Espacios. Vol. 36 (Nº 07) Año 2015. Pág. 5
Louise de Lira Roedel BOTELHO 1; Artur Filipe Ewald WUERGES 2; Patrícia SCHNEIDER 3; Dienifer Jesus BELMONTE 4; Cleomar MINETTO 5; Marcelo MACEDO 6; Evelin Priscila TRINDADE 7
Recibido: 23/11/14 • Aprobado: 26/01/2015
RESUMO: |
ABSTRACT: |
A tecnologia social apresenta-se como um tema contemporâneo que remete ao desenvolvimento socioeconômico, e se baseia na dispersão de soluções para problemas sociais como falta de alimentação, educação, energia, habitação, renda, saúde e meio ambiente, entre outras. As tecnologias sociais podem surgir tanto das iniciativas de uma comunidade quanto em iniciativas dentro do ambiente acadêmico. É possível, ainda, a aliança entre o saber popular e o conhecimento científico. O importante é que os resultados sejam eficazes e o método possa ser reproduzido por outras pessoas, de modo a se multiplicar e melhorar a qualidade de vida das populações (RODRIGUES, 2008).
A economia solidária abrange todos os empreendimentos e iniciativas que se baseiam em ajuda mútua de autogestão e partilham os princípios do cooperativismo. Para Laville, (1994) ela é uma atividade econômica diferente da economia capitalista, pois dentro de uma cooperativa, ocorre o estímulo ao denominado capital social, a valorização do ser humano e suas relações.
As incubadoras tecnossociais de cooperativas populares (ITCPs) são vistas como uma ferramenta que liga a universidade com a comunidade, pois com a união de ambas, ideias de empreendimentos sustentáveis são formadas, e passam a auxiliar o conhecimento acadêmico e favorecendo a comunidade (BEZZERA, et al. 2013). Para Dagnino (2009), as incubadoras sociais procuram desenvolver e criar tecnologias que se adaptam às suas necessidades, se preocupando sempre com a economia sustentável e o bem-estar social.
A tecnologia social atua na produção científica e na aplicação de conhecimento. A economia solidária e as ITCPs exercem um trabalho importante no que diz respeito às práticas sociais, pois contribuem na produção e aplicação desse conhecimento.
Esse trabalho tem como objetivo apresentar os conceitos e a relação existente entre Tecnologia Social, Economia Solidária e as Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares por meio de uma revisão integrativa. Após isso, serão apresentados os resultados e conclusões do estudo.
A revisão da literatura é uma ferramenta de fundamental papel para trabalhos acadêmicos, pois é por meio dela que o pesquisador situa o trabalho dentro da área de pesquisa da qual faz parte, contextualizando-o. Com ela é possível avaliar o conhecimento produzido em pesquisas prévias, onde é preciso destacar principalmente os conceitos relevantes para o trabalho que está sendo elaborado. Ou seja, na revisão da literatura é feita a discussão das questões que estão relacionadas ao estado da arte da área em que a pesquisa se insere (BOTELHO; CUNHA e MACEDO, 2011).
A revisão bibliográfica tradicional descreve e avalia trabalhos originais coletados pelo pesquisador, mas, não descreve os métodos específicos pelo qual os trabalhos analisados foram identificados, revisados, selecionados e avaliados. Geralmente esse método é usado para a elaboração de novas pesquisas, mostrando uma visão ampla e as discussões críticas relacionadas aos trabalhos analisados (BOTELHO, CUNHA e MACEDO, 2011).
É um tipo de revisão que geralmente não possui uma questão de pesquisa bem definida e clara, ou seja, apresenta uma temática mais aberta. Ela não pré-define as fontes de busca de material para a realização da pesquisa, tornando-se assim, pouco abrangente (CORDEIRO, 2007).
Nesta pesquisa, será realizada uma revisão bibliográfica sistemática integrativa, pois tal método abrange e permite conhecer como os conceitos de Tecnologia Social, Economia Solidária e Incubadoras Tecnossociais de Cooperativas Populares se entrelaçam na literatura nacional.
