Espacios. Vol. 36 (Nº 18) Año 2015. Pág. 19

Análise das técnicas de movimentação e armazenagem de materiais em uma indústria de transformadores

Analysis techniques for handling and storage of materials in a transformer industry

Caroline de Oliveira Coimbra ARISTIDES 1; Sâmia Sosniski da SILVEIRA 2; Sandra Costa PEREIRA 3; Diego Augusto de Jesus PACHECO 4

Recibido: 06/06/15 • Aprobado: 22/07/2015


Contenido

1. Introdução

2. Referencial teórico

3. Procedimentos metodológicos

4. Resultados

5. Análise e discussão dos resultados

6. Conclusão

Agradecimentos

Referências


RESUMO:

O presente artigo apresenta uma análise das oportunidades de melhoria das técnicas usadas nas operações de movimentação e armazenagem de materiais de uma indústria fabricante de transformadores de energia. A proposta foi elaborada a partir da análise dos dados obtidos com um diagnóstico desse processo, o qual permitiu identificar pontos fortes, pontos fracos e sugestões de melhorias para áreas internas e externas, provenientes de fatores técnicos e gerenciais. Os resultados da pesquisa permitiram identifica oportunidades para reestruturar o arranjo físico do estoque, propor técnicas modernas de armazenagem e movimentação e avaliar as políticas de planejamento de materiais praticados pela empresa.
Palavras-chave: Armazenagem. Movimentação. Planejamento. Materiais.

ABSTRACT:

This paper presents an analysis of opportunities for improvement of the techniques used in the handling and storage of a manufacturer of industrial power transformers materials operations. The proposal was drawn from the analysis of data obtained with a diagnosis of this process, which allowed us to identify strengths, weaknesses and suggestions for improvements to internal and external, from areas of technical and managerial factors. The survey results allowed identifying opportunities to restructure the physical arrangement of stock, proposing modern methods of storage and handling and evaluating policies material planning practiced by the company.
Keywords: Storage. Movement. Planning. Materials.

1. Introdução

O setor de transformadores de energia tem tido uma ascensão notória nos últimos anos, buscando novos meios de proporcionar aos consumidores uma fonte de energia sustentável e com infraestrutura, tornando-se cada vez mais vital e presente em nosso cotidiano. Estas mudanças exigem que a indústria busque soluções para manter-se competitiva. Nesse sentido, ferramentas logísticas são usualmente aplicadas para garantir vantagens, custos baixos e menor tempo.

A logística integrada promove a integração de informações de transporte, estoque, armazenagem, manuseio de materiais e embalagens. O objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local certo e no momento em que são desejados (BOWERSOX; CLOSS, 2001). A logística integrada pode ser estruturada em três tópicos de atuação (CHING, 2010) em: logística de suprimentos, logística da produção, e logística de distribuição. O objetivo básico da armazenagem é estocar mercadoria da maneira mais eficiente possível, utilizando os espaços nas três dimensões (MOURA 1997).

Portanto, a empresa deve usufruir das suas instalações e armazéns próprios o máximo possível, para que sua armazenagem e movimentação sejam utilizadas na sua capacidade máxima. Tal aumento está diretamente ligado à gestão de estoques, que por sua vez visa elevar o controle de custos e melhorar a qualidade dos produtos guardados na empresa. As teorias sobre o tema normalmente ressaltam ser possível definir uma quantidade ótima de estoque de cada componente e dos produtos da empresa, no entanto sua definição se dá a partir da previsão da demanda de consumo do produto.

Num escopo de curto em médio prazo, a tomada de decisões no PCP envolve questões como o dimensionamento, sequenciamento e programação de lotes de produção. A definição das melhores quantidades a serem produzidas de um determinado item ou conjunto é uma variável que deve ser apontada com a finalidade de aperfeiçoar a destinação dos recursos disponíveis em uma organização com o intuito de reduzir custos de produção; que por sua vez tende a aumentar a rentabilidade desta.

