Espacios. Vol. 37 (Nº 03) Año 2016. Pág. 7
Claudia Aparecida de MATTOS 1; Fernando José Barbin LAURINDO 2
Recibido: 13/09/15 • Aprobado: 18/10/2015
3. Procedimentos metodológicos
Apêndice A – Instrumento de Pesquisa (Quantitativa)
RESUMO: A colaboração eletrônica emerge como um elemento diferenciador na gestão da cadeia de suprimentos. Esta nova forma de operar gera a necessidade de entender quais conceitos estão relacionados ao contexto colaborativo, às ferramentas utilizadas e suas características para que gestores possam direcionar as suas decisões relacionadas com a gestão da cadeia. Partindo desse contexto, o objetivo geral do estudo consiste em analisar a aplicação das ferramentas colaborativas na cadeia de suprimentos e identificar no grupo de empresas que estão aplicando essas ferramentas as suas principais características e se há uma percepção de melhoria no desempenho por parte dos gestores. A metodologia é baseada na revisão da literatura e método quantitativo, sendo aplicada a técnica estatística da análise de cluster. Os resultados indicam que o grupo de empresas com características colaborativas apresenta uma percepção de desempenho diferenciada em relação a outros grupos com nível mais baixo de aplicação de ferramentas colaborativas. |
ABSTRACT: Electronic collaboration emerges as a differentiating element in supply chain management. This new operational method makes it necessary to understand which concepts are related to the collaborative context, which tools are used and what their impact on performance is, so that managers can direct their management chain decisions. The broad aim of this study is to examine the application of collaborative tools in the supply chain, and to check if managers identify performance improvements in the group of companies that apply these tools. The methodology is based on literature review and quantitative method, using the cluster analysis statistical technique. The results indicate that the group of companies with more significant collaborative features has a different perception of performance, when compared to other groups with lower level of collaborative tools implementation. |
Ao permitir a conexão de processos e a interoperação de sistemas, a Tecnologia da Informação (TI) tornou-se um instrumento essencial na transformação organizacional, otimizando estruturas existentes, apoiando novas estruturas organizacionais, potencializando o relacionamento pela troca de informação e até mesmo criando diversas oportunidades de negócios. Sob essa ótica, um tema que tem sido discutido nos últimos anos é a colaboração eletrônica conforme mostra o Gráfico 1 que apresenta a frequência de publicações (fonte base Scopus) sobre o tema no período de 2000 a 2012.
Figura 1 – Frequência de publicações sobre e-collaboration (Fonte: Base Scopus)
As tecnologias de colaboração estão se tornando cada vez mais discutidas nos negócios globais digitalizados como sendo uma forma de alavancar melhores resultados. Embora haja vários estudos (Levefre et al., 2002; Cassivi, 2006; Lee et al., 2007, entre outros) indicando a relação positiva entre performance e a colaboração eletrônica, um estudo efetuado em 2007 pela Associação Brasileira de E-Business indicou que somente 15% das empresas pesquisadas vêm aplicando ferramentas colaborativas em seu processo de gestão. Diante desse cenário, e considerando que há um grupo de empresas aplicando ferramentas colaborativas, foi formulada a seguinte pergunta de pesquisa:
Quais as características apresentadas pelo grupo de empresas que possuem um nível diferenciado de aplicação de ferramentas colaborativas? Há uma percepção de melhoria no desempenho da empresa?
Partindo desse contexto e ciente dessas questões, o objetivo geral do estudo consiste em analisar a aplicação das ferramentas colaborativas na cadeia de suprimentos e identificar as principais características presentes no grupo de empresas que estão aplicando estas ferramentas bem como se há uma percepção de melhoria no desempenho por parte dos gestores.
Os resultados obtidos podem contribuir para direcionar investimentos em aplicativos voltados para as práticas colaborativas e intensificar a aplicação destas tecnologias na gestão da cadeia de suprimentos, incorporando ações necessárias para um melhor aproveitamento das ferramentas implantadas.
Este tópico tem como objetivo evidenciar os principais conceitos, variáveis e construtos deste estudo, buscando detalhar cada um e interligá-los como base para a construção do framework de pesquisa. Assim, a construção teórica parte do conceito de colaboração eletrônica e posteriormente discute a colaboração eletrônica na cadeia de suprimentos, buscando identificar as principais características e resultados em termos de desempenho decorrentes da adoção de ferramentas colaborativas na cadeia de suprimentos.