A revisão bibliográfica integrativa tem como característica a identificação prévia do caminho escolhido pelo pesquisador para a realização da revisão da literatura. Permitindo uma busca completa dos estudos com maior relevância para a pesquisa e cria critérios de inclusão e exclusão dos estudos com maior relevância para a pesquisa. O método permite também a criação de critérios de inclusão e exclusão dos estudos, como uma maneira de avaliação crítica da qualidade. Também propõe um relato amplo, usando processos explícitos fazendo com que os argumentos sejam abertos para a realização de um exame detalhado de partes externas (CASTRO, 2006). A revisão integrativa necessita uma sequência de etapas para ser construída e para este trabalho adotou 6 etapas, sendo elas:
Quadro 1:
REVISÃO INTEGRATIVA |
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1ª ETAPA |
Identificação do Tema e seleção da questão de pesquisa |
2ª ETAPA |
Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão |
3ª ETAPA |
Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados |
4ª ETAPA |
Categorização dos estudos selecionados |
5ª ETAPA |
Análise e interpretação dos resultados |
6ª ETAPA |
Apresentação da revisão/síntese do conhecimento |
Fonte: Elaborado pelos autores
1ª ETAPA: Identificação do Tema e seleção da questão de pesquisa - Na primeira etapa é feita a identificação do tema e a seleção da questão de pesquisa. Para a realização desse trabalho optou-se pela escolha dos seguintes bancos de dados: RAE - Revista de Administração de Empresas, RAI – a Revista de Administração e Inovação, RAC - a Revista de Administração Contemporânea, RAUSP - a Revista de Administração da Universidade de São Paulo, SCIELO - a Scientific Electronic Library Online, EnANPAD - Encontro da Associação dos Programas de Pós-Graduação em Administração.
2ª ETAPA: Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão
A partir das palavras-chave, os critérios de inclusão e exclusão foram estabelecidos. Eles serviram de base para a busca dos estudos que formarão a linha de pesquisa. Optou-se por excluir todos os artigos de língua estrangeira, os que se configuravam com autoria desconhecida, os que se relacionavam às incubadoras tecnológicas, os que tratavam de assuntos ligados à medicina, os que estavam publicados em bancos de dados diferentes optando-se por selecionar o banco de dado onde o artigo foi primeiro publicado, e, os que não estavam completos, ou seja, aqueles que só possuíam o resumo.
Feito isso, manteve-se a seguinte quantidade de artigos:
3ª ETAPA: Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados
Nessa etapa realizou-se a leitura e a organização dos estudos pré-selecionados para poder selecioná-los. Após ser realizada uma leitura prévia dos artigos selecionados, foram mantidos trinta (30) artigos que foram usados para a construção da presente pesquisa, deixando de lado os artigos que foram considerados inapropriados por não serem compatíveis com o tema proposto.
4ª ETAPA: Categorização dos estudos selecionados
Elaborou-se a matriz de síntese que oferece a categorização e análise de todas as informações. Ela serviu para facilitar o trabalho dos pesquisadores, transformando-se em uma espécie de biblioteca exclusiva, resultando na análise crítica dos estudos selecionados.
5ª ETAPA: Análise e interpretação dos resultados
Consiste na discussão dos resultados encontrados com a prévia construção do texto resultante da revisão.
6ª ETAPA: Apresentação da revisão/síntese do conhecimento
A sexta etapa consistiu na exposição dos conceitos e temáticas advindas do estudo dos artigos selecionados pelo método da revisão integrativa, Neste trabalho as temáticas oriundas desse processo, sendo apresentadas a seguir.
A tecnologia social é considerada um tema atual e relaciona-se com o desenvolvimento econômico, tendo como base a dissipação de soluções para problemas sociais, como por exemplo, a falta de alimentos, educação, renda, saúde, meio ambiente, entre outros (RODRIGUES, 2008).
As tecnologias sociais podem nascer de iniciativas de uma comunidade, como também, de propostas integradas ao ambiente acadêmico, fazendo com que os resultados sejam eficazes e o método possa ser considerado como exemplo por outras pessoas, melhorando assim, a qualidade de vida da população (RODRIGUES, 2008).
As tecnologias sociais são representadas em três categorias que, segundo o ITS (Instituto de Tecnologia Social) são: princípios, parâmetros e implicações.
