Espacios. Vol. 37 (Nº 03) Año 2016. Pág. 20
Waldiléia Ferreira de Melo BATISTA 1; Kelly Polyana Pereira SANTOS 2, Luciano Silva FIGUEIREDO 3, Roseli Farias Melo de BARROS 4
Recibido: 20/09/15 • Aprobado: 24/10/2015
RESUMO: Nesse trabalho objetivou-se conhecer a realidade socioeconômica, as práticas culturais e religiosas da comunidade rural Novo Nilo (União/PI), situada à margem direita do rio Parnaíba. A metodologia deu-se em etapas de observação direta, registro fotográfico e aplicação de formulários semiestruturados a 202 pessoas, perfazendo 54,4% do universo amostral. Os resultados indicam que 31% dos moradores não apresentam escolaridade, 67% praticam agricultura de subsistência e 81% recebem benefícios do governo federal. Apresenta sérios problemas de saúde e total ausência de saneamento básico. A população participa ativamente dos eventos culturais e quanto à religiosidade, 81% declararam-se católicos, com a presença de rezadores. |
ABSTRACT: In this work was aimed to know the socio-economic reality and cultural and religious practices of the rural community Novo Nilo (União / PI), located on the right side of Parnaíba River. The methodology took place in direct observation, photographic documentation and application of semi-structured forms to 202 people, making up 54.4% of the universal sample. The results indicate that 31% of residents have no education, 67% practice subsistence agriculture and 81% receive benefits from the federal government. There is serious health problems and total deficiency of sanitation. The population participates actively in cultural and religion events, 81% of them are Catholics, with the presence of healers. |
Ao longo da história, o ser humano vem acumulando informações sobre o ambiente em que vive, procurando desenvolver variadas técnicas de uso e manejo dos recursos naturais, principalmente dos recursos vegetais, com o objetivo de garantir melhores formas de sobrevivência, através de uma relação direta com a natureza. Esta relação é objeto de estudo da ciência conhecida como Etnobotânica, que além deste papel, procura o resgate e valorização do saber popular, buscando intensificar sua disseminação entre os membros de diversas comunidades (Santos et al. 2008).
Os aspectos culturais configuram-se como objeto de estudo de vários autores como (Matta, 1997); (Amaral, 1998); (Figueiredo, 1999); (Guarinello, 2001); (Barros, 2002); (Perez, 2002); (Haesbaert, 2007); (França, 2008); (Carvalho, 2010); (Souza e Costa, 2011) que levantam questões que se referem ao caráter ritual, religioso, político, formador de identidades, cultural e formador de grupos sociais procurando registrar as diferentes manifestações da cultura popular. No entanto, é também papel da Etnobotânica trazer contribuições para a área, que abordem não apenas os diversos aspectos das relações entre pessoas e plantas, mas incluindo investigações sobre conhecimento, significado cultural, origem e fluxo do conhecimento, etnotaxonomia e perda de conhecimento (Albuquerque e Lucena, 2005); (Hanazaki et al. 2006); (Lucena et al. 2007). No Piauí, vários estudos etnobotânicos vêm destacando também essas manifestações, como (Oliveira et al., 2011); (Amorim, Silva e Barros, 2012); (Gondim, Vieira, e Barros, 2012); (Silva, Barros e Araújo, 2012); (Franco e Barros, 2012); (Aguiar e Barros, 2012); (Chaves e Barros, 2012); (Freitas et al., 2012); (Sousa et al., 2012); (Vieira e Barros, 2013), dentre outros.
O estudo do conhecimento local pode ajudar a entender como funcionam esses mecanismos de manejo (Berkes et al. 2000), porém, tão importante quanto observar esses modelos nos aspectos botânicos e ecológicos, é também fazer o resgate dos significativos valores culturais, comentado por (Sachs, 1997), quando afirma que não se pode falar de biodiversidade separando-a da diversidade cultural.
(Norgaard e Sikor, 2002) mencionam que, no meio rural, especialmente nos países de terceiro mundo, o ambiente e a cultura apresentam-se interligados a outros processos, que condicionam o desenvolvimento local, tais como: conhecimento, valores, organização social, ambiente e tecnologias. Afirmam, ainda, que a sobrevivência dessas e nessas comunidades depende de políticas públicas adequadas. Para (Amorozo e Gély, 1988) e (Benz et al., 2000), as rápidas mudanças sociais e os processos de aculturação econômica e cultural afetam fortemente o conhecimento local sobre o uso de recursos naturais.