Conforme Gunasekaran et al. (2004), a Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management - SCM) tem sido um componente importante da estratégia competitiva para aumentar a produtividade organizacional e a rentabilidade. Gunasekaran e Ngai (2012) destacam que a aplicação da tecnologia da informação e terceirização de operações têm alterado significativamente o cenário da gestão das operações no que se refere às estratégias, às técnicas e às tecnologias. Nesse contexto, destaca-se a colaboração eletrônica que pode representar um elemento-chave para as organizações como forma de obter processos mais eficientes por permitir visibilidade entre os parceiros da cadeia e viabilizar a implementação de estratégias na cadeia de suprimentos, conforme aponta Cassivi (2006). Autores como Barrat e Barrat (2011), De Souza et al. (2000) e Min e Zhou (2002) mencionam que a competição não ocorre mais entre empresas, mas entre cadeia de fornecimento. As empresas que conseguem reforçar as ligações entre os participantes e gerir eficazmente bens, produtos, informações e fluxos de caixa ao longo da cadeia de suprimentos, apresentam melhores condições para serem competitivas no mercado (Hassini, 2008). Neste contexto, Bronzo (2003) destaca a importância de estimular ambientes colaborativos e incrementar, assim, a qualidade dos serviços e produtos oferecidos aos clientes finais, bem como reduzir os custos produtivos e logísticos.
Segundo Bititci (2005), a palavra colaborar significa "trabalhar juntos para produzir algo com benefícios para ambos". Assim, no atual contexto competitivo, a colaboração pode ser um caminho para criar valor e inovar. Com relação à colaboração eletrônica ou e-collaboration, existem várias definições relacionadas conforme mencionado por Kock (2004). De acordo com Kock e Nosek (2005), é possível definir e-collaboration como "colaboração entre indivíduos reunidos em torno de uma tarefa comum usando ferramentas eletrônicas".
A colaboração eletrônica vem sendo praticada através de canais on-line (portais, extranets, marketplaces etc.) os quais se comunicam com os fornecedores e clientes. Os ambientes on-line representam uma única frente para todos os fornecedores e clientes, eliminando a necessidade de comunicação com vários deles, mesmo quando ocorrem mudanças durante o processo.
Cassivi (2006) afirma que diferentes papéis podem ser atribuídos às ferramentas voltadas para a colaboração (por exemplo, facilitadores do acesso às informações, compras eletrônicas, previsão, planejamento da capacidade produtiva e outros) que afeta o conhecimento, criando capacidades. Além disso, ela ajuda a desenhar cadeias fornecedoras flexíveis. Neste contexto, o alinhamento dos recursos e competências de TI com a estratégia de negócios da empresa é um fato potencialmente determinante para que sejam implementadas iniciativas que levem a um melhor desempenho organizacional e à obtenção de vantagens competitivas (Moreno Junior e outros, 2014),
A colaboração pode ser estudada em diferentes níveis, sendo que sua definição pode variar de acordo com o nível de análise. Colaboração eletrônica pode ser definida em três níveis: o individual, o de grupo e o organizacional. As definições pertinentes para cada nível são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 - Definições e-collaboration
Fonte: Lavassani et al. (2008)
A e-colaboração (e-business guia, 2004) é definida como o uso da tecnologia para trabalhar em um objetivo comum e interagindo com outros agentes em um sistema de negócios. E-colaboração permite que pessoas, processos e computadores trabalhem ao mesmo tempo, fornecendo acesso aos elementos de informação, tais como uma especificação técnica ou de desenho, uma proposta de leilão reverso, um plano de projeto ou de uma previsão de vendas.
É importante ressaltar que a colaboração é considerada a competência crucial para integrar a capacidade dos indivíduos e organizações visando criar riqueza na economia (Tapscott; Williams, 2007). Além disso, a colaboração tem sido importante para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços, para aperfeiçoamento de processos e para a transformação e criação de modelos de negócios, notadamente através de práticas de inovação colaborativa (Bueno; Balestrin, 2012).
Para Tapscott e Ticoll (2005), ferramentas mais sofisticadas para a colaboração e a administração estarão disponíveis, possibilitando projetos mais complexos, por exemplo, a cocriação de produtos.
Cenários típicos para colaboração eletrônica são:
• Design de produto e desenvolvimento, particularmente nas indústrias de alta tecnologia;
• Programa e gerenciamento de projetos;
• Gestão da Cadeia de Suprimentos.
Conforme mencionado anteriormente, um dos cenários típicos de colaboração eletrônica ocorre na gestão da cadeia de suprimentos, que é a discussão presente nesta pesquisa e será abordado com mais detalhe no tópico seguinte.
