Espacios. Vol. 37 (Nº 06) Año 2016. Pág. 17
Dino Vannucci CHIAPPORI 1; Roberto Guimarães PEREIRA 2; Valdir de Jesus LAMEIRA 3
Recibido: 16/10/15 • Aprobado: 12/12/2015
RESUMO: Este artigo apresenta uma análise referente à geração e ao consumo das energias renováveis frente às energias fósseis, tomando como parâmetros o crescimento populacional, PIB, PIB per Capita e outros indicadores econômicos como elementos para análise. Estudou-se a relação entre o desenvolvimento das nações, os valores econômicos, o consumo de energia, a sustentabilidade e os gases de efeito estufa. Para isso é efetuada uma análise da geração e consumo de energias, agregado com indicadores econômicos, no âmbito de dez anos e ao nível de todos os países que contabilizam dados de geração e consumo de energia utilizada, bem como de indicadores econômicos adotados neste estudo. Como resultado, na década, observou-se crescimento do PIB per capita, do consumo de energia fóssil, da emissão de CO2 e da energia primária. Notou-se forte crescimento das energias renováveis, com significância para os biocombustíveis, solar, eólica e biomassa. Assim, ações a nível global, tornam-se urgentes, para aumentar, de forma exponencial, a geração de energias renováveis e limpas, com a consequente redução no consumo das energias fósseis. |
ABSTRACT: This paper provides an analysis related to the generation and consumption of renewable energy front of the fossil energy, taking as parameters the GDP per Capita GDP and other economic indicators as elements for analysis. It was studied the relationship between the development of nations, economic values, energy consumption, sustainability and greenhouse gases. For that, it is performed an analysis of generation and consumption of energy, aggregate with economic indicators, in the context of ten years and at the level of all countries that account for data generation and power consumption used, as well as economic indicators used in this study. As a result, in the decade, it was observed growth of GDP per capita, consumption of fossil energy, CO2 emissions and primary energy. It was noted strong growth of renewable energy, with significance for biofuels, solar, wind and biomass. Thus, it becomes urgent actions to increase up, exponentially, the generation of renewable and clean energies, with consequent reduction in the consumption of fossil fuels. |
O desenfreado e indiscriminado uso das energias fósseis, a partir do século XVIII, pós Revolução Industrial, levou à degradação o planeta Terra. No final do século passado começaram a borbulhar estudos sobre a sustentabilidade de nosso meio ambiente. Neste início de século, houve o afloramento de forte pressão sobre o uso das energias renováveis, para a benesse de nossa atmosfera e bioma em que vivemos, e em que, principalmente, haverão de viver nossas futuras gerações.
Hoje é reconhecida como imprescindível a aceleração do uso de energias renováveis, principalmente as classificadas como limpas, e a forte contenção no consumo de energias fósseis, para permitir-nos a perpetuação da humanidade.
Países desenvolvidos, com desenfreada geração de dióxido de carbono (CO2), estão comprando créditos de carbonode países menos poluidores, e, portanto, com crédito na relação consumo de energia fóssil x poluição, por não produzirem tanta poluição como os outros, ou ainda, que produzam energias renováveis de forma mais limpa.
O desenvolvimento econômico-financeiro dos países pode ser relacionado à disponibilidade e ao consumo da energia, seja ela de origem fóssil ou renovável, indispensável para alavancar o crescimento, tanto dos países subdesenvolvidos como dos em desenvolvimento.
A quantidade de energia disponível é, assim, uma das variáveis mais importantes de qualquer país, e uma das maiores restrições possíveis no estabelecimento de uma plataforma do seu crescimento econômico-sustentável. Nas últimas décadas, os países fundamentaram o crescimento de suas economias utilizando-se de combustíveis fósseis, que geraram emissões de grandes quantidades de carbono na atmosfera.
Tanto a dependência dos combustíveis fósseis, como a volatilidade dos preços e a dificuldade de se estimar as reservas existentes, além dos aspectos ambientais, levaram os países a explorar fontes alternativas de geração de energia. Especial destaque ficou por conta das energias limpas ou que não estivessem associadas a emissões de gases que provoquem o efeito estufa.
Faz-se, portanto, imprescindível analisar apuradamente os meios de geração de energia que hoje dispomos e consumimos, de forma a tornar reversível o contexto de vida em nosso planeta em curto, médio e longo prazo. Fotos tiradas fora da órbita de nosso planeta o mostram de cor azul, com mechas brancas de nuvens. Não seja a presente geração responsável por destruir a criação de DEUS, tornando-o cinza ao invés de azul e com as mechas transformadas em negros blocos de fuligem.
No contexto acima, entende-se oportuna a investigação de como o crescimento da utilização de energias renováveis e dos combustíveis fósseis se inter-relacionaram na última década. Assim, este artigo justifica-se plenamente pela atual situação de nosso bioma. Todo e qualquer esforço que efetuemos para a melhoria das condições de regeneração da natureza são imprescindíveis e suas aplicações mitigadoras urgentemente imperativas. Faz-se necessário compreendermos, cada vez mais e mais rapidamente, as relações e inter-relações existentes entre o homem, a geração de capital, o trabalho, as energias, a sustentabilidade e o ecodesenvolvimento, o aquecimento global, o efeito estufa e o sequestro de carbono, para que seja possível alavancar a reconstrução da natureza.
Pode-se classificar as energias em função de sua fonte: energias fósseis; energias renováveis e energias químicas. As energias fósseis são decorrentes da fossilização de florestas existentes a dezenas de centenas de milhões de anos atrás, delas fazendo parte, como seus contribuidores o petróleo, o carvão e o gás natural; possuem uma quantidade certamente limitada em nosso planeta, podendo acabar caso não haja um consumo racional. As energias renováveis compõem o segundo grupo, pois, como o próprio nome o diz, são-nos fornecidas ininterruptamente, ou seja, continuamente renováveis, com ou sem a manipulação do homem. Fazem parte deste grupo as energias naturais, consideradas limpas por não desprenderem CO2 em sua geração: a hidráulica, geotérmica, eólica, solar, dos mares. Fazem parte, ainda, do grupo das energias renováveis: a biomassa e os biocombustíveis entre outras. Já as energias químicas compõem o terceiro grupo, por, como o próprio nome o diz, serem provenientes de reações químicas, dela fazendo parte: a nuclear, as pilhas e o hidrogênio.