O conhecimento do perfil socioeconômico dos moradores das comunidades rurais, bem como de sua cultura e práticas religiosas, são de grande relevância visto que, como observado por (Boada, 1991), as festas religiosas, por exemplo, merecem destaque por representarem mudança no espaço e no tempo das comunidades, podendo o espaço ser humanizado, ou seja, transformado num lugar diferenciado do restante, basta que para tanto ali sejam realizados ritos que dêem conta de tal tarefa, o que pode ser realizado através das festas religiosas.
Porém, estes itens são pouco explorados nas pesquisas de cunho científico, entretanto, tais estudos são de extrema relevância, visto que, o resgate e a valorização desse conhecimento, aliados ao levantamento das problemáticas podem constituir-se de instrumentos úteis no planejamento de políticas que visem à melhoria da qualidade de vida dessas populações.
Diante disso, objetivou-se realizar o levantamento do perfil socioeconômico dos moradores da comunidade Novo Nilo, Piauí, bem como suas práticas culturais e religiosas.
União, localizado no estado do Piauí está situado a margem direita do rio Parnaíba, a uma distancia de 59 km de Teresina, capital do Estado. Limita-se ao norte, com Miguel Alves e Cabeceiras do Piauí, ao sul com Teresina, ao Leste com Lagoa Alegre e José de Freitas e a oeste com rio Parnaíba/ estado do Maranhão (IBGE 2010). Encontra-se a uma altitude de 52 m acima do nível do mar (CEPRO 2011) e possui clima Tropical Quente e uma vegetação de transição entre Cerrado e Mata dos Cocais. Apresenta uma população estimada em 42.654 habitantes e uma área territorial de 1.173 km2 onde se encontra a comunidade rural Novo Nilo (IBGE 2010).
A comunidade Novo Nilo (4º 24' 13" S e 42º 53' 22" W) (Mapa 1), povoado pertencente a União, foi criada pelo coronel Gervásio Costa na década de 1920, onde instalou uma fábrica de beneficiamento de coco babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng.) para a produção de óleo e sabão. Dista aproximadamente 80 km da capital, tendo seus limites com os seguintes povoados: ao norte, Localidade Bebedouro, ao oeste com Varginha, ao leste com Pedrinhas e ao sul com rio Parnaíba/Estado do Maranhão (IBGE 2010).
A base econômica da comunidade está voltada para a extração vegetal, principalmente da carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore) e do babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) (IBGE 2010) e agricultura de subsistência, com a prática de cultivos em roça.
Mapa 1: Localização da Comunidade Novo Nilo, União/PI.
Fonte: Modificado do Google/Maps (2013).
Novo Nilo possui uma população aproximada de 1.516 habitantes, distribuída em 371 famílias, que inspiraram uma pesquisa com uma abordagem etnográfica.
O tamanho da unidade amostral foi calculado pela fórmula sugerida por (Barbetta, 2006): [n=N.(1/E²0) /N+ (1/E²0)], onde n= nº de elementos da amostra, N= nº de elementos da população, E0²= erro amostral, 5% no caso deste estudo, sendo amostrados 202 entrevistados.
Para a divisão dos grupos por faixa etária, seguiu-se a delimitação utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010): Jovens (18 a 24 anos), adultos (25 a 59) e idosos (a partir dos 60).
As coletas de dados foram realizadas entre os meses de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2014, através de observação direta e com o auxílio de formulário padronizado com questões abertas e fechadas, através de entrevistas semiestruturadas (Bernard, 1988). Tais entrevistas foram realizadas mediante permissão dos entrevistados através de aceite, conhecimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), em duas vias, uma pertencente ao entrevistado e outra ao pesquisador. Este modelo de formulário, segundo (Ditt, 2002) oportunizam aos entrevistados fazerem depoimentos e ao mesmo tempo a atribuição de valores, por parte do pesquisador, às respostas obtidas.
As planilhas com as transcrições estão arquivadas no núcleo de pesquisa do Trópico Ecotonal do Nordeste (TROPEN) da UFPI.
Posteriormente, as entrevistas foram transcritas em laboratório em conjunto com os dados referentes às conversas informais registradas em diário, além do registro fotográfico das práticas culturais. As respostas foram transportadas em figuras e gráficos, e analisadas por meio de estatística descritiva básica.
