Espacios. Vol. 36 (Nº 08) Año 2015. Pág. 2

Análise de viabilidade econômica da implantação de painéis fotovoltaicos para geração de energia em pequenas e médias empresas: estudo de caso no contexto brasileiro

Analysis of economic feasibility of photovoltaic panels implementation for power generation in small and medium-sized enterprises: a case study in the brazilian context

Rafael Chinasso Fernandez SEGURA 1; Marcelo TARDELLI 2; Edilson Antonio CATAPAN 3; Anderson CATAPAN 4; Dariane Cristina CATAPAN 5

Recibido: 03/12/14 • Aprobado: 18/02/2015


Contenido

1. Introdução

2. Aspectos Metodológicos

3. Resultados da Pesquisa

4. Conclusões

Referências


RESUMO:
Fatores importantes como a abundância de recursos naturais e a busca de boas práticas no que tangem a sustentabilidade favorecem o investimento em energias alternativas para geração de energia por parte das empresas. Ultimamente, muitas empresas estão investindo em soluções que permitam que ela mesma produza sua própria energia elétrica, por meio de energia solar, eólica ou de alternativas, com a intenção de diminuir os custos atualmente inflacionados, além da possibilidade racionamento iminente vivenciados nos dias de hoje. Porém atualmente o investimento inicial necessário para utilização de painéis solares convencionais ainda é relativamente alto. Assim, o objetivo deste artigo é analisar a viabilidade econômica para a implementação desta alternativa, considerando o contexto brasileiro. Após os resultados encontrados, mesmo com um payback considerado alto, o investimento foi considerado como viável.
Palavras-chave: Geração fotovoltaica. Painéis solares. Viabilidade econômica.

ABSTRACT:
Important factors such as the abundance of natural resources and the search for good practice in that concern sustainability favor investment in alternative energy sources for power generation by businesses. Lately, many companies are investing in ways to allow herself to produce their own electricity through solar, wind or alternative, with the intention of reducing the costs currently inflated and the possibility imminent rationing experienced today. But now, the initial investment required for use of conventional solar panels is still relatively high. The objective of this paper is to analyze the economic feasibility for the implementation of this alternative, considering the Brazilian context. After the results, even with a payback considered high, the investment was considered feasible.
Keywords: Photovoltaic generation. Solar panels. Economic viability.

1. Introdução

Pequenas e médias empresas vêm ganhando destaque no Brasil, com o incentivo a inovação e a busca por novos produtos. Aliada a inovação, surge o aumento da preocupação com aspectos ambientais e com a sustentabilidade. Assim, isto faz com que empresários apostem cada vez mais na inovação de energias alternativas conhecidas também como energias limpas.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão que regula o setor elétrico no Brasil, recentemente publicou uma resolução que permite que as empresas se utilizem de energias alternativas, e como forma de incentivo, o excedente gerado pela empresa poderá ser utilizado como credito concedido pela Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), pois a energia excedida será devolvida a rede de energia da Copel. Assim, seria uma troca visando o retorno do que foi investido pelas empresas.

Ainda, nos últimos meses sugiram, no Brasil, os problemas de geração de energia, principalmente por conta da falta d'água que abastece as usinas hidrelétricas. Surge neste contexto então como solução as alternativas de energia limpa, como a gerada pelo sol e pelo vento, conhecida como solar e eólica, que possuem linhas de crédito específicas para vários segmentos como incentivo, que além de resolverem o problema da geração de energia, contemplam os aspectos ambientais e sustentáveis já abordados. Assim, fatores importantes como a abundância de recursos naturais e a tendência de adoção de boas práticas de sustentabilidade favorecem a busca pelo investimento em energias alternativas.

Com base neste contexto, a questão de pesquisa deste artigo resume-se em: Existe viabilidade econômica para a instalação de painéis solares fotovoltaicos em pequenas e médias empresas na Cidade do Curitiba, no Brasil?

Esta pesquisa justifica-se, uma vez que analisar a utilização de instrumentos que permitam que a própria empresa produza sua energia elétrica, sendo ela por meio de energia solar, eólica ou de alternativas com a intenção de diminuir os custos, atualmente inflacionados, pode minimizar a possibilidade de racionamento de energia, possibilidade iminente vivenciada atualmente no Brasil.

Com base nisto, a geração alternativa de energia elétrica pode significar vantagem competitiva e assegurar a continuidade das atividades das empresas, visto que trata-se de um mecanismo para proteção contra os racionamentos, e isso pode minimizar o risco de uma inversão financeira como, por exemplo, a paralisação da produção.