De acordo com Barrat e OKe (2007) e Rossoni et al (2014)) vários estudos sugerem que as integrações (interna e externa) baseadas na informação são críticas para a eficácia da cadeia de suprimentos. Baseado neste contexto, Moberg et al (2002) mencionaram que os gestores de logística destacam a importância da troca de informações para melhorar a logística e o desempenho da empresa, porém de acordo com os autores a literatura fornece pouco suporte empírico demonstrando as características e práticas que possam ajudar os gestores a trabalharem melhor a troca de informação na cadeia. Whipple et al.(2002) destacaram que a troca de informações desempenha um importante papel nas alianças estratégicas. E na mesma linha, Spekman et al. (1998) observaram que dentro dos requisitos da nova competição, uma mudança no nível de intensidade do relacionamento entre parceiros comerciais emerge. A cooperação é o ponto de partida para a gestão da cadeia de suprimentos e tornou-se uma condição necessária, mas não condição suficiente. O próximo nível de intensidade de relacionamento é a coordenação através de sistemas que permitem uma sincronização tanto o fluxo de trabalho e informações. Parceiros comerciais podem cooperar e coordenar certas atividades, mas ainda não se comportam como verdadeiros parceiros. Mais uma vez, esta evolução é uma condição necessária, mas não suficiente, para a gestão total da cadeia de suprimentos. Segundo estes mesmos autores, a condição fundamental consiste na colaboração, porém, o movimento de coordenação para a colaboração requer níveis de confiança e comprometimento que estão além daqueles normalmente encontrados nas relações promovidas por sistemas como EDI (Eletronic Data Interchange). Ainda segundo Spekman et al., (1998). A colaboração requer alto nível de confiança, compromisso e compartilhamento de informações entre parceiros da cadeia de fornecimento. No que se refere ao compartilhamento das informações, destacam –se como um meio de alavancar esta condição as ferramentas colaborativas, ou como alguns autores denominam de colaboração eletrônica.
A colaboração eletrônica tem sido identificada como um fator essencial tanto para a integração da cadeia de suprimentos (Crespo Marquez et al., 2004) como para facilitar o fluxo de informações entre os parceiros da cadeia de suprimentos (Mentzer, 2001). Ela pode ajudar na integração das informações do fornecedor e do cliente, promovendo maior transparência na cadeia de suprimentos. De acordo com Teixeira (2008) , a integração é "qualidade ou estado de colaborações que existe entre os departamentos que são necessários para atender as demandas do ambiente organizacional".
Paiva, et al.(2014) destacam em seu estudo ganhos advindos da integração da cadeia, porém ressaltam que no caso Brasileiro observa-se falta de integração entre as partes , no que tange, sobre os resultados entre a antecipação de novas tecnologias e parceria com fornecedores.
De acordo com Gunasekaran e Ngai (2004), a conectividade eletrônica permite a integração da cadeia para executar atividades interempresariais e coordenar as operações de empresas que colaboram entre si. A colaboração entre os fornecedores da cadeia de abastecimento aumenta previsões de procura, promove gerenciamento de estoque eficiente e reduz tempos de ciclo. Barrat (2004) mencionou que em termos de colaboração externa pode ser identificada uma série de oportunidades potenciais para colaboração da cadeia de suprimentos que incluem no lado a jusante da cadeia de abastecimento: gestão de relacionamento com clientes (Customer Relationship Manegement - CRM); planejamento de demanda colaborativa (que inclui, entrre outros, previsão colaborativa e , Collaborative Planning, Forecasting, and Replenishment - CPFR); necessidade de reposição; e distribuição comum.
E a montante da cadeia de abastecimento: gestão de relacionamento com fornecedores (Vendor Management Inventory - VMI); planejamento e programação da produção com fornecedor, design colaborativo (que poderia incluir introdução de novos produtos); e transporte.
A integração interna sob a ótica da TI consiste em buscar uma interoperabilidade entre os sistemas. Flynn et al (2010) reforça a importância da integração interna quando se discute a colaboração na cadeia de suprimentos . Conforme Kletti (2007) a complexidade crescente da produção requer uma visão integrada das instalações de produção e serviços: programação detalhada, detalhes do pedido, análise de desempenho de qualidade, rastreabilidade dos materiais etc., tudo trabalhado de uma forma integrada. Em conformidade com o autor, torna-se fundamental a integração funcional com a parte operacional da empresa como meio de obter informações em tempo real do chão de fábrica, permitindo maior flexibilidade, visibilidade e controle de produção. Frohlich e Westbrook (2002) propõem quatro estratégias baseadas em diferentes níveis de integração sendo o foco voltado para a demanda e suprimento (Figura 2). Os autores partem do cenário de baixa integração até a integração contínua e completa de toda a cadeia de demanda dos clientes, chegando aos fornecedores e vice-versa. Existem ainda duas estratégias de integração com os fornecedores ou com os clientes. O melhor desempenho esperado ocorreria na total integração.
Figura 2 - Quatro Estratégias – adaptado (Fonte: Frohlich e Westbrook (2002))
Legenda: F = Fornecedor; O= Organização ; C =cliente
Segundo Cassivi (2008), Welty e Fernandez (2001) e Manetti (2001), a colaboração eletrônica com fornecedores pode ser observada a partir da adoção e da implementação das ferramentas:
Essas ferramentas irão fortalecer o relacionamento entre os parceiros envolvidos (Cagliano; Caniato; Spina, 2005). É importante destacar a necessidade não apenas de ferramentas, mas também de revisões de processos interorganizacionais e de melhorias nos aspectos relacionais como lealdade, confiança e qualidade dos relacionamentos (Auramo; Aminoff; Punakivi, 2002; Kock, 2002; Cagliano et al., 2005; Cassivi et al., 2008)). Na mesma linha Mendoza et al. (2014) mencionaram que, apesar dos potenciais benefícios das ferramentas colaborativas, a literatura sugere uma série de desafios para uma adoção bem sucedida, destacando a necessidade de redesenho dos processos. Segundo estes autores, há poucos estudos sobre a adoção das ferramentas colaborativas e a integração da cadeia; portanto, vale destacar a necessidade de estudar este tema e avaliar se o redesenho de processos está presente neste cenário de utilização das ferramentas colaborativas.