Dos 202 indivíduos entrevistados, 73,8 % são do gênero feminino e 26,2% do masculino com idade entre 18 e 96 anos. A desproporção verificada quanto ao número de homens e mulheres se dá provavelmente em função das mulheres serem as que passam mais tempo em casa com os filhos, o que reafirma o papel da mulher como mantenedora da casa e portadora de conhecimentos tradicionais, característico da cultura rural. Em trabalhos realizados por outros autores, as mulheres também corresponderam à maior parcela das entrevistas respondidas (Cunha e Bortolotto, 2011; Carvalho et al., 2013).
As faixas etárias estudadas foram: jovens 9,0%, adultos 62,6% e idosos 28,4%, de acordo com a divisão adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010). Em relação à faixa etária mais da metade dos informantes (62,6%) é de adultos, corroborando com (Franco e Barros, 2006) no Quilombo Olho D'agua dos Pires e (Chaves e Barros, 2012) na zona rural de Cocal.
Em relação ao estado civil, a população está distribuída da seguinte maneira: 77% são casados, 3% apresentam união estável, 9,4% são solteiros, 1,5% são divorciados e 8,4% são viúvos. Para (Freitas et al., 2012) a condição casada poderá estar relacionada com maior conhecimento sobre as plantas, pois geralmente a existência dos filhos implica na busca de soluções práticas e imediatas para o tratamento de doenças. Nas residências dos entrevistados, constata-se que em 81,2% há uma quantidade de moradores menor ou igual a cinco e em 18,8% delas há um número maior que cinco.
Quanto à escolaridade dos indivíduos entrevistados (Gráfico 1) a pesquisa aponta um índice de 47,5% com ensino fundamental incompleto, 31,7% sem escolaridade, 9,4% com ensino fundamental completo, 5% com ensino médio completo e apenas 1% com ensino superior. A comunidade apresenta uma creche municipal, uma escola municipal de Ensino Fundamental e uma escola estadual de Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Gráfico 1: Distribuição da comunidade Novo Nilo-União/PI, por escolaridade:
EFC: ENS. FUND. COMPLETO/ EFI: ENS. FUND. INCOMPLETO/
EMC: ENS. M. COMPLETO/ EMI: ENS. M. INCOMPLETO/
ESC: ENS.SUPERIOR INCOMPLETO e SE: SEM ESCOLARIDADE.
Fonte: Pesquisa direta, 2013/2014).
Constatou-se que a comunidade é caracterizada por indivíduos que não tiveram acesso permanente à educação escolar, com índices de escolaridade bastante reduzidos, com 31,7 % sem escolaridade. Isso provavelmente em decorrência da existência de apenas duas escolas e uma creche na comunidade. Outro fator que ameaça a permanência desses indivíduos no âmbito escolar é a emigração do meio rural para as zonas urbanas. Situação semelhante também verificada por (Aguiar e Barros, 2012) e (Freitas et al., 2012), cuja maioria dos entrevistados possuía apenas o ensino fundamental incompleto, determinando a baixa renda nas comunidades rurais, configurando uma realidade lamentável no estado do Piauí e no país, visto que, os levantamentos de (Guarim Neto, 2008; Carniello et al., 2010; Oliveira e Menini Neto, 2012), corroboram com esses resultados. Para (Cardoso, 2005) a falta de qualificação, em função da baixa escolaridade, impossibilita a obtenção de empregos com melhores remunerações.
Cerca de 80% das ruas da comunidade não possui calçamento, há uma quadra de esportes e uma praça, onde se encontra uma televisão de uso comunitário, a fábrica GECOSA, e a igreja.
Quanto à posse da moradia, todos residem em casas construídas em terrenos cedidos pela empresa de beneficiamento de babaçu, a GECOSA, proprietária das terras. No que se refere à estrutura das residências, 27,2% têm suas casas cobertas de palhas e 72,8% de telha; 39,6% possuem paredes de taipa, 57,4% de tijolos, 1,5% de adobe e 1,5% de palha. O piso é formado por cimento (72,3%), cerâmica (9,9%), chão batido (13,4%) e 4,4% apresentam apenas um ou dois cômodos (geralmente sala) da casa revestidos de cerâmica. Dados semelhantes foram encontrados por (Dias, Rosa e Damasceno, 2007) nas comunidades Diogo Lopes e Sertãozinho, Rio Grande do Norte, onde descreveram que 43,75 % das casas são feitas de taipa e 56,25 % de alvenaria. Porém, estes dados diferem dos encontrados por (Silva, 2011), quando pesquisou 13 comunidades na zona rural de Miguel Alves, Piauí, constatando que as residências das mulheres quebradeiras de coco destas localidades eram em sua maioria (65,30 %) coberta de palha e que 77,30 % destas casas apresentam paredes de taipa. Essa diferença provavelmente se deve ao início de um processo de urbanização na comunidade de Novo Nilo.