Além desta introdução, esta pesquisa apresenta uma seção que aborda a metodologia da pesquisa. Depois, são apresentados os achados da pesquisa na seção de resultados e, por fim, são apresentadas as conclusões do trabalho.

2. Aspectos Metodológicos

Esta pesquisa é caracterizada com uma pesquisa de cunho aplicado onde, conforme Silva e Menezes (2000, p. 20), "objetiva-se gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos". Além disso, trata-se de um estudo de caso, por analisar a viabilidade econômica em uma cidade específica. Justifica-se a utilização deste tipo de estudo, uma vez que vários artigos têm trabalhado neste formato (Mattos et al., 2013; Morais et al., 2014; Catapan et al., 2014).

O desenvolvimento deste artigo deu-se em duas etapas: (i) exploratória; e, (ii) descritiva. Na primeira etapa, de cunho exploratório, foram estudados todos os aspectos dos painéis solares fotovoltaicos. Também, foram analisados todos os aspectos determinantes para a qualificação do melhor painel solar fotovoltaico para este setor empresarial. Ainda, foram realizada entrevistas na empresa foco deste estudo de caso, para verificar detalhes necessários para o estudo da implantação dos painéis.

Por último, a segunda etapa buscou analisar a viabilidade da implantação, levantando o investimento inicial, a projeção de entradas a serem geradas, assim como das saídas, decorrentes de gastos do projeto.

3. Resultados da Pesquisa

Para que os painéis sejam utilizados, é necessária a incidência de raios solares. O estado do Paraná, no Brasil, local onde fica a cidade de Curitiba e foi realizado o estudo, apresenta potencial na área de energia solar, o que é ilustrado na Figura1.

  Figura 1 – Mapa Fotovoltaico do Estado do Paraná

 Fonte: Tiepolo, Urbanetz Jr. e Canciglieri Jr. (2013).

Sabendo que o Estado possui potencial de raios solares para geração de energia, a próxima etapa da pesquisa envolve a apresentação da viabilidade econômica. Para tanto, foi necessário projetar o fluxo de caixa do projeto. Segunda, Zdanowicz (2000, p.23), "fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos pela empresa em determinado período".

Assim, surge a necessidade do estudo do fluxo de caixa, uma vez que segundo Campos Filho (1999, p.17) "sem uma boa gestão de fluxo de caixa prospectivo, não se saberá quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando se necessitará de financiamentos bancários".

Nesta perspectiva, para avaliar a viabilidade do projeto foi utilizado o Valor Presente Líquido (VPL) para avaliar os fluxos de caixa orçados, considerando a instalação de um equipamento 2940WP (12 painéis fotovoltaicos). Também, foi selecionada a empresa Alfa, para projeto piloto do artigo. Ainda, foi escolhido o inversor SG 3KTL-M do fabricante Sun Grow, uma vez que, além de possuir uma das melhores eficiências para inversores de baixa potência testados pela Photon, possui baixo custo. Sua proteção é IP65 e possui excelentes limites de corrente e tensão de operação. Então, a Tabela 1 apresenta os investimentos iniciais para instalação dos painéis.

Tabela 1 – Investimento total do projeto

Fonte: os autores (2014).

A Tabela 1 mostra um investimento total de R$ 17.454,00 para instalação dos painéis, considerando mão-de-obra e materiais para instalação. A Tabela 2 mostra a expectativa de geração de energia, com base nos equipamentos orçados.

Tabela 2 – Geração de Energia Esperada

Fonte: os autores (2014).

Considerando uma eficiência de 15% do painel fotovoltaico, em média ele conseguirá suprir 17% da demanda de geração de energia da empresa Alfa. A Figura 2 ilustra a geração de energia solar (em azul) versus o consumo de energia total da empresa estudada.

      Figura 2 – Geração de Energia Solar x Consumo de Energia Total

       Fonte: os autores (2014).

Após apresentado o investimento e o nível de geração de energia elétrica solar, o primeiro indicador de viabilidade a ser calculado é o payback descontado, cujas memórias e cálculo encontram-se na Tabela 3.

          Tabela 3 – Memórias de Cálculo do Payback

Fonte: os autores (2014).