Analisando dados da EIA – U. S. Energy Information Administration, depreende-se que cerca de 40% do CO2 produzido no mundo é resultante da geração de energia e calor. Atualmente, a China é o país que mais lança CO2 na atmosfera, seguido dos EUA. Isto ocorre, pois o carvão mineral ainda é a principal fonte utilizada, porém, o governo chinês vem desenvolvendo, nos últimos anos, uma política de geração de energia limpa. Este fato faz da China o país que mais produz eletricidade a partir de fontes de energia limpa. Um dado positivo é que, desde 2006, os investimentos globais em energias renováveis aumentaram mais de 500% (Chiappori, 2015).
O World Bank – WB – define Fóssil como sendo o conjunto de combustíveis composto por petróleo, carvão e gás natural. Formado a milhões de anos, a partir do acúmulo de materiais orgânicos no subsolo. A geração de energia a partir destas fontes provoca poluição, e esta contribui para o aumento do efeito estufa e aquecimento global. Isto ocorre principalmente nos caso dos derivados de petróleo (diesel e gasolina) e do carvão mineral. Já no caso do gás natural, o nível de poluentes é menor.
A energia elétrica térmica é produzida em geral, por meio do conjunto caldeira-turbina a vapor, nos locais onde os combustíveis ou os comburentes custam menos que a energia das quedas d´água, ou onde não se tem à disposição suficientes quedas d´água. O total líquido de eletricidade produzido por geração térmica convencional cresceu de 9,323 bilhões de kWh em 2000 para 13,4733 bilhões de kWhem 2010, representando um crescimento produtivo de 44,5 % no período. (EIA, 2014)
A EIA – define Recursos Energéticos Renováveis como sendo os recursos de energia que são naturalmente reabastecidos, mas o fluxo é limitado. Eles são praticamente inesgotáveis em duração, mas limitados na quantidade de energia que está disponível por unidade de tempo. Entre os recursos energéticos renováveis se inclui a biomassa, a hidráulica, a geotérmica, a solar, a eólica, a térmica do oceano, a ação das ondas e das marés.
A energia elétrica pode considerar-se como a rainha das energias, sobretudo porque resolveu um problema econômico fundamental: a possibilidade de seu transporte. A produção de quantidades colossais de energia de origem hidráulica ou térmica teria sempre encontrado como limitação a necessidade de viabilizar-se no local em que seria necessária, além da complexidade das instalações, se não tivessem encontrado um meio de transportá-la economicamente aos locais de trabalho, às fábricas, às casas, etc. Ao contrário, com a introdução da energia elétrica, enormes quantidades de energia, produzidas nos locais mais convenientes, na proximidade de quedas d´água, ou das minas de carvão, são instantaneamente transferidas, com baixos custos de transporte. A sua importância pode ser comparada com a introdução da moeda, a qual substituiu a economia vantajosamente baseada na troca. Em 2010 foram consumidos no mundo 149,628 bilhões de kWh, o que significa um consumo médio de energia equivalente a 21.801,5 kWh/habitante, representando um crescimento de 27,61% com relação a 2000 – 117,25 bilhões de kWh (EIA, 2014).
O WB define que Energia Limpa é a energia que não envolve carboidratos e não produz CO2 em sua geração. Ela inclui energia hidrelétrica e nuclear, geotérmica e solar, entre outras.
As fontes de energias renováveis, no geral, causam um pequeno impacto (poluição, desmatamento) ao meio ambiente, ao contrário dos combustíveis não renováveis (como os de origem fóssil, por exemplo); são, portanto, excelentes alternativas em relação ao sistema energético tradicional, principalmente numa situação de luta contra a poluição atmosférica e o aquecimento global.
Uma observação relevante, com relação aos dados analisados refere-se ao período de tempo utilizado. É comum utilizar um período de tempo pequeno, devido a fatores como custos e dificuldades de obter informações do passado. Para o período de tempo adotado neste estudo, não houve dificuldade em obter o banco de dados em análise, face à disponibilidade destes nos "sites" da EIA e do WB. Para garantir o sucesso do estudo, é necessário que o número de observações seja grande para que a propriedade da consistência seja satisfeita. Por isso procurou-se incluir uma amostra de grande porte.
Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história da Terra, em todas as escalas de tempo, percebe-se que a mudança atual apresenta alguns aspectos distintos. A principal evidência dessa mudança atual do clima é o aquecimento global, que foi detectado no aumento da temperatura média global do ar e dos oceanos, no derretimento generalizado da neve e do gelo, e na elevação do nível do mar.
No período Holoceno – desde que usamos a agricultura: os últimos 10.000 anos – o aquecimento global foi de 1o C. Já no período Antropoceno – intervenção humana em grande escala: final do século XVII para cá – o aquecimento foi de 0,85o C. Estamos diante de um mundo chamado "3-6-9". Estamos caminhando para 3 graus de aquecimento, para a 6ª extinção em massa das espécies, e para 9 bilhões de pessoas (ROCKSTRÖN – 2014).
As conclusões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC – são preocupantes. Não há dúvidas sobre o fato de que o aquecimento global está ocorrendo. O que há de novo é a conclusão, com 95% de certeza – talvez a maior porcentagem possível – de que os seres humanos são responsáveis por isso. Os níveis de CO2 são 40% maiores do que os 280 ppm pré-industrial, e é a sua maior concentração no período de 800 mil anos. Já se está atingido 450 ppm em equivalência de CO2, número normalmente retratado como o teto além do qual nunca deveríamos ultrapassar.
O relatório do IPCC aponta ainda que até mesmo a Antártida está perdendo massa, a agricultura continua a ser o maior emissor individual de gases de efeito estufa, através da dependência de combustíveis fósseis, mudanças no uso da terra e desmatamento.
Os oceanos estão se aquecendo mais rapidamente do que nunca e mais profundamente; 95% do calor de emissões de gases de efeito estufa é absorvida pelos oceanos. Portanto, a terra está concentrando o calor em seus oceanos.
A Tabela 1 apresenta a projeção dos impactos de uma subida de meio metro no nível do mar até 2050.
Tabela 1 – Projeção dos impactos de subida de meio metro no nível do mar até 2050.