Ferramentas de colaboração eletrônica representam conceito com várias dimensões, que incluem várias aplicativos de troca de informações, desde os simples sistemas de correio eletrônico para os mais complexos sistemas como CAD interativo, usado para trocar informações e especificações de produtos. Em um estudo de cadeias de suprimentos na Europa, Vereecke e Muylle (2005) observaram que projetos colaborativos que incluíam uma extensa troca de informações e uma coordenação estruturada foram associados com melhorias em muitas medidas de desempenho da cadeia de suprimentos.
De acordo com Simatupang e Sridharan (2002), a coordenação pode envolver atividades como sincronização, incentivos ao alinhamento e aprendizado coletivo. Essas atividades unidas podem conceder suportes operacionais e estabelecer ligações interorganizacionais, sincronizando processos independentes e integrando seus sistemas de informação. Essa sincronização requerida para melhorar a gestão de uma cadeia de suprimentos se dá pelo uso eficiente de ferramentas colaborativas, que podem influenciar de forma positiva a relação da empresa com seus fornecedores nos aspectos de confiança e lealdade para o desenvolvimento dos relacionamentos em uma cadeia de suprimentos (Moore, 1998).
Em linhas gerais há uma convergência dos autores no sentido de que o uso de TI pelos participantes de uma cadeia de suprimento pode tornar a cadeia mais ágil, integrada e com uma melhor coordenação de suas operações logísticas e de produção. Além disso, a TI permite facilitar o compartilhamento de informação e a tomada de decisão estratégica como análise de investimentos, volumes, localização de centros de distribuição para que sejam desenvolvidos fornecedores, entre outros. Nesse sentido, viabilizada pela TI, a colaboração eletrônica ou e-collaboration pode ser útil para promover o desempenho de uma cadeia de suprimento.
Segundo Lefebvre et al. (2002), os benefícios potenciais derivados das aplicações de ferramentas colaborativas são vários, dentre eles destacam-se:
- redução do nível de estoque;
- melhorias do nível de serviços aos clientes;
- redução do ciclo de atendimento de pedidos;
- inovação de produtos;
- criação de valor;
- redução dos custos transacionais;
- agilidade.
Para o desenvolvimento deste estudo o desempenho foi avaliado através de medidas de percepção sobre os indicadores de desempenho operacional e financeiro da firma, além de alguns indicadores estratégicos, os quais foram definidos com base no estudo de modelos teóricos. Com relação à sua validade, vale mencionar os trabalhos de Dess e Robinson (1984) e a pesquisa de Venkatraman e Ramanujam (1986) que apresentaram uma alta correlação entre as medidas de percepção com medidas financeiras objetivas, o que pode suportar essa iniciativa para o desenvolvimento do trabalho.
Assim, com base nos autores mencionados acima, esta pesquisa foi desenvolvida considerando três construtos teóricos:
A ligação dos construtos colaboração eletrônica com fornecedores e clientes representa a integração da cadeia e o construto percepção de desempenho refere-se ao resultado obtido com a aplicação das ferramentas colaborativas na gestão da cadeia (figura3)
Figura 3- Framework de Pesqusa (autores)
Com objetivo de identificar grupos de empresas que estão utilizando ferramentas colaborativas (em diferentes níveis) e analisar as principais características de cada grupo, foi aplicada a técnica da "análise de cluster". Segundo Hair et al. (1998), o objetivo básico da análise de cluster é organizar um conjunto de objetos em dois ou mais grupos com base na similaridade deles em relação à variável estatística que consiste em um conjunto de características especificadas. A análise de cluster busca, pois, agrupar elementos de dados baseando-se na similaridade entre eles. Assim, os grupos são determinados de forma a obter-se homogeneidade dentro dos grupos e heterogeneidade entre eles. A referida análise se caracteriza também por ser uma técnica do tipo de interdependência, pois não é possível determinar antecipadamente as variáveis dependentes e independentes. Ao contrário, examinam-se relações de interdependência entre todo o conjunto de variáveis (Hair et al., 1998).
A amostra da pesquisa foi constituída por 95 empresas de manufatura, de médio e grande porte, atuando em diferentes segmentos de atividades do estado de São Paulo. O trabalho não teve por objetivo efetuar uma caracterização por segmento; portanto, todo o tratamento dos dados foi feito de forma agregada, considerando apenas o fato de estar no setor manufatureiro.
