Espacios. Vol. 34 (6) 2013. Pág. 3 |
Uma avaliação das práticas e do desempenho ambiental do setor industrial na região metropolitana de São PauloAn evaluation of the current practices and environmental performance of the industrial sector in the São Paulo metropolitan areaWagner C. LUCATO 1, Rosângela M. VANALLE y José Carlos da Silva SANTOS Recibido: 01-03-2013 - Aprobado: 03-05-2013 |
Contenido |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. IntroduçãoOs impactos ambientais decorrentes da expansão das regiões urbanas têm sido extensamente analisados e mostram efeitos adversos sobre o ar, a água e o solo (Brehemy, 1992; Camagni et al. 2002; Pare’s-Franzi; et al. 2006). De fato, à medida que a produção e o consumo expandem, há uma intensificação da degradação ambiental (Jabbour, Santos, 2008), o que coloca a redução dos impactos ambientais resultantes do crescimento urbano como um objetivo central do desenvolvimento regional sustentável (Pare’s-Franzi et al. 2006; Costa et al. 2012). A consequência é que as empresas em geral e as indústrias em particular têm sido forçadas a adotar ações econômicas, ambientais e sociais como parte integrante de suas respectivas culturas, estratégias e processos de tomada das decisões empresariais (Brent, Visser, 2005). A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) é uma das maiores aglomerações humanas e industriais do mundo. Possui uma população superior a 20 milhões de habitantes, com uma frota da ordem de 10 milhões de veículos automotores e conta ainda com mais de 2.000 indústrias com alto potencial poluidor (IBGE, 2010; PRODESP, 2010). Como resultado dessa elevada concentração de pessoas, veículos e indústrias os problemas socioambientais acabam se fazendo presentes (Sanches, Machado, 2009). De fato, em 2009 as emissões gasosas na RMSP totalizaram 1,6 milhão de toneladas de monóxido de carbono, 382 mil toneladas de hidrocarbonetos, 376 mil toneladas de óxidos de nitrogênio, 63 mil toneladas de material particulado e 26 mil toneladas de dióxidos de enxofre (CETESB, 2010). É fato que essas emissões estão relacionadas à imensa frota de veículos (Tavares et al. 2011), contudo, para minimizar os problemas regionais de poluição, as autoridades ambientais tem estabelecido restrições progressivas sobre os aspectos ambientais da atividade industrial localizada na área. De acordo com as Nações Unidas (United Nations, 1987) o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais estão todos em harmonia e reforçam o potencial para atender às necessidades e aspirações humanas, tanto hoje como no futuro. Em resumo, o desenvolvimento sustentável pode ser entendido como as atividades que visam alcançar as necessidades das gerações atuais, sem impedir que as gerações futuras alcancem as delas (Smith, Rees, 1998). O desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem a efetiva implementação do gerenciamento ambiental nas empresas, nas quais ele tem se tornado vital para a sobrevivência no competitivo mundo globalizado da atualidade (Preston, 2001). Assim, a sustentabilidade nos negócios requer a integração dos três pilares do desenvolvimento sustentável (justiça social, eficiência econômica e desempenho ambiental) às práticas operacionais da empresa. Os Governos, os clientes, os investidores, os empregados e os fornecedores têm exigido, cada vez mais, que as empresas estejam engajadas e divulguem seus respectivos desempenhos de sustentabilidade embutidos em suas iniciativas operacionais (Labuschagne et al. 2005). De acordo com Srebotnjak (2007), existem muitas definições de desempenho ambiental. Todavia, a ISO 14001 – especificação e uso de sistemas de gestão ambiental – define o desempenho ambiental como sendo os resultados mensuráveis dos aspectos de gerenciamento ambiental de uma organização (ISO, 2004). Por outro lado, May et al. (2002) afirmam que as empresas deveriam conhecer o seu desempenho ambiental para poder formular as suas políticas, planos e programas ambientais relacionados às suas atividades. Além disso, diversos pesquisadores mostraram a correlação existente entre o desempenho ambiental e o dos negócios. Como exemplo pode-se citar Klassen et al. (1996), King e Lenox (2001) e Koner e Cohen (2001) que concluíram que empresas com um melhor desempenho ambiental e menos poluição, em