") e o erro do fator Utilidade Informacional. Considerando que a amostra desse estudo é composta por acadêmicos, nota-se que os mesmos compreendem a utilidade do Facebook no trabalho como forma de aprendizagem para sua carreira acadêmica, uma vez que as tecnologias e suas diferentes representações, incluindo as redes sociais virtuais, podem contribuir para o surgimento de espaços de formação que visem atender os anseios e desejos daqueles que querem aprender ao longo da vida (Barberá, 2009).
A segunda relação compreende o erro da questão UIn 10 ("o Facebook é uma ferramenta útil para a interação entre seus membros") e o erro do fator Facilidade. Conforme abordado anteriormente, autores já verificaram que a facilidade de uso percebida impacta positivamente a utilidade percebida (Choi et al., 2013). Adicionalmente, nota-se que a facilidade de utilizar o Facebook propicia que esta rede social se torne útil para a interação entre os usuários, considerando os diversos recursos disponíveis para acesso e compartilhamento de informações pessoais.
Nesta etapa, verificou-se também que a variável UTr12 ("em geral, o Facebook é útil") apresentava uma definição ampla, o que pode ser ratificado pelas várias associações observadas com diferentes questões. Dessa forma, a opção pela sua eliminação resultou num melhor ajuste do modelo final. Após esses ajustes, o modelo final aprimorado apresentou os índices de ajuste observados na Tabela 3.
Tabela 3 - Índices de ajuste do modelo aprimorado
Índices de Ajuste |
Valor |
Qui-quadrado (x²) |
320,573; p= 0,000 |
Graus de liberdade |
172 |
GFI |
0,900 |
CFI |
0,926 |
NNFI (TLI) |
0,910 |
RMSEA |
0,058 |
Fonte: Dados da pesquisa
Os índices apresentados na Tabela 3 são adequados para demonstrar o ajuste do modelo, seguindo a perspectiva de Hair Jr. et al. (2009), que sugerem a utilização de três ou quatro índices para evidenciar adequadamente o ajuste do modelo, sendo pelo menos um índice incremental e um índice absoluto, além do valor do qui-quadrado (x²) e dos graus de liberdade associados. Esses autores afirmam que um modelo disporá de suficiente informação para sua avaliação se relatar o valor do qui-quadrado, graus de liberdade, CFI e RMSEA, por exemplo.
Nota-se que o modelo final obteve um qui-quadrado significativo e a relação entre o qui-quadrado e os graus de liberdade apresentou o valor de 1,86, índice aceitável (<5,00), de acordo com Pedhazur e Schmelkin (1991). Os demais índices de ajuste também demonstraram resultados satisfatórios, ou seja, o RMSEA obteve valor inferior a 0,10, e os índices GFI, CFI e TLI alcançaram valores superiores a 0,90. Finalizada esta etapa, parte-se para a apresentação dos coeficientes padronizados e os graus de significância de cada hipótese analisada (Tabela 4).
Tabela 4 - Coeficiente Padronizado e Significância
Hipótese |
Relação |
Coeficientes padronizados |
P |
Conclusão |
|||
H1a |
Facilidade |
<--- |
Imersão |
0,120 |
0,111 |
Rejeitada |
|
H1b |
Entretenimento |
<--- |
Imersão |
0,387 |
** |
Suportada |
|
H1c |
Util. Informacional |
<--- |
Imersão |
0,084 |
0,289 |
Rejeitada |
|
H1d |
Util. no Trabalho |
<--- |
Imersão |
0,120 |
0,174 |
Rejeitada |
|
H1e |
Intenção de uso |
<--- |
Imersão |
0,061 |
0,434 |
Rejeitada |
|
H2a |
Util. Informacional |
<--- |
Facilidade |
0,073 |
0,292 |
Rejeitada |
|
H2b |
Util. no Trabalho |
<--- |
Facilidade |
-0,071 |
0,336 |
Rejeitada |
|
H2c |
Entretenimento |
<--- |
Facilidade |
0,050 |
0,462 |
Rejeitada |
|
H2d |
Intenção de uso |
<--- |
Facilidade |
0,191 |
** |
Suportada |
|
H3a |
Util. Informacional |
<--- |
Entretenimento |
0,371 |
** |
Suportada |
|
H3b |
Util. no Trabalho |
<--- |
Entretenimento |
0,163 |
* |
Suportada |
|
H3c |
Intenção de uso |
<--- |
Entretenimento |
0,237 |
** |
Suportada |
|
H4a |
Intenção de uso |
<--- |
Util. Informacional |
0,262 |
** |
Suportada |
|
H4b |
Intenção de uso |
<--- |
Util. no Trabalho |
0,205 |
** |
Suportada |
*. Significativas ao nível de 0,05 (2-tailed).
