Espacios. Vol. 35 (Nº 11) Año 2014. Pág. 22
Nilton Cezar CARRARO 1, Carlos Roberto Camello LIMA 2
Recibido: 22/08/14 • Aprobado: 14/08/14
2. Geração de vantagem competitiva
3. Método de análise e constituição do corpus da pesquisa
RESUMO: |
ABSTRACT: |
Para entender o pano de fundo desse artigo retrocedemos a história recente do país, onde no final do regime militar, o então presidente João Figueiredo assinou a lei 7.256/84 que criava o estatuto da micro e pequena empresa. Entre outros benefícios, essa lei promoveu a desburocratização para a constituição de micro empresas, vindo a mudar consideravelmente o perfil e a quantidade de empresas instaladas em nosso país. Após décadas de conturbada economia regida por alta inflação, obtivemos em 1994 parte do controle inflacionário e a estabilização da moeda. Isso se deu após muitos esforços da equipe de governo e principalmente por parte da população, o que permitiu ao Brasil galgar novos degraus na economia mundial. Em 2010, fomos o oitavo país do mundo em geração de PIB (produto interno bruto representado pela soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país durante o ano) com pouco mais de US$ 2.023 trilhões. Segundo divulgação prévia feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no inicio de 2011, cerca de 5 milhões de empresas ativas contribuíram para a conquista desse posto, onde aproximadamente 98% dessas empresas são caracterizadas como micro, pequenas empresas e médias (MPMEs). Para o Conselho Federal de Contabilidade, a resolução nº 1255/09 disciplina que devem ser consideradas como MPMEs aquelas que possuem faturamento bruto inferior a R$ 240 milhões no ano e que não se enquadram nas normas previstas na lei 11.638/2007. Dada a importância que o Brasil ocupa no cenário econômico atual, e pelo fato da maioria das empresas estabelecidas no país serem MPMEs, surge uma preocupação iminente quanto a condição de competitividade por parte dessas, principalmente no tocante a ganhos de vantagens competitivas para que continuem operando e elevando a posição do Brasil no ranking econômico mundial.
Como premissas fundamentais a pesquisa, este artigo justifica-se em função dos seguintes pontos:
Segundo vários estudos publicados pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), as MPMEs possuem por natureza uma estrutura organizacional simples, utilizando poucos recursos tecnológicos em seu processo de gestão. Sendo essa a principal motivação para a pesquisa, pois dada a necessidade de crescimento e, portanto a geração de VC, respostas devem ser fornecidas por esse artigo no sentido de contribuir para a questão da pesquisa que consiste em:
Presume-se como hipótese que os SI possam gerar VC para seus usuários. Então, projetando uma análise mais criteriosa, partindo do método de analise de conteúdo fundamentado em Bardin, buscou-se entender qual a proporção entre esses atributos, verificando se essa hipótese pode ser considerada como verdadeira.
A limitação a esta pesquisa está na condição de propor uma amostragem entre os principais periódicos envolvendo a área de engenharia de produção, publicados entre os anos de 2007 a 2010. Nesse sentido, serviram para a montagem do corpus os artigos publicados na tabela 1.
Segundo Silver (2000) alguns passos são necessários para se assegurar o método científico, tais como propostas e objetivos, configuração da população, delineamento amostral, tamanho da amostra, delineamento do instrumento de pesquisa e análise exploratória. Buscando satisfazer essas condições, o presente artigo apresenta a seguinte estrutura: na primeira parte é constituída por essa breve introdução contextualizando o assunto, problema, justificativas, delimitações e métodos. Na segunda parte é feito um levantamento bibliográfico em ordem cronológica sobre quais atributos geram VC, buscando a contribuição dos principais autores já consagrados sobre o assunto. A terceira parte é destinada a uma breve descrição do método de Bardin, a elaboração do corpus da pesquisa e também sobre a utilização de um software (Sphinx) específico para a análise de conteúdo. Na quarta parte é apresentada uma análise de dados e resultados comparando a teoria defendida pelo levantamento bibliográfico com os resultados encontrados no tratamento do corpus. Aqui serão debatidos elementos quantitativos que permeiam o cerne da pesquisa. E na última parte, a divulgação das respostas as questões elencadas para a pesquisa buscando servir como norteador aos usuários de SI. Espera-se contribuir também como referencial para futuras pesquisas e desdobramentos sobre o tema.