geral, apresentam uma melhor performance financeira. Para auxiliar as organizações a medir seu desempenho ambiental, a ISO (International Standard Organization) desenvolveu a norma ISO 14031 – guia para o gerenciamento ambiental e avaliação do desempenho ambiental (ISO, 1999). De acordo com essa norma, a avaliação do desempenho ambiental é um processo interno e uma ferramenta gerencial desenvolvida para dotar a gerência das empresas de informações confiáveis e verificáveis para determinar se o desempenho ambiental da organização atende aos critérios estabelecidos por sua administração. Dessa forma, a avaliação da performance ambiental é considerada um processo e uma ferramenta que se utiliza de indicadores (Jasch, 2000; Tsoulfas, Pappis, 2008). A ISO 14031 também propõe uma metodologia para medir o desempenho ambiental das empresas em termos de definições e estrutura de trabalho, sugerindo diferentes indicadores para medir as performances ambiental, gerencial e também operacional. Como se observa, os indicadores constituem-se nas principais ferramentas dessa norma e são por ela definidos como “expressões específicas que fornecem informação sobre o desempenho ambiental de uma organização” (ISO, 1999). Apesar de um crescente foco nos vários indicadores ambientais tanto no nível da empresa como no setorial e até no nacional, (Srebotnjak, 2007; Mayer, 2008), Johnston et al. (2001) asseguram que, infelizmente, a medida do desempenho ambiental continua sendo um dos grandes desafios para as organizações porque um fator frequentemente desconsiderado é a incerteza das medidas em relação aos indicadores usados. Por outro lado, a incerteza dessas informações acaba também sendo um problema porque um indicador somente poderá revelar um quadro verdadeiro do desempenho ambiental se for baseado em dados de boa qualidade (Perotto et al., 2008). Ademais, o objetivo básico da avaliação do desempenho ambiental por meio do uso de indicadores é assegurar que as atividades industriais evoluam em linha com os princípios de sustentabilidade que sejam aceitos pela sociedade e pelo ambiente. Na prática, os indicadores de desempenho ambiental podem ser usados em diversas situações de tomada de decisão, tanto pelos stakeholders (partes interessadas) externos como internos, para assegurar um processo contínuo de redução dos impactos ambientais nos produtos e seus processos de fabricação relacionados. Os stakeholders internos necessitam de indicadores para monitorar e controlar a desempenho ambiental de seus produtos e atividades dos processos de negócios. Por outro lado, os stakeholders externos necessitam de indicadores globais que lhes permitam exercer pressão sobre a empresa para garantir uma melhoria contínua sobre seu desempenho (Thoresen, 1999). Apesar de a literatura apresentar diversas alternativas para medir o desempenho ambiental das empresas (Verfaillie, Bidwell, 2000; OECD, 2002, 2005; Huppes, Ishikawa, 2005; Styles et al. 2009a, 2009b;), este trabalho propõe uma avaliação da desempenho ambiental baseada nas melhores práticas ambientais em uso pelas organizações. Essa abordagem procura identificar quais são as práticas ambientais utilizadas por determinada empresa em áreas pré-definidas e atribui a cada uma delas certo número de pontos. Um número máximo de pontos é dado para aquelas práticas que reflitam um elevado grau de comprometimento com a preservação ambiental. Para as práticas em uso que não mostrem preocupação com as causas ambientais, um número mínimo de pontos é atribuído. Pontos proporcionais são dados para outras situações compreendidas entre aqueles dois extremos. Somando-se todos os pontos obtidos por determinada empresa, será possível calcular uma grandeza que poderia ser considerada como uma medida de seu desempenho ambiental. Esse procedimento será descrito em maiores detalhes neste trabalho no capítulo que trata da Metodologia. Assim, o objetivo central deste trabalho foi o de analisar como as indústrias localizadas na RMSP estão respondendo aos desafios ambientais presentes. Para isso os autores decidiram identificar as principais práticas ambientais desenvolvidas pelas indústrias localizadas na RMSP e como essas práticas podem expressar o desempenho ambiental de cada uma delas. As seguintes hipóteses (H) foram também colocadas para investigar