**. Significativas ao nível de 0,01 (2-tailed).
Fonte: Dados da pesquisa
É relevante considerar o impacto das correlações adicionadas ao modelo inicial. A relação entre os erros das variáveis Uso23 e Uso26 obteve coeficiente padronizado de 0,338 e Z igual a 0,000**. A relação entre os erros da variável UTr11 e do fator Utilidade Informacional obteve o coeficiente padronizado de 0,351 e Z = 0,000**. Por fim, a associação entre os erros da variável UIn10 e do fator Facilidade resultou no coeficiente padronizado de 0,322 e Z = 0,000**.
Verifica-se que sete hipóteses foram confirmadas e sete rejeitadas, conforme pode ser visto na Tabela 4. Em relação à imersão focada, comprovou-se que este fator influencia positivamente o entretenimento (H1b), indicando que os usuários que apresentam concentração exclusiva na rede social considerada, num estado caracterizado como imersão, tendem a se entreter mais facilmente.
O impacto da facilidade de uso percebida na intenção comportamental de uso do Facebook (H2d) foi confirmado, com relação de β= 0,191, indicando que os pesquisados consideram a facilidade de utilização como preditora da intenção comportamental de uso desta rede social.
Identificou-se, ainda, que o fator entretenimento afeta positivamente a utilidade informacional, com β= 0,371; a utilidade no trabalho, com β= 0,163; e a intenção de uso da rede social em questão, com β= 0,237. O fator entretenimento apresenta, dessa forma, relevância em relação à percepção de utilidade e intenção de uso do Facebook.
As hipóteses que se referiam à utilidade informacional (H4a) e utilidade no trabalho (H4b) como antecedentes da intenção de uso do Facebook foram confirmadas. A utilidade informacional possui influência positiva na intenção de uso da rede social investigada, com β= 0,262, assim como a utilidade no trabalho apresenta impacto de β= 0,205. Diante destes resultados, o modelo final deste trabalho encontra-se disposto na Figura 2.
Destaca-se que a intenção comportamental de uso do Facebook recebe maior impacto da utilidade informacional (β = 0,262), o que se configura num achado relevante, considerando que este fator é um desdobramento do construto utilidade. Visentini et al. (2015) identificaram que o construto utilidade suportava a divisão de suas variáveis em dois fatores: utilidade informacional e utilidade no trabalho. A utilidade informacional, para essas autoras, está ligada ao compartilhamento de informações e, neste âmbito, a rede social considerada se mostra propícia, tendo em vista sua ampla utilização pelos usuários brasileiros.
Figura 2 - Modelo final proposto
Fonte: Elaborada pelas autoras
Marcon et al. (2013) evidenciam que diversas informações (notícias, novidades, vídeos, leituras, links e entrevistas) estão conectadas na rede social Facebook, permitindo que seus usuários visualizem e compartilhem rapidamente essas informações, o que caracteriza a participação do sujeito na rede, formando, assim, sua identidade no ciberespaço. Nota-se que, além de ter acesso a diferentes notícias, o usuário do Facebook utiliza a rede, por meio do compartilhamento de informações, para formar ou expressar sua identidade para a sociedade ou um grupo específico. Esta constatação contribui para a explicação da influência da utilidade informacional sobre a intenção comportamental de uso.
Ademais, a intenção comportamental de utilizar a rede social em questão é também influenciada pelo entretenimento, β= 0,237; seguida da utilidade no trabalho, β=0,205 e facilidade de uso percebida, β= 0,191. Dada à amplitude de informações que podem ser divulgadas e compartilhadas, além da disposição de vários aplicativos virais como os social games (Rebs, Zago, 2011),o Facebookdemonstra seu potencial como forma de entretenimento das pessoas, o que corrobora com os achados deste estudo.
Apesar de a relação entre os construtos imersão focada e intenção comportamental de uso do Facebook não ter se confirmado, levando à rejeição da hipótese H1e, constatou-se uma relação indireta entre esses construtos, uma vez que a imersão impacta o entretenimento e este, por sua vez, impacta o construto intenção comportamental de uso. Talvez os usuários brasileiros investigados não utilizem o Facebook em decorrência de estarem concentrados exclusivamente nela, num estado considerado de imersão e, sim, por buscarem informações úteis, para entretenimento e em função da facilidade de uso percebida.