Grupos de países |
Número de países |
População provavelmente afetada pela subida do nível do mar (milhões) |
Proporção da população total provavelmente afetada (%) |
Regiões |
|||
Estados Árabes |
20 |
8,9 |
2,6 |
Ásia oriental e Pacífico |
22 |
63,1 |
3,3 |
Europa e Ásia Central |
17 |
4,4 |
1,2 |
América Latina e Caraíbas |
31 |
7,0 |
1,3 |
Ásia do Sul |
6 |
38,9 |
2,4 |
África Subsaariana |
30 |
10,2 |
1,9 |
Pequenos Estados insulares em vias de desenvolvimento |
35 |
1,7 |
3,4 |
Mundo |
161 |
134,7 |
16,1 |
Grupos do IDH |
|||
Muito elevado |
41 |
41,0 |
16,0 |
Elevado |
42 |
15,0 |
4,5 |
Médio |
38 |
84,6 |
0,4 |
Baixo |
32 |
30,8 |
9,4 |
Mundo |
153 |
171,4 |
2,7 |
Fonte: PNUD - RDH 2011 Sustentabilidade e Equidade: Um Futuro Melhor para Todos.
A maior preocupação apontada pelo IPCC é que os gases de efeito estufa estão acidificando os oceanos. Como os oceanos sugam o CO2, este reage com a água formando o ácido carbônico. Desde que se começou a emitir CO2, o nível de pH dos oceanos caiu em 30%. A água do mar está se tornando corrosiva para o carbonato de cálcio que compõe as conchas, corais e esqueletos de vida marinha.
Atualmente, as temperaturas médias globais da superfície terrestre são as maiores dos últimos cinco séculos. Em resumo, a primeira parte do 4° Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que compila os estudos sobre base científica da mudança do clima, considera o aquecimento global um fenômeno inequívoco e, muito provavelmente, causado pelas atividades antrópicas. Pesquisas começaram a provar que a rarefação da camada de ozônio traz prejuízos ao homem e ao meio ambiente, como queimaduras e câncer de pele, catarata, alteração no sistema imunológico, redução das colheitas, degradação do ecossistema dos oceanos (destruição do fito-plâncton), alteração dos processos de fotossíntese e redução dos estoques pesqueiros.
A pergunta básica para mitigação é: "Como minimizar as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera"?
Mitigação é uma das estratégias de resposta à mudança do clima, através da redução de emissões. Sob uma ótica global, fica evidente que o grande problema do aquecimento global e, portanto, da mudança do clima, está relacionado à dependência global nos combustíveis fósseis para o suprimento de calor, da geração de eletricidade e do transporte.
Ações de mitigação nem sempre são simples e requerem investimentos contínuos e crescentes a cada ano.
Incorporar a mitigação da mudança do clima no processo decisório é parte integrante do desenvolvimento sustentável, pois os seus esforços podem auxiliar na redução do risco dos impactos adversos da mudança do clima que irão prejudicar aqueles que possuem menores possibilidades de lidar com esses impactos; ou seja, os menos favorecidos economicamente.
As Tabelas 2 e 3 evidenciam claramente em 2001, os reflexos de crise mundial ao apontar uma retração no PIB de 0,59%, representando retração de 1,83% no PIB per capita. As emissões de CO2 per capita também apresentaram em 2001 uma redução de 0,86%, compatível com a retração no consumo de energia per capita de 0,67% quando comparados ao ano de 2000. Isto é compatível com as consequências do atentado de 11 de setembro, do caso Lewinsky e a recessão americana, decorrente da transferência no comando da Casa Branca de Clinton para Bush, a expansão vertiginosa da Nova Economia, baseada na alta tecnologia, desencadeando um circulo virtuoso de progresso indefinido. Acrescente-se a isto a crise energética ocorrida em meados daquele ano, pós-publicação, pela administração Bush, do Plano Nacional de Energia. Na ocasião os EUA importavam 53% do petróleo consumido, ao passo que a produção petroleira vinha caindo desde o início dos anos 70, com forte aceleração nos anos 80, decaindo em 40% no período de 1986 a 2004. Produzem entorno de 9% e consomem 25% da produção mundial, fazendo subir os preços do petróleo, agravando o déficit comercial norte americano.
Tabela 2 – População Mundial, PIB, Consumo de energia e emissão de CO2 entre 2000 e 2010.
ANO |
POPULAÇÃO MUNDIAL |
Cresci-mento [%] |
PIB [US$] |
Cresci-mento [%] |
Consumo Total de Energia Primária [109 BTU] |
Cresci-mento [%] |
Emissão Total de CO2 pelo Consumo de Energia [ton] |
Cresci-mento [%] |
2000 |
6.090.868.560 |
- |
32.872.324.986.797 |
- |
398.276.940,00 |
- |
24.149.947.660 |
- |
2001 |
6.167.659.640 |
1,26 |
32.678.362.783.847 |
- 0,59 |
400.587.320,00 |
0,58 |
24.244.106.990 |
0,39 |
2002 |
6.244.444.280 |
1,24 |
33.924.664.960.888 |
3,81 |
407.997.540,00 |
1,85 |
24.924.894.990 |
2,81 |
2003 |
6.320.926.900 |
1,22 |
38.058.693.029.124 |
12,19 |
421.664.270,00 |
3,35 |
25.988.744.380 |
4,27 |
2004 |
6.397.841.500 |
1,22 |
42.826.770.007.282 |
12,53 |
441.285.620,00 |
4,65 |
27.134.365.190 |
4,41 |
2005 |
6.474.662.020 |
1,20 |
46.328.508.515.724 |
8,18 |
454.069.860,00 |
2,90 |
28.261.766.430 |
4,15 |
2006 |
6.552.418.030 |
1,20 |
50.172.505.567.029 |
8,30 |
465.473.620,00 |
2,51 |
29.029.417.900 |
2,72 |
2007 |
6.630.844.860 |
1,20 |
56.488.054.878.409 |
12,59 |
476.280.200,00 |
2,32 |
29.733.483.030 |
2,43 |
2008 |
6.707.595.540 |
1,16 |
61.952.359.911.163 |
9,67 |
484.918.390,00 |
1,81 |
30.256.222.780 |
1,76 |
2009 |
6.785.789.500 |
1,17 |
58.716.039.506.316 |
- 5,22 |
479.921.090,00 |
- 1,03 |
30.236.152.230 |
- 0,07 |
2010 |
6.863.189.550 |
1,14 |
64.081.876.752.375 |
9,14 |
507.096.950,00 |
5,66 |
31.502.374.150 |
4,19 |
Fonte: Dados obtidos no site da EIA.
