Espacios. Vol. 37 (Nº 04) Año 2016. Pág. 4
Vinícius Zanchet DE LIMA; Deonir DE TONI; Suélen BEBBER 1; Daniela BAGGIO
Recibido: 22/09/15 • Aprobado: 15/10/2015
4 Apresentação dos Resultados e Análise
RESUMO: O valor percebido é a base para o relacionamento de uma empresa com os seus clientes ou consumidores. A produção científica e a discussão acadêmica acerca do tema tornam-se relevantes pela importância da análise das características, tipologias e teorias que envolvem o valor percebido. Assim, este artigo teve como objetivo investigar o perfil das produções científicas sobre o valor percebido publicadas na base de dados Science Direct no período de 2011 a 2014. A partir de pesquisa bibliográfica e descritiva, de natureza quantitativa, foram pesquisadas as características e finalidade dos artigos publicados, apontando os indicadores de publicação por periódico e autoria, bem como a metodologia e instrumentos de coleta de dados utilizados, os segmentos econômicos pesquisados e a classificação bibliográfica dos artigos. A amostra foi representada por 15 trabalhos, sendo que os resultados apontaram para uma predominância de estudos descritivos. Evidenciou-se que a maioria dos artigos tem dois ou três autores, revelando a alta incidência de grupos de pesquisa na área, bem como um número elevado de bibliografia. |
ABSTRACT: Perceived value is the bases of a company's relationship with its clients or customers. Scientific production and academic discussion about this subject are relevant due to the importance of the characteristics analyses, typologies and theories that evolve perceived value. Thus, this paper aimed at investigate the profile of the scientific productions concerning perceived value published in Science Direct database during the period of 2011-2014. From bibliographic and descriptive research, of quantitative nature, the characteristics and means of published articles have been researched, pointing the indicators of publications per periodic and authorship, as well as the methodology and data collection instrument applied, the economic segments researched and the bibliographic classification of the articles. Fifteen papers represented the sample, and the results pointed to a predominance of descriptive studies. It is evident that greater part of the papers has two or three authors, revealing the great incidence of research groups in the area, as well as a high number of bibliography. |
O atual momento da economia mundial é marcado por uma disputa cada vez mais acirrada por posições estratégicas, tanto pelas nações quanto pelas organizações nelas estabelecidas (Milan et al., 2013). Aliado ao crescimento econômico estão as mudanças em termos de mercado e, junto com ele, a rivalidade entre os concorrentes e a disputa pelos clientes. O cliente, por sua vez, aproveita-se do momento para beneficiar-se e torna-se cada vez mais exigente e criterioso na escolha do seu fornecedor.
Ao fornecedor resta conquistar seus clientes e garantir sua permanência na empresa, criar vínculos mais fortes com eles e fazer com que estes sintam-se envolvidos com a empresa (Eckert et al., 2013). No entanto, clientes e/ou consumidores podem permanecer fiéis a uma empresa ou marca se perceberem que estão recebendo maior valor do que o do concorrente (Jiang & Rosenbllom, 2005; Molinari, Abratt & Dion, 2008).
O valor percebido é o resultado das atividades de marketing, um elemento vital para o estabelecimento, a manutenção e o aprofundamento de um relacionamento entre parceiros de troca (Moliner et al., 2007), fundamentando, em essência, na comparação entre os benefícios provenientes de um produto e/ou serviço em comparação aos sacrifícios incorridos para a sua obtenção (Zeithaml, 1998; Sirdeshmukh, Singh & Sabol, 2002).
O avanço científico nesse campo de estudo está relacionado às pesquisas e interações entre pesquisadores ao longo do tempo, buscando contribuir para a evolução dos conceitos, colaborando para a compreensão da teoria existente e discutindo os problemas práticos e a realidade do valor percebido (Ang & Buttle, 2006; Sääksjärvi et al., 2007).
Assim, tendo em vista a relevância do tema, destaca-se a importância da análise da produção científica e veiculação em periódicos disponíveis on-line, buscando compreender de que forma o conhecimento acadêmico vem sendo ampliado acerca do valor percebido.
Diante disso, o objetivo deste estudo foi o de analisar as publicações científicas internacionais que abordam o valor percebido entre os anos de 2011 e 2014. Para fins deste estudo, optou-se apenas pelas publicações em periódicos internacionais que estivessem classificados no Brasil como revistas classificadas como "Qualis A1, A2 e B1".
Além da introdução, este artigo está subdividido em mais quatro tópicos. O próximo aborda a revisão da literatura, esclarecendo essencialmente acerca do valor percebido. Na sequência, apresentam-se a metodologia, seguido pela apresentação e análise dos resultados. Por fim, no último tópico, as considerações finais do estudo.
O conceito de valor é antigo e relevante para o comportamento do consumidor (Gallarza & Gil, 2006). No entanto, este conceito foi revigorado após 1990, quando muitas organizações foram obrigadas a reorientar seus planejamentos estratégicos para a entrega de valor superior ao consumidor e/ou cliente que desejavam atender (Jamal, Othman & Muhammad, 2011).
A partir desta época, o valor percebido tem sido considerado uma das práticas de gestão mais importantes e destinada a atrair os consumidores ou clientes a adquirirem produtos e/ou serviços (Cengiz & Kirkbir, 2007). Isto se deu, parcialmente, devido à globalização dos ambientes competitivos, da evolução do comportamento dos compradores e ao aumento das demandas no mercado (Lynch & Chernatony, 2004; Cengiz & Kirkbir, 2007; Merle, Chandon & Roux, 2010).
O valor percebido tem recebido, portanto, crescente atenção na literatura e na prática das empresas nos últimos anos (Lee, Yoon & Lee, 2007; Brennan & Henneberg, 2008; Prebensen, et al., 2013). Porém, esta noção de valor tem sido inserida na visão de estratégia das empresas, originando o conceito de orientação para o mercado, na qual o foco em valor para o cliente é central (Woodruff, 1997; McDougall & Levesque, 2000; Kuo, Wu & Deng, 2009; Cheng, 2011; Prebensen, et al., 2013). Com base nisso, a definição de um modelo de gestão de mercado voltada ao valor percebido é o principal objetivo da gestão de marketing (Bajs, 2015).
