Espacios. Vol. 36 (Nº 09) Año 2015. Pág. 2
Rosana TRAVESSINI 1; Thaisa RODRIGUES 2; Aldo BRAGHINI Junior 3; Joao Carlos COLMENERO 4; Simone BEINLICH 5; Lidiana ZOCCHE 6;
Recibido: 01/02/2015 • Aprobado: 16/03/2015
3. Métodos multicritérios de apoio à decisão e o método AHP
4. Definição do problema: seleção de ideias na indústria de móveis
5. Determinação dos critérios de avaliação de ideias no setor de móveis
6. A aplicação da AHP na indústria de móveis: estudo de caso
RESUMO: |
ABSTRACT: |
A competitividade na indústria de móveis vem se intensificando significativamente ao longo dos anos. Além do aumento da concorrência, as transformações que ocorrem devido a mudança de tendências quanto ao design, perspectiva do consumidor, surgimento de novas tecnologias, novos materiais e novas restrições ambientais entre outros são alguns dos fatores que fazem com que empresas busquem alternativas de vantagem competitiva para se manterem no mercado. Algumas alternativas centram-se na melhoria do processo produtivo e da gestão do Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP).
O PDP envolve desde a geração de uma ideia até seu desenvolvimento, lançamento e descontinuidade, sendo responsável tanto pela criação de novos produtos como pela melhoria dos produtos já existentes (ROZENFELD et. al. 2006; ULRICH, EPPINGER, 2000; PETERS et. al. 1999; ROOZENBURG, EEKELS, 1995). Freitas et. al. (2005, p.8) ressaltam que "o acréscimo de métodos e procedimentos ao PDP propicia a obtenção e sustentabilidade de vantagem competitiva". Deste modo, é fundamental investir em melhorias na estruturação do PDP, buscando aumentar o desempenho de suas atividades em busca do desenvolvimento de produtos com maiores chances de sucesso.
Autores (ROZENFELD et. al. 2006; ULRICH, EPPINGER, 2000; PETERS et. al. 1999; ROOZENBURG, EEKELS, 1995) dividem o PDP basicamente em três macro-fases: pré-desenvolvimento, desenvolvimento, e pós-desenvolvimento. A fase de pré-desenvolvimento do PDP envolve a geração de ideias e seleção das que atendem à todos os critérios propostos para a empresa antes que seja determinada a concepção do produto (COOPER, KLEINSHIMIDT, 1995). Chang et. al. (2008); Bhushan, Rai (2004) ressaltam que um modelo de triagem eficiente e eficaz nesta fase abandona ideias ruins, selecionando as que melhor atendem a estratégia organizacional, e que sejam tecnologicamente viável e orientadas para o mercado.
Segundo Gors et. al. (2012) a escolha de ideias é muito importante, mas apresenta um alto custo e é propensa a erros. Assim é fundamental que ocorra uma gestão eficiente e eficaz para a geração de ideias e a definição do projeto que será desenvolvido, minimizando custos e tempos para desenvolver produtos sem sucesso (ZHANG, DOLL, 2001). Segundo Boeddrich (2004) a falta de procedimentos metódicos, sistemáticos e estruturados nas fases iniciais do PDP tem um efeito negativo sobre a gestão da inovação de uma organização, faz com que o ajuste estratégico de inovações não seja possível ou ainda realizado tarde demais.
Neste sentido, a indústria de móveis encontra um grande desafio na escolha de ideias que irão compor o novo portfólio, pois, é preciso que as alternativas selecionadas atendam a diversos critérios em um mesmo produto, tais como, fatores técnicos, estratégicos, econômicos e ambientais (POSTELL, 2012; ANJUM et. al. 2005). Entretanto, no caso do setor moveleiro no Brasil, formado predominantemente por indústrias de pequeno e médio porte, as mesmas não costumam realizar a seleção de ideias de modo estruturado ou seguir uma metodologia de priorização desses critérios e por isso há uma grande dificuldade de satisfazer todas as exigências em um mesmo produto.
Assim, a falta de utilização de procedimentos metódicos para auxiliar a tomada de decisão no processo de seleção de ideias somado as incertezas, ambiguidades e complexidade que são características inerentes neste processo deste setor reduzem as chances de desenvolver um produto de sucesso e consequentemente de manter a vantagem competitiva destas indústrias de pequeno e médio porte.