os relacionamentos entre o desempenho ambiental das empresas industriais e algumas de suas principais características: H1. Indústrias com certificação ISO 14001 possuem um melhor desempenho ambiental do que aquelas que não o possuem. Gavronski et al. (2013) indicaram que as companhias brasileiras certificadas pela ISO 14001 têm criado uma abordagem mais integrada para seu gerenciamento ambiental por meio da adoção de práticas que fortalecem o seu desempenho ambiental. Assim, este trabalho testou a amostra selecionada para validar a hipótese H1 na qual a certificação ISO 14001 tem um impacto positivo sobre a performance ambiental. H2. A disciplina imposta por certificações que não a ISO 14001 influencia positivamente o desempenho ambiental. Oliveira e Pinheiro (2009) confirmaram a importância de minimizar a resistência à mudança gerada pela certificação ISO 14001 nas empresas brasileiras. Este artigo testou a hipótese que a adoção de outras certificações diferentes da ISO 14001 (como ISO 9001, por exemplo) poderia impactar favoravelmente a implementação de práticas ambientais que resultariam em um melhor desempenho ambiental. H3. As empresas multinacionais têm um desempenho ambiental melhor que as companhias genuinamente nacionais. Muitas das práticas gerenciais usadas pelas companhias multinacionais vêm sendo copiadas pela comunidade empresarial local nos países em desenvolvimento (Cruz, Pedrozo, 2009, Melnyk et al., 2003). Assim, este estudo verificou se essa afirmação se aplica às práticas ambientais para melhoria do desempenho ambiental. H4. O tamanho das empresas é relevante para o desempenho ambiental. Tem sido mencionado na literatura que as empresas de maior porte possuem uma consciência ambiental mais arraigada que as de menor tamanho (Jabour et al. 2010). Este trabalho verificou se o desempenho ambiental das firmas maiores era significativamente maior do que aquele observado nas médias e pequenas empresas. H5. Empresas pertencentes ao segmento automotivo têm um desempenho ambiental melhor do que as pertencentes aos demais segmento industriais Há uma percepção generalizada no Brasil que o desempenho ambiental na indústria automotiva é muito melhor que o observado nos outros setores industriais como consequência dos rígidos requisitos que as montadoras multinacionais instaladas no Brasil impõem sobre toda a sua cadeia de suprimento (Vanalle et al. 2011). Para verificar se isso se confirma, este estudo testou a hipótese que o desempenho ambiental das empresas do setor automotivo era significantemente diferente do observado em outros segmentos da indústria. 2. MetodologiaPara avaliar as práticas ambientais empregadas pelas indústrias da RMSA e seu relacionamento com os seus respectivos desempenhos ambientais, realizou-se uma survey por meio do envio de um questionário (Marconi, Lakatos, 2003) a 150 empresas selecionadas aleatoriamente dentre aquelas associadas à Federação das Indústrias do estado de São Paulo e localizadas na área de interesse deste estudo (Forza, 2002). O instrumento de coleta de dados foi encaminhado por e-mail para a pessoa responsável em cada empresa pela área ambiental, tendo os pesquisadores solicitado a devida resposta por meio de seguimento via contato telefônico. Como resultado, do total enviado 63 questionários (42%) foram devolvidos adequadamente preenchidos e utilizados para sustentar as análises e conclusões estabelecidas por este trabalho. O questionário enviado incluiu 11 questões cobrindo: a) situação atual do licenciamento ambiental (1 questão); b) disposição de resíduos sólidos e líquidos (4 questões); c) considerações ambientais no projeto do produto, no desenvolvimento dos processos de fabricação e nas atividades de compras (3 questões); d) problemas potenciais de poluição afetando a vizinhança (1 questão) e e) meio ambiente como fator estratégico para a empresa (2 questões). Cada questão apresentou para o entrevistado cinco afirmações descrevendo diferentes práticas ambientais relacionadas ao tópico avaliado. As afirmativas apresentadas variaram das que traduziam elevado grau de conscientização / comprometimento ambiental (melhores práticas) às que não refletiam qualquer preocupação com o meio ambiente (piores práticas). Para medir a desempenho ambiental da empresa pesquisada, foram concedidos 5 pontos