Devido às rápidas mudanças no ambiente empresarial, com um número crescente de consumidores mais racionais, diante de uma expansão no número de alternativas de fornecedores/marcas, produtos e/ou serviços (Milan, 2006), o valor percebido é considerado fator chave para a conquista do consumidor em um ambiente altamente competitivo, sendo muito importante para o sucesso das organizações (Parasuraman, 1997; Ruiz et al., 2008). Associado a isso, Bajs (2015) argumenta que as empresas podem obter alguma fonte de vantagem competitiva oferecendo valor superior aos seus clientes ou consumidores em comparação à concorrência.
No entanto, cada empresa deve identificar a forma como o consumidor define ou percebe o valor de suas ofertas no mercado, e quais fatores determinam o valor percebido de seus compradores atuais e/ou potenciais (Gale, 1994; Cheng, 2011). A análise destes fatores pode fornecer orientações sobre a forma de como melhorar as ofertas existentes, o que, por sua vez, pode levar a um maior valor percebido pelos consumidores (Bajs, 2015). Além disso, o valor percebido é um conceito que fornece insights sobre como os consumidores percebem um determinado produto e/ou serviço e propicia indicativos de como criar um produto e/ou serviço mais assertivo, a fim de atender às necessidades, aos desejos e às expectativas dos consumidores (BAJS, 2015).
Para ampliar tal discussão, Petrick (2002) destaca que os consumidores utilizam o valor percebido para comparar alternativas entre as opções de mercado, ao invés de meramente confiar na qualidade do produto ou na sua potencial satisfação. Portanto, as medições da qualidade e da satisfação se tornaram menos importantes e o foco de boa parte das pesquisas foi direcionado ao valor percebido (GALE, 1994; BAJS, 2015).
Neste sentido, Rust, Lemon e Zeithaml (2006) defendem que o valor é a base para o relacionamento de uma empresa com os seus clientes ou consumidores, pois se eles não perceberem valor na oferta da empresa, pouco efeito terão as estratégias de marketing e as estratégias voltadas à construção de relacionamentos duradouros entre as partes, o que poderia repercutir positivamente na retenção e, até mesmo, na lealdade dos clientes. Aliás, Sirdeshmukh, Singh e Sabol (2002) e Lam et al. (2004) mencionam que os clientes podem permanecer retidos ou fiéis (ou leais) a uma empresa se perceberem que estão recebendo maior valor do que receberiam de uma empresa concorrente.
Holbrook (1999) afirma que o valor percebido desempenha um papel essencial nas estratégias, atividades e investimentos de marketing, merecendo devida atenção dos pesquisadores. Apesar dos esforços e numerosas publicações sobre o valor percebido, não se tem uma clareza quanto à sua conceituação (Day & Crask, 2000; Lloyd, Yip & Luk, 2011; Lee, Lee & Choi, 2011).
Em congruência a isso, o valor percebido é um conceito abstrato com significados que variam de acordo com o contexto em estudo, dependendo do tipo de produto e/ou serviço que são oferecidos, bem como as diferentes características do comprador (cliente ou consumidor) (Zeithaml, 1988; Yang et al., 2014; Eid & El-Gohary, 2014), as quais podem ser percebidas antes, durante ou depois da compra, podendo variar em cada momento ou situação específica na percepção do comprador (Sánchez et al., 2006; Gallarza & Gil, 2008).
A divergência que existe sobre a conceituação e mensuração do valor percebido tem relação com o fato do construto ser oriundo de uma área multidisciplinar, que envolve psicologia, sociologia, marketing e economia (Boksberger & Melse, 2011). Por exemplo, o valor é equiparado à utilidade ou à conveniência na perspectiva da economia, enquanto que, na área industrial, o valor é referido como um processo destinado a reduzir os custos. Além do mais, o valor está associado a valores humanos, como, por exemplo, valores instrumentais e afetivos. Em marketing, logicamente, o valor normalmente é definido a partir da perspectiva do consumidor (Patterson & Spreng, 1997). Todavia, Yang e Jolly (2009) e Chi e Kilduff (2011) argumentam que a divergência pode ocorrer pelo fato de que o valor a ser recebido refletiria o que os clientes desejam, constituindo-se, assim, em uma perspectiva futura da capacidade da empresa em atender aos seus clientes.
As definições de valor vêm evoluindo ao longo do tempo. As primeiras definições se concentravam principalmente sobre a decisão de trade-off (escolha) entre duas dimensões primárias, ou seja, qualidade e preço (Chi & Kilduff, 2011; Blocker, 2011). A definição mais amplamente adotada é a proposta por Zeithaml (1998), na qual o valor é compreendido como um trade-off entre os benefícios que são recebidos pelo comprador em troca dos sacrifícios que o mesmo incorre para obter determinado produto e/ou serviço comercializado pelas empresas (Gallarza & Gill, 2006; Fernández & Bonillo, 2007; Kim & Lee, 2011; Lloyd, Vip & Luk, 2011; Prebensen et al., 2013).
De acordo com Zeithaml (1988), o valor percebido, então, pode ser compreendido como uma avaliação global por parte do consumidor da utilidade de um produto e/ou serviço. Baseado na percepção da diferença do que é recebido (benefícios tais como quantidade, qualidade e outras conveniências) e do que é dado em contrapartida, ou seja, sacrifícios compostos pelo preço monetário a ser pago (por exemplo, um preço caro, razoável ou barato) e por custos não monetários percebidos (por exemplo, custos de tempo, de pesquisa, emocionais, esforços físicos e cognitivos associados com a avaliação dos possíveis riscos com a compra ou consumo).