Uma alternativa para este tipo de problema é a aplicação de métodos multicritérios de apoio à decisão que pode aumentar as chances de escolher as ideias com maior potencial. Pois, possibilitam selecionar alternativas que atendem a todos os critérios estabelecidos simultaneamente.
Um dos métodos multicritérios que tem sido estudado extensivamente por pesquisadores no apoio a tomada de decisão é o método AHP (SONG et. al. 2013a; GOEDERT, SEKPE, 2013; ZHAO, 2013; AMINBAKHSH et. al. 2013; ZHAO, 2013)rata-se de um método que serve de apoio na tomada de decisões complexas. Permite avalizar não só variáveis quantitativas, mas também qualitativas. O método se baseia em matemática e psicologia, foi desenvolvido na década de 1970 pelo Profº Thomas Saaty (Saaty, 1980). Bottero et. al. (2011) e Cziner et. al. (2005) utilizaram deste método para a aplicação na escolha por processos mais sustentáveis. Cada método multicritério de apoio à decisão apresenta características próprias, assim, considerando o problema de seleção de ideias na indústria de móveis e a relação de seus critérios a AHP pode servir como uma ferramenta de apoio para este problema.
Por meio de uma revisão sistêmica de literatura não foi encontrada nenhuma aplicação do método AHP para a seleção de ideias no setor moveleiro. Desta forma, o presente artigo propõe a caracterização dos critérios mais importantes utilizados na indústria de móveis no processo de triagem das novas ideias por meio de uma revisão da literatura e entrevistas e ainda a aplicação do método multicritério de apoio a tomada de decisão AHP para tratar a priorização dos critérios e o ranqueamento das ideias para composição do portfólio. Na análise foram utilizados critérios pré-estabelecidos levantados considerados fundamentais para o setor pesquisado visando aumentar as chances de sucesso de lançamento do produto por meio da escolha adequada de ideias.
O restante do conteúdo deste artigo segue organizado da seguinte forma: (i) Seção 2 e 3: Revisão da literatura; (ii) Seção 4: Apresentação do problema; (iii) Seção 5: Caracterização dos critérios; (iv) Seção 6: Aplicação da ferramenta, resultados e discussões; e (v) seção 7: Conclusões.
O processo de geração e escolha de ideias é uma das principais atividades do PDP. O processo deve conter uma quantidade adequada de ideias e informações para que ocorra o desenvolvimento das mesmas de modo eficiente e eficaz (GORS et. al. 2012). Esta etapa é chamada por Rozenfeld et. al. (2006) de Planejamento Estratégico de Produto (PEP). Nessa fase as ideias de produtos são avaliadas por meio de critérios técnicos, comerciais, estratégicos e financeiros (CHAN et. al. 2011). A partir dos resultados dessa avaliação, as ideias são classificadas e as melhores são selecionadas para serem desenvolvidas (CRAWFORD, BENEDETTO, 2006).
Kahraman et. al. (2007) ressaltam que as ideias precisam apresentar vantagens competitivas e de marketing do produto, superioridade sob os produtos concorrentes e o risco deve ser avaliado (KAHRAMAN et. al. 2007). Floren, Frishammar (2012) afirmam que é fundamental que as organizações desenvolvam sua capacidade de alinhamento das novas ideias com pré-condições internas como o portfólio de produtos e a estratégia organizacional com o ambiente externo (concorrência de produtos, tecnologia e desenvolvimento do mercado) para desenvolver produtos de sucesso (BOEDDRICH, 2004).
A escolha de ideias é muito importante e complexa, sendo propensa a erros devido às incertezas e ambiguidades inerentes neste processo (GORS et. al. 2012). No decorrer das etapas do PDP os custos aumentam intensamente. Estes custos são irrecuperáveis e existe uma tendência de não abandonar um projeto, mesmo que o desempenho deste não seja como o esperado depois que iniciou sua fase de desenvolvimento, ocasionando falhas e consequentemente gastos financeiros e de tempo desnecessários (WILLIAMS, KOCHHAR, 2000).