para cada questão na qual uma “melhor prática” era citada pelo respondente. No outro extremo, atribuiu-se 1 ponto se a indicação apontava uma “pior prática” para o quesito analisado. Para as demais afirmações foram considerados 2, 3 ou 4 pontos dependendo da escolha feita pelo pesquisado. O desempenho ambiental da empresa foi então medido pela soma dos pontos obtidos nas 11 questões avaliadas. Como se observa, o número de pontos obtidos poderia variar de um mínimo de 11 a um máximo de 55. Os questionários respondidos foram tabulados e processados usando o software SPSS -Package for Social Science for Windows Version 13 (SPSS, SPSS Inc., Chicago, IL, USA). As análises realizadas incluíram, onde apropriado: estatísticas descritivas e testes de hipóteses utilizando a comparação de duas médias por meio do teste t independente e a comparação de várias médias aplicando o teste ANOVA de um fator (One way ANOVA). Os coeficientes de significância utilizados assumiram sempre p<0,05 como recomendado por Dancey e Reidy (2007). 3. Resultados e DiscussõesComo mencionado, a pesquisa proposta por este trabalho foi respondida por 63 empresas com as seguintes características: a) propriedade: 23 são subsidiárias de companhias multinacionais operando no Brasil e 40 são empresas de capital eminentemente nacional; b) tamanho: 15 são pequenas (menos de 100 empregados), 26 são médias (entre 100 e 499 empregados), 13 são grandes (entre 500 e 1.999 empregados) e 9 são muito grandes (mais de 2.000 empregados) c) setor industrial: 17 pertencem ao setor automotivo, 5 à fabricação de componentes elétricos, 25 ao segmento metalomecânico e 16 a outras 12 atividades industriais diferentes; e d) certificações: 25 das empresas pesquisadas possuem certificação ISO 9000 e também ISO 14000, 30 possuem somente certificação ISO 9000, 2 possuem somente ISO 14000 e 6 não possuem qualquer tipo de certificação ISO. Inicialmente os resultados da pesquisa foram avaliados questão a questão no que aqui se denomina análise vertical. O objetivo nesta comparação é identificar as práticas ambientais usadas pelas empresas pesquisadas e a sua influência sobre seus respectivos desempenhos ambientais. A seguir aplica-se um tratamento estatístico para avaliar se variáveis como propriedade, tamanho, setor industrial ou certificações ISO poderiam justificar diferenças nos desempenhos ambientais das empresas analisadas, o que é feito no item comparação de desempenhos a seguir. Análise verticalDepois de analisar os questionários respondidos foi possível identificar os resultados como sumarizados na Tabela 1. Tabela 1. Número de empresas indicando cada uma das práticas ambientais em uso
A primeira questão colocada aos pesquisados perguntava sobre a situação atual do licenciamento ambiental da empresa. 59 (94%) das empresas indicaram que suas licenças ambientais estavam perfeitamente de acordo com as exigências legais vigentes, sugerindo que a manutenção de uma situação regular perante a legislação ambiental é uma preocupação relevante para as firmas da RMSP. Das 4 empresas restantes, 1 afirmou que está em processo de regularização de sua licença e somente 3 pequenas empresas indicaram não possuir a documentação legal requerida. Em relação aos resíduos sólidos perigosos, 15 firmas (24%) mencionaram que não geram qualquer tipo de material com tais características. Das demais 48, 47 (98%) disseram que fazem a disposição adequada desses resíduos e com autorização prévia da autoridade ambiental (emissão de CADRI). A outra empresa indicou que faz a disposição desses resíduos em conformidade com as recomendações legais, mas sem a autorização prévia. Não houve outras considerações relatadas neste item. 19 empresas (30%) mencionaram que não geram qualquer tipo de efluente que não seja esgoto não industrial. Das outras 44, 24 (55%) indicaram que realizam um tratamento adequado de seus efluentes antes de devolvê-los ao ambiente já que elas não os reutilizam no seu processo de fabricação. 6 firmas (14%) fazem alguma forma de reaproveitamento e as outras 14 (32%) reutilizam totalmente os efluentes após o tratamento realizado. Como se observa, todas as empresas pesquisadas fazem a disposição adequada de seus efluentes industriais. Somente o grau de reaproveitamento é que varia entre elas. A situação não é tão confortável, por outro lado, quando se examina a disposição do esgoto não industrial. 