As Tabelas 2 e 3 evidenciam, também, claramente em 2009, os reflexos da crise decorrente dos EUA em 2008. Mesmo com o crescimento da população na ordem de 1,17%, constata-se a redução no PIB, a nível mundial, em 2009, de 5,22%, representando 6,32% de redução no PIB per capita mundial, a queda, mediante a redução de 2,17% no consumo total de energia, em 2009, ou seja, o equivalente à redução de 6,32% no consumo total de energia per capita, representando a redução nas emissões de CO2 decorrente do consumo de energia, em 2009, de 0,07% com a consequente redução de 1,22% nas emissões de CO2 per capita, quando comparados ao ano de 2008.
Tabela 3 – PIB per capita, Consumo de energia e emissão de CO2 per capita entre 2000 e 2010.
ANO |
PIB per Capita [US$] |
Cresci-mento [%] |
Consumo de Energia [BTU per Capita] |
Cresci-mento [%] |
Emissão CO2 per Capita [ton] |
Cresci-mento [%] |
2000 |
5.396,99 |
- |
65.389.186,46 |
- |
3,96494 |
- |
2001 |
5.298,34 |
- 1,83 |
64.949.647,58 |
- 0,67 |
3,93084 |
- 0,86 |
2002 |
5.432,78 |
2,54 |
65.337.686,06 |
0,60 |
3,99153 |
1,54 |
2003 |
6.021,06 |
10,83 |
66.709.246,39 |
2,10 |
4,11154 |
3,01 |
2004 |
6.693,94 |
11,18 |
68.974.140,73 |
3,40 |
4,24117 |
3,15 |
2005 |
7.155,36 |
6,89 |
70.130.279,94 |
1,68 |
4,36498 |
2,92 |
2006 |
7.657,10 |
7,01 |
71.038.449,91 |
1,29 |
4,43034 |
1,50 |
2007 |
8.518,98 |
11,26 |
71.827.981,21 |
1,11 |
4,48412 |
1,21 |
2008 |
9.236,15 |
8,42 |
72.293.922,18 |
0,65 |
4,51074 |
0,59 |
2009 |
8.652,79 |
- 6,32 |
70.724.429,34 |
- 2,17 |
4,45580 |
- 1,22 |
2010 |
9.337,04 |
7,91 |
73.886.484,75 |
4,47 |
4,59005 |
3,01 |
Fonte: Dados obtidos no site da EIA.
Observou-se na década analisada, um crescimento populacional de 11,27%. Nesse período o crescimento do PIB foi de 96,10%, representando um crescimento de 76,02% do PIB per capita.
O crescimento do consumo bruto de petróleo foi de 12,87%, representando aumento de 10,41% na emissão de CO2 decorrente do consumo de petróleo, no entanto, houve uma redução de 11,07% do petróleo bruto na matriz de consumo energético.
O crescimento do consumo de carvão foi de 51,08%, representando aumento de 51,50% na emissão de CO2 decorrente do consumo de carvão. O carvão apresentou crescimento de 19,03% na matriz de consumo energético.
O crescimento do consumo de gás natural foi de 30,12%, representando 30,68% na emissão de CO2 decorrente do consumo e queima de gás natural, apresentando crescimento de 2,52% na matriz de consumo energético.
Desta forma, houve, na década, um crescimento de 27,8% no consumo de energia fóssil, representando 29,94% na emissão de CO2 decorrente do consumo de energia fóssil contra um aumento de 26,28% na produção de energia primária.
Observou-se que a produção de biocombustíveis teve crescimento de 491,61%, sendo que o biodiesel teve crescimento de 2.122,10% e o etanol apresentou crescimento de 410,28%.
A geração de energia nuclear no período apresentou crescimento de 4,11%, e da geração líquida de energia renovável foi de 47,14%. Nesta, a geração de hidroeletricidade teve crescimento de 32,5% enquanto que as energias renováveis que não são provenientes da hidroeletricidade teve crescimento de 189,26%, dos quais, a geotérmica teve crescimento de 29,58%, a eólica de 790,16%, a solar, maré e ondas de 1.516,09% e biomassa e resíduos teve crescimento de 88,38%.
Maiores detalhes podem ser encontrados em Chiappori (2015).
Pode-se inferir (Chiappori, 2015) da análise efetuada com os dados da geração líquida total de eletricidade renovável (GLTEREN), disponibilizados pela EIA no período de 2000 a 2010, que a GLTEREN apresenta forte relação negativa com o consumo de carvão e fortíssima relação negativa com a emissão total de CO2 proveniente do consumo de energia, por outro lado, apresenta, também, fortíssima relação positiva com o consumo líquido total de energia elétrica.
Pode-se dizer que o uso/consumo/produção de petróleo, carvão e gás tem relação negativa com a geração de eletricidade renovável, o que era de se esperar, visto que a energia fóssil é uma geração de energia com menor custo por KWh produzido; embora, na maioria dos casos, com custo de implementação muito superior, quando considerada a amplitude da cadeia de produção entre a prospecção e os produtos já refinados entregues nos pontos de consumo. Assim, inicialmente, infere-se que países com maior potencial de fontes energéticas fósseis possuem menor propensão a expandir a geração de eletricidade proveniente de fontes renováveis. O maior impacto é do carvão, o que deve estar associado a um maior número de países disporem desta fonte energética, e por apresentar custo de extração e distribuição muito baixo.
A situação inversa do consumo de carvão na geração de eletricidade renovável mantem uma relação negativa com a emissão de CO2, decorrente de menor utilização de energia proveniente da queima de combustíveis fósseis.
Em análise mais detalhada dos dados tabulados, pode-se afirmar que em 2010, dos 157 países geradores de eletricidade renovável, os 27 países com geração de eletricidade renovável acima da média geraram 3.560,356 bilhões de KWh, o que representa 85,44% da geração líquida total de eletricidade renovável produzida, que foi de 4.167,199 bilhões de KWh, isto é, 85,44% do total gerado em 2010 ou ligeiramente acima da geração total de eletricidade renovável produzida em 2007 que foi de 3.540 bilhões de KWh.
