Espacios. Vol. 36 (Nº 21) Año 2015. Pág. 15
Gustavo Guilherme THIEL; Derek VOIGT; Edson Pacheco PALADINI 1
Recibido: 10/07/15 • Aprobado: 05/09/2015
RESUMO: A iluminação pública é um serviço de grande importância para todos os cidadãos e aproximá-los através de um modelo interativo de relacionamento, é um desafio para as administrações municipais. O objetivo desta pesquisa é apresentar resultados da implementação do PSS (Product-Service System) no modelo de gestão de manutenção da iluminação pública. Para isto, são explorados os conceitos de PSS e formas de prestação dos serviços de manutenção em iluminação pública, destacando as deficiências e oportunidades de melhoria do método atual. O objetivo foi alcançado com um modelo inovador de prestação de serviço, explicitando resultados em nível estratégico, tático e operacional. |
ABSTRACT: Street lighting is a very important service to all citizens and approaching the society through an interactive model of relationship becomes a challenge for local governments. The objective of this research is to present the result of the implementation of PSS (Product-Service System) on the maintenance management model. To achieve this goal, the concepts of PSS and way of provision of maintenance services for public lighting are explored, highlighting the deficiencies and opportunities of improving on the current method. The goal was achieved with a formatting of a new service delivery model, explaining results on strategic, tactical and operational levels. Keywords: Quality Management, PSS (Product-Service System), Street Lighting. |
O objetivo desta pesquisa é apresentar o resultado da implementação do PSS (Product-Service System) no modelo de gestão e manutenção do parque de iluminação pública de uma cidade de médio porte. Para se alcançar esse objetivo será contextualizada a prestação de serviços em manutenção corretiva da iluminação pública, bem como será apresentado o princípio de funcionamento do processo de servitização e por último, serão avaliadas as vantagens e reflexos do novo modelo proposto por meio da estruturação de uma ferramenta interativa disponibilizada à sociedade.
Um dos desafios para as administrações municipais é o aumento do nível de interação da sociedade com o modelo de manutenção do parque de iluminação pública de um município, no qual buscam um meio de comunicação direta e efetiva. A qualidade nos serviços públicos, cada vez mais, tem sido uma cobrança dos cidadãos. Com a facilidade de acesso à informação e disponibilização de canais diretos com o ente público, os cidadãos passam a ser agentes ativos na fiscalização e acompanhamento dos investimentos públicos e interagem diretamente com os órgãos executores.
Atualmente, muitos municípios optam por terceirizar a execução dos serviços de manutenção da iluminação pública, seguindo a tendência da administração pública assumir o papel de regulação na prestação de serviço. O que ocorre em grande parcela dos municípios é que após o recebimento das reclamações advindas dos munícipes através de serviços de ouvidoria, que são normalmente ineficazes, a empresa contratada recebe em lotes a demanda dos serviços. Dentre os serviços requeridos estão incluídas correções de lâmpadas apagadas durante a noite, lâmpadas acesas durante o dia e demais falhas que podem ser encontradas em um sistema de iluminação pública. Um sistema de iluminação pública é composto pela combinação de subsistemas: equipamentos e materiais para sustentação, conjunto luminotécnico e equipamentos auxiliares indispensáveis para o funcionamento. Cada um desses subsistemas recebe algum tipo de manutenção corretiva ou a completa substituição.
A presente pesquisa justifica-se pela contribuição aos agentes públicos com a proposta de agregação de um novo serviço que culmina no aperfeiçoamento da relação entre o usuário-cidadão e a empresa contratada para realizar os serviços, o que pode ser expandido para um modelo de administração municipal. Além disso, apresenta a capacidade de gerar efeitos multiplicadores, visto que muitas cidades podem ter problemas similares.
Pode-se considerar a iluminação pública (IP) como um conceito/parâmetro para medir as condições de infraestrutura de determinada região. Conforme Schulz (s.n.t.), o desenvolvimento dos sistemas de iluminação traz melhorias significativas à imagem da cidade, visto que estão relacionados à segurança no trânsito, combate à criminalidade, embelezamento de áreas urbanas, valorização de praças e monumentos, auxilia a hierarquia viária, orientando o percurso e incentiva o uso de áreas de lazer em horário noturno.