Assim é fundamental que ocorra uma gestão eficiente e eficaz para a geração de ideias e a definição do projeto que será desenvolvido para aumentar as chances de sucesso no seu lançamento. Devido a isso, inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos para a triagem mais eficiente destas ideias (LAM, DAI, 2012; KEMPE et. al. 2012; DOS SANTOS, SPANN, 2011; CHAN et. al. 2011; CHANG et. al. 2008; HEISING, 2012; WILLIAMS, KOCHHAR, 2000; GRIFFIN, 1997; COOPER, KEINSCHMIDT, 1995). Portanto, sendo importante investir mais dinheiro, tempo e esforço intelectual nesta fase, e como isso não pode ser feito com todas as ideias que surgirem, pois, os recursos são limitados e as escolhas precisam ser realizadas (VERWORN et. al. 2008; REID, DE BRENTANI, 2004).
Neste contexto, o uso de métodos multicritérios de apoio à decisão possibilitam aumentar as chances da escolha de ideias de maior potencial. Pois, consideram todos os critérios propostos de maneira simultânea, priorizando os critérios mais importantes para a empresa e ranqueando as alternativas de acordo com objetivo da tomada de decisão.
As análises multicritérios destacam-se por considerar a subjetividade inerente ao processo decisório. Os métodos multicritérios de apoio à decisão são para problemas com aspectos qualitativos ou quantitativos cujo princípio considera que a experiência e a informação das pessoas são tão importantes quanto os dados utilizados na tomada de decisão (ROY, 1996). Os métodos multicritérios permitem analisar critérios que não podem ser transformados em números reais (CEREDA JUNIOR, 2011).
Roy (1996) classifica tais métodos em: Abordagem do critério único de síntese; Abordagem do julgamento Interativo; e Abordagem da Sobreclassificação (outranking). Os métodos de abordagem do critério único de síntese assumem que as preferências dos "decisores" podem ser representadas por uma função utilidade ou de valor e são analisadas pelo analista por meio da utilização de modelos aditivos, multiplicativos, entre outros (GARTNER, 2001).
Estes métodos apresentam o princípio de transitividade e não admitem a incompatibilidade das ações potenciais. Levam em conta apenas situações de preferência e indiferença resultando em ordenamento total das alternativas (GARTNER, 2001). Como exemplo cita-se a Teoria da Utilidade Multiatributo (MAUT), o Analytic Hierarchy Process (AHP) e o Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique (MACBETH).
O AHP pode ser utilizado em problemas estruturados em vários níveis, os critérios são independentes entre si e compensatórios, o número de alternativas tem que ser menor que 10 para julgamento do "decisor". A heurística do "decisor" consiste na sua experiência. O "decisor" pode avaliar quantitativamente com valores discreto a relação entre as alternativas (SAATY, 1980). Assim, segundo as características citadas anteriormente, o AHP foi escolhido como um método adequado para o problema de seleção de ideias.
É o método multicritério de apoio a tomada de decisão com maior quantidade de publicações científicas (WALLENIUS et. al. 2008), foi considerado pela comunidade científica internacional como uma ferramenta com grande potencial para lidar com problemas de decisão complexos (BOTTERO et. al. 2011).
Trata-se de um método comumente utilizado para facilitar avaliações comparativas, onde o desempenho de cada alternativa é comparada com a de outras alternativas (comparação par a par) em cada critério de avaliação com medição relativa (YEH, CHANG, 2009). É um método muito utilizado pelas equipes de desenvolvimento de produtos nos mais diversos setores da indústria. Entretanto, é um método que sofre a limitação de apenas ser aplicável a estruturas hierárquicas simples (BOTTERO et. al. 2011).
Assim, visando verificar as publicações sobre a aplicação do método AHP na tomada de decisão nas fases iniciais do PDP, foi realizada uma busca por artigos publicados em periódicos. Nesta pesquisa, foram utilizadas as seguintes combinações de palavras-chaves com os operadores booleanos e de proximidade no campo de busca por tópico (títulos dos artigos, resumos, palavras-chaves do autor e palavras chaves criadas) na base de pesquisa Web of Science: (("Evaluating New Product Ideas" or "Opportunity Identification" or "R&D options selection" or "IDEA GENERATION " or "IDEA MANAGEMENT" or "product development" or "project management" or "portfolio management" or "ideas select" "front-end" or "npd" or "selecting product" or "idea screening" or "new product introduction" or "product project concept selection" or "Filtering new product ideas") and (ahp or "analytic hierarchy process") and furniture). A tabela 1 mostra as publicações em periódicos dos últimos 5 anos com aplicação do AHP na tomada de decisão nas fases iniciais do PDP.