Segundo Rodrigues (2009), as operações de armazenagem vêm adquirindo grande importância, não apenas como amortecedor destinado a equilibrar produção com demanda, sobretudo para garantir continuidade à cadeia de suprimentos, agregando valor na oferta de serviços diferenciados aos clientes, como exemplo, a redução dos níveis de avarias, a obtenção de registros confiáveis, disponibilidade de acesso on-line, rastreamento via satélite, roteirizarão e outros serviços incorporados através do desenvolvimento tecnológico.

A empresa deveria então ter ferramentas que ajudem a aperfeiçoar espaços ociosos no armazém e que facilitem a localização do produto ou matéria-prima. O sistema de localização de estoque influencia no processo de armazenagem, desde sua entrada até sua saída, também influencia no sistema de inventários de estoque, em que o produto ou matéria-prima deve ser localizado para depois ser feita a contagem física ou utilização em produtos semiacabados. O sistema mais adequado é aquele que deverá ajudar a reduzir os custos com movimentação e armazenagem e se adapte à estratégia da empresa.

2. Referencial teórico

2.1 Planejamento e Controle de Produção (PCP)

A necessidade de produzir com custos baixos e com a mínima redução de desperdício é um desafio dentro das indústrias; não é simples ter uma previsão de vendas em uma era de inconstâncias e crises. Tendo em vista que a função básica do PCP é dar suporte, auxiliando os gestores no processo decisório, agregando valor nas áreas de marketing e vendas, trazendo informações chave para previsão de demanda. Conforme Moreira (2006) planejar é uma atividade comum de qualquer tipo de empresa, independente de tamanho ou de ramo a que se dedique. Constantemente todas as áreas estão envolvidas com planejamento, de maneira formal ou informal. Há um sem-número de decisões que compõem o próprio planejamento ou são deles derivadas.

Já de acordo com Corrêa, Gianesi e Canon (2006) independente da lógica que utilize os sistemas de administração da produção, para cumprirem seu papel de suporte ao atendimento dos objetivos estratégicos da organização, devem ser capazes de apoiar o tomador de decisões logísticas a: planejar as necessidades futuras de capacidade produtiva da organização; planejar os materiais comprados; planejar os níveis adequados de estoques de matérias primas, semiacabados e produtos finais, nos pontos certos; programar atividades de produção para garantir que os recursos produtivos envolvidos estejam sendo utilizados, em cada momento, nas coisas certas e prioritárias; ser capaz de saber e de informar corretamente a respeito da situação corrente dos recursos (pessoas, equipamentos, instalações, materiais) e das ordens (de compra e produção); ser capaz de prometer os menores prazos possíveis aos clientes e depois fazer cumpri-los e reagir eficazmente.

Moreira (2006, p. 392), ainda citou que reduzir custos operacionais requer que sejam reduzidos os estoques de produtos acabados, de matérias-primas e de material em processo (produtos semiprocessados); por sua vez, atingir a produtividade desejada de pessoas e máquinas pode exigir um grau de ocupação desses recursos que acabe levando ao aumento dos estoques. Finalmente, manter ou melhorar o nível de atendimento ao cliente pode também levar ao aumento de estoques, principalmente se a demanda for muito fluente. Evidentemente, exige um balanço e um compromisso final entre os vários objetivos, que dificilmente poderão ser totalmente atendidos ao mesmo tempo.

2.2 Gestão de Estoques

Segundo Moreira (2006) entende-se por estoque quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo; constituem estoques tanto os produtos acabados que aguardam venda ou despacho, como matérias-primas e componentes que aguardam utilização na produção. Para sermos um pouco mais específicos, é útil citar que os investimentos em estoque englobam itens diversos. Entretanto, é possível classificar esses itens em alguns grandes grupos, podendo o estoque total de uma determinada empresa ser constituído de qualquer combinação dos seguintes tipos básicos: matérias-primas; peças e outros itens comprados de terceiros; peças e outros itens fabricados internamente; material em processo (produtos semiacabados ou montagens parciais); produtos acabados.