13 empresas (20%) possuem estações próprias de tratamento com reutilização da água resultante e 30 (48%) descarregam seu esgoto na rede municipal de coleta para posterior tratamento em estações públicas. 10 empresas (16%) afirmaram descartar esse material no sistema público de coleta, mas esse esgoto acaba sendo lançado in natura em algum corpo d’água da região sem qualquer forma de tratamento. As demais 10 indústrias (16%) afirmaram que fazem o lançamento de seus esgotos em fossas sépticas ou diretamente em algum rio da região, em ambos os casos sem qualquer forma de tratamento. Com relação aos resíduos sólidos não perigosos (lixo gerado + material orgânico), 42 empresas (67%) relataram possuir um sistema de separação para posterior envio do material para reciclagem. 61 (97%) têm sua sucata industrial (material não reciclável) e resíduos não orgânicos retirados por empresas terceirizadas com o objetivo de conduzi-los para a adequada disposição em aterros sanitários. Os resíduos orgânicos são removidos pelos serviços municipais de coleta de lixo. Somente duas firmas afirmaram que enviam todos os resíduos sólidos não perigosos para um local não autorizado pelo órgão de controle ambiental (lixão clandestino). Considerando agora o projeto do produto, 56 empresas (89%) indicaram que levam em conta aspectos ambientais durante o desenvolvimento de sues produtos. Contudo, somente 32 (51%) consideram os impactos ambientais resultantes do descarte no final de sua vida útil. As outras 24 (38%) assumem que a destinação final dos produtos é responsabilidade do seu usuário final. Somente 7 firmas (11%) não levam em conta as questões ambientais em seus respectivos processos de desenvolvimento de produtos. No entanto a situação apresenta-se mais favorável quando se considera o desenvolvimento dos processos de fabricação. 57 empresas (90%) consideram a conservação de matérias primas e energia, a eliminação de materiais tóxicos e a redução na quantidade e toxicidade dos resíduos e emissões gasosas quando estão definindo os processos de fabricação de sues produtos. Somente 6 firmas (10%) afirmaram considerar algumas poucas restrições ambientais desde que elas não afetem o custo de fabricação dos produtos. O processo de compras também foi avaliado pela pesquisa. 58 firmas (92%) consideram alguns aspectos ambientais nessa atividade. Desse total, 12 empresas (19%) afirmaram que somente compram materiais e serviços de fornecedores que possuam algum tipo de certificação ambiental. Outras 15 (24%) adotam a mesma abordagem, mas somente para itens com alto potencial de poluição ambiental. As outras 31 (41%) afirmaram que têm preferência por fornecedores ambientalmente certificados desde que eles apresentem as mesmas condições comerciais das fontes não certificadas. Somente 5 firmas (8%) declararam não ter qualquer preocupação ambiental quando fazem a aquisição de materiais, insumos e serviços. A questão seguinte tratou do relacionamento da empresa pesquisada com a comunidade vizinha às suas instalações industriais tendo em vista eventuais problemas de poluição. 48 firmas (76%) indicaram não ter qualquer problema nessa área. As demais 15 (24%) afirmaram ter tido alguns problemas eventuais e sem gravidade que foram rapidamente equacionados sem impactar adversamente o relacionamento com seus vizinhos. Com relação às práticas ambientais em uso nas empresas pesquisadas, 59 indústrias (93%) asseguraram que essas práticas foram o resultado de suas próprias iniciativas, inspiradas pelo entendimento que: a) a proteção ao meio ambiente é um dos pilares da sustentabilidade (41 empresas ou 65%); b) as empresas modernas deveriam preocupar-se com a proteção ao meio ambiente (16 ou 25%) e c) este é um conceito já adotado pela maioria das indústrias na atualidade (2 ou 3%). 3 firmas (5%) indicaram que as práticas ambientais foram impostas pelos seus clientes e somente uma empresa declarou não estar preocupada com as questões ambientais. 42 empresas (77%) asseguraram que a proteção ao meio ambiente é uma de seus elementos estratégicos principais e que tal fato é claramente percebido tanto pelos stakeholders internos como externos. 