Os resultados obtidos em relação ao destino do lixo mostram que na comunidade não há coleta deste e apontam que 96% das famílias entrevistadas realizam a queima, 2,5% deixam a céu aberto despejado nas imediações da casa e apenas 2% enterram seu lixo não biodegradável.
A comunidade não possui água tratada, sendo o abastecimento realizado através de encanamentos hidráulicos com captação direta do rio, chegando às residências sem prévio tratamento. A purificação desta é feita, em sua maioria (51%), através do uso de hipoclorito de sódio (cloro), juntamente com o processo da filtragem; 19,8% apenas utilizam o cloro; 17,8% apenas usam a filtragem; 5% não utilizam nenhuma técnica de tratamento e 6,4% disseram que utilizam a fervura para tal procedimento. O destino das águas residuais é realizado através do despejo a céu aberto diretamente no solo e quanto ao destino das excretas humanas, 17% utilizam a fossa séptica, 38% depositam em fossa negra e 45% fazem suas necessidades a céu aberto.
Situação semelhante foi analisada por (Chaves e Barros, 2012) e por (Araújo, 2013) na comunidade Passarinho, Araioses, Maranhão, onde também há necessidade de melhorias nas condições sanitárias. Estas melhorias são destacadas por (Nishida et al., 2008) como sendo de fundamental importância para o progresso da qualidade ambiental.
A atividade básica da maioria das famílias (67%) é a agricultura de subsistência com a prática de cultivos em roças em vazantes às margens do rio Parnaíba, em terrenos afastados do centro da comunidade e nos quintais. Cultivam principalmente os seguintes cultivares: feijão (Phaseolus vulgaris L.), arroz (Oryza sativa L.), milho (Zea mays L.), mandioca (Manihot esculenta Crantz), abóbora (Cucurbita pepoL.), quiabo (Abelmoschus esculentus Moench) e melancia (Solanum palinacanthum Dunal). Como atividades básicas também, destaca-se a pesca (6,5%), onde os pescadores são associados na colônia Z-18 de União; a criação extensiva de pequenos animais, principalmente galinhas, suínos e caprinos; e atividades remuneradas como funcionários da fábrica GECOSA (70%) e como funcionários públicos (40%), vinculados à Prefeitura Municipal de União. Os moradores mais jovens geralmente desenvolvem atividades profissionais nas cidades vizinhas, sendo bastante comum ainda, a prática do deslocamento destes para os grandes centros. Situação semelhante foi verificada por (Canales et al., 2005) em San Rafael Coxcatlán - México e em várias regiões do Brasil, destacada por (Pasa et al., 2005) em comunidades rurais de Conceição-Açu, Mato Grosso; por (Pinto, 2006) em comunidades rurais de mata atlântica, Bahia, (Carvalho et al., 2013) em Comunidade da Várzea e Garanhuns, Pernambuco e por (Valadão et al.; 2006) em assentamentos rurais, São Paulo, quando destacam que as atividades agrícolas praticadas pelos moradores rurais, são fundamentais para a sobrevivência das comunidades locais.
Outras atividades bastante praticadas pelos moradores são: a extração da palha de carnaúba (C. prunifera) para produção de vassouras e outros artesanatos, bem como a extração de coco-babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) para retirada da amêndoa da qual há a produção do azeite e para a venda à GECOSA; extração da palha utilizada na construção de estruturas de moradia (de telhados, paredes, mourões, ranchos, barracas e banheiros) e em menor quantidade para produção de vassouras; fazem ainda, o recolhimento da casca para a produção de carvão.