Tabela 1 – Estudos publicados em periódicos da aplicação do AHP nas fases iniciais do PDP nos últimos 5 anos
Pesquisadores |
Aplicação |
Sapuan et. al. (2011); Aguwa et. al.(2010) |
Seleção de materiais |
Hambali et. al. (2010) |
Seleção de componentes |
Song et. al. (2013a); Goedert, Sekpe (2013); Tai; Lin, and Chen (2011); Wu, Chang (2011); Strang (2011); Charouz, Ramik(2010); |
Seleção de projetos |
Song et. al. (2013b); Yang, Chiu (2010); |
Avaliação dos fatores críticos de sucesso de projetos |
Vidal et. al. (2011a); Vida et. al. (2011b); |
Avaliação da complexidade do projeto |
Zhao (2013); Aminbakhsh et. al. (2013) |
Seleção de gestão de segurança de projetos |
Wang, Hsueh (2013) |
Priorização de clientes |
Varajao et. al. Cruz-Cunha (2013) |
Seleção da equipe |
Hung, Chou (2013) |
Avaliação do desempenho do projeto |
Larrode et. al. (2012); Cziner et. al. (2005); Bottero et. al. (2011) |
Avaliação do processo |
Salgado et. al. (2012) |
Priorização das atividades |
Dey (2012) |
Avaliação dos riscos do projeto |
Barker, Zabinsky (2011) |
Avaliação da logística |
Fonte: autoria própria
Diante desta revisão, pode-se verificar a ausência de estudos com aplicação do método AHP para a seleção de ideias no setor moveleiro. Entretanto, verificou-se que a aplicação desta ferramenta pra a seleção de projetos é comumente utilizada por indústrias dos diversos setores. O que indica que a utilização do método AHP pode ser considerada adequada para orientar também as indústrias do setor moveleiro à tomada de decisão neste processo de seleção de ideias.
A cada novo ciclo do desenvolvimento do produto a equipe de desenvolvimento começa o processo com a geração de ideias de novos projetos e de melhorias de produtos já existentes com base em informações internas e externas a empresa. Novas ideias são geradas para cada família de produtos.
Das ideias geradas, é realizada uma avaliação preliminar no intuito de descartar as ideias menos favoráveis e considerar as que possuem um maior potencial de sucesso e que estejam alinhadas a estratégia da empresa. Essa avaliação é realizada de acordo com os critérios pré-estabelecidos mais importantes para a empresa. A partir de uma avaliação preliminar, os protótipos físicos são fabricados para então serem apresentados para a comissão avaliadora. Na sua composição, a comissão avaliadora geralmente conta com a participação de um membro para cada setor (compras, vendas, comercial, produção, desenvolvimento do produto, planejamento e controle da produção (PCP), etc) e ainda os representantes comerciais. A comissão avaliadora decide quais serão os itens a serem descontinuados, congelados e inseridos no portfólio.
A atividade de avaliação preliminar muitas vezes é realizada normalmente de maneira subjetiva, sem uma metodologia de priorização das alternativas. Dessa forma, é possível que ideias boas sejam descartadas ou ainda ideias menos favoráveis sejam continuadas. Para a realização de tal atividade devem ser levados em consideração fatores quantitativos e qualitativos. Desta forma, faz-se necessário a priorização das alternativas existentes de acordo com os critérios mais importantes para a empresa, levando em consideração fatores técnicos, estratégicos, econômicos e ambientais levando em conta a subjetividade do processo e também seus valores quantitativos. Assim, o problema é melhor apresentado na Figura 1.
Figura 1: Identificação do problema
Fonte: Autoria própria (2014)
De acordo com a aplicação do AHP, o primeiro passo do método é desenvolver um modelo quebrando o problema em seus componentes. Isto significa identificar os critérios de acordo com as necessidades da empresa, a fim de avaliar todos os elementos envolvidos, de acordo com os diferentes níveis da análise: o objetivo, os critérios e as alternativas.
Assim, o objetivo para este estudo é a priorização das alternativas de um conjunto de ideias na análise preliminar para a formação do novo portfólio na indústria de móveis. Os critérios selecionados referem-se aos aspectos gerais que são considerados relevantes para atingir o objetivo. De acordo com o levantamento foram escolhidos os critérios considerados mais importantes para a concepção de um produto moveleiro. São critérios que atendem a aspectos econômicos, tecnológicos e ambientais.
O aspecto econômico considera o custo para cada projeto. O aspecto tecnológico considera os parâmetros técnicos mais importantes dos diferentes modelos, dentro desse aspecto serão avaliados os critérios de: manufaturabilidade; inovação; qualidade e ergonomia. O aspecto ambiental considera a compatibilidade sustentável dos modelos.