Para Chopa e Meindl (2003), o estoque existe nas empresas devido a uma inadequação entre suprimentos e demanda. Essa inadequação é considerada intencional em uma empresa, onde é mais econômico fabricar em grandes lotes que serão armazenados para vendas futuras. A inadequação é intencional também para um varejista que prefere manter seu estoque com antecipação à futura demanda. Ainda segundo Chopra e Meindl (2003) o estoque tem uma participação crucial na capacidade da cadeia de suprimentos em apoiar a estratégia competitiva da empresa. Se a estratégia competitiva da empresa exige um alto nível de responsividade, a empresa pode usar o estoque para alcançá-la, disponibilizando grandes quantidades de estoques próximas ao cliente. Contrariamente, a empresa também pode usar o estoque para se tornar mais eficiente, reduzindo-o e consequentemente diminuindo seus custos. A escolha implícita sobre o estoque está entre a responsividade, resultante da manutenção e a eficiência de maiores estoques.

2.3 Operações Just In Time (JIT)

Segundo Ching (2010), o JIT visa atender a demanda instantaneamente com qualidade e sem desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e em locais corretos utilizando o mínimo de recursos. O JIT visa ter o estoque zero, podendo operar com mínimo de perda; agregado a outros processos como o Kanban – notificação de falta de mercadoria - que especifica quanto será feito (a quantidade de reabastecimento) e quando será necessário (o momento da necessidade do reabastecimento). O JIT requer os seguintes princípios: qualidade – deve ser elevada devido erros na produção que ocasionam redução do fluxo de matérias; velocidade – torna-se essencial quando se visa atender os clientes conectados à produção; confiabilidade – primordial para agilizar o fluxo de produção; flexibilidade – imprescindível quando se almeja produzir com lotes pequenos e lead times curtos; e compromisso – importante que haja interação entre o comprador e o fornecedor, fidelizando o cliente para que ele receba sua mercadoria no prazo e local pré-estabelecidos.

Segundo Arnold (1999) muitos elementos caracterizam o ambiente JIT. Pode ser que nem todos existam em uma situação particular de produção, mas em geral eles oferecem alguns princípios que auxiliam no desenvolvimento de um sistema JIT. Estes elementos podem ser agrupados sob os seguintes títulos: produção em fluxo, flexibilidade de processo, administração da qualidade total, fluxo ininterrupto, melhoria continua de processo, parcerias com fornecedores e envolvimento total dos funcionários. Segundo Paoleshi (2008), existem vários tipos de equipamentos de movimentação de matérias, citando alguns: (i) veículos industriais: são equipamentos que podem ou não conter motor (como por exemplo, carrinhos industriais, empilhadeiras, rebocadores, autocarrinhos e guindastes), tem a finalidade de movimentar cargas, em vários percursos com superfícies e espaços apropriados, a sua função primária é transportar ou manobrar; (iii) transportadores contínuos: são destinados aos transportes de graneis como correias planas ou côncavas, elementos rolantes como rodízios, rolos ou esferas; correntes aéreas ou subpiso; taliscas e elevadores de caçamba contínuos; são usados para transportes em percursos horizontais, verticais ou inclinados podem ou não fazer curva. Nesse sistema o material desliza em um sistema de correias ou correntes sem fim, acionadas por tambores ou polias. A armazenagem pode ser definida como a denominação genérica de todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e a distribuição de materiais (MOURA, 1997). As funções básicas da armazenagem são: recebimento (descarga); identificação e classificação; conferência (quantitativa e qualitativa); endereçamento para o estoque; estocagem; remoção do estoque; acumulação de itens ou separação de pedidos (inventários); embalagem; expedição; registro das operações.

Matérias-primas são itens comprados e recebidos que ainda não entraram no processo de produção. Incluem materiais comprados, peças componentes e subconjuntos (ARNOLD, 1999, p.267). O manuseio ou movimentação interna de produtos ou materiais significa transportá-los dentro do armazém é a atividade que mais utiliza mão de obra, necessária à separação e manuseio de produtos e matéria-prima, representam um dos custos mais altos do sistema logístico (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

3. Procedimentos metodológicos

Para realização do objetivo proposto foi utilizada a pesquisa bibliográfica. Segundo Severino (2007) a pesquisa bibliográfica é a que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos. Na empresa onde foi realizada a pesquisa à referida área de suprimentos, será possível a observação direta, relevante fonte de evidencias adicionais, que permite ao pesquisador entrar em contato com o ambiente do fenômeno a ser estudado (YIN, 2003). O desenvolvimento com o objetivo de proporcionar uma visão geral, de maneira aproximativa, a respeito de determinado fato, pouco explorado e de difícil formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis (GIL, 2010).