Além deste conceito, Zeithaml (1988) defende que os compradores podem definir valor em quatro significados diferentes: (i) valor como sendo preço baixo; (ii) valor como aquilo que se busca em um produto e/ou serviço; (iii) os atributos qualitativos e quantitativos importantes; e (iv) valor como sendo a qualidade percebida do que foi recebido pelo que foi pago (Vranešević, 2000; Snoj, Korda & Mumel, 2004).
Neste sentido, uma definição similar é adotada por Chen e Dubinsky (2003), que definem o valor percebido como a percepção do consumidor sobre os benefícios obtidos em troca dos custos incorridos na obtenção do bem desejado. Dessa forma, o valor percebido pelo cliente ou consumidor assume caráter relativo, considerado como a diferença entre os benefícios obtidos por meio de um determinado produto e/ou serviço e os sacrifícios feitos para adquiri-lo(Ward & Ryals, 2001; Hellier et al., 2003; Lin & Wang, 2006; Kim, Chan & Gupta, 2007).
Por sua vez, Parasuraman e Grewal (2000) definem valor como uma função entre o "obter" um componente (benefícios derivados da qualidade do produto e/ou do serviço) e de um "dar" (custos monetários e não monetários), sendo uma proporção do que se consegue sobre o que se paga. Já Vieira, Matos e Slongo (2009) salientem que os consumidores sempre buscam obter mais com seu dinheiro. Se os consumidores estiverem recebendo valor da empresa, provavelmente continuarão comprando do mesmo fornecedor. Para Chiu et al., (2005) o valor percebido diz respeito à avaliação do sujeito após a sua experiência de interação com produtos e/ou serviços, o que se configura em uma variável fundamental no desfecho de um modelo geral de experiências de compra e/ou de consumo.
Os benefícios têm um impacto positivo no valor percebido. Seus componentes decorrem principalmente da qualidade percebida (Piri Rajh, 2006; Bajs, 2015) que, por sua vez, derivam de percepções dos recursos tangíveis e intangíveis do produto e/ou do serviço que está sendo avaliado (Zeithaml, 1988). Os benefícios funcionais são definidos como os benefícios decorrentes do desempenho do produto e/ou do serviço, refletindo a sua qualidade percebida (Jamal, Othman & Muhammad, 2011).
Os benefícios percebidos também podem incluir benefícios afetivos (emocionais e sociais) que o consumidor experimenta ou vivencia por meio da compra, consumo ou utilização de um produto e/ou serviço (Sánchez et al., 2006). Vale destacar que os benefícios afetivos desempenham um papel importante na percepção de valor dos consumidores, pois podem fomentar sentimentos positivos ou estimular a existência de ligações afetivas ou emocionais junto ao fornecedor, sua marca e suas ofertas (Fandos et al., 2006).
De outra forma, os sacrifícios geram um impacto negativo em relação ao valor percebido. Consistem em custos monetários e não monetários (por exemplo, preço, tempo, energia e esforços despendidos, bem como riscos percebidos), aspectos estes que, muitas vezes, são inevitáveis a fim de se obter e/ou utilizar um produto e/ou serviço (Zeithaml, 1988; Snoj, Korda & Mumel, 2004). O custo monetário (preço), especificamente, influencia a escolha do consumidor de duas formas distintas: como uma quantidade de dinheiro que o consumidor deve dar em troca da compra e/ou utilização de um produto e/ou serviço e como um indicador de qualidade, o que implica que o produto e/ou serviço é de melhor qualidade se o preço, em tese, for mais elevado do que os similares (Bajs, 2015).
Ao analisar a relação entre as dimensões de benefícios e sacrifícios percebidos, o aumento nas percepções de qualidade resulta no aumento do valor, enquanto que os níveis mais elevados de sacrifício percebido reduzem as percepções de valor (Cronin Jr., Brady & Hult, 2000; Piri Rajh, 2006). Jamal, Othman e Muhammad (2011) apontam que o aumento do valor percebido pelo consumidor pode ser alcançado através de uma combinação de aumento nos benefícios emocionais e/ou reduções dos custos (monetários ou não monetários). Os benefícios e os sacrifícios percebidos podem, assim, ser entendidos como dois elementos interdependentes, uma vez que o aumento dos benefícios deve levar diretamente à redução dos sacrifícios percebidos e vice e versa (Ashton et al., 2010; Bajs, 2015).
Avançando no entendimento do valor percebido, Fernández e Bonillo (2007) compreendem que a abordagem global do valor pressupõe um conceito unidimensional. Neste horizonte, o valor percebido é um conceito geral único que pode ser medido, e ainda mais, que pode ser produzido por múltiplos antecedentes (Fernández & Bonillo, 2007). Nesta abordagem, o valor percebido é essencialmente concebido com uma perspectiva utilitarista, seguindo o conceito econômico adotado para avaliar os benefícios e os sacrifícios intrínsecos ao processo de escolha e decisão do consumidor.
A partir dos anos 90, a conceituação do valor percebido e a sua operacionalização foi ganhando popularidade (Rust, Zeithaml & Lemon, 2000; Sweeney & Soutar, 2001; Fernández; & Bonillo, 2007). Mais dimensões foram discutidas e adicionadas para melhorar a compreensão do valor percebido, uma vez que um trade-off entre qualidade e preço foi considerada demasiado simplista e incompleta (Bolton & Drew, 1991; Woodruff, 1997). Ao decorrer do tempo, foram propostas e testadas por um número crescente de estudos, medidas e escalas para quantificar o valor percebido (Chi & Kilduff, 2011). Estas medidas atinentes ao valor percebido são as que agrupam os itens de mensuração do valor em subdivisões menores, segmentando sua mensuração a partir destas dimensões (Fernández & Bonillo, 2007). Esta abordagem nos permite superar alguns dos problemas da abordagem tradicional, particularmente a sua excessiva concentração na utilidade econômica (Zeithmal, 1988; Jamal, Othman & Muhammad, 2011).