As relações entre os construtos Entretenimento e Utilidade Informacional e, Imersão e Entretenimento, foram as mais fortes do modelo, com graus de associação de 36,6% e 36,3%, respectivamente, indicando que as pessoas que se consideram "imersas" no Facebook tendem a se entreter mais facilmente nessa rede social. Outro aspecto interessante é que as pessoas que utilizam a referida rede social para entretenimento, tendem a perceber sua utilidade informacional.
Este trabalho teve como objetivo principal construir um modelo integrado para analisar relações e impactos dos fatores facilidade de uso percebida, entretenimento, imersão, utilidade informacional e utilidade no trabalho na intenção comportamental de uso da rede social Facebook pelos usuários brasileiros.
Para a construção do modelo, inicialmente, foi realizada a validação individual dos construtos do modelo (facilidade de uso percebida, entretenimento, imersão, utilidade informacional, utilidade no trabalho e intenção comportamental de uso) através da análise fatorial confirmatória, na qual foram calculados os índices de ajustes iniciais, a variância extraída, o nível de confiabilidade e o alpha de Cronbach. A maioria dos construtos apresentou alpha de Cronbach satisfatórios, exceto o fator imersão. Os demais índices iniciais de análise foram satisfatórios, considerando que os construtos iniciais de Utilidade no Trabalho (Utr) e Intensão Comportamental de Uso (Uso) necessitaram de adaptações.
Após a validação individual de cada um dos construtos, foi avaliado o modelo final do estudo. Com a inclusão de duas correlações (entre a questão UTr11 e o fator Utilidade Informacional e entre a questão UIn10 e o fator Facilidade), foram obtidos índices satisfatórios que permitiram evidenciar o ajuste do modelo.
Em relação as quatorze hipóteses propostas neste estudo, sete foram confirmadas e sete rejeitadas. Comprovou-se que a imersão focada afeta positivamente o entretenimento; a facilidade de uso percebida impacta, de forma positiva, a intensão comportamental de uso do Facebook; o entretenimento influencia positivamente a percepção de utilidade informacional, assim como de utilidade no trabalho, além da intenção comportamental de uso da referida rede social virtual. As hipóteses que associavam a utilidade informacional e a utilidade no trabalho como antecedentes da intenção comportamental de uso do Facebook foram confirmadas.
Considerando o objetivo do estudo, destaca-se que a intenção comportamental de uso do Facebook é impactada pela utilidade informacional (β=0,262) seguida do entretenimento, β=0,237; utilidade no trabalho, β=0,205 e facilidade de uso percebida, β=0,191. No contexto da pesquisa realizada, constatou-se que o fator imersão focada não afeta diretamente a intenção comportamental de uso do Facebook.
Nota-se que um dos achados do estudo se refere à utilidade informacional ser um importante antecedente da intenção comportamental de uso, tendo em vista que o primeiro é um construto recente, resultado do desdobramento da utilidade em dois fatores, apontado no estudo de Visentini et al. (2015). Demonstra-se, assim, que os usuários brasileiros do Facebook são motivados pelo acesso a uma ampla variedade de informações que colaboram para a interação entre os participantes.
A partir dos resultados obtidos, este estudo contribui com a compreensão a cerca dos fatores que motivam a intenção comportamental de uso do Facebook no Brasil, fornecendo subsídios para que as empresas formulem estratégias mercadológicas digitais adequadas ao contexto nacional. As redes sociais virtuais revelam ser um mecanismo poderoso e abrangente para atingir o público, que, por sua vez, está atento às informações pessoais e laborais.
Como sugestão de pesquisas futuras, tem-se a investigação de outros construtos que podem auxiliar na explicação da intenção comportamental de uso de redes sociais virtuais, no sentido de enriquecer os estudos nacionais sobre o tema redes sociais. Ressalta-se, ainda, a influência do fator utilidade informacional, que requer ser aprofundado em novas pesquisas.
O estudo apresentou limitação quanto à amostra, que foi homogênea devido ser composta por estudantes do ensino superior de uma única Instituição de Ensino Superior. Considerando que um fator se referia à utilidade do Facebook no trabalho, os discentes podem ter associado o mesmo com questões de sua vida acadêmica. Dessa forma, sugere-se desenvolver estudos semelhantes com outros públicos.
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1. Doutora em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Políticas Públicas da Universidade Federal da Fronteira Sul. E-mail: monize.visentini@uffs.edu.br
2. Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: daiane.radons@uffs.edu.br
3. Doutora em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Maria. E-mail: kelmara@terra.com.br
4. Graduanda em Administração pela Universidade Federal da Fronteira Sul. E-mail: fernandabard@hotmail.com
5. Esta pesquisa foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).