20 (32%) declararam que se preocupam com as questões ambientais, porém elas não são parte de seu pensamento estratégico. Somente uma empresa afirmou não considerar questões ambientais em seus negócios. Como já se mencionou, o desempenho ambiental de uma dada empresa foi medido atribuindo-se 5 pontos para cada questão na qual uma melhor prática foi citada pelo pesquisado. Também, sempre que a resposta selecionada à questão proposta indicou a adoção de uma “pior” prática, 1 ponto foi a ela conferido. Para as outras 3 alternativas, 4, 3 ou 2 pontos foram concedidos dependendo da afirmação escolhida. O desempenho ambiental global da empresa foi medido pelo número total de pontos obtidos nas 11 questões formuladas. Considerando as 63 firmas pesquisadas as seguintes estatísticas descritivas foram calculadas por meio do software SPSS for Windows: a) intervalo dos desempenhos medidos: mínimo de 29 pontos (contra um mínimo possível de 11 pontos) e máximo de 53 pontos (contra um máximo possível de 55); b) média da amostra: 45,1; c) mediana da amostra: 46,0; d) desvio padrão da amostra: 5,05. A análise estatística também permitiu verificar que o desempenho ambiental da amostra estudada apresenta-se normalmente distribuída em torno da média. Os resultados obtidos permitem afirmar que as preocupações ambientais das indústrias localizadas na RMSP vão além dos meros discursos e frases de efeito, tão comuns nessa área. As boas práticas ambientais são amplamente utilizadas pela maioria das empresas industriais localizadas na área, independente de seu tamanho, propriedade ou setor industrial a que pertençam. E melhor, esse comportamento não é o resultado de imposições legais na medida em que várias das práticas adotadas pelas indústrias pesquisadas não são exigidas pela legislação existente. Por exemplo: a) quando da realização da pesquisa, não havia obrigação legal que impusesse às indústrias a seleção e posterior reciclagem de seus resíduos sólidos, mas 42 das 63 empresas pesquisadas (67%) adotam esse procedimento; b) não há exigência na Lei que determine a consideração de aspectos ambientais no desenvolvimento dos processos de fabricação. Contudo, 53 firmas (84%) indicaram preocupar-se com a conservação de matérias primas e energia, com a eliminação de materiais tóxicos, com a redução na quantidade e toxicidade dos resíduos / emissões gasosas quando estão definindo os processos de fabricação de sues produtos; e c) a legislação ambiental não impõe regras para disciplinar o relacionamento das indústrias com as comunidades vizinhas à suas plantas, mas 48 firmas (76%) expressaram elevada preocupação em manter as populações próximas imunes a eventuais problemas de poluição causados por suas operações industriais. Assim, parece que a crescente conscientização em relação às questões ambientais poderia ser considerada uma possível origem para as diversas iniciativas ambientais adotadas pelas indústrias locais. Comparação dos desempenhosOs dados obtidos na pesquisa também permitem algumas comparações interessantes. Inicialmente se esperaria como óbvio, que as empresas certificadas segundo a norma ISO 14001 deveriam ter um desempenho ambiental melhor do que aquelas que não o são (Fortunski, 2007). Assim, a hipótese H1 foi testada para se verificar se pode ser aceita sob um determinado nível de confiança. De fato, calculando a média do desempenho ambiental das 27 empresas certificadas obteve-se uma média de 46,9 com desvio padrão de 3,0. Para as demais 36 indústrias sem a mencionada certificação ambiental a média calculada foi de 43,8 com desvio padrão de 5,8. Para poder verificar se existe uma diferença estatisticamente significante entre essas duas médias, procedeu-se ao teste t independente. Usando o software SPSS for Windows as seguintes estatísticas foram obtidas: a) o teste de Levene indicou que não havia diferenças significativas entre as variâncias; b) a diferença entre as duas médias foi de 3,0; c) o teste t independente para 61 graus de liberdade pôde demonstrar que se a hipótese nula fosse verdadeira, esse resultado seria improvável já que t(61) = 2,47; p < 0,016. Assim, pode-se concluir que a hipótese de pesquisa poderia ser aceita, ou seja, há realmente uma diferença no desempenho ambiental das empresas certificadas segundo a norma ISO 14000 quando comparadas com as demais empresas que não possuem essa certificação, como obviamente