Constata-se, também, que o país que menos gerou eletricidade renovável em 2010 foi a República das Maldivas, com 100.000 KWh, o que representou 0,0332% de seu consumo total de energia. Em contrapartida, os 3 maiores produtores de eletricidade renovável, em 2010 foram China, EUA e Brasil, respectivamente, 1º, 2º e 3º. Estes 3 países foram responsáveis por gerar 1.644,079 bilhões de KWh de eletricidade renovável, o que representou respectivamente 19,75%, 10,67% e 85,42% de seus consumos de eletricidade. A geração destes 3 países é equivalente a 39,45% do total gerado em 2010, ou pouco mais da metade do total de hidroeletricidade gerada em 2005.
O consumo total de energia elétrica é um fator altamente dependente da geração de energia, visto que sem energia o crescimento e desenvolvimento industrial e populacional ficam inibidos, não há geração de renda, as necessidades básicas da população não são atendidas e há limitações no saneamento básico. Os 27 países com geração de eletricidade renovável acima da média em 2010 são responsáveis pela geração de um PIB de 50.905,96 milhões de US$, enquanto que os 157 países produtores de eletricidade renovável geraram um PIB de 62.496,43 milhões de US$, ou seja 81,45%. O PIB total para os 189 países analisados em 2010 foi de 64.081,88 milhões de US$, ou seja, os 27 países geraram 79,84% do total do PIB em 2010.
A Tabela 4 apresenta a relação das 10 nações maiores geradoras de Eletricidade Renovável e a respectiva taxa percentual de crescimento anual no período de 2001 a 2011. É visível nessa tabela o decréscimo de geração de eletricidade renovável no ano de 2001, provavelmente em consequência dos efeitos político sociais decorrentes do 11 de setembro em Nova York, com a propagação aos demais países a nível mundial.
Tabela 4 – Top 10 na Geração Líquida Total de Eletricidade Renovável – GLTEREN de 2000 a 2011 em 106 KWh.
Classi-ficação |
Pais |
GLTEREN [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
Pais |
GLTEREN [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
Pais |
GLTEREN [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
|
|
2000 |
2001 |
2002 |
|||||||
10º |
França |
70.682,00 |
- 6,52 |
Índia |
77.033,00 |
0,36 |
França |
65.381,00 |
- 17,12 |
|
9º |
Índia |
76.755,00 |
- 6,84 |
França |
78.884,00 |
11,60 |
Índia |
68.004,00 |
- 11,72 |
|
8º |
Suécia |
82.598,00 |
11,30 |
Suécia |
82.774,00 |
0,21 |
Suécia |
70.745,00 |
- 14,53 |
|
7º |
Japão |
105.397,00 |
0,66 |
Japão |
102.780,00 |
- 2,48 |
Japão |
102.552,00 |
- 0,22 |
|
6º |
Noruega |
140.727,00 |
16,71 |
Noruega |
119.627,00 |
- 14,99 |
Noruega |
128.479,00 |
7,40 |
|
5º |
Rússia |
165.034,00 |
2,51 |
Rússia |
175.122,00 |
6,11 |
Rússia |
163.558,00 |
- 6,60 |
|
4º |
China |
223.246,00 |
4,46 |
Brasil |
274.212,10 |
- 11,32 |
China |
288.437,00 |
3,80 |
|
3º |
Brasil |
309.205,10 |
3,61 |
China |
277.869,00 |
- 23,09 |
Brasil |
293.511,10 |
7,04 |
|
2º |
EUA |
361.272,49 |
- 10,35 |
EUA |
299.636,03 |
- 17,06 |
Canadá |
356.558,00 |
5,18 |
|
1º |
Canadá |
363.460,00 |
3,67 |
Canadá |
338.984,00 |
- 6,73 |
EUA |
356.964,92 |
19,13 |
|
|
Mundo |
2.871.370,43 |
1,85 |
Mundo |
2.832.164,83 |
- 1,37 |
Mundo |
2.896.433,48 |
2,27 |
|
|
2003 |
2004 |
2005 |
|||||||
10º |
Venezuela |
59.927,00 |
1,67 |
Suécia |
68.373,00 |
16,83 |
Venezuela |
76.457,00 |
10,21 |
|
9º |
França |
64.375,00 |
- 1,54 |
Venezuela |
69.374,00 |
15,76 |
Suécia |
81.370,00 |
19,01 |
|
8º |
Índia |
80.056,00 |
17,72 |
Índia |
90.278,00 |
12,77 |
Japão |
104.274,00 |
- 11,01 |
|
7º |
Noruega |
105.080,00 |
- 18,21 |
Noruega |
108.404,00 |
3,16 |
Índia |
109.258,00 |
21,02 |
|
6º |
Japão |
116.767,00 |
13,86 |
Japão |
117.178,00 |
0,35 |
Noruega |
135.222,00 |
24,74 |
|
5º |
Rússia |
156.345,00 |
- 4,41 |
Rússia |
176.283,00 |
12,75 |
Rússia |
174.005,00 |
- 1,29 |
|
4º |
China |
284.368,00 |
- 1,41 |
Brasil |
330.126,10 |
4,96 |
Brasil |
347.766,20 |
5,34 |
|
3º |
Brasil |
314.515,10 |
7,16 |
Canadá |
347.244,00 |
0,94 |
EUA |
370.471,71 |
1,30 |
|
2º |
Canadá |
344.009,00 |
- 3,52 |
China |
353.823,00 |
24,42 |
Canadá |
370.689,00 |
6,75 |
|
1º |
EUA |
369.337,62 |
3,47 |
EUA |
365.717,03 |
-0,98 |
China |
397.670,00 |
12,39 |
|
|
Mundo |
2.928.973,05 |
1,12 |
Mundo |
3.136.333,23 |
7,08 |
Mundo |
3.295.266,26 |
5,07 |
|
|
||||||||||
|
2006 |
2007 |
2008 |
|||||||
10º |
Alemanha |
73.997,40 |
14,97 |
Venezuela |
82.228,00 |
1,79 |
Venezuela |
85.973,00 |
4,55 |
|
9º |
Venezuela |
80.784,00 |
5,66 |
Alemanha |
92.556,40 |
25,08 |
Alemanha |
94.964,00 |
2,60 |
|
8º |
Japão |
116.049,00 |
11,29 |
Japão |
103.949,00 |