Na categoria que diz respeito aos princípios, o processo de aprendizagem desenvolvido pelas tecnologias sociais e a participação da sociedade nas transformações sociais, são ressaltados. Deve- se levar em consideração o entendimento sobre a realidade das identidades locais. Já os parâmetros de tecnologia social auxiliam na análise das propostas de ações sociais, como por exemplo, o fundamento da tecnologia social, a sistematização, a sustentabilidade, tomada de decisão e a construção de conhecimento (TENÓRIO, 2011)
O autor, ainda afirma que a tecnologia social limita-se ao estudo de políticas sociais, organizações do terceiro setor, no combate à pobreza e às questões ambientais. Já as discussões da gestão democrática e participativa, ficam em segundo plano, e essas finalidades tem como finalidade o desenvolvimento de políticas públicas de caráter produtivo (TENÓRIO, 2011). A partir disso, percebe-se a escassez de políticas públicas voltadas ao fomento das tecnologias sociais no país
Faz-se necessária uma análise crítica sobre o que diz respeito à tecnologia social, que segundo Miranda (2002), serve para redefinir sua função social, por meio do entendimento de sua construção histórica e na busca pelo redimensionamento do papel da sociedade na criação e apoio às políticas públicas.
A tecnologia social surge de alguns conceitos básicos como, por exemplo, o compromisso com a transformação social, a sustentabilidade sócio-ambiental e econômica, o processo educativo que envolve os indivíduos, a criação de um espaço de escuta das demandas e necessidades da sociedade, o diálogo entre diferentes experiências sociais, a construção do cidadão dentro da democracia e o acompanhamento e avaliação das atividades que são construídas (MIRANDA, 2002).
A tecnologia social pode ser vista como ponto de auxílio ao desenvolvimento da sustentabilidade, pois ela pode ser vista como um método que permite impulsionar o empoderamento das organizações coletivas da cidadania. Ou seja, ajuda as representações da coletividade na abertura de espaços nos setores públicos, com o intuito de estabelecer a discussão de alternativas de desenvolvimento, oriundas que de experiências inéditas e inovadoras, que se orientem pela defesa dos interesses da maioria, mas, em especial pela distribuição de renda (BAVA, 2003).
A origem da Economia Solidária se deu na Europa pelos idealizadores do cooperativismo revolucionário, ou seja, pelos socialistas utópicos. No século XIX foram criadas várias comunidades cooperativistas em países como Inglaterra e Estados Unidos, porém não se obteve sucesso duradouro nas várias experiências de cooperativas operárias, que na época, eram lideradas pelo movimento sindical inglês, conquista provinda de avanços democráticos, alicerçados na revolta da classe patronal e na clara hostilidade do governo. (LÉVESQUE; MALO e GIRARD, 1999 apud LECHAT, 2002).
Os anos de 1840 a 1850 foram marcados pela criação de sociedades de socorro mútuo, balcões alimentícios e cooperativas de produção, ou seja, a regulação do trabalho passou do sistema coorporativo para concorrencial. Essas sociedades e cooperativas surgiram por meio de operários e artesãos que tinha a intenção de diminuir os sofrimentos causados por acidentes, doenças ou até mesmo pelas mortes. Mas a partir de 1848, essas associações começaram a ser reprimidas (LECHAT, 2002).
As cooperativas agrícolas e de poupança foram criadas a partir da grande crise dos anos 1873 a 1895, culminando na modernização do sistema produtivo, impulsionado por investimentos pesados no setor agrícola e na extração de recursos naturais. Essas cooperativas foram criadas para solucionarem algumas questões de sobrevivência que eram identificadas pelos pequenos produtores. Na década de 1980, foram criadas em toda Europa, várias cooperativas de trabalhadores, e, os movimentos sociais mostraram uma nova visão no que diz respeito ao "social", da sua relação com o econômico e da relação do homem com o meio ambiente em que vive (DEFOURNY,2001 apud LECHAT, 2002).
A economia social não é de fácil definição, pois durante aproximadamente um século e meio sua finalidade foi à descrição de diversas realidades. Os socialistas, os sociais-cristãos e os liberais, ficaram sensibilizados com o custo humano da revolução industrial e com isso, se deu início a uma crítica sobre o porquê a ciência econômica não integrava o contexto da dimensão social. Para Guélin (1998, p. 13 apud LECHAT, 2002) a economia social é:
"[..] composta de organismos produtores de bens e serviços, colocados em condições jurídicas diversas no seio das quais, porém, a participação dos homens resulta de sua livre vontade, onde o poder não tem por origem a detenção do capital e onde a detenção do capital não fundamenta a aplicação dos lucros."