As variáveis foram agrupadas em três construtos: colaboração eletrônica com fornecedores, colaboração eletrônica com clientes. Além disso, definiu-se também um construto para desempenho. As variáveis foram definidas a partir da revisão da literatura conforme tabela 2.
Tabela 2 - VARIÁVEIS E CONSTRUTOS DA PESQUISA
Construtos |
Variáveis |
Autores |
Colaboração eletrônica com Cliente |
|
CASSIVI ET AL (2008), BARRAT (2004) |
Colaboração eletrônica com Fornecedor
|
|
CASSIVI ET AL (2008). Barratt, Mark ; Barratt,Ruth (2011); Flynn, B. B., Huo, B., & Zhao, X. (2010). |
Percepção de Desemepnho
|
|
Lefebvre et al. (2002), CASSIVI ET AL (2008) |
O instrumento de pesquisa (apêndice A) foi desenhado tomando como base a revisão da literatura. Conforme discutido, as empresas podem aplicar as ferramentas colaborativas com seus clientes e fornecedores. Para cada construto, foi proposta uma série de questões a fim de analisar a adoção das soluções colaborativas.
Os sujeitos da pesquisa foram os principais executivos de T.I. ou cargos correlatos e funcionários de outras áreas (financeira / comercial e marketing/ logística). O objetivo era aplicar dois questionários em cada empresa, por causa da abrangência das questões. No entanto, para fins de tabulação dos dados foi considerado um único questionário que consistiu na consolidação das respostas daqueles que ocupam os cargos correlatos da área de TI e negócios.
Os respondentes foram questionados para indicar os aplicativos de TI adotados, a integração interna, o nível de interação com fornecedores e clientes. Além disso, aplicou-se um pré-teste do questionário a gerentes em companhias selecionadas, com a finalidade de validar as questões assim como efetuar modificações necessárias para melhor o desenvolvimento do estudo quantitativo.
O questionário foi elaborado com 4 blocos de questões, além das informações gerais da empresa (referentes à caracterização da organização, como origem do capital, setor industrial a que pertence, número de funcionários). O instrumento contou com assertivas que deveriam ser respondidas por meio de uma escala de 5 pontos, sendo atribuída uma nota ao grau de concordância diante das assertivas na qual 5 é "muita" e 1 "nenhuma".
Escala tipo Likert usada: Grau de concordância
1 = Discordo totalmente
2 = Discordo, mas se observam esforços para promover colaboração eletrônica
3 = Alguma integração já foi feita
4 = Concordo, mas não há aplicação total das ferramentas colaborativas
5 = Concordo totalmente
Antes de apresentar os resultados obtidos, vale destacar que foi aplicado o teste de confiabilidade α de Cronbach (Tabela 3). A estimativa da confiabilidade por meio desse teste demonstra o grau em que os itens do questionário estão inter-relacionados. Seguem os resultados para cada parte do questionário:
Um alto índice de confiabilidade torna mais provável a descoberta de relacionamentos entre variáveis realmente relacionadas, enquanto a baixa confiabilidade leva a um grau de incerteza nas conclusões.
A confiabilidade para cada um dos construtos apresentou-se satisfatória variando de 0,78 a 0,89. No que tange à aceitação do valor do α de Cronbach, Hair et al. (2005) afirmam que, como regra geral, um bom valor do α seria 0,70 ou superior (obtido com uma amostra significativa) e procuram instrumentos com essa especificação antes de utilizá-lo.
Tabela 3 - Teste de Confiabilidade (saída SPSS 15.0)
Construto |
α de Cronbach |
Nº de Itens |
Colaboração eletrônica com o Cliente |
0,851 |
8 |
Colaboração eletrônica com o Fornecedor |
0,876 |
8 |
Desempenho |
0,885 |
9 |
Com base nos dados obtidos na pesquisa, foi executada uma análise de cluster sendo utilizado o método K-means clustering dos construtos (colaboração com cliente, colaboração com o fornecedor e desempenho) para responder à questão da pesquisa.
"O objetivo deste algoritmo busca a melhor divisão de P dados em K grupos Ci, i = 1, ... K, de maneira que a distância total entre os dados de um grupo e o seu respectivo centro, somada por todos os grupos, seja minimizada". (Malhotra (2001, p.529):
Os resultados (Tabela 3) da análise de cluster revelam três grupos diferenciados pelo nível de integração (interna, colaboração eletrônica com fornecedores e colaboração eletrônica com clientes) combinado com o desempenho. O primeiro grupo, o qual contém 33% das empresas pesquisadas, caracteriza-se por apresentar um nível de integração com médias que variam de 4 a 4,3. O segundo inclui 23% das empresas e média para os três direcionadores que variam de 2,9 a 3,4. Por fim, o terceiro grupo possui 44% das empresas, cujos construtos variam de 1,9 a 3,0.