Os aspectos são detalhados e subdivididos em critérios específicos. Os critérios escolhidos visam atender as necessidades da comissão de "decisores", que é formada pelas diversas áreas envolvidas no desenvolvimento de produtos, para tanto, os critérios levantados foram avaliados por cinco equipes de desenvolvimento de indústrias de móveis por meio de uma entrevista. Participaram desta avaliação os que possuíam envolvimento direto com o PDP. Neste caso, contou-se com a participação do setor de engenharia, comercial, compras, produção e desenvolvimento.
De acordo com a literatura em conjunto com a opinião das equipes de desenvolvimento do setor, apresentam-se os critérios na tabela 2.
A indústria de móveis pesquisada trata de uma empresa que possui marca própria com adoção de estratégia seguidora. Classifica-se de acordo com o SEBRAE (2006) como sendo de médio porte. Realiza o desenvolvimento do produto internamente onde o tempo de desenvolvimento é de um ano. Desta forma, nota-se que há um período bem curto para o processo de desenvolvimento de produto.
Tabela 2 – Critérios levantados
Aspectos |
Critérios |
Sub-critérios |
Análise |
Atores |
Aspecto econômico |
Custos |
|
- definido através da somatória dos custos diretos (custo da matéria prima e custo da hora homem-máquina) e indiretos (custos administrativos). |
JD Edwards World (2013) |
Aspecto tecnológico |
Manufaturabilidade |
|
- considerada a facilidade e capacidade que o produto tem de ser manufaturado, ou seja, de ser produzido. |
Rozenfeld et. al. (2006); Morgan (2002) |
Inovação |
De componentes |
- considerada melhoras significativas nos componentes |
Haavisto (2014); Trott (2005); Ulwick (2005) |
|
De materiais |
- considerada melhoras significativas dos materiais |
|||
Facilidade de utilização |
- considerada melhoras significativas na facilidade de utilização |
|||
Qualidade |
Características acessórias |
- considerada os adicionais, os detalhes, o supérfluo que valoriza o produto |
|
|
Conformidade |
- considera o grau em que as peças executadas correspondem ao projeto |
Bergman, Klefsjö (2010); Feng, Kapur (2008); Crosby (1980) |
||
Aparência |
- é uma dimensão bastante subjetiva e considera a maneira com que o consumidor enxerga o produto |
|
||
Ergonomia |
|
- inclui a facilidade de manuseio, adaptação antropométrica, fornecimento claro de informações e demais itens de conforto e segurança |
Fialho et. al. (2007); Iida (1990) |
|
Aspecto ambiental |
Sustentabilidade |
Emissão de poluentes |
- considera a emissão de poluentes durante o processamento |
Kuo et. al. (2009); Kaebernick et. al. (2003) |
Geração de resíduos |
- considera a geração de resíduos durante o seu processamento
|
Fonte: Autoria própria
O portfólio é da empresa é formado por um mix de produtos, contendo: cadeiras (carro chefe); mesas de jantar; mesas de centro; mesas de apoio; balcões; racks e aparadores.
O problema se refere à priorização de um conjunto de ideias para posterior seleção para a formação do portfólio. Para solucionar o problema, o AHP foi aplicado ao estudo com base nos critérios de acordo com o perfil e a estratégia da empresa.
Antes da aplicação da ferramenta o time de desenvolvimento da indústria foi entrevistado a fim de verificar a validade dos critérios pré-estabelecidos (Tabela 3). O time de desenvolvimento contou com a participação de profissionais diversos setores, sendo eles, comercial, produção, desenvolvimento do produto (DP), planejamento e controle da produção (PCP), e ainda os representantes comerciais. No total foram sete profissionais entrevistados. A aplicação do método foi realizada na escolha de novas ideias de uma família de produto para exemplificar. Foi escolhido o produto do tipo rack, contendo dez alternativas de novas ideias. De acordo com o perfil da empresa e como o produto a ser avaliado, o time de desenvolvimento decidiu que seria necessário considerar todos os critérios propostos pré-estabelecidos na aplicação da ferramenta.
O processo de tomada de decisão possui sua abordagem na decomposição do seu problema de decisão em subproblemas que são organizados de acordo com os níveis hierárquicos. Cada nível da sua hierarquia representa um conjunto de critérios relacionados com cada subproblema (SAATY, 1980, 1990, 2003; SAATY, VARGAS, 1990).