Para Virgillito (2010), a pesquisa qualitativa, com caráter exploratório, identifica as opiniões dos indivíduos, sem a preocupação de transformar os resultados obtidos em números, objetivando entender as associações que os entrevistados fazem entre suas ideias e os aspectos relacionados aos conceitos que se pretende estudar. A pesquisa qualitativa é muito importante quando se pretende entender melhor algum assunto sobre o qual não se tem conhecimento prévio suficiente ou para explorar conceitos pouco estudados, ou ainda, buscar novas ideias.

A matriz da empresa fica localizada em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, e filiais espalhadas pelo mundo todo. Possui uma filial no Rio Grande do Sul, na cidade de Gravataí, com área total de 162.414m² sendo 19.985m² de área construída. É especializada na produção de transformadores elétricos para transmissão e distribuição de energia e possui mais de 400 colaboradores. Seus produtos caracterizam-se pela modalidade de Engineer-To-Order- produto projetado para atender as necessidades especifica de seus clientes. O estudo foi realizado em apenas um dos almoxarifados da empresa que armazena matéria-prima para fabricação de transformadores de energia, com destino aos mercados internos e externos, com grande movimentação e rotatividade. Algumas adaptações na área de TI serão analisadas para agregar estruturas e pensamentos estratégicos. Entretanto a análise do planejamento e controle de estoque apresenta a cadeia de abastecimento logística (fornecedores, processo de manufatura, cliente final).

4. Resultados

Atualmente os processos de movimentação e controle de estoques da empresa são feitos dentro do programa SAP, envolvendo desde as ordens de vendas do transformador, até o final que é o fechamento de todas as ordens e a nota fiscal de embarque. Esta tecnologia implantada agiliza a integração dessas informações nos processos da cadeia de suprimento da empresa. Essa sincronização facilita o fluxo entre clientes, materiais e fornecedores com o controle e giro de estoques. Nesse caso, a TI exerce um papel estratégico trazendo velocidade, agilidade que permitem uma visão detalhada do todo. Algumas

A TI está cada dia mais evoluído dentro da logística empresarial. Para que se tenha a satisfação do cliente, as empresas estão utilizando sistemas integrados de gestão, desenvolvidos para integrar, controlar e gerenciar a cadeia de suprimento, a escolha certa de um bom sistema de gestão, traz benefícios nas operações, vantagens competitivas, redução de custos, rapidez e agilidade nas decisões dentro da empresa e para todas as etapas da cadeia de suprimento. Nos tempos passados o conceito em logística se reduzia somente em distribuição física. Percebe-se que hoje se vem agregando novos conceitos e elementos como todo o fluxo de material: produtos, armazenagem, informações, transporte, entre outras. Para esta vantagem competitiva as empresas estão buscando diversos segmentos até de terceirização para está área.

O fluxo das informações é um elemento de grande importância nas operações logísticas; pedidos de cliente e ressuprimento, estoque de segurança, movimentações, documentos de transporte e faturas são algumas das formas mais comuns. Antigamente o fluxo se baseava principalmente em papel, resultando em uma transferência de informação lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua melhor facilidade de uso, permite que se possa contar com meios para coletar, armazenar, transferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez. A transferência e gerenciamento eletrônico de informações proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfeiçoamento do serviço e a assim melhorando a ação de fornecer informação ao cliente.