- 10,43 |
Japão |
106.065,00 |
2,04 |
|
7º |
Noruega |
119.280,00 |
- 11,79 |
Índia |
133.174,00 |
8,06 |
Índia |
124.867,00 |
- 6,24 |
|
6º |
Índia |
123.240,00 |
12,80 |
Noruega |
133.684,00 |
12,08 |
Noruega |
139.051,00 |
4,01 |
|
5º |
Rússia |
174.827,00 |
0,47 |
Rússia |
177.767,00 |
1,68 |
Rússia |
166.129,00 |
-6,55 |
|
4º |
Brasil |
360.277,20 |
3,60 |
EUA |
364.978,62 |
- 8,47 |
Canadá |
381.464,00 |
1,60 |
|
3º |
Canadá |
360.592,00 |
- 2,72 |
Canadá |
375.444,00 |
4,12 |
Brasil |
386.309,20 |
- 0,68 |
|
2º |
EUA |
398.746,31 |
7,63 |
Brasil |
388.945,20 |
7,96 |
EUA |
392.735,67 |
7,61 |
|
1º |
China |
437.902,00 |
10,12 |
China |
488.729,00 |
11,61 |
China |
596.785,00 |
22,11 |
|
|
Mundo |
3.442.087,96 |
4,46 |
Mundo |
3.540.000,34 |
2,84 |
Mundo |
3.729.659,75 |
5,36 |
|
|
||||||||||
|
2009 |
2010 |
2011 |
|||||||
10º |
Venezuela |
85.102,00 |
- 1,01 |
Espanha |
97.801,00 |
31,28 |
Espanha |
87.280,00 |
-10,86 |
|
9º |
Alemanha |
99.272,00 |
4,54 |
Alemanha |
109.591,00 |
10,39 |
Japão |
117.692,00 |
2,13 |
|
8º |
Japão |
106.833,00 |
0,72 |
Japão |
115.237,00 |
7,87 |
Noruega |
120.883,00 |
3,33 |
|
7º |
Índia |
123.026,00 |
- 1,47 |
Noruega |
117.766,00 |
- 6,02 |
Alemanha |
126.780,00 |
15,64 |
|
6º |
Noruega |
125.309,00 |
- 9,88 |
Índia |
135.271,00 |
9,95 |
Rússia |
167.512,00 |
- 0,35 |
|
5º |
Rússia |
175.552,00 |
5,67 |
Rússia |
168.101,00 |
- 4,24 |
Índia |
172.973,00 |
20,19 |
|
4º |
Canadá |
379.474,00 |
- 0,52 |
Canadá |
366.416,00 |
- 3,44 |
Canada |
398.286,00 |
8,75 |
|
3º |
Brasil |
410.828,20 |
6,35 |
Brasil |
432.928,20 |
5,38 |
Brasil |
459.050,20 |
6,03 |
|
2º |
EUA |
429.652,04 |
9,40 |
EUA |
440.231,35 |
2,46 |
EUA |
527.489,73 |
19,82 |
|
1º |
China |
639.280,00 |
7,12 |
China |
770.919,00 |
20,59 |
China |
800.572,00 |
3,85 |
|
|
Mundo |
3.868.264,51 |
3,72 |
Mundo |
4.167.199,35 |
7,73 |
Mundo |
4.423.521,65 |
5,63 |
Fonte: Dados obtidos no site da EIA.
Pode-se inferir (Chiappori, 2015) da análise efetuada com os dados da geração de energia renovável que não é hidroeletricidade (GNHIDRE), disponibilizados pela EIA no período de 2000 a 2010, que a GNHIDRE apresenta relação negativa com o crescimento do PIB, bem como forte relação negativa com o consumo total de petróleo.
Países com maiores crescimentos nominais do PIB são, em geral, países em estágio de desenvolvimento. Como a relação entre crescimento do PIB e geração de energia renovável é negativa, apreende-se que quanto maior o crescimento menor a geração. Logo o maior crescimento de geração de energia renovável que não é hidroeletricidade está associado a países mais desenvolvidos, que foram os que menos cresceram ao longo desses últimos anos.
O investimento em fontes de energia renovável que não seja hidroeletricidade – ENHIDRE – é de alto custo por KW gerado e, por isso, inviável a países subdesenvolvidos ou em crescimento; contudo, para o desenvolvimento, é-lhes necessária a obtenção de energia a baixo custo operacional, daí a razão do baixo investimento neste tipo de energia.
O consumo de petróleo, por ser de baixo custo por KW, torna-se uma das maiores fontes de energia, desestimulando o desenvolvimento de ENHIDRE. Este desenvolvimento está mais engajado em países com maior nível de crescimento e desenvolvimento.
Em análise mais detalhada dos dados tabulados, constata-se que os países que menos geraram ENHIDRE, em 2010, foram o Afeganistão e a República das Maldivas com 100.000 KWh cada um, o que representou respectivamente 0,01% e 0,03% de seus consumos totais de energia. Em contrapartida, os 3 maiores produtores de ENHIDRE, em 2010, foram EUA, Alemanha e China, respectivamente, 1º, 2º e 3º. Estes 3 países foram responsáveis por 326,525 bilhões de KWh de GNHIDRE, o que representou respectivamente 4,36%, 15,2% e 1,46% de seus consumos de eletricidade. A geração destes 3 países representou 42,69% da gerada em 2010, ou seja pouco acima da GNHIDRE de 2003 que foi de 318,539 bilhões de KWh. Em 2010 constata-se que Dinamarca, Guatemala e Belize geram ENHIDRE mais que 30% de seu consumo de eletricidade, e 9 geram mais que 20% de seu consumo. Somente os EUA geraram, em 2010: 180,023 bilhões de KWh, equivalente a 23,54% da GNHIDRE a nível mundial.
Os 24 países com GNHIDRE acima da média em 2010 são responsáveis pela geração de um PIB de 49.914.927 milhões de US$, enquanto que os 108 países produtores de hidroeletricidade geraram um PIB de 60.831,73 milhões de US$, ou seja 82.05%. O PIB total para os 189 países analisados em 2010 foi de 64.081,88 milhões de US$, ou seja, os 24 países geraram 77,89% do PIB.