Uma grande inquietação entre as empresas é saber como atuar em um mercado cada vez mais globalizado, permeado por uma concorrência acirrada. Essa competição de mercado é proveniente em grande parte pelas mudanças que ocorrem no cenário mundial, tais como economias em declínio ou em ascensão, mudanças nos hábitos das pessoas, meio ambiente, entre outras. Uma forma de antever ameaças e oportunidades foi desenvolvida por Porter (1986), onde através das forças competitivas, criou-se um modelo de elaboração de estratégias competitivas relacionando a organização ao seu ambiente, quadro 1.
FORÇAS COMPETITIVAS |
PONTOS FORTES |
PONTOS FRACOS |
Força de entrada |
Capacidade de ingressar em um novo mercado dotado de uma estrutura altamente competitiva. |
Ter seu mercado invadido por novos concorrentes com estrutura competitiva superior. |
Ameaça de produtos substitutos |
Capacidade de renovar sua linha de produção, inovando e até mesmo substituindo hábitos de consumo. |
Incapacidade de renovar sua linha de produção, permitindo que concorrentes conquistem mercado com novos produtos. |
Rivalidade entre os concorrentes |
Proeminência na capacidade de isolar o seu grupo da rivalidade de outras empresas ou mercados |
Incapacidade de isolar o seu grupo da rivalidade de outras empresas ou mercados |
Poder de negociação dos fornecedores |
Criar situações favoráveis dentro do grupo para aumentar o poder de negociação em relação a fornecedores |
Não conseguir de fato organizar o grupo para aumentar o seu poder de negociação. |
Poder de negociação dos compradores – clientes |
Evitar que os compradores criem situações de conflito entre os fornecedores, estabelecendo assim vantagens na negociação. |
Entrar em conflito com outros fornecedores, favorecendo o poder de negociação dos clientes. |
A síntese das cinco forças desenvolvidas demonstrava requisitos mínimos que hoje ainda continuam sendo um referencial, porém precisam ser aprimoradas por outras condições que descrevemos adiante. Segundo Porter (1986, p. 49-53, grifo nosso) essas estratégias são traduzidas em:
Como liderança no custo total, deve-se entender que gerar um produto com baixo custo engloba muito mais informações do que as pertinentes ao próprio custo em si. Informações gerenciais sobre custo primário ou de transformação são importantíssimas, mas não garantem uma posição competitiva caso a empresa não possua outros atributos inerentes a essa condição, ou seja, é necessário obter informações sobre o ambiente externo. Essas informações que tentam estabelecer padrões de concorrência para o futuro darão um norte à empresa sobre como e onde reduzir custos de forma eficiente e eficaz. Setores como pesquisa e desenvolvimento, marketing, produção, entre outros gastos inerentes a atividade empresarial devem gerar valor agregado ao produto através da satisfação do cliente e também gerar retorno sobre o investimento, fatores que garantem a posição de competitividade, além da própria continuidade e satisfação de todos que atuam nesse processo.
Para enfatizar o posicionamento, Barney (1991) defendia que se um recurso ou capacidade produz um potencial para redução de custos ou até mesmo responder a ameaças e oportunidades geradas no ambiente de negócios, esse recurso é valioso, e essa empresa deve considerá-lo como tal e gerador de VC. Conclui-se, portanto que a dimensão dessa vantagem está relacionada à proporção empregada desse recurso ou capacidade. Ansoff (1991) já explicava que mudanças no mercado tradicional poderiam ser tão fortes ao ponto de tornar aconselhável uma retirada desse mercado. A imposição de barreiras, nacionalização de ativos, entre outros fatores, poderiam ser causas determinantes.
Como saber em qual faixa de concorrência uma empresa se localiza, quais competências deverá desenvolver e com quais estratégias competir? A informação sempre foi insumo básico para o planejamento das empresas, tanto que Hamel e Prahalad (1995) afirmavam que as empresas deveriam ter a capacidade de previsão e que todo gerente deveria buscar responder a questões envolvendo produtos e clientes no horizonte futuro, identificando quais benefícios e capacidades gerar. Corroborando com essa visão, Collis e Montgomery (1995) propunham que a VC seria alcançada quando uma empresa conseguisse gerar atributos aos seus produtos capacitando-os de inimitabilidade e não-substituição dos seus recursos e capacidades, e que pudessem produzir durabilidade, apropriabilidade e superioridade.