Por definição apresentada pela Resolução nº 414/2010 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a iluminação pública é um "serviço que tem por escopo prover de luz ou claridade artificial, no período noturno ou nos escurecimentos diurnos ocasionais, as ruas e logradouros públicos". Devido ao grande tempo relegado ao esquecimento, ou mesmo por não ter sido foco das preocupações dos governantes e das políticas públicas, a iluminação encontra-se em estado precário na maioria das cidades do país (ROSITO, 2010).
Em razão da obsolescência dos equipamentos e de normas regulamentadoras, grande parcela dos municípios tem buscado a contratação de empresas terceiras para manutenção e gestão de seus ativos de iluminação pública. Somado a isso, a dificuldade em organizar a estrutura pública para gerenciar, contratar mão-de-obra e adquirir equipamentos, faz com que os gestores municipais busquem por empresas especializadas, via licitação, para desenvolverem trabalhos corretivos e de ampliação da rede de iluminação pública com recursos já pré-definidos. Esse tipo de contratação, a médio prazo, garante um maior planejamento e satisfação quanto à qualidade percebida pelos cidadãos, além de fortalecer a relação entre a administração pública e as empresas terceirizadas.
A nova relação entre o ente público e privado sugere a proposta de inclusão de serviços e produtos no modelo de manutenção do parque de iluminação pública de cidades brasileiras. Segundo Pereira (2013), desde a década de 1980, as operações de serviços têm sido de grande interesse para a gestão de operações, uma vez que os serviços passaram de um simples componente dos produtos para parte integrante de um pacote de valor oferecido ao cliente.
A inclusão de serviços a produtos e/ou serviços já disponibilizados por empresas caracteriza a servitização. Para Ren e Gregory (2007 apud FERREIRA JÚNIOR, 2011, p. 14 e 15), a servitização é "um processo de mudança em que empresas assumem um serviço e/ou desenvolvem mais e melhores serviços, com o objetivo de satisfazer as necessidades dos clientes, obter vantagens competitivas e melhorar o desempenho da empresa".
Dentro desse cenário, há também o chamado Product-service System (PSS), que nada mais é do que um caso especial da servitização. Pereira (2013) define PSS como "um sistema de produtos, serviços e suas interações, com a finalidade de prover uma solução produto-serviço para atender às necessidades dos clientes (acionistas e usuários) de forma sustentável". Assim, diante do crescente nível de exigência dos cidadãos por qualidade nos serviços públicos, o aumento da interação entre o poder público e a população e a importância de atender às necessidades do usuário-cidadão, sugere a inclusão de uma ferramenta interativa no modelo de manutenção da iluminação pública, o que caracteriza um caso de PSS.
Uma aplicação de servitização é apresentada por Ferreira Júnior (2011). Este autor examinou os efeitos da servitização no mercado editorial brasileiro, especialmente no segmento de livros didáticos. O trabalho teve como foco as editoras que, além de criar, produzir e comercializar os livros, mantém relacionamento com escolas particulares de ensino fundamental e médio.
Outro caso de servitização é estudado por Mattos et al. (2013). Os autores avaliaram o plano de negócio de uma montadora de veículos pesados com operações globais. Como resultado, os pesquisadores concluíram que o modelo de negócio da empresa estava em transição e que a empresa passou a considerar a inclusão de serviços na oferta de soluções, enfatizando o desempenho de seus pacotes nas operações dos clientes ao invés do foco tradicional na qualidade.
Um exemplo de existência de PSS é indicado no trabalho de Pereira (2013). A autora realizou um estudo de caso nos laboratórios de um dos principais hospitais da América Latina. Os PSS oferecem diversas vantagens para os laboratórios do hospital, o que faz com que o cliente opte pela compra dos sistemas produto-serviço. A servitização e o PSS buscam produzir melhorias em serviços já oferecidos e, para se propor tais melhorias, pode-se utilizar os conceitos de gestão da qualidade, uma vez que esta tem como objetivo conduzir a operação de uma organização visando melhorar continuamente seu desempenho a longo prazo, focada no cliente e nas necessidades das partes interessadas (MELLO et al., 2007 apud Anacleto et al., 2010).
Por fim, Carvalho e Paladini (2005 apud ANACLETO et al., 2010) definem que os princípios da gestão da qualidade são compostos por três componentes: operacional, tático e estratégico. Tais componentes abrangem ações de curto, médio e longo prazo, respectivamente. O viés operacional direciona todas as ações do processo produtivo para o pleno atendimento do cliente; o componente tático traduz e viabiliza as decisões estratégicas por meio de ações efetivas; e o viés estratégico reconhece que a qualidade é um valor e a utiliza como diferencial estratégico para a sobrevivência da organização nos ambientes altamente competitivos. (CARVALHO e PALADINI, 2005 apud ANACLETO et al., 2010).