A Tabela 5 apresenta a relação das 10 nações maiores geradoras de GNHIDRE e a respectiva taxa percentual de crescimento anual no período de 2000 a 2011. Também é visível nessa tabela o decréscimo de geração desse tipo de eletricidade no EUA no ano de 2001, provavelmente em consequência dos efeitos político sociais decorrentes do 11 de setembro em Nova York, não se refletindo, neste caso, a nível mundial em função principalmente do alto incremento dessa geração na Alemanha, Brasil, Espanha e Itália. Nota-se, nesse tipo de geração, o forte crescimento da China no ano de 2008 com 40,04%, em 2009 com 70,75%, em 2010 com 91,73% e em 2011 com 92,49%, representando 4.948,54% entre 1999 e 2012.
Tabela 5 – Top 10 na Geração de Energia Renovável que não é Hidroeletricidade – GNHIDRE de 2000 a 2011 em106 kWh.
Classi-ficação |
Pais |
GNHIDRE [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
Pais |
GNHIDRE [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
Pais |
GNHIDRE [106 kWh] |
Cresci-mento [%] |
2000 |
2001 |
2002 |
|||||||
10º |
Espanha |
6.845,00 |
31,05 |
México |
8.102,00 |
6,62 |
Finlândia |
9.168,00 |
8,46 |
9º |
Itália |
7.194,00 |
8,25 |
Itália |
8.291,00 |
15,25 |
Inglaterra |
9.205,00 |
14,88 |
8º |
México |
7.599,00 |
4,70 |
Finlândia |
8.453,00 |
- 3,76 |
Canadá |
9.510,00 |
5,69 |
7º |
Brasil |
7.846,00 |
- 6,24 |
Espanha |
8.747,00 |
27,79 |
Itália |
9.599,00 |
15,78 |
6º |
Canadá |
8.536,00 |
0,32 |
Canadá |
8.998,00 |
5,41 |
Filipinas |
10.242,00 |
- 1,92 |
5º |
Finlândia |
8.783,00 |
0,42 |
Brasil |
9.015,10 |
14,90 |
Brasil |
10.280,10 |
14,03 |
4º |
Filipinas |
11.626,00 |
9,74 |
Filipinas |
10.442,00 |
- 10,18 |
Espanha |
12.241,00 |
39,95 |
3º |
Japão |
19.017,00 |
- 0,70 |
Japão |
19.456,00 |
2,31 |
Japão |
20.998,00 |
7,93 |
2º |
Alemanha |
19.533,00 |
41,45 |
Alemanha |
23.013,00 |
17,82 |
Alemanha |
28.562,00 |
24,11 |
1º |
EUA |
85.699,89 |
2,70 |
EUA |
82.674,99 |
- 3,53 |
EUA |
92.636,08 |
12,05 |
Mundo |
248.809,39 |
9,42 |
Mundo |
264.434,22 |
6,28 |
Mundo |
294.985,37 |
11,55 |
|
2003 |
2004 |
2005 |
|||||||
10º |
Finlândia |
9.639,00 |
5,14 |
Dinamarca |
10.146,00 |
- |
México |
10.401,00 |
14,03 |
9º |
Filipinas |
9.822,00 |
- 4,10 |
Filipinas |
10.282,00 |
4,68 |
Dinamarca |
10.605,00 |
4,52 |
8º |
Canadá |
9.938,00 |
4,50 |
Finlândia |
10.747,00 |
11,49 |
Canadá |
10.700,00 |
8,99 |
7º |
Inglaterra |
10.243,00 |
11,28 |
Inglaterra |
11.468,00 |
11,96 |
Brasil |
13.684,20 |
9,15 |
6º |
Itália |
11.316,00 |
17,89 |
Brasil |
12.537,10 |
4,87 |
Itália |
13.851,00 |
6,97 |
5º |
Brasil |
11.955,10 |
16,29 |
Itália |
12.949,00 |
14,43 |
Inglaterra |
14.570,00 |
27,05 |
4º |
Espanha |
15.630,00 |
27,69 |
Espanha |
19.377,00 |
23,97 |
Espanha |
24.321,00 |
25,51 |
3º |
Japão |
23.106,00 |
10,04 |
Japão |
24.056,00 |
4,11 |
Japão |
28.569,00 |
18,76 |
2º |
Alemanha |
33.896,00 |
18,68 |
Alemanha |
42.099,20 |
24,20 |
Alemanha |
45.100,20 |
7,13 |
1º |
EUA |
93.531,30 |
0,97 |
EUA |
97.299,73 |
4,03 |
EUA |
100.150,46 |
2,93 |
Mundo |
318.539,43,00 |
7,98 |
Mundo |
354.357,38 |
11,24 |
Mundo |
391.373,49 |
10,45 |
|
2006 |
2007 |
2008 |
|||||||
10º |
Índia |
10.658,00 |
24,73 |
Canadá |
11.535,00 |
2,36 |
Suécia |
13.225,00 |
9,40 |
9º |
Finlândia |
11.093,00 |
12,67 |
Suécia |
12.089,00 |
16,87 |
Índia |
15.724,00 |
9,40 |
8º |
Canadá |
11.269,00 |
5,32 |
Índia |
13.791,00 |
29,40 |
China |
17.450,00 |
40,04 |
7º |
Brasil |
14.960,20 |
9,32 |
Inglaterra |
16.425,00 |
3,28 |
Inglaterra |
18.189,00 |
10,74 |
6º |
Itália |
15.277,00 |
10,30 |
Itália |
16.595,00 |
8,63 |
Itália |
18.238,00 |
9,90 |
5º |
Inglaterra |
15.903,00 |
9,15 |
Brasil |
18.670,20 |
24,80 |
Brasil |
20.448,20 |
9,52 |
4º |
Espanha |
26.791,00 |
10,16 |
Japão |
30.680,00 |
4,35 |
Japão |
30.381,00 |
- 0,97 |
3º |
Japão |
29.400,00 |
2,91 |
Espanha |
31.711,00 |
18,36 |
Espanha |
39.561,00 |
24,75 |
2º |
Alemanha |
54.265,40 |
20,32 |
Alemanha |
71.862,40 |
32,43 |
Alemanha |
74.231,00 |
3,30 |
1º |
EUA |
109.499,89 |
9,34 |
EUA |
117.468,64 |
7,28 |
EUA |
137.904,67 |
17,40 |
Mundo |
436.202,35 |
11,45 |
Mundo |
495.241,12 |
13,53 |
Mundo |
560.414,54 |
13,16 |
|
2009 |
2010 |
2011 |
|||||||
10º |
Suécia |
14.701,00 |
11,16 |
Canadá |
18.451,00 |
26,86 |
Canada |
26.357,00 |
43,17 |
9º |
Índia |
19.857,00 |
26,28 |
Índia |
21.991,00 |
10,75 |
Inglaterra |
30.622,00 |
29,84 |
8º |
Inglaterra |
21.713,00 |
19,37 |
Inglaterra |
23.578,00 |
8,59 |
Índia |
30.827,00 |
39,61 |
7º |
Itália |
21.890,00 |
20,02 |
Itália |
27.995,00 |
27,89 |
Brasil |
35.000,20 |
3,94 |
6º |
Brasil |
23.750,20 |
16,15 |
Brasil |
33.672,20 |
41,78 |
Japão |
35.327,00 |
4,37 |
5º |
China |
29.796,00 |
70,75 |
Japão |
33.847,00 |
10,23 |
Itália |
39.957,00 |
42,73 |
4º |
Japão |
30.706,00 |
1,07 |
Espanha |
55.946,00 |
15,52 |
Espanha |