É preciso ter claramente definido o papel da empresa perante o mercado. Shank e Govindarajan (1997, p. 117) afirmam que o posicionamento estratégico da organização depende do inter-relacionamento da missão e das metas e a forma com atuará no mercado em busca de uma vantagem competitiva. Hitt, Ireland e Hoskisson (1997) declaram que para uma empresa atingir esse posicionamento através das qualidades defendidas por Shank e Govindarajan precisam criar uma infra-estrutura que inclua atividades necessárias ao apoio de toda a cadeia de valor. Através dela deve tentar identificar de forma eficaz e consistente as capacidades superiores, equivalentes ou inferiores aos concorrentes.
Porter (1999) explica que sobre concorrência deve ser observado o seguinte:
A concorrência está no âmago do sucesso ou do fracasso das empresas, determinando a adequação das atividades que podem contribuir para seu desempenho, como inovações, uma cultura coesa ou uma boa implementação. A estratégia competitiva é à busca de uma posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria.
Na busca desses requisitos citados por meio dos autores anteriores, fazemos uso das proposituras de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) para demonstrar que a busca pela VC deve observar duas condições primordiais, o poder micro e o poder macro. O poder micro trata da influência dos indivíduos dentro da organização. Correlacionando a citação anterior, observamos a ligação entre cultura e implementação das estratégias. Entretanto, os autores também defendem a observação de existência do poder macro, onde fornecedores e compradores, sindicatos e concorrentes, bancos de investimentos e reguladores governamentais devem ser aliados na geração de VC sobre os demais concorrentes.
Essas eram condições que ao longo de duas décadas poderiam ser colocadas como primordiais para o alcance de VC. O avanço na globalização e a mudança nas relações inter-organizacionais condicionaram as empresas a serem mais detalhistas nas condições geradoras de VC.
Portanto, abrindo esse novo milênio, é preciso definir e deixar claro o que significa VC. Powell (2001) define como a aplicação de uma estratégia que não esteja sendo implementada por outras empresas, facilitando a redução de custos e a exploração de oportunidades de mercado, neutralizando novas ameaças. Como contribuição dessa visão detalhista Zou, Fang e Zhao (2003), são adeptos de que qualidade e design dos produtos são atributos que tornam os clientes fiéis e, portanto geram VC.
Para se chegar a essas considerações sobre como gerar a VC é fundamental ter informações. Ratificando essa condição, Drucker (2003) ressaltou a importância da informação comparando-a ao dinheiro moderno, ou seja, está em todo lugar, e todos estão a sua busca.
A informação possibilitou um nivelamento nas condições de concorrência e busca pela VC. Segundo Burke (2005), é vital aumentar produtividade, expandir para novos mercados globalizados, implementar novas tecnologias, entretanto, as fontes tradicionais, como por exemplo recursos naturais e economias de escala não estão sendo mais suficientes, dada a possibilidade de imitação.
É perceptível que a construção e reconstrução dos pilares que sustentam uma empresa e que podem torna-lá competitiva sempre estarão presentes nessas discussões. Recursos materiais, humanos, tecnológicos e financeiros são as razões que podem fortalecer ou enfraquecer uma empresa perante o mercado. Nesse sentido, Kazlauskaité e Bučiūniené (2008) demonstram a importância de articular os recursos humanos como elementos geradores de VC.
Slack e Lewis (2009) vão além e ressaltam que toda empresa deve possuir benefícios competitivos que são qualificadores de pedido, devendo esses migrar para um segundo estágio chamado ganhadores de pedido, que irão demonstrar diferenciais em relação aos concorrentes embasados em objetivos de desempenho como qualidade, velocidade, confiabilidade, flexibilidade e custo. Em um terceiro estágio, no intuito de obter a liderança no setor, a empresa deverá buscar o fator competitivo denominado de surpresa. Esse fator além de ser um qualificador e ganhador de pedido, denota um desempenho muito superior as expectativas dos clientes e que nenhum concorrente ainda apresentou ao mercado.