esperado. Mas, será que a disciplina imposta por outras certificações além da ISO 14000 influencia o desempenho ambiental? Para testar a hipótese H2, as empresas sem certificação ambiental foram divididas em dois grupos independentes: 30 indústrias que possuíam certificação ISO 9001 no primeiro e 6 sem aquela certificação no segundo. Os desempenhos ambientais médios dos dois grupos foram: a) a média da amostra constituída pelas empresas certificadas pela ISO 9001 foi de 44,8 com desvio padrão de 4,2; b) para as demais empresas do segundo grupo obteve-se um desempenho ambiental médio de 38,7 com desvio padrão de 9,8. Para verificar se há uma diferença significante entre essas médias procedeu-se a um teste t independente. Os resultados foram: a) o teste de Levene permitiu concluir ser razoável admitir a igualdade das variâncias; b) a diferença entre as duas médias foi de 6,2; c) o teste t independente para 34 graus de liberdade pôde demonstrar que se a hipótese nula fosse verdadeira esse resultado seria improvável, pois t(34) = 2,54; p < 0,016. Como conclusão, a hipótese de pesquisa poderia ser aceita, ou seja, na ausência da norma ISO 14001 as indústrias certificadas pela ISO 9001 apresentam um desempenho ambiental melhor do que aquelas que não têm esse tipo de certificação. Outra questão examinada refere-se ao tipo de propriedade: as empresas multinacionais possuem um melhor desempenho ambiental que as empresas genuinamente nacionais? A hipótese H3 foi testada. Os resultados foram: a) para as 23 empresas multinacionais consideradas na pesquisa obteve-se um desempenho ambiental médio de 47,6 com desvio padrão de 2,6; b) para as demais 40 empresas de capital nacional a média obtida foi de 43,7 com desvio padrão de 5,5. A diferença estatística entre essas duas médias também foi verificada: a) o teste de Levene permitiu assumir a igualdade das variâncias; b) a diferença entre as duas médias foi de 4,0; c) o teste t independente para 61 graus de liberdade pôde demonstrar que se a hipótese nula fosse verdadeira esse resultado seria bastante improvável, pois t(61) = 3,27; p < 0,002. Dessa forma, a hipótese de pesquisa pode ser aceita, ou existe uma diferença estatisticamente significante entre os desempenhos ambientais das empresas multinacionais quando comparadas com aquelas de capital essencialmente nacional. Quando se fala em desempenho ambiental, o tamanho das empresas faz alguma diferença? Para testar a hipótese H4 as indústrias pesquisadas foram divididas em 4 grupos dependendo de seu porte: 9 muito grandes, 13 grandes, 26 médias e 15 pequenas. As estatísticas descritivas para o desempenho ambiental desses grupos foram: a) muito grandes – média 47,4 e desvio padrão 4,0; b) grandes – média 47,1 e desvio padrão 2,6; c) médias – média 45,6 e desvio padrão 4,6; e d) pequenas – média 41,1 3 desvio padrão 5,2. Para verificar se estatisticamente existe diferença entre essas medias aplicou-se o teste ANOVA de um fator (One Way ANOVA) utilizando-se o software SPSS for Windows. Os resultados obtidos foram: a) o teste de Levene indicou que a igualdade das variâncias poderia se assumida; b) o teste F para 3 (entre grupos) e 59 (dentro dos grupos) graus de liberdade pôde verificar que se a hipótese nula fosse verdadeira, tal resultado seria bastante improvável uma vez F(3;59) = 5,49; p < 0,002. Como conclusão, a hipótese de pesquisa poderia ser aceita, ou seja, existe uma diferença estatisticamente significante no desempenho ambiental das empresas dependendo de seu tamanho. No entanto uma análise post-hoc considerando comparações múltiplas de acordo com o teste HSD (honestly significant differences) de Tuckey mostrou que existe uma diferença significativa no nível de 0,05 somente entre as pequenas indústrias e as outras três (muito grandes, grandes e médias). As diferenças no desempenho ambiental entre as empresas médias, grandes e muito grandes não são estatisticamente significantes. Finalmente a pesquisa realizada possibilitou verificar uma ideia generalizada existente na RMSP indicando que as indústrias do setor automotivo possuiriam um desempenho ambiental melhor do que as indústrias de outros segmentos devido às imposições de requisitos ambientais estritos feitas pelas montadoras de veículos à toda sua cadeia de suprimentos. Para testar a hipótese