Os elementos desta hierarquia ficam organizados de tal forma que o nível mais alto da hierarquia representa o objetivo do problema e os níveis intermediários denotam os critérios que correspondem aos níveis superiores. Enquanto isso, o nível inferior é composto pelas alternativas. Na figura 2 está a apresentação hierárquica do problema.
Na lateral esquerda da hierarquia encontra-se o objetivo global que se refere à priorização de ideias. As alternativas de decisão, alternativas de 1 à 10, encontram-se na lateral direita. Entre o objetivo e as alternativas encontram-se os critérios de seleção relevantes para a decisão do problema. O número dos níveis aplicado na hierarquia depende da complexidade do problema (SAATY, 1980).
Figura 2 - Hierarquia do problema.
Fonte: Autoria própria (2014)
Com a hierarquia construída, seus elementos são avaliados sistematicamente, realizando a priorização por meio da comparação par a par dos critérios (VAIDYA, KUMAR, 2006). Os valores são de importância relativa, determinada numa escala de 9 pontos, denominada "Escala Fundamental de Saaty" (Tabela 3), que permite transformar a comparação subjetiva em números correspondentes.
Tabela 3 – Escala Fundamental de Saaty
Valores numéricos |
Escala verbal |
1 |
Igualmente importante |
3 |
Esquerda é moderadamente mais importante do que a direita |
5 |
Esquerda é fortemente mais importante do que a direita |
7 |
Esquerda é muito mais importante do que a direita |
9 |
Esquerda é extremamente mais importante do que a direita |
2, 4, 6, 8 |
Valores intermediários |
1/3 |
Direita é moderadamente mais importante do que a Esquerda |
1/5 |
Direita é fortemente mais importante do que a Esquerda |
1/7 |
Direita é muito mais importante do que a Esquerda |
1/9 |
Direita é extremamente mais importante do que a Esquerda |
1/2, 1/4, 1/6, 1/8 |
Valores intermediários |
Fonte: Saaty (1980)
Os julgamentos numéricos estabelecidos em cada nível da hierarquia formam matrizes com comparações dos critérios par a par. Posteriormente, os pesos relativos dos critérios e subcritérios foram estabelecidos e as matrizes do problema foram preenchidas com comparações feitas pela equipe de desenvolvimento (Tabela 5 e 6). Participaram da avaliação os mesmos membros que avaliaram os critérios.
Foi decidido pela equipe que a qualidade do projeto é tão importante quanto o seu custo, moderadamente mais importante que a manufaturabilidade e a ergonomia, extremamente mais importante do que a inovação e a sustentabilidade. Já o custo foi considerando tão importante quanto à manufaturabilidade, fortemente mais importante do que a ergonomia, moderadamente mais importante do que a inovação e extremamente mais importante do que a sustentabilidade. Quanto à manufaturabilidade, fortemente mais importante do que a inovação e a sustentabilidade. E a inovação tão importante quanto à sustentabilidade.
Com respeito ao peso dos critérios e subcritérios, foram calculadas as componentes do vetor próprio normalizado associado ao maior valor próprio da sua matriz de comparação com o auxílio do software Expert Choice. Toda a ponderação do vetor é calculada a partir de comparações feitas entre apenas dois critérios de uma vez. Por exemplo, se um critério é mais importante do que o outro, então os números entre 1 e 9 são usados para gravar essa relação. Se o critério é menos importante do que o outro, então os valores inversos são utilizados. É preciso levar em consideração o numero de consistência produzido pelos vetores que deve ser menor que 0,1.