O cluster 1 apresenta uma percepção de desempenho diferenciado, assim como diferença entre os construtos (integração interna, colaboração com cliente e colaboração com o fornecedor), indicando um nível de integração maior se comparado com as empresas classificadas nos clusters 2 e 3 (Tabela 4).
Tabela 4 - Clusters segundo o nível de Colaboração e Desempenho (saída SPSS)
Fonte: autores
Em termos de percepção de desempenho, o cluster # 2 e o cluster # 3 apresentam diferença apenas para a variável relacionada com redução dos custos e despesas administrativas. Vale ressaltar que os clusters 2 e 3 mostram diferença considerável para algumas variáveis referentes à integração cliente e fornecedor.
O cluster 1 revela uma percepção de desempenho diferenciado, assim como diferença entre os construtos (cliente e fornecedor), indicando um nível de aplicação das ferramentas colaborativas maior se comparado com as empresas classificadas nos clusters 2 e 3 (Tabela 3), o que responde desta forma à pergunta da pesquisa. Os testes aplicados mostram que os clusters diferem entre si, permitindo caracterizá-los com relação à virtualidade aplicada em seus processos de negócio.
Com o objetivo de caracterizar e compreender melhor o perfil de cada cluster de empresas da indústria, foi empregada a técnica de análise de correspondência. Hair et al. (1998) mencionam que a sua natureza multivariada permite revelar relações que não seriam detectadas em comparações aos pares das variáveis.
Nessa análise, os fatores componentes dos construtos e os clusters são representados graficamente, possibilitando visualizar as características predominantes de cada cluster, em que estão representadas as categorias de cada variável e se podem observar as relações entre elas por meio da distância entre os pontos desenhados.
O cluster # 1 caracteriza-se por apresentar empresas que possuem sistemas que facilmente transmitem, integram e processam dados originários de fornecedores e clientes via Internet, disponibilizando a colocação e alteração de pedidos on-line para seus clientes. O compartilhamento de informações de estoque é uma característica de empresas que compõem este cluster, juntamente com o compartilhamento eletrônico da demanda. Outra característica está relacionada com a troca de informações sobre processos de qualidade em tempo real.
Os clusters # 2 e 3 apresentam como característica predominante o compartilhamento de dados entre os sistemas internos e o acesso por parte dos colaboradores. Porém, isso não é uma característica da transmissão de dados capturados externamente. Tal constatação pode indicar que esta é uma variável essencial a ser trabalhada pelas organizações no sentido de obter um nível diferenciado no direcionamento da integração interna, o qual combinado com as variáveis relacionadas com o compartilhamento eletrônico de informações de estoque e demanda pode impactar de forma positiva no desempenho das empresas.
O cluster # 2 apresenta a transmissão de faturas e pagamentos on-line no direcionamento fornecedores como aspectos relevantes, sugerindo uma integração voltada para o aspecto funcional. No direcionamento cliente, também se apresenta como característica marcante a possibilidade de ele efetuar pagamentos on-line. Porém, não apresenta impacto em relação ao construto desempenho (item custos e redução das despesas).
Então, diante destes resultados, sugere-se a análise do perfil de cada cluster, conforme apresentado abaixo:
Com base nos resultados obtidos, observa que o cluster #1 refere-se ao grupo de empresas com características colaborativas e com melhor percepção de desempenho por parte dos gestores (média = 4,38).
Com os resultados obtidos, pode-se voltar ao referencial teórico e efetuar uma análise à luz da teoria trabalhada nesta pesquisa. Retornando aos estudos conduzidos por Spekman et al. (1998), Moberg et al. (2002), Whipple et al. (2002), Barratt and Oke (2007), observa-se que as integrações (interna e externa) baseadas na informação são críticas para a eficácia da cadeia de suprimentos, fato observado para o grupo de empresas do cluster 1. Na mesma linha, Gunasekaran e Ngai (2004) destacam a importância da conectividade eletrônica, que permite a integração da cadeia para executar atividades interempresariais e coordenar as operações de empresas que colaboram entre si.
Alinhado aos autores Barrat e OKe (2007) e Rossoni et al (2014) os resultados da pesquisa indicam a relevância da integração interna como uma base para promover a integração externa. O cluster 1 representa um conjunto de empresas que apresentam um nível de integração interna através da adoção de sistemas integrados, indicando que a preparação tecnológica da empresa através da integração interna é uma característica das empresas que avançam nos aspectos colaborativos.
Ainda em relação ao cluster 1, os resultados indicam aderência com a pesquisa de Hassini (2008), a partir da qual ele menciona que as empresas que conseguem reforçar as ligações entre os participantes e gerir eficazmente os bens, produtos, informações ao longo da cadeia de suprimentos, apresentam melhores condições para ser competitivo no mercado.
A seguir é apresentado um sumário (Tabela 5) com as principais características de cada cluster e a respectiva percepção de performance.