A empresa W adotou o SAP (Systems Applications and Products – sistemas aplicativos e produtos para processamento de dados) como seu ERP (Enterprise Resource Planning – sistemas integrados de gestão empresarial). Toda a operação de treinamento e desenvolvimento é gerida por esse sistema; demanda e aplicações de insumos, além dos materiais de consumo da empresa são gerenciadas pelo sistema com a utilização da TI, desde a demanda por matérias-primas e materiais de consumo até o recebimento e destinação das mercadorias, passando pela aquisição de solicitação de cotação, proposta e pedido de compra, todo o processo é suportado pelo SAP.

O fornecedor recebe uma solicitação de cotação por meio eletrônico, remete sua proposta pelo mesmo meio, ou não. Sua cotação é registrada no ERP, o pedido vai eletronicamente, e o mesmo fornece a mercadoria, o recebimento e a inspeção das mesmas também é gerenciado pelo sistema, assim como a destinação para atendimento de demanda, para itens padronizados o ERP, oferece uma facilidade de EDI (Eletronic Data Interchange – intercâmbio eletrônico de dados), por este programa é registrada a necessidade do fornecedor receber automaticamente um pedido de compra segundo condições de fornecimento previamente negociadas e contratadas. A participação do comprador no programa de remessa é a de manter os contratos em termos vigentes. Hoje, com a chegada a nota fiscal eletrônica, praticamente todo processo de suprimento de uma organização está suportado por alguma ferramenta de TI.

A Tecnologia da Informação no processo das cadeias de suprimento proporciona como ponto forte a agilidade através da informação e integração interna e externa entre as empresas, seus fornecedores, clientes e parceiros através da gestão de relacionamento com o cliente, gestão de controle, gestão da cadeia de suprimentos, gestão da qualidade e planejamento estratégico. Estas ferramentas são um conjunto de tecnologias resultantes e indispensáveis aos processos internos. Na empresa W este conjunto de tecnologias é importante e fundamental para planejamento e evolução estratégica, pois cada setor é responsável por vários detalhes que no final proporcionará à fabricação do transformador, de acordo com a necessidade do cliente, que busca um produto de qualidade e confiança. Com isso ocorre a satisfação e fidelização entre o cliente e a empresa.

Entretanto, mesmo com a tecnologia a seu favor, no processo do almoxarifado se tem uma significativa perda e atraso devido aos fornecedores não cumprirem os prazos de entrega das matérias-primas e muitas vezes entregarem materiais trocados.  Há também uma perda da má utilização dos equipamentos, trazendo despesas desnecessárias ao custo final do transformador. Com estes pontos fracos o tempo perdido, na realização da montagem do transformador fica prejudicado, causando incerteza de que o cliente aceite o produto após seu prazo de entrega. O prejuízo também impacta no faturamento no final do mês, resultando uma perda na meta, que irá prejudicar na participação de lucro do grande grupo. Algumas melhorias foram implantadas quanto à organização dos estoques conforme figuras a seguir:

Figura 1: Melhorias implantadas. Fonte: autores (2015).

Segundo Moreira (2006, p.244) após a identificação dos processos, pode-se identificar aquelas atividades mais suscetíveis a falhas e a natureza provável destas. Isso permitirá traçar antecipadamente cursos de ação tanto para preveni-las como para corrigi-las. Se analisadas as falhas já na fase de projeto, pode-se reduzir em muito as suas consequências, estabelecendo tempos de execução e analisando a rentabilidade e viabilidade de produção. Assim, vamos propor melhorias a serem aplicadas dentro da empresa W, a fim de proporcionar um acompanhamento da localização e alimentação dos sistemas de informação, tais como: i) rastreamento de frotas: com equipamentos rastreadores de uso comum em caminhões e reboque. Satélites ou sistemas celulares são tecnologias utilizáveis para localização dos móveis, e; ii) códigos de barra: etiquetas padronizadas que identificam os produtos com códigos que são utilizados para aquisição de dados pelos sistemas de informações logísticas.