Sheth, Newman e Gross (1991) propuseram que o valor percebido é um conceito multidimensional, incluindo dimensões intrínsecas tais como a funcional, a condicional, a epistêmica, a social e os valores emocionais. Com base em Sheth, Newman e Gross (1991), Sweeney e Soutar (2001) desenvolveram uma escala com uma série de itens de valor percebido, a Escala Perval, que possui quatro dimensões: valores sociais, monetária, qualidade e aspectos emocionais. Eles mostraram a viabilidade da Escala Perval através de uma série de testes de sua confiabilidade e validade em ambas as situações, pré-compra e pós-compra, para uma ampla variedade de categorias de produtos, incluindo roupas, calçados, automóveis, eletrodomésticos e móveis.
Outra abordagem relevante é a de Holbrook (1999), que define o valor percebido como uma experiência de preferência relativa (são perspectivas: comparativa, pessoal e situacional) e interativa (uma interação entre alguém, um sujeito e algo, um objeto, ocorrendo à avaliação deste objeto por alguém). Para o mesmo autor, o valor é o resultado de um juízo valorativo, propondo uma tipologia articulada em torno de três dimensões fundamentais: dimensão ontológica (orientação intrínseca versus extrínseca), dimensão praxeológica (orientação ativa versus reativa) e dimensão social (consumidor auto orientado versus orientado para os outros). Esta abordagem tem origem na ideia de valor de uso e repercute em uma conceituação mais hedônica ou simbólica de valor (Mencarelli & Riviére, 2014).
O presente estudo pode ser caracterizado como uma pesquisa bibliométrica, de caráter descritivo, buscando analisar o que está sendo publicado de mais relevante nos últimos anos sobre o valor percebido, mais especificamente na base de dados Science Direct. A pesquisa descritiva pode ser entendida como aquela que visa descrever ou definir um dado fenômeno (Remler & Van Ryzin, 2011; Malhotra, Birks & Wills, 2012).
Para o desenvolvimento da pesquisa, primeiramente, buscou-se a tradução mais adequada da expressão "Valor Percebido" para a língua inglesa, visto que nas bases de dados a busca é realizada pelo termo em inglês. Foi realizada a tradução por duas ferramentas de tradução on-line, o Google Tradutor (http://translate.google.com.br/) e Babylon (http://translation.babylon.com/) e ambas resultaram em "Perceived Value".
Para ter mais segurança a este resultado, buscou-se acesso a área de periódicos do sítio da Capes (http://www.periodicos.capes.gov.br/) e efetuou-se uma busca avançada pelo mesmo assunto, em português, nos periódicos que continham "Valor Percebido" no título. Foram localizados treze artigos publicados em periódicos nacionais, e todos eles apresentavam esse mesmo entendimento.
Dando sequência acessaram-se a base de dados da Science Direct, (http://www.sciencedirect.com), que é uma base de dados referencial com publicações em todas as áreas do conhecimento (multidisciplinar). A primeira etapa da pesquisa nessa base de dados consistiu em verificar se o assunto em questão é um assunto atual, e qual a recorrência de publicações relacionadas. Diante disso, foi realizada, na base de dados da Science Direct, uma busca pelo termo "Perceived Value" nos tópicos, que inclui pesquisa nos títulos, resumo e palavras-chave das publicações. Utilizou-se a opção de pesquisa "ano da publicação", marcando a opção a partir de 1823 a 2014, buscando todos os anos de publicação da base, para que não houvesse limite de período para a pesquisa. Além disso, restringiu-se a pesquisa apenas aos artigos, no idioma inglês, na área das ciências sociais, sendo que esta pesquisa retornou 2.074 publicações. A Figura 1 apresenta um gráfico desses artigos, ordenados em ordem cronológica de publicação.
Como pode ser percebido na Figura 1, existem publicações sobre o assunto desde 1970, mas que há um crescimento significativo a partir do início dos anos 2011. Assim, definiu-se que a continuação da presente pesquisa utilizaria como limítrofe os anos de 2011 a 2014, pelo motivo da elevada quantidade de publicações sobre o assunto, se comparado aos anos anteriores.
Figura 1: Artigos publicados com a temática valor percebido
Fonte: Science Direct
Estabelecido este critério de quatro anos para a realização da pesquisa, partiu-se para a realização da pesquisa dos artigos publicados, dessa vez restrita pelo período 2011-2014, fazendo-se uma busca pelo termo "Perceived Value" nos tópicos das publicações, restringindo-as apenas a "artigos". Após a aplicação destes filtros, chegou-se a um total de 917 artigos.
Posteriormente foi realizada uma segunda estratégia de classificação, no sentido de utilizar apenas os artigos classificados como Qualis A1, A2 e B1 pela CAPES. De acordo com Luciani, Cardoso e Beuren (2007), o Qualis é um sistema concebido pela CAPES para atender a necessidades específicas do sistema de avaliação e baseia-se nas informações fornecidas pelos programas de pós-graduação no sistema de coleta de dados, cuja classificação é feita ou coordenada pelo representante de cada área e passa por processo trienal de atualização.
Assim, procedeu-se uma pesquisa pelo ISSN do periódico no site Webqualis da CAPES (http://qualis.capes.gov.br/webqualis/principal.seam) para separá-los de acordo com a sua categoria, resultando em 90 artigos, todos internacionais. Destes, trinta foram publicados em periódicos classificados como A1, dois em A2 e cinqüenta e oito em B1. Os demais periódicos estavam classificados como, B3, B4 e B5 ou não estavam cadastrados no sistema Qualis. A explicação para isso é que, embora sejam periódicos internacionais relevantes, eles são cadastrados no sistema Webqualis apenas quando algum pesquisador brasileiro publica artigo nestas revistas (CAPES, 2012).
Depois desta seleção, realizou-se o download em formato Adobe Reader (pdf) dos noventa artigos (A1, A2 e B1) bem como a leitura dos mesmos. Verificou-se que o conteúdo de setenta e cinco deles não estava em consonância com a temática em análise, sendo que por isso foram excluídos, o que totalizou um número de 15 artigos para análise.