Tabela 5 - Resumo das Características de cada cluster e Desempenho
Definição do Cluster |
Integração |
Perfil do Cluster |
Percepção Desempenho |
|
Interorganizacional (Fornecedores e Clientes) |
Foco Integração interna e externa; Empresas que trabalham nas três direções e têm como características marcantes o compartilhamento eletrônico de informações de demanda, planejamento e produção. | Considerável ( média =4,38) |
| Interorganizacional Observam-se características virtuais aplicadas nas variáveis relacionadas com aspectos de transação de informações. |
Foco na integração interna e externa funcional (recursos administrativos). |
Razoável (média=3,38) |
| Integração Interna Organizacional foco na integração funcional |
Foco na integração interna (foco na integração funcional e alguns módulos operacionais) |
Razoável (média=3,13) |
Fonte: autores
Ainda é importante ressaltar que apenas 33% das empresas pesquisadas (cluster1) estão direcionando seus esforços para atingir um nível colaborativo na cadeia. Há uma trajetória a ser seguida que envolve enfrentar diferentes desafios como: a questão tecnológica, falta de conhecimento e treinamento, questões relacionais como a confiança e segurança em compartilhar as informações.
Esta pesquisa corrobora com os trabalhos dos autores citados, demonstrando o impacto das tecnologias de colaboração em matéria de integração da cadeia de suprimentos e a importância de trabalhar a integração interna e externa para coordenar processos dentro e entre as organizações conforme discutido por Barrat (2004). Este estudo fornece insights para os gestores para tomada de decisão em relação ao uso de ferramentas de colaboração e reconhece a pesquisa dos autores Childerhouse e Towill (2011) que descrevem a trajetória estabelecida para práticas quando se pretende melhorar a capacidade integradora. As empresas começam com uma maior eficácia interna seguido de racionalização e integração a montante, finalmente, a jusante.
O documento trata de pressuposto teórico de integração da cadeia de suprimentos - o estabelecimento de relações de integração entre as partes. Ele aborda o uso de tecnologias colaborativas, a fim de alcançar relações de colaboração e seu efeito no desempenho da empresa. Apesar dos crescentes interesses de pesquisa em Integração da Cadeia de Suprimentos, este estudo melhora a compreensão sobre o que influencia esta integração, e as relações entre a integração interna e externa. A contribuição científica deste trabalho é combinar a teoria relacionada com o efeito das tecnologias de colaboração com a integração da cadeia de suprimentos e analisa o impacto no desempenho organizacional.
O entendimento das características da integração da cadeia de suprimentos através da colaboração eletrônica, que viabilizam a interconexão e a sincronização de atividades, possibilita analisar a gestão da cadeia de suprimentos como uma estratégia racional competitiva cada vez mais utilizada na era digital. A abordagem da colaboração eletrônica propicia uma representação holística das possíveis trocas e inter-relações organizacionais facilitada pela tecnologia, identificando as técnicas e as formas de organizar que entregam o máximo valor através da TI, levando assim, a situações em que a probabilidade de obter sucesso é maior.
Vale ressaltar os aspectos colaborativos como fator diferencial em termos de desempenho, pois, conforme indicam os resultados, a colaboração na cadeia de suprimentos é uma abordagem que permite alcançar uma vantagem competitiva e rentabilidade a longo prazo para cada organização que busca reduzir custos logísticos. O estudo indica que a troca de informações é um fator essencial para a competitividade organizacional entre os parceiros de negócios e o grupo de empresas que apresentou características de compartilhamento de informações além dos aspectos transacionais apresentaram uma percepção de desempenho diferenciada em relação aos outros grupos identificados no trabalho.
Ainda é lícito acrescentar que as análises e conclusões necessitam ser encaradas com cautela, pois a maioria das respostas exigia percepções dos respondentes (subjetivas por natureza). Enfim, neste trabalho se investigou o setor manufatureiro de forma agregada, mas se tornaria interessante a sondagem por segmento, com a finalidade de identificar as diferenças e semelhanças entre as organizações no que tange à virtualidade, o que contribuiria para melhor caracterização do processo. Futuras pesquisas deverão abranger estes pontos de melhoria, de forma a aprofundar o conhecimento acerca deste tema de crescente importância tanto do ponto de vista da academia como das empresas.
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Instruções para o preenchimento do questionário:
Este questionário possui 3 blocos, sendo que um bloco voltado para identificar a colaboração eletrônica com clientes, um segundo bloco para a colaboração com fornecedores e o terceiro bloco trata-se da percepção de desempenho, usando uma escala de cinco posições, variando a escala de "discordo totalmente " até "concordo totalmente". Para cada afirmativa, deve-se escolher a opção que melhor identifique seu grau de concordância com a afirmação.