A Economia Solidária se resume em uma prática que organiza a economia popular, e, com isso, garante o bem estar das pessoas. Ela não se preocupa apenas com o lucro, mas sim, com o apoio social, a garantia de um ambiente de geração de trabalho e renda, por meio da produção coletiva. Assim, a Economia Solidária é considerada uma alternativa para os tempos de crises trabalhistas, pois se baseia na solidariedade dos povos, em suas lutas por emancipação no passar dos tempos (PEDRINI; OLIVEIRA, 2007).
Em 1994, Laville caracterizou a Economia Solidária como um grupo de atividades econômicas que tinham sua lógica diferente da lógica do mercado capitalista e da lógica do Estado. Ao contrario da economia capitalista, a Economia Solidária é organizada partindo de relações humanas, onde favorece as relações de cunho social (LAVILLE, 1994 apud LECHAT, 2002). Seguindo esse raciocínio, Paul Singer em 1999, descreve a economia solidária como um cooperativismo autogestionário, representando uma eficiente forma de organização das atividades econômicas por meio de princípios anticapitalistas, ou seja, os cidadãos trabalhadores têm condições de organizar a economia seguindo os princípios socialistas (SINGER, 1999).
É importante ressaltar que a autogestão não é só uma modalidade técnica de organização e gestão. Na verdade ela é o conjunto de práticas e saberes que são orientados, como por exemplo, pela solidariedade, cooperação, participação, democracia, igualdade e viabilidade econômica, diante disso, Paul Singer afirma que a autogestão e os valores ideológicos tem a mesma relevância, pois as práticas de trabalho autogerido devem ser realizadas por pessoas que atendam a essas características. Ainda dentro dos benefícios da autogestão, o papel educativo se destaca no contexto organizacional, ou seja, a aplicabilidade do modelo de autogestão pressupõe uma transformação no comportamento das pessoas por meio da assimilação de valores e concepções voltados a Economia Solidária (SINGER, 2000).
As Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs) são um canal de ligação entre a universidade e a sociedade como um todo, onde juntas, constroem idéias de empreendimentos sustentáveis que auxiliam o aprendizado acadêmico como também favorecem a comunidade. Elas são consideradas uma ferramenta de assessoria para empreendimentos baseados em projetos sociais (BEZERRA, et al. 2013)
As ITCPs têm como função promover o desenvolvimento de comunidades dispostas na área de abrangência dos centros universitários. Configuram-se como espaço de disseminação de conhecimentos, por meio do processo de capacitação denominado incubação, garantindo assessoria gerencial a empreendimentos ligados à economia solidária, ou seja, aos empreendimentos que se enquadram nas características do cooperativismo (SILVA, Ana et al. 2009).
São caracterizadas pelo desenvolvimento das comunidades localizadas no entorno de centros universitários. As incubadoras sociais trabalham com incubação e tem por princípio amparar e apoiar suas ações solidárias. A Economia Solidaria, refere-se a todos os empreendimentos e iniciativas que se baseiam em ajuda mútua de autogestão, em suma, que partilham os princípios do cooperativismo (SINGER, 2002). Neste contexto, as Incubadoras sociais surgiram para o desenvolvimento de empreendimentos econômicos e solidários (SILVA, Ana et al.2009).
Levando em consideração a economia sustentável e o bem-estar da sociedade, Dagnino (2004) afirma que as ITCPs procuram desenvolver tecnologias que se adaptam às suas necessidades, representadas por empreendimentos de cooperativas populares e de economia solidária.
Conforme Neto, et al. (2011, p. 11) os objetivos das incubadoras sociais são:
As ITCPs são ferramentas que prestam amparo e assistência no início do ciclo de vida de empreendimentos econômicos solidários, principalmente aqueles que têm relação com as universidades. Elas surgem a partir de programas, projetos ou órgãos da universidade com a finalidade de prestar suporte a grupos sociais que carecem de estrutura de trabalho e gerência (GAIVIZZO,2006).
É importante esclarecer a diferença entre uma ITCP e uma incubadora tecnológica. As ITCPs procuram fortalecer os empreendimentos populares, desfrutando de saberes populares de tecnologias sociais. Já as incubadoras tecnológicas incentivam o surgimento e o crescimento de empresas de tecnologia de ponta. Outra diferença notável entre ambas, diz respeito aos seus objetivos, enquanto as ITCPs apóiam os grupos vulneráveis socialmente oferecendo assessoria e disponibilizando a infraestrutura necessária. As incubadoras tecnológicas assessoram na gestão técnica e empresarial, fornecendo infraestrutura para a criação de um novo negócio (FERREIRA, 2010).