As variáveis de análise foram assim definidas: objetivos/finalidade, ano de publicação, periódico, autoria, tipo de pesquisa, método de coleta de dados, segmento de pesquisa e bibliografia. Neste trabalho foi empregado o método analítico descritivo (Gil, 2009), uma vez que objetivou-se verificar com que frequência um fato ocorre, com o auxílio do programa Microsoft Excel.
O Quadro 1 apresenta as características dos artigos da amostra, considerando título, ano de publicação, autoria e assunto/objetivo.
Quadro 1 - Caracterização dos artigos selecionados
Nº |
Título |
Assunto/Objetivo |
Autores |
Ano |
1 |
Customer satisfaction using low cost carriers
|
Analisou a importância relativa da qualidade de serviço percebido e a relação entre a qualidade do serviço percebido e intenção comportamental do cliente. |
Kim & Lee |
2011 |
2 |
An examination of the differences in retail service evaluation between domestic and tourist shoppers in Hong Kong |
O estudo desenvolveu uma escala expandida do valor percebido com o cliente. |
Lloyd, Yip & Luk |
2011 |
3 |
An examination of food tourist's behavior: Using the modified theory of reasoned action |
Verificou o efeito do valor percebido na intenção de revisitação e satisfação do cliente. |
Kim, Kim & Goh |
2011 |
4 |
Consumer attitudes toward in-flight shopping |
Relação entre a percepção de risco, valor percebido, conveniência e atitudes em relação a Insight de compras e intenção comportamental. |
Liou |
2011 |
5 |
Using SERVQUAL to assess the quality of e-learning experience |
Avaliou a qualidade do serviço do ensino a distância. |
Udo, Bagchi & Kirs |
2011 |
6 |
Motivations and perceived value of volunteer tourists from Hong Kong |
Analisou os fatores motivacionais e valor percebido dos turistas de Hong Kong. |
Lo & Lee |
2011 |
7 |
Assessing how service quality, airline image and customer value affect the intentions of passengers regarding low cost carriers |
Investigou a relação entre a imagem, qualidade de serviço, valor do cliente e intenções comportamentais de passageiros de transportes de baixos custos. |
Yang, Hsieh, Li & Yang |
2012 |
8 |
Urban destination loyalty drivers and cross-national moderator effects: The case of Barcelona |
Investigou a fidelização dos turistas em destinos turísticos, incluindo no modelo a influência do valor percebido. |
Coll, Saumel, García & Fiol |
2012 |
9 |
What drives purchase intention in the context of online content services? The moderating role of ethical self-efficacy for online piracy |
Compreender os fatores que afetam a intenção de compras on-line. |
Wang, Yeh & Liao |
2012 |
10 |
The effect of site quality on repurchase intention in Internet shopping through mediating variables: The case of university students in South Korea |
Verificou o efeito da qualidade do site na intenção de recompra pela internet. |
Shin, Chung, Oh & Lee |
2013 |
11 |
Understanding the mediated moderating role of customer expectations in the customer satisfaction model: The case of casinos |
Examinou o papel moderador das expectativas dos clientes sobre a relação entre satisfação do cliente, desempenho e o valor percebido. |
Wong & Dioko |
2013 |
12 |
Fuzzy ServPerf model combined with ELECTRE III to comparatively evaluate service quality of international airports in Sicily |
Avaliou comparativamente a qualidade de alternativas de serviço. |
Lupo |
2014 |
13 |
A cross cultural investigation of airlines service quality through integration of Servqual and the Kano model |
Discutiu a qualidade de serviço e seu efeito sobre a satisfação do cliente. |
Basfirinci& Mitra |
2014 |
14 |
Antecedents and consequences of perceived value in Mobile Government continuance use: An empirical research in China |
Investigou os antecedentes e consequentes do valor percebido. |
Wang |
2014 |
15 |
Service quality and customer satisfaction of a UAE-based airline: An empirical investigation |
Analisou as ligações entre a imagem de um prestador de serviço, qualidade de serviço, expectativas do cliente, satisfação do cliente e fidelização a marca em uma companhia aérea. |
Hussai, Nasser & Hussain |
2014 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
O Quadro 2 apresenta a quantidade de trabalhos publicados sobre o valor percebido na base de dados Science Direct a partir de 2011 até 2014. Nota-se que o número de publicações foi variável, existente em todos os anos, sendo mais expressiva em 2011. A média de publicações no período foi de 3,8 publicações ao ano, o que pode ser considerada uma média baixa. Moran et. al. (2010) ressalta a relevância da organização de dados sobre a produção científica de um período, uma vez que tal movimento contribui para a continuidade das investigações e a evolução de determinada área do conhecimento.
Quadro 2 - Número de publicações por ano
Ano |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
2011 |
6 |
39 |
2012 |
3 |
20 |
2013 |
2 |
14 |
2014 |
4 |
27 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
No Quadro 3 observa-se que as 15 publicações pesquisadas concentraram-se em 4 períodicos sendo que os que mais apresentaram frequência de publicação foram os Journal of Air Transport Management e Tourism Management.
Quadro 3 - Número de publicações por periódico
Publicação |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
Tourism Management |
6 |
39 |
Journal of Air Transport Management |
5 |
33 |
Computers in Human Behavior |
2 |
14 |
International Journal of Information Management |
2 |
14 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
O Quadro 4 traz as características da autoria, destacando que a maioria dos artigos têm três autores 46%, seguido de 27% com dois autores, 20% com uma unica autoria e 7 % com quatro autores. Dentre os artigos da amostra não há nenhum autor com mais de um artigo publicado.
Quadro 4 - Caracterização da autoria dos artigos selecionados
Número de autores |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
Um autor |
3 |
20 |
Dois autores |
4 |
27 |
Três autores |
7 |
46 |
Quatro autores |
1 |
7 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
Com relação à metodologia de pesquisa utilizada, observa-se no Quadro 5 que a maioria dos artigos da amostra caracterizaram-se como pesquisa descritiva (66%), seguido das pesquisas de campo exploratória (27%) e dos estudos de caso (7%).