Dentro desse contexto, utilizar-se-ão os conceitos da gestão da qualidade e seus componentes para propor melhorias no modelo de manutenção de parques de iluminação pública de cidades brasileiras a fim de satisfazer as necessidades dos clientes, obter vantagens competitivas e melhorar o desempenho das empresas do ramo.
Esta pesquisa apresenta característica exploratória, pois visa compreender os conceitos de PSS atrelados à Gestão da Qualidade, observando-se uma aplicação prática no âmbito da iluminação pública dos municípios. (RICHARDSON, 1999)
Trata-se de um estudo prático, pois a ideia é propor um novo modelo de atuação às empresas prestadoras de serviços de iluminação pública, sendo caracterizada como aplicada, por demonstrar a sistematização dos métodos que devem ser adotados para sua viabilização. (RICHARDSON, 1999)
Quanto à abordagem do problema, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa, uma vez que não oferece uma análise minuciosa do retorno sobre o investimento do modelo proposto, limitando-se a descrever apenas as melhorias obtidas.
Em relação aos procedimentos técnicos adotados a pesquisa é bibliográfica, visto que se utiliza da busca em livros e artigos que tratam de PSS, a fim de vincular seus conceitos fundamentais a oportunidades de aplicação na prestação de serviços de manutenção de iluminação pública. (GIL, 2010)
O estudo é iniciado com o entendimento dos conceitos de PSS, tendo por finalidade vinculá-los ao cenário investigado. Em seguida, são entendidas as formas de prestação dos serviços de manutenção em iluminação pública, destacando as deficiências e oportunidades de melhoria do método atual. Por último, são apresentadas as motivações e esforços de natureza estratégica, tática e operacional para viabilização do novo modelo servitizado, que traz vantagens a todos os envolvidos.
A iluminação pública insere-se no contexto de qualidade nos serviços públicos, pois se trata de um serviço fundamental para o incentivo à prática de lazer e atividades noturnas, inibição de práticas criminosas contra o patrimônio e contra as pessoas e destaque da arquitetura das cidades. Desse modo, a interação dos usuários no serviço prestado pelas administrações municipais é uma forma de aperfeiçoar o atendimento das demandas, uma vez que a população como um todo é diretamente atingida pelas faltas e/ou falhas do serviço.
Para que seja possível a aplicação de um novo modelo interativo entre o cidadão e a administração municipal, propõe-se uma série de medidas que devem ser seguidas para a viabilização do modelo, trazendo o cidadão mais próximo das decisões e efetivando a comunicação com a gestão municipal. O esquema da figura 1 busca organizar as ações políticas, estratégicas e táticas, explicitando suas fases e etapas.
Figura 1 - Modelo para implantação de PSS na gestão d'a iluminação pública
Fonte: Elaborado pelos autores
Considerando que a forma de gestão na maioria dos municípios do Brasil é extremamente defasada, o modelo acima sinaliza um formato para o planejamento e alteração do modelo de prestação do serviço de iluminação pública, no qual o gestor municipal, acima de tudo, deve ter por objetivo elevar o nível de qualidade de vida em sua cidade.
Dessa forma, um dos primeiros pontos que o fluxograma da figura 1 indica é a verificação da expertise dos próprios servidores municipais em implementar o novo modelo de comunicação entre o munícipe e a administração municipal. Sabendo das atribuições e atividades diárias já desenvolvidas pelos servidores, tem-se que a estruturação do modelo inovador requer dedicação integral e intensiva por parte da equipe designada para tal. Além disso, o processo de contratação na administração pública de serviços e materiais é regido por leis extremamente burocráticas, que tornam o processo moroso e não atende às necessidades dos cidadãos de maneira imediata. Todas essas questões convergem para a parceria do ente público com empresas terceirizadas para realizar o processo de gestão integrada.
Como já mencionado, grande parte dos ativos de iluminação das cidades está defasado, bem como sua forma de gestão e planejamento. Todo o processo proposto de inovação e cadastramento gera custos extras ao município em razão da alocação de recursos humanos e de materiais para toda a estrutura de planejamento, processo logístico, arquitetura de sistemas e bancos de dados. Para a equalização da arrecadação e das despesas com o consumo de energia e com a manutenção da iluminação pública, o município deve verificar se há recursos disponíveis arrecadados através da COSIP (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública). Em se verificando a incompatibilidade desses recursos, deve-se tomar como ação política a readequação e/ou forma de cálculo para a arrecadação.