A discussão sobre a geração da VC pode ser muito ampla, e quem confirmará essa condição definitivamente é o mercado. Então, partindo-se da combinação entre conceitos tradicionais e novas discussões sobre essa condição, a revisão bibligráfica apresentada nesse artigo foi realizada com vistas a fornecer subsídios para responder aos problemas da pesquisa. Desdenha-se como próximo passo desse trabalho avaliar se os elementos propostos nessa revisão estão presentes nas publicações indicadas.
O presente capítulo tem por objetivo expor a forma como foi desenvolvida a pesquisa, desde a definição da população, levantamento de dados até a análise exploratória, procurando assim garantir a confiabilidade e o rigor científico.
O método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses ao serem descobertos devem, por sua vez, guiar o uso do método. Entretanto, como já foi dito, o método é apenas um meio de acesso; só a inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente são. (Cervo; Bervian, 2002, p. 25, grifo nosso).
Collis e Hussey (2005) definem que a pesquisa descritiva e qualitativa é a mais apropriada para esse tipo de tratamento, dada a metodologia que foi utilizada para essa investigação com o propósito de identificar entre a produção cientifica informações sobre a geração de VC. Para a composição do corpus foi utilizada a técnica de coleta de dados que segundo Beuren (2006, p. 89) é o tipo de pesquisa que se baseia em "materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa". Uma vez estruturada a composição do corpus foi definido como método para interpretação dos dados à técnica de análise de conteúdo que segundo Bardin (1991, p. 42) consiste em:
Um conjunto de técnicas de análise de comunicações, visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
A coleta levou em consideração artigos publicados nos periódicos nacionais dedicados a engenharia de produção no período de 2007 a 2010, que apresentam palavras-chave ou correlatas a "sistemas de informação, vantagens competitivas e forças competitivas". Essa coleta resultou em um corpus que pode ser visualizado na tabela 1.
Título |
ISSN |
Estrato |
Corpus (nº de artigos) |
Produção Online |
1676-1901 |
B3 |
21 |
Produção |
0103-6513 |
B2 |
11 |
Gestão & Produção |
0104-530x |
B2 |
11 |
Produto & Produção |
1983-8026 |
B4 |
12 |
Produção & Engenharia |
1983-9952 |
B4 |
05 |
Gepros |
1984-2430 |
B4 |
09 |
Pesquisa & Desenvolvimento Engenharia de Produção |
1679-5830 |
B5 |
07 |
ABCustos |
1980-4814 |
B4 |
12 |
Tabela 1 – Levantamento bibliográfico de artigos correlatos à pesquisa
Fonte: o autor
É importante ressaltar que esse levantamento não corresponde ao universo das publicações existentes no período, tratando-se apenas de uma amostra, onde o critério de escolha deu preferência a publicações on-line qualificadas pela CAPES classificados como Engenharias III.
Uma vez que todo o levantamento foi traçado e desenvolvido, partiu-se para a análise dos trabalhos através da utilização do software Sphinx que permite a análise léxica e de conteúdo, além de tratamentos estatísticos.
Para facilitar a compreensão na análise de conteúdo, foram utilizadas como variáveis correlatas ao sistema de informação e geração de vantagens competitivas as palavras descritas na tabela 2, provenientes da síntese da revisão bibliográfica.