Conforme Moreira (2006, p. 40) o problema de transporte envolve o planejamento na distribuição de bens e serviços, a partir de diversas fontes para diversos destinos. As fontes de suprimentos podem enviar produtos a um ou mais destinos, através de rotas de transporte conhecidas. Trata-se de descobrir a quantidade com que cada fonte suprirá cada destino; cada fonte possui geralmente uma capacidade limitada. Bem como cada destino possui uma demanda conhecida. A função objetivo visa à minimização dos custos de transporte. A solução fornece automaticamente as rotas de transporte. Para que todas as demandas sejam atendidas é preciso que a capacidade total das fontes seja pelo menos igual à demanda total de todas as destinações. Conforme Dornier et al. (2012) para eliminar faltas em estoque, o fabricante precisará melhorar o funcionamento interno e possivelmente a integração. Algumas soluções requerem ações corretivas compartilhadas pelo fabricante e pelo distribuidor. Passos corretivos possíveis que podem ser medidos usando indicadores de desempenho inclui: realização de promoções logisticamente eficientes; coordenação das datas de passagem e tratamento de pedidos; coordenação de fluxo de dados.

Figura 2: Melhorias implantadas. Fonte: autores (2015).

Essas ações podem requerer ferramentas especializadas como EDI e o uso de códigos de barras. Além disso, as empresas devem garantir um sistema para medir o progresso da parceria logística, assim como a previsão de demanda que serve para evitar o atraso dos fornecedores na entrega da matéria-prima, e diminuir as perdas no custo final do transformador e insatisfação do cliente final, assim podendo obter confiança e fidelização. Os indicadores de desempenho podem incluir: porcentagem de pedidos cancelados e suplementares por armazém; número de pedidos e giro de vendas para o fluxo direto e reverso; degradação do número linhas de pedido por armazém isto é, pedidos executados, substituídos, suplementados e cancelados; degradação do número de linhas de pedido que sofrem uma mudança; entregas recusadas e rodutos retornados.

5. Análise e discussão dos resultados

Para análise de melhoria nos resultados estudados, identificamos a oportunidade de implantar os recursos de rastreamento de frotas para uso comum em caminhões e reboques, possibilitando o acompanhamento da localização e alimentação dos sistemas de informação, evitando atrasos nas entregas. Contudo, se explica que se deve também determinar os custos unitários de transporte, em relação à localização possível de cada destinação existente, montar tantas matrizes de transporte quantas sejam as diferentes possíveis, resolver cada matriz separadamente, ou seja, para cada localização proposta, determinar o custo total mínimo de transporte do sistema e assim escolher a localização que irá conduzir o menor custo.

Implantar códigos de barra para padronizar etiquetas que identificam os produtos utilizados para aquisição de dados pelo sistema de informação logístico; surge a ideia de criar-se um mecanismo de entrada de dados mais rápido e eficiente. Novas ideias para produtos e controles vêm geralmente de duas fontes: do mercado, ou seja, das necessidades do consumidor, e da tecnologia existente com seus desenvolvimentos. Vale destacar que no mundo empresarial de hoje, há um espaço cada vez maior para ideias modernas e atuais que nascem por esforços individuais ou de grandes gestores. A informação sobre a localização do produto se torna mais confiável, pois não depende somente da memória do operador. Analisar, trabalhar a previsão de demanda é um processo racional de busca de informações acerca do valor das vendas futuras, esta previsão também deve fornecer informações de qualidade e a localização, planejar compras com fornecedores utilizando um estoque de segurança, para que não ocorram atrasos na entrega do produto ao cliente final, obtendo satisfação e fidelização.

Um sistema de controle proativo deve ter capacidade de prever futuras faltas no estoque com base nas previsões de demanda e recebimento previstos, a presença de um bom controle e relatórios que tragam estes indicadores, pode facilitar o gerenciamento e planejamento estratégico. Segundo Justus (2007, p.46), novas ideias não são apenas bem acolhidas – são estimuladas. E a capacidade para criar, seja no ramo que for, tem se revelado um dos diferenciais mais definitivos para avaliação de qualquer profissional competente. Diz que o empresário sintonizado com a modernidade não hesita em abrir espaço para colaboradores que demonstram dedicação que pode levá-los a empenhar integralmente suas capacidades de pensar e criar.