Analisando a Tabela 3, percebe-se que o payback descontado, considerando as gerações de caixa líquidas descontadas, dar-se-á entre o 9º e o 10º ano. Sabendo que o fluxo de caixa acumulado negativo no ano 9 era de R$ 1.448,66, e a geração de caixa líquida do ano seguinte era de R$ 2.467,50, o payback descontado final é de 9,59 anos. Apresentado o cálculo do payback, a Tabela 4 apresenta o cálculo do Valor Presente Líquido do projeto.

          Tabela 4 – Memórias de Cálculo do Valor Presente

           Fonte: os autores (2014).

Considerou-se, para o cálculo do VPL, um horizonte de planejamento e projeção de caixa de 25 anos. Observando a Tabela 4, percebe-se que o projeto gera um valor presente de R$ 34.753,23 que, descontado do investimento, resulta em um VPL de R$ 17.299,23. Justifica-se esta taxa baixa, devido ao grande horizonte de tempo de planejamento do projeto. Ainda, a Taxa Interna de Retorno (TIR) calculada foi de 11%. A taxa de desconto utilizada para o cálculo do VPL foi de 4% ao ano.

4. Conclusões

 Ao final do período de projeção de fluxo de caixa de 25 anos, é possível recuperar todo o capital investido inicialmente. Este valor é recuperado durante o 9º ano do projeto. Ainda, considerando um VPL positivo e uma TIR de 11%, que está acima da taxa de juros definida de 4%, pode-se aceitar economicamente o projeto.

Espera-se que ocorra uma expansão da energia fotovoltaica na matriz brasileira ainda maior nos próximos anos aumentando cada vez mais os investimentos e diminuindo o custo das instalações, tudo em decorrência dos problemas de falta de energia verificados nos últimos anos no Brasil, uma vez que o país possui sua matriz energética concentrada, principalmente, na energia hidrelétrica.

Importante salientar que este estudo considerou uma taxa de juros baixa (4%), que é mais baixa que as taxas de juros aplicadas no mercado brasileiro. Optou-se por escolher uma taxa de juros baixa devido ao elevado tempo de projeto. Assim, caso a taxa de juros seja elevada, a viabilidade do projeto tornar-se-á baixa, uma vez que o VPL diminuirá e se aproximará de zero. Mesmo assim, a implantação destes sistemas pode trazer benefícios e vantagens competitivas para as empresas, principalmente caso o Brasil tenha problemas com racionamento de energia elétrica.

Referências

Campos Filho, A. (1999). Demonstração dos Fluxos de Caixa: Uma ferramenta indispensável para Administrar sua Empresa. São Paulo. Atlas.

Catapan, A.; Silva, A. C.; Munhoz, F. M.; Oliveira, L. M. B.; Silva, W. R. C.; Woehl, S.; Martins, P. F. (2014). A Gestão Por Competência na Busca de Uma Organização Eficaz: Estudo de Caso em Uma Universidade Brasileira. Revista de Globalizacion, Competitividad y Gobernabilidad, 8(2), p. 102-120. doi: 10.3232/GCG.2014.V8.N2.06.

Mattos, A.; Cunha, D. R.; Andrade, E. L.; Silva, J. J.; Santos, L. C. R.; Woehl, S.; Martins, P. F.; Catapan, A. (2013). Proposta de Reestruturação de Uma Organização: Mudança no Processo de Departamento Pessoal Para Práticas de Gestão de Pessoas. Espacios (Caracas), 34(12), p. 21.

Morais, A. S.; Naue, G. S.; Armstrong, J. G.; Woehl, S.; Martins, P. F.; Catapan, A. (2014). Percepção do Setor de Recursos Humanos de Uma Instituição Brasileira em Relação aos Desafios Para Implementação de Educação Corporativa. Espacios (Caracas), 35(10), p. 14.

Silva, E. L.; Menezes, E. M. (2000). Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina.

Tiepolo, G. M.; Urbanetz Jr., J.; Canciglieri Jr., O. (2013). Inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica do estado do paraná: análise do potencial produtivo. Revista Sodebras, 8(87), p. 30-37.

Zdanowicz, J. E. (2000). Fluxo de Caixa: Uma decisão de planejamento e controle financeiros. 8. ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto.


1. Faculdades da Indústria – Brasil – rafael.segura@sesipr.org.br        
2. Faculdades da Indústria – Brasil – tardellimarcelo@gmail.com
3. Faculdades da Indústria – Brasil – edilson.catapan@ yahoo.com.br
4. Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Brasil – andecatapan@yahoo.com.br
5. Faculdades da Indústria – Brasil – darianecatapan@yahoo.com.br

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