Principais autores que pesquisaram sobre as variáveis chave nas últimas décadas | |||||||
Variáveis chave para análise de conteúdo |
Porter |
Barney |
Collis e Montgomery |
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel |
Zou, Fang e Zhao |
Kazlauskaité e Bučiūniené |
Slack e Lewis |
Baixo custo |
1986 |
|
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Diferenciação |
1986 |
|
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|
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|
|
Enfoque |
1986 |
|
|
|
|
|
|
VBR |
|
1991 |
|
|
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|
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Imitabilidade |
|
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1995 |
|
|
|
|
Durabilidade |
|
|
1995 |
|
|
|
|
Apropriabilidade |
|
|
1995 |
|
|
|
|
Superioridade |
|
|
1995 |
|
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|
|
Rede de Suprimentos |
|
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|
2000 |
|
|
|
Qualidade |
|
|
|
|
2003 |
|
|
Design |
|
|
|
|
2003 |
|
|
Recursos Humanos |
|
|
|
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2008 |
|
Velocidade |
|
|
|
|
|
|
2009 |
Qualidade |
|
|
|
|
|
|
2009 |
Flexibilidade |
|
|
|
|
|
|
2009 |
Custo |
|
|
|
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|
|
2009 |
Confiabilidade |
|
|
|
|
|
|
2009 |
Tabela 2 – Síntese dos elementos geradores de vantagens competitivas e seus autores
Fonte: o autor
Com o auxílio do software indicado, utilizou-se primeiramente o tratamento dos textos a analisar, onde foram apropriadas as variáveis a partir da correlação com sistemas de informação. Posteriormente a preparação, partiu-se para a interpretação dos resultados em função do texto, utilizando os estratos obtidos através da tabela cruzada lexical e do balanço por categorias. Dessas duas análises pode-se chegar as seguintes frequências, apresentadas na tabela 3:
Cruzamento entre variáveis na geração de VC |
Sistemas de Informação |
Recursos Humanos |
16,42% |
Rede de Suprimentos |
14,58% |
Baixo custo e Custo (Porter; Slack e Lewis) |
12,25% |
Qualidade |
12,05% |
Design |
9,45% |
Velocidade |
8,96% |
Diferenciação |
8,33% |
Flexibilidade |
6,32% |
Enfoque |
4,12% |
Confiabilidade |
3,54% |
Imitabilidade |
2,35% |
Durabilidade |
0,89% |
Apropriabilidade |
0,37% |
VBR |
0,25% |
Superioridade |
0,12% |
Tabela 3 – Freqüência entre cruzamento de variáveis na geração de vantagens competitivas
Fonte: o autor
Em todas as variáveis pesquisadas existe correlação nos textos entre a utilização de SI e a geração de VC. Pela freqüência denota-se que algumas das variáveis possuem um peso maior. Então, em uma escala de importância têm-se como principais aliados a essa questão a utilização de SI na detecção de produtos com baixo custo, no relacionamento entre a rede de suprimentos e na geração de uma cultura organizacional que valorize as expertises dos stakeholders. As respostas detectadas pelo método de análise são defendidas por Abreu e Rezende (2003, p. 103), quando afirmam que:
As vantagens competitivas podem ser obtidas por meio do suporte da tecnologia da informação de modo que amplie a capacidade da organização em lidar com seu meio ambiente interno e externo. Contudo, essa vantagem competitiva não é facilmente sustentável, pois, por um lado às condições de mercado podem mudar, e por outro lado aumentar a dependência da organização em relação à tecnologia, com implicações muito fortes sobre sua produtividade.
Os tratamentos podem ser mais amplos e específicos, pois o software utilizado apresenta uma ampla gama de tratamentos estatísticos paramétricos e não paramétricos. Novas contribuições para o mercado e o meio acadêmico poderão ser produzidas a partir da repercussão desse primeiro estudo.
O presente trabalho tem como linha mestra buscar respostas a duas questões problema:
Partindo dos resultados apresentados, identifica-se como verdadeira a hipótese tecida para esse trabalho, pois a relação entre os atributos defendidos pelos autores elencados na revisão bibliográfica aparece em menor ou maior proporção, entretanto, todos aparecem em algum grau como correlatos a SI e a geração de VC.
Dessa forma, todo gestor dentro da necessidade de sua empresa e de cenários que a contemplam deverá utilizar essa pesquisa como um norteador sobre quais aspectos perseguir na geração de vantagens competitivas a partir dos sistemas de informação.
Já para os desenvolvedores de sistemas de informação esse artigo visa contribuir de forma a evidenciar quais atributos da informação devem ser traduzidos em conhecimento para o estabelecimento do posicionamento competitivo.
Ainda, essa pesquisa poderá ser complementada por outros pesquisadores nos seguintes âmbitos:
É fundamental que as pesquisas avancem para que haja contribuição significativa para o mercado no sentido de ratificar ou retificar as decisões tomadas pelos gestores. Nesse sentido, dada a importância do tema principalmente para a utilização dos SI de forma racional e consciente pelas empresas, entende-se como salutar ter o resultado desse trabalho como um apoiador nas tomadas de decisões, pois o mesmo não teve a pretensão de esgotar o assunto.
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1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Pordução da FEAU-UNIMEP
2 Professor Titular do Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção da UNIMEP crclima@unimep.br