Em muitos casos, as boas ideias – principalmente as de natureza operacionais – não costumam surgir dentro da empresa, mas sim da observação de como atuam outros setores e, quando isso acontece, o sucesso pode estar justamente na capacidade técnica de saber como se adaptar as inovações e assim superar a concorrência. A empresa fez algumas importantes melhorias no almoxarifado, que resultaram em ganhos qualitativos, conforme ilustra a figura 3.  Assim, a adoção de práticas de outros setores pode eventualmente se revelar um método mais prático e, sobretudo, eficiente na otimização de recursos e mecanismos internos. Numa avaliação geral conclui-se que a empresa emprega um bom sistema de tecnologia de informação na gestão de sua cadeia de suprimentos, mesmo tento como material específico à área de transformadores, entretanto pode-se também sugerir investimento considerável em maximizar seu portfólio de produtos, investimento que podem ser princípios de estudos.

Figura 3: Melhorias implantadas. Fonte: autores (2015).

Por tanto se observa que essas tecnologias têm um papel importante e estratégico impactando no planejamento de movimentação e armazenagem analisado, os custos de movimentação e velocidade. Apresentam resultados variáveis, algum aprimoramento nos controles dos processos de distribuição e transportes dos produtos e materiais em geral pode minimizar e até resolver os problemas em atrasos. Conforme Rodrigues (2009), a ausência de planejamento pode significar atrasos enquanto alguém toma uma decisão. No entanto o estudo mostra que a empresa W, possui uma cadeia de suprimentos estruturada.

6. Conclusão

A pesquisa realizada avaliou oportunidades de melhoria das técnicas usadas nas operações de movimentação e armazenagem de materiais de uma indústria fabricante de transformadores de energia. A armazenagem e movimentação são processos logísticos de alto custo, mas também se constituem numa peça muito importante nos requisitos de atendimento ao cliente, pois são neles que o produto e matéria-prima são recebidos, estocados e expedidos. Portanto, a responsabilidade da área de armazenagem é manusear e manter a qualidade dos produtos desde a sua chegada ao almoxarifado até o atendimento integral do pedido ao menor custo.

Cada sistema tem suas características e vantagens específicas, e para identificar qual a melhor a se propor, é fundamental alinhar os objetivos, as metas e quais podem influenciar nos resultados dos pontos fracos; não se esquecendo de ter a visão e sistêmica dentro da logística e reestruturar o processo.Contudo, as empresas devem enfrentar problemas em todos os níveis da Supply Chain, o que determina a importância de um processo orientado a facilitar e melhorar a tomada de decisão, para que possam ser atingidos os objetivos tão importantes como: satisfação do consumidor final e diminuição do custo total ao longo da cadeia de suprimentos.

Com base nos resultados da pesquisa, os principais benefícios da aplicação do estudo no âmbito do setor de almoxarifado da empresa oram: análise do sistema atualmente utilizado pela empresa W, propondo um sistema que atenda as exigências e características minimizando falhas; demonstrar as vantagens competitivas dentro da área de TI e implantação de novos métodos, como rastreamento de frotas, códigos de barras e previsão de demanda. Este estudo teve importância e influência para conhecer e entender o processo de estoque, e todo o processo logístico dentro da cadeia de suprimento, podendo vivenciar na prática o que se aprende na teoria, sendo assim, analisar e proporcionar à empresa pontos a serem revistos e melhorados, a fim de obter um melhor desempenho no processo de armazenagem e movimentação de produto e matéria-prima.

Agradecimentos

Este estudo teve apoio da Capes/CNPq.

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1. Departamento de Administração de Empresas, Faculdade Cesuca, Cachoeirinha, Brazil. coimbracarol@yahoo.com.br
2. Departamento de Administração de Empresas, Faculdade Cesuca, Cachoeirinha, Brazil. samiasosniski@ibest.com.br
3. Departamento de Administração de Empresas, Faculdade Cesuca, Cachoeirinha, Brazil. sandra_cp@globomail.com

4. Prof. Diego Augusto de Jesus PACHECO Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – PPGEP Universidade Federal do Rio Grande do Rio Grande do Sul, Brasil. profdajp@gmail.com


 

Vol. 36 (Nº 18) Año 2015

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