Em relação à renda mensal, 53% perfazem menos de dois salários mínimos, 33,6% menos de um salário e 13,4% um pouco mais que dois. A grande maioria destas famílias (81,3%) completa o sustento com rendas provenientes de benefícios do Governo Federal, onde 49,7% destas recebem bolsa família e 41,6% aposentadoria. A renda salarial baixa, também foi objeto de estudo de (Pasa, 2011) na comunidade Bom Jardim, em Cuiabá, e por (Aguiar, 2012), que observou que na zona rural de Demerval Lobão, Piauí a renda mensal não ultrapassava um salário mínimo. Contudo, nos trabalhos citados, os moradores complementam sua renda com a agricultura familiar. Dessas famílias, 81 % contam com algum benefício fornecido pelo governo federal, configurando-se uma realidade nas comunidades rurais brasileiras e registrada por praticamente todas as pesquisas etnobotânicas realizadas no Piauí (Chaves, 2005; Vieira, 2008; Silva, 2010; Sousa, 2010; Meireles, 2012; Santos, 2013; Araújo 2013).
Na comunidade verificou-se ainda, que há uma significativa produção artesanal de artigos para consumo próprio ou venda, pois se registrou que mais 30% das famílias entrevistadas, realizam algum tipo de trabalho artesanal, difundido entre as seguintes categorias: produção de vassouras, utensílios domésticos de palha de carnaúba e babaçu, remédios caseiros, artefatos de pesca e crochê. Há uma pessoa que fabrica e concerta canoas. A produção artesanal, sobretudo no que concerne aos produtos confeccionados a partir do extrativismo da carnaúba (C. prunifera) e do babaçu (A. speciosa Mart. ex Spreng), esta última, relacionada ao fato de que a comunidade encontra-se em meio a um palmeiral. Resultados também encontrados por (Silva, 2010) nas comunidades Resolvido, Pau-Arrastado e Salinas em Campo Maior, Piauí. O uso do babaçu para produção artesanal é uma realidade em várias partes do Brasil (Rufino et al., 2008; Nascimento, 2009; Souza et al., 2011; Silva, 2012) e em outras partes do mundo (Barfod e Balslev, 1988; Moraes et al., 1995; Borchsenius e Blicher-Mathiesen, 1996; Moraes, 2006-2007; Gonzalez-Perez et al., 2012).
A comunidade participa ativamente das atividades culturais e religiosas realizadas durante o ano. Destacam-se os festejos de São João, realizados entre os dias 14 a 24 de junho, com apresentações culturais como danças, quadrilhas e fogueiras, sendo estas organizadas pelas escolas da comunidade. Outros festejos que acontecem são os do Menino Jesus, realizado de 15 a 25 de dezembro; o de São Francisco, realizado de 24 de setembro a quatro de outubro e o de Santa Luzia, acontecendo entre os dias 3 a 13 de dezembro. Os dois primeiros acontecem na igreja do centro da comunidade e os dois últimos em outras pequenas capelas construídas por alguns moradores. A programação religiosa acontece durante todos os dias e incluem novenas, procissões e missas. Apenas estas últimas são celebradas pelo padre de União, na ocasião são realizados os batizados e casamentos. Há também entre os moradores o hábito de receber nas residências, a imagem de Nossa Senhora (Mãe-Rainha), acompanhada da celebração de novena pelas senhoras mais idosas da comunidade.
No levantamento realizado observou-se um elevado número de católicos (86,1%), seguidos de protestantes (12,4%), espíritas (1%) e deístas (0,5%) (Figura 3). Os aspectos religiosos são particularmente intensos, com diversas manifestações e em vários credos. Como afirma (Tuan, 1980): "a religião está presente na vida do ser humano em vários graus e em todas as culturas e isso é um traço universal." Vale ressaltar, ainda, o destacado por (Castilho e Le Bourlegat, 2006) "a experiência religiosa contribui para a vida social e comportamentos coletivos". Porém, essas manifestações estão mais presentes, sobretudo nos festejos promovidos pela igreja católica, com novenas e procissões. Essa característica se dá provavelmente pelo vínculo com a cidade de União, onde (Santos, 2013) observou essa mesma intensa participação. Fato também observado por (Freitas et al., 2012), na comunidade Sítio Cruz, Rio Grande do Norte, quando afirmam que no Brasil, mesmo que tenham outras religiões é comum as pessoas se declararem católicas.
Gráfico 2: Distribuição da população da comunidade Novo Nilo-União/PI em relação à Religiosidade.
Fonte: pesquisa direta, 2013/2014.