Tabela 4 – Comparações pareadas dos critérios
Nível 2 |
Ergonomia |
Custo |
Manufatura-bilidade |
Inovação |
Qualidade |
Sustenta-bilidade |
Valor normalizado |
Ergonomia |
1 |
1/5 |
1/2 |
1 |
1/2 |
2 |
0,086 |
Custo |
5 |
1 |
1 |
3 |
1 |
9 |
0,277 |
Manufaturabilidade |
2 |
1 |
1 |
5 |
1/3 |
5 |
0,193 |
Inovação |
1 |
1/3 |
1/5 |
1 |
1/9 |
1 |
0,055 |
Qualidade |
2 |
1 |
3 |
9 |
1 |
9 |
0,350 |
Sustentabilidade |
1/2 |
1/9 |
1/5 |
1 |
1/9 |
1 |
0,039 |
Fonte: Autoria própria
-----
Tabela 5 – Comparações pareadas dos subcritérios
Nível 3 |
|
|
|
Valor Normalizado |
|
Qualidade |
Características Acessórias |
Conformidade |
Aparência |
|
|
Características Acessórias |
1 |
2 |
1/9 |
0,114 |
|
Conformidade |
1/2 |
1 |
1/9 |
0,072 |
|
Aparência |
9 |
9 |
1 |
0,714 |
|
Inovação |
De componentes |
De materiais |
De utilização |
|
|
De componentes |
1 |
5 |
6 |
0,078 |
|
De materiais |
1/5 |
1 |
3 |
0,287 |
|
De utilização |
1/6 |
1/3 |
1 |
0,635 |
|
Sustentabilidade |
Emissão de poluentes |
Emissão de resíduos |
|
||
Emissão de poluentes |
1 |
2 |
0,333 |
||
Geração de resíduos |
1/2 |
1 |
0,667 |
Fonte: Autoria própria
As unidades e escalas são arbitrárias, apropriado por critérios específicos. Para todos os critérios apresentados, uma pontuação normalizada é determinada pelo Software Expert Choice. Os valores normalizados classificam a prioridade dos critérios e subcritérios gerados na primeira etapa. A partir destes resultados, as alternativas são classificadas de acordo com sua capacidade de satisfazer estes critérios ao mesmo tempo, sendo dispostas num ranking. Em seguida, a decisão global pode ser feita com base nos resultados parciais. A melhor solução a ser considerada é a que tiver valor mais alto.
A diferença entre as classificações é suficiente para tornar a equipe de projetos capaz de tomar a decisão de escolher as ideias que melhor atendem à estratégia da empresa. A alternativa de maior pontuação é a que melhor satisfaz a todos os critérios ao mesmo tempo. A solução para este problema apresenta-se na tabela 6.
A aplicação da ferramenta apresenta uma possível solução de ranqueamento de dez alternativas de acordo com os pesos dos critérios adotados pelos decisores. Desta forma, mudando-se o peso entre os critérios, obtem-se outra solução.
Tabela 6 – Ranqueamento das alternativas
Posição |
Projetos |
Pontuação |
1º |
Alternativa 1 |
0,154 |
2º |
Alternativa 8 |
0,107 |
3º |
Alternativa 9 |
0,107 |
4º |
Alternativa 2 |
0,104 |
5º |
Alternativa 3 |
0,100 |
6º |
Alternativa 5 |
0,096 |
7º |
Alternativa 10 |
0,090 |
8º |
Alternativa 7 |
0,085 |
9º |
Alternativa 6 |
0,084 |
10º |
Alternativa 4 |
0,065 |
Fonte: Autoria própria
A solução apresentada pela ferramenta permite a equipe de desenvolvimento tomar a decisão de uma maneira eficiente. Dentre o ranqueamento é possível destacar as ideias que melhor atendem aos critérios de acordo com as exigências da empresa e selecioná-las segundo a suas necessidades.
O estudo mostrou que a aplicação do método multicritério AHP é eficiente na priorização dos critérios e ranqueamento das ideias, permitindo desta forma, que os decisores possam selecionar as melhores ideias de forma eficiente.
Com base na literatura em conjunto com a análise de equipes de desenvolvimento do setor, foi possível levantar critérios considerados mais importantes para a concepção de um produto moveleiro. São critérios que atendem a aspectos econômicos, tecnológicos e ambientais. Onde, o aspecto econômico considera o custo para cada projeto. O aspecto tecnológico considera os parâmetros técnicos mais importantes dos diferentes modelos, dentro desse aspecto fazem parte os critérios de: manufaturabilidade; inovação; qualidade e ergonomia. E o aspecto ambiental considera a compatibilidade sustentável dos modelos.
O método multicritério de apoio à decisão escolhido se mostrou capaz de solucionar o problema de seleção de ideias na indústria de móveis. Assim, pode-se dizer que é possível estruturar o portfólio de produtos de uma indústria com o auxilio desta ferramenta.
Os critérios considerados neste trabalho podem ser considerados por outras indústrias do mesmo seguimento, entretanto, o peso considerado será de acordo com o perfil da empresa, estratégias e o tipo de produto a serem avaliados.
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