Quadro 5 - Tipos de pesquisa desenvolvidos
Tipo de pesquisa |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
Estudo de caso |
1 |
7 |
Pesquisa exploratória |
4 |
27 |
Pesquisa descritiva |
10 |
66 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
No Quadro 6 observa-se que, ao se tratar do método de coleta de dados, a maioria dos artigos envolveu questionários.
Quadro 6 - Caracterização dos artigos selecionados
Método de coleta de dados |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
Questionários |
14 |
93 |
Entrevistas |
1 |
7 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
No Quadro 7 destaca-se o segmento focado em cada uma das pesquisas apresentadas nos artigos, destacando a temática do valor percebido. Verifica-se que as principais áreas de pesquisa são transporte aéreo, turismo, tecnologia da informação, comércio eletrônico, tecnologia e escola de ensino superior.
Quadro 7 - Caracterização dos artigos selecionados
Segmento pesquisa |
Frequência (Nº) |
Percentual (%) |
Turismo |
5 |
33 |
Transporte aéreo |
6 |
39 |
Tecnologia da informação |
1 |
7 |
Comércio eletrônico (E-Commerce) |
1 |
7 |
Tecnologia |
1 |
7 |
Escola de ensino superior |
1 |
7 |
Total |
15 |
100 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
Por fim, no Quadro 8 observa-se que nos 15 artigos pesquisados, foram referenciados 1091 autores. Com relação as referências utilizadas nos artigos percebeu-se que o número médio foi de 72,73 referências por artigo.
Quadro 8 - Caracterização dos artigos selecionados
Bibliografia |
Frequência (Nº) |
Número de referências |
1091 |
Número de artigos |
15 |
Número médio de referências |
72,73 |
Fonte: Dados da Pesquisa (2014)
O objetivo deste estudo, que era o de analisar as publicações científicas internacionais que abordam o valor percebido entre os anos de 2011 e 2014, foi atingido. O estudo mostra que, a partir da análise realizada nos quinze artigos selecionados, todos eles apresentam contribuições relevantes ao tema a que se propõem. A partir dos resultados da pesquisa referentes ao perfil das publicações sobre o valor percebido na base de dados Science Direct, bem como considerando as variáveis investigadas, podem-se apresentar algumas considerações.
Ao se investigar as temáticas dos trabalhos apresentados e seus objetivos observou-se que grande parte constitui pesquisa descritiva acerca de modelos teóricos, que buscam analisar os antecedentes e consequentes do valor percebido.
Quanto ao volume de publicação no período em análise verificou-se que 39% da produção se concentraram em 2011 e 100% dos artigos foram publicados em periódicos que trabalham com temas referentes ao contexto de gestão organizacional.
Analisando as características da autoria percebeu-se uma frequência maior de publicação com três ou dois autores, refletindo uma relevância de grupos de pesquisadores na área.
Considerando o método de pesquisa e os instrumentos de coleta de dados, os artigos apresentam maior número de estudos na área descritiva e exploratória, a partir de questionários e entrevistas.
Em relação à análise de produção científica por segmento econômico, tem-se que a área de transporte aéreo é a que mais foi analisada nos estudos, tendo em vista as próprias características das empresas desses setores.
Ao se investigar a bibliografia utilizada nos artigos, observa-se que a média das referências é representativa, 72,73 referências por artigo em um total de 1091 referências.
Por fim, a análise quantitativa da pesquisa permitiu a estruturação da literatura estudada, caracterizando o perfil dos artigos publicados no âmbito da base de dados Science Direct no período de 2011 a 2014, evidenciando seus traços mais frequentes, bem como as abordagens utilizadas.
Destaca-se que o valor percebido por se tratar de um assunto bastante relevante nas empresas contemporâneas que atuam em mercados competitivos, tem recebido crescente atenção na literatura (PREBENSEN, et al.,2013).
Tal como ocorre em outras pesquisas, esta também teve as suas limitações. Uma delas reside no fato de ter sido utilizado apenas o termo "Perceived Value" na busca pelo material na base de dados. É possível que existam outras traduções que expressem a "valor percebido" para a língua inglesa.
Outra limitação é que a busca pelos artigos foi realizada apenas na base de dados da Science Direct. Caso essa busca tivesse sido estendida a outras, é provável que a quantidades de artigos localizados fosse maior, e em consequência disso a análise poderia ter sido complementada com outros estudos.
Por fim, ressalta-se que o ponto de corte dos artigos, onde se escolheu que os artigos selecionados seriam referentes ao ano de 2011 a 2014, seguiu um critério subjetivo, a critério dos autores. Além disso, pelo fato de terem sido escolhidos apenas publicações classificadas como Qualis A1, A2 e B1, podem ter sido suprimidas outras importantes publicações. Isso se deve ao fato de que os periódicos internacionais passarem a ser classificados apenas a partir do momento em que há publicação de autores brasileiros nas mesmas.
Como recomendações de pesquisas futuras, sugere-se buscar publicações em outras bases de dados nacionais e internacionais, o que pode trazer novos componentes ao tema pesquisado, bem como desencadear novas lacunas de pesquisa. Além disso, recomenda-se a replicação desta pesquisa em outras áreas do conhecimento.
Ang, L. & Buttle, F. (2006). Customer retention management process. European Journal of Marketing, 40(1/2), 83-99.
Ashton, A. S., Scott, N., Solnet, D. & Breakey, N. (2010). Hotel restaurant dining: the relationship between perceived value and intention to purchase. Tourism and Hospitality Research, 10(3), 206-218.
Bajs, I. P. (2015). Tourist perceived value, relationship to satisfaction, and behavioral intentions: the example of the Croatian tourist destination Dubrovnik. Journal of Travel Research, 54(1), 122-134.
Blocker, C. P. (2011). Modeling customer value perception sin cross-cultural business markets. Journal Business Research, 64, 533-540.