As crendices e superstições também estão presentes na comunidade. Dentre as famílias entrevistadas, 61,5% afirmam que conhece algum tipo de ritual ou algum tipo de uso de plantas para cura ou defesa. Esses rituais são realizados por oito rezadores que utilizam um pequeno galho da planta que é passado sobre o corpo da pessoa acompanhado de uma reza, sendo utilizadas principalmente para tirar quebranto e mal olhado. As plantas utilizadas nesses rituais são: vassourinha (Scoparia dulcis L.) peão-roxo (Jatropha gossypiifolia L.) e comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta (Lodd) Schott). Somente as duas últimas plantas são mencionadas para mau olhado, as quais são plantadas normalmente em frente à casa. Segundo (Araújo et al., 2009), grande parte dos antigos "mateiros" detentores do conhecimento das plantas no Brasil eram adeptos desta religião, (Marti, 1989) relata que as orações são comuns no uso de remédios à base de plantas. (Agelet e Valles, 2001) realizando estudos sobre etnobotânica farmacêutica na região de Pallars, Pirinéus, Catalunha, Península Ibérica, afirmam que provavelmente em todas as culturas rurais o uso de plantas medicinais é ritualizado e associado a diferentes tipos de crenças ou práticas mágico-religiosas.
No Brasil, situações semelhantes foram verificadas por (Damasceno, 2009) na comunidade rural de Martinésia, Minas Gerais, onde alguns entrevistados foram identificados nas categorias de benzedor, curandeiro e raizeiro, todos praticantes da medicina popular. A figura histórica do curandeiro, conhecido popularmente por raizeiro, tem resistido ao tempo e às inovações da medicina científica, perdurando até os dias atuais e sendo muito procurado pela população para aquisição de ervas medicinais, partes destas ou produtos já confeccionados e direcionados ao tratamento de problemas de saúde (França, 2008).
No Piauí, dado semelhante foi relatado por (Vieira e Barros, 2010) na comunidade quilombola dos Macacos, por (Sousa, 2010) nas comunidades pesqueiras da APA do Delta e observada no trabalho de (Amorim, 2010) na comunidade do Poti Velho. Além desses rituais, tais rezadores produzem garrafadas, feitas com um número considerável de plantas, como observados por (Santos, 2013) na colônia de pescadores de União, Piauí.
Considerando o levantamento dos dados acima citados, pode-se perceber que Novo Nilo apresenta-se como muitas das comunidades rurais do país, com vastos problemas sociais, retratados principalmente no que concerne às questões de saúde pública, com total ausência de saneamento básico, e, sobretudo em relação às questões educacionais.
A análise dos dados socioeconômicos e da relação da comunidade com a natureza nos conduz ao entendimento de que a contribuição que as populações rurais têm a oferecer à sociedade e às ciências é significativa, todavia, é necessário que estas sejam protegidas e assistidas com políticas públicas que possam mitigar suas necessidades básicas e valorizar seus conhecimentos e hábitos, incentivando-as a aprimorar suas atividades econômicas, garantindo-lhes o direito de permanecer em seu local mantendo suas características de origem de forma digna.
Pode-se afirmar, portanto, que em relação ao aspecto econômico da comunidade, ocorre uma combinação das atividades relacionadas à agricultura familiar, pesca, produção artesanal, alguns empregos públicos e da empresa Gecosa. Tais atividades foram citadas como fatores econômicos que mantém parte do sustento das famílias entrevistadas.
É perceptível a preocupação dos moradores em manter as práticas culturais, como as atividades religiosas, profissionais e ao saber popular sobre as plantas e seus respectivos usos, seja como fontes de alimentos, rituais ou com propriedades medicinais. Contudo, alguns elementos se modificam de forma que não podem ser controlados pelos atores locais, pois com a influência dos meios de comunicação e com o processo gradual de urbanização ocorrem algumas alteracões oriundas dessas práticas.
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1. Bióloga. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente do Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente (MDMA) PRODEMA/PRPPG/TROPEN/Universidade Federal do Piauí (UFPI). wall_bio@hotmail.com
2. Bióloga. Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente do Programa de Desenvolvimento e Meio Ambiente (MDMA) – PRODEMA/PRPPG/TROPEN/Universidade Federal do Piauí (UFPI). kellypolyana@hotmail.com
3. Professor do Departamento de Biologia/ UESPI -Universidade Estadual do Piauí
4. Bióloga. Profa do Departamento de Biologia da UFPI e dos Programas de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente (MDMA/DDMA). /PRODEMA/PRPPG/UFPI. Curadora do Herbário Graziela Barroso (TEPB). rbarros.ufpi@yahoo.com.br