O ponto de articulação entre economia solidária e tecnologia social, se configura através de atividades que priorizam a resposta a demandas sociais. Desse modo, ambos os termos estão ligados por meio de correntes de cunho social que se desenvolveram no decorrer das transformações históricas da sociedade (BAUMGARTEN, 2006).
Diante da relação entre economia solidária e tecnologia social, torna-se necessária a presença de instituições que sirvam de base para aperfeiçoamento dos conhecimentos oriundos dessa integração. Por isso, as ITCPs surgem como organizações voltadas para a transformação de conhecimentos provindos da sociedade, passando por um processo de aprimoramento dos saberes com o intuito de ser repassada a comunidade externa, visando o melhoramento das condições econômicas e sociais da população correspondente a demanda (TANAKA, 2010).
Para Dagnino 2010, a tecnologia social é um processo que resulta da ação de um empreendimento em que a propriedade dos meios de produção é coletiva, com base nos princípios do cooperativismo e da economia solidária. Para que esses empreendimentos trabalhem com ações com base na economia solidária, as ITCPs representam um instrumento de conciliação entre os saberes acadêmicos e populares e ainda contribuem no apoio e assistência de empreendimentos que planejam suas atividades levando em consideração a inclusão social.
Podemos concluir que as ITCPS têm possuem papel de fomento tanto para o campo da economia solidária, como também, para o avanço das tecnologias sociais e isso pode ser explicado por meio do incentivo ao compartilhamento do conhecimento. O conhecimento integrado as práticas trabalhistas influenciam de forma direta e indireta na ampliação de fatores relacionadas ao bem estar social, como por exemplo, trabalho e geração de renda.
Diante dos termos apresentados neste artigo torna-se relevante verificar como os termos economia solidária, tecnologia social ITCPs se relacionam na literatura nacional. A economia solidária se apresenta como fator de grande potencial inovador no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável.
Como já citado anteriormente, a economia solidária fundamenta-se na promoção da viabilidade econômica como instrumento expansão de práticas econômicas voltados ao melhorando da qualidade de vida da sociedade (PEDRINI; OLIVEIRA, 2007).
O vínculo entre a tecnologia social, a economia solidária e as ITCPs pode ser explicado através da interdependência dos fundamentos relacionados ao âmbito organizacional. Desse modo, a linha de atuação das atividades fundamentadas na economia solidária, se apresenta como um exemplo de tecnologia social (SILVEIRA, 2006).
As ITCPS, em sua maioria, trabalham integradas a instituições de ensino, que possuem uma sua linha de atuação, programas e projetos de pesquisa voltados para a interação entre o ambiente acadêmico e comunidade externa, com a finalidade da criação de novos conhecimentos e que esses conhecimentos gerem impacto positivo na sociedade (TANAKA, 2010).
Tendo em vista os conceitos sobre a Economia Solidária, percebe-se que é importante aprofundar ainda mais os estudos sobre Economia Solidária, pois é um assunto muito amplo e carece do reconhecimento perante a sociedade. Nota-se que os autores em geral, afirmam que a principal característica da Economia Solidária é o trabalho coletivo, configurando um novo modo de produção e divisão de renda de forma igualitária e permite melhoria da condição de vida dos cooperados e associados, como também da sociedade como um todo.
Agradecimento especial ao CNPq agente financiador desta pesquisa
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1. Professora Adjunta e pesquisadora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Bolsista de Extensão no País CNPq - Nível B, e-mail: louisebotelho@uffs.edu.br
2. Professor Assistente e pesquisador da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Bolsista de Extensão no País CNPq. e-mail: artur.wuerges@uffs.edu.br
3. Acadêmica do curso Bacharelado em Administração, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), bolsista de projeto de extensão CNPq – Nível B.
4. Acadêmica do curso Bacharelado em Administração, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), bolsista de projeto de extensão edital interno UFFS - 518.
5. Acadêmico do curso Bacharelado em Administração, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), bolsista de projeto de extensão PROEXT.
6. Professor do Departamento de Engenharia do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
7. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). EGC . email: evelin.trindade@gmail.com