Após a viabilização das decisões de natureza política e estratégica, requer-se ações táticas que tragam efetivamente a implementação do PSS. Nos tópicos a seguir, serão detalhados os modelos comumente aplicados na comunicação entre cidadão e administração municipal e, posteriormente, as ações técnicas necessárias para o modelo inovador que está sendo tratado.
No modelo convencional esboçado na figura 2, além do fato de que as solicitações para intervenção corretiva não são recebidas no momento da reclamação do usuário, o que pode acarretar atrasos no atendimento, as informações repassadas pelos munícipes nem sempre são precisas, uma vez que os pontos de referência informados para a localização da falha não seguem um padrão. Somado a isso, o acompanhamento da realização dos serviços não ocorre de forma eficaz, pois a prefeitura municipal (cliente) não possui meios para pronta verificação da execução ou não do serviço. Nesse caso, a confirmação do serviço prestado pode ocorrer de três formas: através da reincidência da reclamação do usuário-cidadão; por meio de uma verificação in loco; e, por meio de solicitação de relatórios esporádicos emitidos pelo prestador de serviços.
Figura 2 - Prestação de serviços de manutenção em Iluminação Pública - modelo atual
Fonte: Elaborado pelos autores
Percebe-se então, que o modelo atual de comunicação entre o cidadão e a empresa executora dos serviços não atende de maneira plena às necessidades do usuário. Com o consumidor tornando-se mais exigente, até mesmo pela gama de tecnologias de informação presentes no mercado, não faz sentido a disponibilização de meios imprecisos para localização das falhas de iluminação pública que, como já é sabido, pode comprometer diretamente a segurança de motoristas e transeuntes. Somado a isso, o usuário espera que o atendimento de seu chamado seja priorizado, pois entende que independente da resolução do problema, a contribuição para o custeio da iluminação pública continuará sendo arrecadada. Todos estes fatos determinam a busca por um novo modelo de comunicação.
O primeiro passo para a concepção de um novo modelo é o conhecimento de todos os equipamentos existentes em um parque de iluminação pública de um município. Isso é possível através da realização de um cadastro georreferenciado, que nada mais é do que o levantamento de parâmetros que identificam e caracterizam uma unidade de iluminação pública, seus componentes e sua localização geográfica. A figura 3 esboça a sistematização para a aquisição dos dados de características físicas para posterior compilação e disponibilização das informações aos usuários.
Figura 3 – Operacionalização do cadastro georreferenciado de iluminação pública
Fonte: Elaborado pelos autores
Concluída a etapa de cadastramento, parte-se para as ações técnicas previstas na última etapa da figura 1. A efetiva aplicação do PSS traduz-se na agregação aos serviços de manutenção prestados às prefeituras municipais (cliente), com um meio de comunicação WEB que facilite a interação entre cidadão (usuário da iluminação pública) e a empresa contratada para executar as manutenções. Esse modelo culmina em uma mudança de estrutura no atendimento da demanda proveniente dos munícipes.
No contexto da gestão da qualidade, a iniciativa da mudança do modelo de prestação de serviço parte do nível estratégico da empresa contratada que, percebendo as novas exigências do cidadão e acompanhando o cenário econômico, político e social sugere propor ao cliente (prefeituras municipais), uma nova forma de atender à demanda dos cidadãos. O nível tático, por sua vez, dimensiona os recursos humanos necessários para viabilizar este novo modelo. O nível operacional promove treinamentos, faz a aquisição de equipamentos, elabora rotinas de trabalho e roteiros para a execução do cadastro georreferenciado desta primeira etapa. Em uma segunda etapa, direcionam-se esforços para a disponibilização do meio de comunicação WEB. O modelo da figura 4 demonstra as ações técnicas para possibilitar o modelo.
Figura 4 – Melhorias propostas no contexto da Gestão da Qualidade
Fonte: Elaborado pelos autores
O esquema da figura 5 sintetiza a estrutura proposta.
Figura 5 - Modelo de Servitização em iluminação pública
Fonte: Elaborado pelos autores
A seta bidirecional aplicada no esquema da figura 5 denota o maior nível de interação e uma interface de comunicação mais efetiva. A interlocução ocorre de forma simples e direta, garantindo que a informação chegue ao seu destino sem intermediários, reduzindo a possibilidade de ruídos na informação repassada.