1-Informações da Empresa
1.1- Nome da Empresa: ______________________
1.A- Número total de funcionários:
( ) até 100
( ) 100-499
( ) >500
1.B- Faturamento anual :
( ) até 10 milhões reais
( )10-100 milhões reais
( ) 100 milhões - 1 bilhão reais
( )1 bilhão - 10 bilhões reais
( )>= 10 bilhões reais
1.4-Setor industrial a que pertence:
1.5-Ano de fundação:
1.6- Origem capital:
( ) nacional
( ) estrangeiro
Caracterização do Respondente:
Nome:
Cargo:
Esta parte do Questionário visa analisar o uso das ferramentas colaborativas orientadas ao cliente e sua integração com os demais sistemas da empresa
QUESTÕES |
Escala |
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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A empresa captura dados via website para gerar uma base de dados para gerenciar o relacionamento com seus clientes (CRM) |
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Os clientes podem submeter pedidos on-line e os sistemas da empresa facilmente transmitem, integram e processam esses pedidos |
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Os clientes podem alterar seus pedidos de forma on-line e as mudanças nos pedidos são automaticamente refletidas nos processos e sistemas de manufatura?
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Os clientes podem configurar seus produtos, a qual esta integrada com área da manufatura, comercial e marketing?
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Os clientes podem efetuar seus pagamentos de forma on-line
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A empresa utiliza soluções tecnológicas como as redes sociais para facilitar a interação com seus clientes
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Os clientes são notificados automaticamente acerca da situação dos seus pedidos?
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Os sistemas da empresa permitem monitoramento contínuo da situação dos pedidos em vários estágios do processo |
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Nota 1: Para esta tabela o respondente tem que analisar o grau de integração dos sistemas na empresa . Usando uma escala de 5 pontos
1 = Discordo totalmente, não há esta integração
2 = Discordo, mas observa-se esforços para promover integração
3 = Alguma integração já foi feita
4 = Concordo, mas não há integração total
5 = Concordo totalmente
Esta parte do Questionário visa analisar o uso das ferramentas colaborativas orientadas ao fornecedor e sua integração com os demais sistemas da empresa
QUESTÕES |
Escala |
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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A empresa compartilha eletronicamente com fornecedores informações atualizadas sobre estoques |
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A empresa compartilha eletronicamente com fornecedores informações atualizadas sobre demanda de produtos |
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A empresa compartilha continuamente com fornecedores programações de produção e informações sobre capacidade atualizadas?
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A empresa compartilha em tempo real com fornecedores informações sobre qualidade de processos?
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Os sistemas da empresa enviam pagamentos eletronicamente aos fornecedores |
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Os sistemas da empresa permitem transmissão e processamento automáticos de faturas |
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A empresa utiliza aplicações de TI para desenvolvimento colaborativo de produtos?
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A empresa utiliza portais como mercado eletrônico para compra de materiais |
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Nota 2 : Para esta tabela o respondente tem que analisar o grau de integração dos sistemas na empresa . Usando uma escala de 5 pontos
1 = Discordo totalmente, não há esta integração
2 = Discordo, mas observa-se esforços para promover integração
3 = Alguma integração já foi feita
4 = Concordo, mas não há integração total
5 = Concordo totalmente com a afirmação
Esta parte visa analisar a percepção da gerencia em relação ao desempenho da empresa com as aplicações de ferramentas colaborativas
QUESTÕES |
Escala |
|||||
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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As aplicações de TI adotadas contribuiram para a redução dos custos e despesas administrativas
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A TI contribui para atender o cliente final com mais agilidade
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A TI contribui para melhoria do nível de satisfação do cliente
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As aplicações adotadas de TI contribuiram para a redução dos níveis de estoque da empresa /custo de produção |
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As aplicações de TI contribuíram de forma positiva para o aumento de receita empresa |
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Estes investimentos representaram impactos na competitividade da empresa
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Os investimentos impactaram em inovação em seus processos |
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Os investimentos em tecnologia permitiram inovação dos produtos |
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A TI permitiu entrar em novos mercados
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Nota 3-
1 = Discordo totalmente com a afirmação
2 = Discordo, o impacto TI foi muito baixo
3= Observa-se impacto razoável
4 = Concordo o impacto de TI é bem considerável
5 = Concordo totalmente com a afirmação, TI foi decisivo
Questões |
SIM |
NÃO |
A empresa possui ERP (módulos funcionais)
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A empresa possui ERP (módulos operacionais)
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A empresa possui aplicativos CRM (sistema para gerenciamento do relacionamento com o cliente) |
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A empresa possui aplicativos para gerenciamento da cadeia de suprimentos / logística / fornecedores |
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A empresa possui portais para integração com clientes e fornecedores |
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A empresa utiliza intranet
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A empresa utiliza extranet para interação com clientes e fornecedores (ou Portais para interação com fornecedores e clientes)
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Uso do EDI / webEDI |
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Utiliza software de Algoritmos de Previsão de Demanda? |
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Utiliza WMS?
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Utiliza TMS?
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Leilão Eletrônico |
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Utiliza APS ( Planejamento e Programação Avançados)
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Utiliza E-procurement |
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1. Professora do Departamento de Engenharia de Produção do Centro Universitário da FEI. Email: cmattos@fei.edu.br
2. Professor Titular do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Email: fjblau@usp.br