Boksberger, P. E. & Melse, L. (2011). Perceived value: a critical examination of definitions, concepts and measures for the service industry. Journal of Services Marketing, 25(3), 229-240.
Bolton, R. N. & Drew, J. H. (1991). A multistage model of customers assessments of service quality and value. Journal of Consumer Research, 17, 375-384.
Brennan, R. & Henneberg, S. C. (2008). Does political marketing need the concept of customer value? Marketing Intelligence & Planning, 26(6), 559-572.
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. (2014). Atualização do Webqualis da área – 2012. Disponível em: http://qualis.capes.gov.br/webqualis/publico/pesquisaPublicaClassificacao.seam?conversationPropagation=begin. Acesso em: 22 fev. 2014.
Cengiz, E. & Kirkbir, F. (2007). Customer perceived value: the development of a multiple item scale in hospitals. Problems and Perspectives in Management, 5(3), 252-286.
Chen, Z. & Dubinsky, A. J. (2003). A conceptual model of perceived customer value in ecommerce: a preliminary investigation. Psychology & Marketing, 20(4), 323-347.
Cheng, S. L. (2011). Comparisons of competing models between attitudinal loyalty and behavioral loyalty. International Journal of Business and Social Science, 2, 149-166.
Chi, T. & Kilduff, P. P. D. (2011). Understanding consumer perceived value of casual sportswear: an empirical study. Journal of Retailing and Consumer Services, 18, 422-429.
Chiu, H. C., Hsieh, Y. C., Li, Y. C. & Lee, M. (2005). Relationship marketing and consumer switching behavior. Journal of Business Research, 58(16), 1681-1689.
Cronin, Jr., J. J., Brady, M. K. & Hult, G. T. M. (2000). Assessing the effects of quality, value, and customer satisfaction on consumer behavioral intentions in service environments. Journal of Retailing, 76(2), 193-218.
Day, E. & Crask, M. R. (2000). Value assessment: the antecedent of customer satisfaction. Journal of Consumer Satisfaction, Dissatisfaction & Complaining Behavior, 13, 52-60.
Eckert, A., Milan, G. S., Mecca, M. S. & Nunes, G. P. (2013). Fatores determinantes para a retenção de clientes em escritórios de contabilidade: um estudo multicaso realizado em uma cidade da Serra Gaúcha. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, 6(3), 50-78.
Eid, R. & El-Gohary, H. (2014). Muslim tourist perceived value in the hospitality and tourism industry. Journal of Travel Research, 1-14.
Fandos, R., Carlos, J., Garcia, J. S., Tena, M. A. M. & Monzonis, J. L. (2006). Customer perceived value in banking services. International Journal of Bank Marketing, 24(5), 266-283.
Fernández, R. S. & Bonillo, M. A. I. (2007). The concept of perceived value: a systematic review of the research. Journal Marketing Theory, 7(4), 427-451.
Gale, B.T. (1994). Managing customer value: creating quality and service that customer can see. New York.
Gallarza, M. G. & Gil, I. S. (2006). Value dimensions, perceived value, satisfaction and loyalty: an investigation of university students travel behavior. Tourism Management, 27(3), 437-452.
Gil, A. C. (2009). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
Hellier, P. K., Geursen, G. M., Carr, R. A. & Rickard, J. A. (2003). Customer repurchase intention: a general structural equation model. European Journal of Marketing, 37(11), 1.762-1.800.
Holbrook, M. B. (1999). Introduction to consumer value. In: Holbrook, M. B. (Ed.). Consumer value: a framework for analysis and research. London: Routledge, 1-28.
Jamal, S. A., Othman, N. & Muhammad, N. M. N. (2011). Tourist perceived value in a community-based home stay visit: an investigation into the functional and experiential aspect of value. Journal of Vacation Marketing, 17(1), 5-15.
Jiang, P. & Rosenbllom, B. (2005). Customer intention ret um online: price perception, attribute-level performance, and satisfaction unfolding over time. European Journal of Marketing, 39(1/2), 150-74.
Kim, H., Chan, H. C. & Gupta, S. (2007). Value-based adoption of mobile Internet: an empirical investigation. Decision Support Systems, 43(1), 111-126.
Kim, Y. K. & Lee, H. R. (2011). Customer satisfaction using low cost carriers. Tourism Management, 32, 235-243.
Kuo, Y. F., Wu, C. M. & Deng, W. J. (2009). The relationships among service quality, perceived value, customer satisfaction, and post-purchase intention in mobile value-added services. Computers in Human Behavior, 25, 887-896.
Lam, S. Y., Shankar, V., Erramilli, M. K. & Murthy, B. (2204). Customer value, satisfaction, and switching costs: an illustration from business-to-business service context. Journal of the Academy of Marketing Science, 32(3), 293-311.
Lee, C. K., Yoon, Y. S. & Lee, S. K. (2007). Investigating the relationships among perceived value, satisfaction, and recommendations: the case of the Korean DMZ. Tourism Management, 28(1), 204-214.
Lee, J. S., Lee, C. K. & Choi. Y. (2011). Examining the role of emotional and functional values in festival evaluation. Journal of Travel Research, 50(6), 685-696.
Lin, H. H. & Wang, Y. S. (2006). An examination of the determinants of customer loyalty in mobile commerce contexts. Information & Management, 43(3), 271-282.
Lloyd, A. E., Yip, L. S. C. & Luk, S. T. K. (2011). An examination of the differences in retail service evaluation between domestic and tourist shoppers in Hong Kong. Tourism Management, 32, 520-533.
Lynch, J. & Chernatony, L. (2004). The power of emotion: brand communication in business-to-business markets. Brand Management, 11(5), 403-419.
Luciani, J. C. J., Cardoso, N. J. & Beuren, I. M. (2007). Inserção da controladoria em artigos de periódicos nacionais classificados no Sistema Qualis da CAPES. Contabilidade Vista & Revista, 18(1), 11-26.
Malhotra, N. K., Birks, D. & Wills, P. (2012). Marketing research: applied approach. 4th edition. New York: Pearson.