H5 as firmas pesquisadas foram divididas em 4 segmentos: 17 pertencentes ao setor automotivo, 5 ao de fabricantes de componentes elétricos, 25 ao setor metalomecânico e 16 a outros 12 setores industriais diferentes. As estatísticas descritivas para o desempenho ambiental desses 4 grupos foram: a) automotivo – média 44,2 e desvio padrão 5,9; b) fabricantes de componentes elétricos – média 46,4 e desvio padrão 3,16; c) setor metalomecânico – média 44,7 e desvio padrão 4,4; e d) os demais – média 46,4 e desvio padrão 5,2. Para testar se existe uma diferença estatística entre essas 4 médias, mais uma vez realizou-se o teste ANOVA de um fator, cujos resultados obtidos foram: a) o teste de Lavene indicou que a igualdade das variâncias poderia se assumida; b) o teste F para 3 (entre grupos) e 59 (dentro dos grupos) graus de liberdade mostrou que a hipótese nula não pode ser rejeitada pois F(3;59) = 0,60; p < 0,561. Dessa forma, a hipótese de pesquisa não deve ser aceita, o que significa não existir uma diferença significativa entre o desempenho ambiental das empresas dos diferentes setores considerados. Em resumo, o que esta pesquisa pode sugerir é que na RMSP as indústrias com certificação ISO 14001 possuem um desempenho ambiental melhor do que aquelas que não a possuem, como já se poderia esperar. Também, pode-se concluir que, mesmo na ausência da ISO 14000, as empresas com certificação ISO 9001 possuem um melhor desempenho ambiental do que aquelas que não possuem qualquer tipo de certificação. Foi também possível verificar que as empresas multinacionais são ambientalmente melhores que as genuinamente nacionais. Do ponto de vista ambiental, foi possível constatar que o tamanho da indústria importa, mas somente para diferenciar o desempenho ambiental das pequenas empresas em relação às demais. Finalmente, verificou-se que não existe diferença significativa no desempenho ambiental de empresas pertencentes a diferentes segmentos de atuação. 4. ConclusõesComo já destacado neste trabalho, a expansão acelerada da RMSP tem colocado a redução dos impactos ambientais decorrentes como um objetivo central para a obtenção do desenvolvimento sustentável. O setor industrial, em especial, tem sido exigido pelas autoridades ambientais a contribuir de maneira decisiva com a redução da poluição na região o que tem sido feito por meio da imposição de crescentes exigências ambientais. Contudo, os resultados da presente pesquisa sugerem que na RMSP as indústrias têm tomado ações efetivas na implantação de práticas ambientais que transcendem em vários aspectos as imposições legais e, melhor, traduzem-se em atuação concreta que sustenta o discurso ecológico tão presente no posicionamento mercadológico das empresas na atualidade. De fato, os resultados obtidos mostram que o desempenho ambiental médio das empresas pesquisadas alcançou 45 pontos contra um máximo possível de 55. E mais, diversas das práticas ambientais relatadas pelos pesquisados são mais amplas e ecologicamente corretas que aquelas requeridas pela legislação vigente. A pesquisa também permitiu identificar as características das indústrias mais comprometidas com a proteção do maio ambiente. Elas são as certificadas pela ISO 14001, ou na sua ausência pela ISO 9001, multinacionais, não pequenas em tamanho e sem pertencer a um setor de atuação específico. Os resultados aqui apresentados também estão sujeitos a algumas limitações. Inicialmente, a forma de medir o desempenho ambiental das indústrias pesquisadas deveria sem validada por meio da comparação com outros indicadores semelhantes sugeridos pela literatura. Isso não foi feito neste trabalho porque a proposição de uma nova metodologia para medir a desempenho ambiental das empresas não se constituiu no tema central deste estudo. Segundo, para uma análise mais aprofundada do problema os questionários iniciais deveriam ser seguidos por uma entrevista pessoal semiestruturada na qual informações mais detalhadas sobre os pontos aqui discutidos poderiam ser obtidas. A presente pesquisa deverá prosseguir nessa direção e, futuramente, maiores e mais aprofundadas análises serão oportunamente relatadas. 5. ReferênciasBrehemy, M. (1992); Sustainable development and urban form. London, Pion. Brent, A.C.; Visser, J.K. 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