56.990,00 |
1,72 |
3º |
Espanha |
48.430,00 |
22,42 |
China |
57.129,00 |
91,73 |
Alemanha |
109.688,00 |
22,67 |
2º |
Alemanha |
80.799,00 |
8,85 |
Alemanha |
89.368,00 |
10,61 |
China |
109.967,00 |
92,49 |
1º |
EUA |
156.207,04 |
13,27 |
EUA |
180.028,35 |
15,25 |
EUA |
208.134,73 |
15,61 |
Mundo |
646.612,43 |
15,38 |
Mundo |
764.898,59 |
18,29 |
Mundo |
934.505,65 |
22,09 |
Fonte: Dados obtidos no site da EIA.
A cada minuto torna-se mais e mais imprescindível a união indistinta de toda a humanidade para recuperar o planeta Terra enquanto é tempo, e o maior vilão dessa desvitalização da Terra é o desenfreado consumo de energia fóssil, agregada ao depredante desmatamento com a erradicação da espessa camada verde composta pelas florestas, que constitui um potente filtro de CO2, por meio da fotossíntese; ato este já em fase quase que irreversivelmente falimentar.
Faz-se necessária a mudança das matrizes energéticas dos países de forma a diminuir a emissão de gases de efeito estufa, chuva ácida e a emissão de CO2, por outras formas de energia que venham a diminuir ou até mesmo eliminar a geração de resíduos decorrentes de sua geração.
Existe, ainda, a oportunidade de países em desenvolvimento se beneficiarem dos créditos de carbono através do uso de energias renováveis para alavancar o seu crescimento.
Além disso, a constante incerteza relativa ao preço internacional do petróleo e os problemas ambientais derivados da utilização em larga escala de combustíveis fósseis é um fator a mais para a utilização em grande escala das energias renováveis.
As altas taxas de crescimento da poluição atmosférica, o ataque de agentes químicos nas camadas de ozônio provocando o aquecimento de nosso planeta, com o consequente degelo dos polos e cordilheiras, gerando o aumento do nível oceânico devem ser freadas de forma tal a não interferir no desenvolvimento da humanidade, mas permitir que gerações futuras possam viver neste planeta, em melhores condições ambientais do que as que hoje vivemos. É fato que esse torpor é decorrente do descaso com o meio ambiente fruído pelas três últimas gerações.
Torna-se, portanto, urgente uma ação, a nível global, para aumentar-se, de forma exponencial, a geração de energia renovável e limpa com a consequente redução no consumo das energias fósseis. Este ato teve, na década, diminuto efeito, porém, é necessário exponencializar a geração das energias renováveis e erradicar as energias fósseis sempre, onde e quando viável.
Entender a origem da necessidade de energia para a humanidade e, como esta evoluiu de sua forma mais primitiva ao poder econômico de nações altamente demandantes de energia, sem a mínima preocupação em sobrepujar o social, o racional, a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental de nosso planeta é dever imprescindível de nossos governantes. Espera-se que entendam de que forma o desenvolvimento econômico e as fontes de energia se relacionam com o crescimento de cada tipo de energia renovável disponível. A constante análise dos resultados e suas benesses lhes permitirá verificar a razoabilidade dos investimentos no comportamento da geração de energias renováveis. Além disso, será possível entender como, se, e quanto cada fator explicativo contribui para a expansão da geração dos diferentes tipos de energia renovável.
O autor Roberto G. Pereira agradece ao CNPq pelo apoio financeiro.
CHIAPPORI, Dino Vannucci, Painel Global de Estudos dos Determinantes do Crescimento da Geração de Energias Renováveis no Período Compreendido Entre 2001 E 2010. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.
EIA – ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION. Disponível em: <http://www.eia.gov/cfapps/ipdbproject/IEDIndex3.cfm> . Acesso em: 23 jan. 2014.
INTERNATIONAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Disponível em: <www.ipcc.ch> Fourth Assessment Repor: Climate Change 2007 (AR4)
INTERNATIONAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Disponível em: <www.ipcc.ch> Fifth Assessment Repor: Climate Change 2013: The Physical Science Basis
PNUD – RDH - RELATÓRIO do desenvolvimento humano 2011: sustentabilidade e equidade: um futuro melhor para todos. Lisboa: Trinova, 2011.
ROCKSTRÖM, Johan, Planet Earth is hitting the panic button. Disponível em: <http://forumblog.org/2014/01/unaffordable-truth-climate-change-global-economy>. Acesso em 25.jun.2014.
WORLD BANK. WB World Bank. Disponível em: <www.worldbank.org>. Acesso em: 17 mar. 2014.
1. Fluminense Federal University – MSG / Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, RJ, Brazil. Corresponding author. E-mail: dinochiappori@hotmail.com
2. Fluminense Federal University - TEM/MSG/PGMEC/PGEB, RJ, Brazil, E-mail: temrobe@vm.uff.br
3. Ibmec-RJ, Brazil, E-mail: vlameira@uol.com.br