Mencarelli, R. & Riviére, A. (2014). Perceived value in B2B and B2C: a comparative approach and cross-fertilization. Marketing Theory, 1-20.
Merle, A., Chandon, J. L. & Roux, E. (2010). Perceived value of the mass-customized product and mass customization experience for individual consumers. Production and Operations Management, 19(5), 503-14.
Mcdougall, G. H. G. & Levesque, T. (2000). Customer satisfaction with services: putting perceived value into the equation. Journal of Services Marketing, 14(5), 392-410.
Milan, G. S. (2006). A prática do marketing de relacionamento e a retenção de clientes: um estudo aplicado em um ambiente de serviços. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul- Escola de Engenharia.
Milan G. S., Eckert, A., Mello, C. B. C. & Giovanella, R. (2013). A aquisição de uma empresa brasileira como estratégia de internacionalização de uma multinacional fabricante de material elétrico: o processo e principais resultados. REBRAE – Revista Brasileira de Estratégia, 6(2), 121-136.
Molinari, L. K., Abratt, R. & Dion, P. (2008). Satisfaction, quality and value and effects on repurchase and positive word-of-mouth behavioral intentions in a B2B services context. Journal of Services Marketing, 22(5), 363-373.
Moliner, M. A., Sánchez, J., Rodríguez, R. M. & Callarisa, L. (2007). Perceived relationship quality and post-purchase perceived value: an integrative framework. European Journal of Marketing, 41(11/12), 1.392-1.422.
Moran, M. R., Souza, F. F. A., Boaventura, J. M. G., Marinho, B. L. & Fischmann, A. A. (2010). Alianças Estratégicas: uma análise bibliométrica da produção científica entre 1989 e 2008. Revista de Ciências da Administração, 12(27), 42-62.
Parasuraman, A. & Grewal, D. (2000). The impact of technology on the quality value-loyalty chain: a research agenda. Journal Academy of Marketing Science, 28(1), 168-174.
Parasuraman, A. (1997). Reflections on gaining competitive advantage through customer value. Journal of the Academy of Marketing Science, 25(2), 154-161.
Patterson P. G. & Spreng, R. A. (1997). Modeling the relationship between perceived value, satisfaction and repurchase intentions in a business-to-business, services context: an empirical examination. International Journal of Service Industry Management, 8(5), 414-434.
Petrick, J. F. (2002). Development of a multi-dimensional scale for measuring the perceived value of a service. Journal of Leisure Research, 34(2), 119-134.
Piri Rajh, S. (2006). The impact of quality and costs on value perception and purchase intentions. Zagreb: Faculty of Business and Economics University in Zagreb.
Prebensen, N., Woo, E., Chen, J. & Uysal, M. (2013). Motivation and involvement as antecedents of the perceived value of the destination experience. Journal of Travel Research, 52(2), 253-264.
Remler, D. K. & Vanryzin, G. G. (2011). Research Methods in Practice. Sage Publications. Thousand Oasks: California.
Ruiz, D. M., Gremler, D. D., Washburn, J. H. & Carrión, G. C. (2008). Service value revisited: specifying a higher-order, formative measure. Journal of Business Research, 61(12), 78-91.
Rust, R. T., Lemon, K. N. & Zeithaml, V. A. (2006). Measuring customer equity and calculating marketing ROI. Handbook of Marketing Research. Sage Publications. Thousand Oaks: 588-601.
Rust, R. T., Zeithaml, V. A. & Lemon, K. N. (2000). Driving customer equity: how customer lifetime value is reshaping corporate strategy. New York: The Free Press.
Sánchez, J., Callarisa, J., Rodriguez, M. & Moliner, A. (2006). Perceived value of the purchase of a tourism product. Tourism Management, 27(4), 394-409.
Sääksjärvi, M., Hellén, K., Gummerus, J. & Grönroos. C. (2007). Love at first sight or a long-term affair? Different relationship levels as predictors of customer commitment. Journal of Relationship Marketing, 6(1), 45-61.
Sheth, J. N., Newman, B. I. & Gross, B. L. (1991). Why we buy what we buy: a theory of consumption values. Journal of Business Research, 22(2), 159-170.
Sirdeshmukh, D., Singh, J. & Sabol, B. (2002). Consumer trust, value, and loyalty in relational exchanges. Journal of Marketing, 66, 15-37.
Snoj, B., Korda, A. P. & Mumel. D. (2004). The relationships among perceived quality, perceived risk and perceived product value. Journal of Product and Brand Management, 13(3), 156-167.
Sweeney, J. C. & Soutar, G. N. (2001). Consumer perceived value: the development of a multiple item scale. Journal of Retailing, 77(2), 203-220.
Vieira, V. A., Matos, C. A. & Slongo, L. A. (2009). Avaliação das relações entre qualidade de serviço do site, satisfação, valor percebido, lealdade e boca a boca por meio de um modelo teórico. Revista de Administração São Paulo- RAUSP, 44(2), 131-146.
Vranešević, T. (2000). Customers' satisfaction management. Zagreb. Golden Marketing.
Ward, K. & Ryals, L. (2001). Latest thinking on attaching a financial value to marketing strategy: through brands to valuing relationships. Journal of Targeting Measurement & Analysis for Marketing, 9(4), 327-340.
Woodruff, R. B. (1997). Customer value: the next source for competitive advantage. Journal of the Academy of Marketing Science, 25(2), 139-153.
Yang, K. & Jolly, L. D. (2009). The effects of consumer perceived value and subjective norm on mobile data service adoption between American and Korean consumers. Journal of Retailing and Consumer Services, 16, 502-508.
Yang, Y., Liu, X., Jing, F. & Li, J. (2014). How does perceived value affect travelers' satisfaction and loyalty? Social Behavior and Personality, 42(10), 1733-1744.
Zeithaml, V. A. (1988). Consumer perceptions of price, quality, and value: a means-end model and synthesis of evidence. Journal of Marketing, 52(3), 2-22.
1. Email: baber.suelen@gmail.com