Essa nova forma de interação entre o prestador de serviço (empresa contratada), o cliente (Prefeituras Municipais) e o usuário do serviço (cidadão) acarreta em mudanças com um impacto positivo para todos os envolvidos. A tabela a seguir demonstra objetivamente a comparação entre os modelos tratados.
Tabela 1 - Confrontação dos modelos atual e futuro
|
Modelo Atual |
Modelo Proposto (PSS) |
Natureza da Melhoria |
Fortalecimento da imagem da empresa e da administração pública |
Baixo prestígio pela população |
Alto prestígio pela população |
Estratégico |
Probabilidade de satisfazer o usuário |
Baixa |
Alta |
Estratégico |
Fiscalização pela prefeitura |
Conforme retorno do prestador de serviço |
Interativo, acompanha a execução através do mapa |
Tático |
Conhecimento dos ativos |
Inexistente |
Completo |
Tático |
Frequência de recebimento da demanda |
Em lotes pré-definidos |
Em tempo real |
Operacional |
Tempo de atendimento |
Elevado |
Em tempo real |
Operacional |
Nível de interação do usuário com o sistema de iluminação pública |
Praticamente inexistente |
Alto, de qualquer ponto com internet |
Operacional |
Fonte: Elaborado pelos autores
Cabe salientar também que, a nível de natureza operacional, também considera-se como benefícios das melhorias propostas os seguintes itens:
O aumento dos requisitos estabelecidos pela sociedade frente às administrações municipais solicita o maior nível de interação, informação e acompanhamento dos recursos aplicados e os retornos em prol dos cidadãos. Diante disso, a iluminação pública torna-se uma preocupação das administrações municipais e abre oportunidades para inovações, seja por questões de sensação de segurança proporcionada, seja pela segurança no trânsito, ou ainda visando ao conforto e ao incentivo à prática de atividades noturnas e à valorização da arquitetura das cidades.
O objetivo do presente estudo teve por mérito a discussão do conceito Product-Service System, um modelo ainda pouco abordado na administração pública. Explorando a questão, surge a oportunidade de aplicação no âmbito da iluminação pública, um campo de extrema importância devido aos investimentos geridos pela esfera municipal e também devido ao retorno que esses investimentos podem trazer para a qualidade de vida dos cidadãos. Em um primeiro momento, este estudo evidenciou apenas uma avaliação qualitativa do modelo proposto. Sugere-se para futuras pesquisas, uma avaliação quantitativa visando mensurar o índice de utilização por parte dos cidadãos e o investimento total por parte da administração municipal.
O presente estudo alcançou seu objetivo, propondo uma inovação na área da iluminação pública, por meio da implementação da ferramenta PSS, buscando atender aos anseios críticos da sociedade e fornecer um serviço atrelado a um produto, de forma a resultar em um acréscimo de valor nos alcances de níveis estratégico, tático e operacional. O estudo deixou claro as possibilidades de ganhos reais com a implementação, mostrando ser possível elevar também aspectos de imagem da empresa prestadora e subsidiar a fiscalização por parte dos gestores municipais frente aos recursos aplicados, permitindo a visualização completa dos serviços de manutenção prestados, o que assegura o nível de satisfação frente à demanda imposta.
Os resultados, embora sejam de cunho qualitativo, fornecem uma base para a viabilização e implementação do modelo proposto. Para a mensuração do prazo de implementação do sistema, deve ser considerada a quantidade de pontos de iluminação pública da cidade, número de equipes em campo para cadastro georreferenciado e equipe especializada para importação dos dados ao sistema para disponibilização posterior via web.
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1. Graduado em Engenharia de Produção e Sistemas pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (2014) e aluno especial do programa de pós-graduação em engenharia de produção (UFSC). E-mail: gustavogthiel@gmail.com
2. Graduado em Engenharia de Produção e Sistemas pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (2014) e aluno especial do programa de pós-graduação em engenharia de produção (UFSC). E-mail: derekvoigt@gmail.com
3. Professor Titular do Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro Titular da Academia Brasileira da Qualidade. Doutorado em Engenharia de Produção (UFSC, 1992), Mestrado em Engenharia de Sistemas (UFPb - Campina Grande - 1979), Especialização em Administração da Produção (UFPb, 1981) e Graduação em Matemática (UFSC, 1975). E-mail: paladini@floripa.com.br