1. Introdução
A universidade vive uma situação complexa, onde ela “não parece estar preparada para defrontar os desafios” (Santos, 2010, p.187) e as exigências da sociedade e do Estado, sendo necessário realizar mudanças profundas e não apenas incrementais, pois seus problemas remetem à questão estrutural, na medida em que “a perenidade da instituição universitária, sobretudo no mundo ocidental, está associada à rigidez funcional e organizacional, à relativa impermeabilidade às pressões externas, enfim, aversão à mudança” (Santos, 2010, p. 187).
Este autor traz a necessidade premente de rever os modelos de atuação universitária, em uma sociedade que não aceita mais a produção e reprodução de conhecimento e que segundo Buarque (1994) a universidade como produtora de conhecimento não pode mais passar ao largo das novas ideias e mudanças que se operam em torno dela. Pensamento este corroborado por Demo (1993) mostrando que, nesta revisão de modelo de atuação, é importante repensar além das questões ligadas à sua finalidade institucional, questões também de gerenciamento.
Neste sentido, entende-se que este é um fenômeno muito particular e atual da trajetória das universidades privadas no Brasil. Se por um lado, as mesmas têm procurado rever suas atuais práticas de gestão, procurando identificar, alinhar e explorar novas opções de negócios, por outro, movimentos relacionados à mudança e aprendizagem organizacional e seus desdobramentos são uma forma encontradas de compelir sua adaptação e evolução organizacional.
Assim, ao falar sobre mudanças organizacionais, logo o pensamento é remetido para uma alternância, acreditando que algo mudou de estado ou de configuração. Esta nova forma de pensar e/ou agir indica uma íntima relação deste fenômeno com o da aprendizagem e que vem merecendo destaque nos estudos organizacionais (Cyert, March, 1963; Stata, 1997; Macdonald, 1995; Fiol, Lyles, 1985), em que a capacidade de mudar, vai exigir uma capacidade de aprender e desaprender dos indivíduos, que compõem a organização. O tema aprendizagem organizacional historicamente, são das décadas de 50 e 60, com os estudos de Simon e Argyris, Crossan, Guatto (1996), em um extenso trabalho de revisão bibliográfica com as palavras-chave aprendizagem organizacional e organizações que aprendem, constataram que a década de 90, do século passado, representou um marco no crescimento do número de estudos sobre estes temas.
No caso do Brasil, tem se realizados estudos denominados de balanços de produção sobre o tema aprendizagem organizacional que, ao analisar o estado do conhecimento sobre este assunto, procura identificar se ele vem sendo entendido e trabalhado nos meios acadêmicos e profissionais. Antonello (2002) identificou e analisou os métodos e posicionamento epistemológico na pesquisa sobre Aprendizagem Organizacional, Competências e Gestão do Conhecimento, no período compreendido entre os anos 1997 e 2001, encontrados nos Anais da Enanpad (Encontro Nacional dos Programas de Pós-graduação em Administração). A autora conclui que há um crescimento no número de publicações sobre o tema; a temática aprendizagem organizacional e competências emergem a partir de 1999; e que o posicionamento epistemológico dos artigos analisados condizem com a proposta funcionalista e interpretativa de Burrel e Morgan (1979).
Porém, estes estudos reafirmam que o tema aprendizagem organizacional ainda é um tema emergente para os estudos organizacionais brasileiros. Também se acredita que por ser um tema em construção, acadêmicos e pesquisadores ainda procuram compreender suas definições e significados no contexto organizacional e neste caso em especifico, o das instituições de ensino superior. Isto significa que os estudos realizados sobre a aprendizagem organizacional no Brasil têm procurado oferecer explicações, que se por um lado estão alinhadas com as tendências internacionais dos estudos organizacionais, por outro não se posiciona como produtora de conhecimento, pois a baixa diversidade epistemológica acaba oferecendo uma ótica simplificadora e redutora da realidade organizacional, não atentando que este tema e que as organizações são complexas, multifacetadas e cheias de contradições e conflitos.
Com base nestes pressupostos, apresenta-se o presente artigo, o qual se refere a uma oportunidade de comunicar os resultados de uma pesquisa realizada entre os anos de 2008 a 2010, tratando do tema aprendizagem organizacional, no âmbito de uma instituição de ensino superior. Examinar este fenômeno possibilitou (re) ver e (re) descobrir como uma instituição universitária privada, responde aos novos desafios do ambiente externo, principalmente na intencionalidade ou não dos seus processos e práticas de aprendizagem organizacional, seja no âmbito formal ou informal e a valorização disto para os vários grupos de entrevistados, através de uma abordagem multinivel da aprendizagem.
2. Aprendizagem Organizacional e a abordagem multinível
A noção sobre aprendizagem organizacional fica, em si, desprovida de uma atribuição de sentidos, quando fora do contexto em que é empregada, tendo diferentes significados e abordagens. Bastos et. al. (2002, p.11) afirma que “o uso ingênuo do conceito de aprendizagem organizacional, por exemplo, associa-se a riscos de reificação e antropomorfização da organização”. Para este estudo assumem-se duas perspectivas para esta noção, uma técnica e uma social.
Da perspectiva técnica percebe-se a associação destas definições com processamento de informações, gestão do conhecimento explícito, resolução de problemas, aumento da capacidade para a ação e melhoria e adaptação contínua da organização. O objetivo da aprendizagem organizacional nesta perspectiva seria a de ampliar a capacidade de processar e interpretar informações, de dentro ou fora, da organização (Easterby-Smith, Araújo, 2001). A associação a estas definições também está ligada às estratégias de mudança, através de níveis, hierarquias ou modelos de aprendizagem organizacional (Argyris, schon, 1996; Fiol, Lyles, 1985; Swieringa, Wierdsma, 1995; Kim, 1998).
Da perspectiva social, Elkjaer (2001, p. 107) coloca que:
É inerente à perspectiva da aprendizagem situada que a aprendizagem seja mais do que processamento de informações e transferência de culturas e atitudes certas. Quando a aprendizagem é vista como processos de aprendizagem situada, ou seja, como parte de uma prática social, estamos num mundo epistemológico que difere da abordagem que encara aprendizagem organizacional como uma ferramenta (gerencial) [...] Estamos num mundo metafórico da interpretação. Aqui a perspectiva sobre aprendizagem não é baseada no indivíduo, mas na prática social da vida organizacional.
Neste sentido, a perspectiva social acaba por atribuir à aprendizagem, significados às experiências no trabalho, sendo também um processo político e cultural. Aqui existe uma incorporação de práticas informais, de conhecimento tácito, de redes e comunidades de aprendizagens formadas na estrutura formal ou informal da organização e processos de participação, no processo de aprendizagem organizacional (Brown, Duguid, 1996; Cook, Yanow, 1996; Lave,Wenger, 1991; Elkjaer, 2001).
Analisando os sentidos atribuídos pelas definições apresentadas, seja pela perspectiva técnica ou pela perspectiva social, estes autores demonstram seus posicionamentos frente a este conceito/ noção e, no confronto de suas falas, destacaram alguns elementos relevantes. Em se tratando de organizações brasileiras e, principalmente, Instituições de Ensino Superior, assume-se aqui o posicionamento de que ao analisar aprendizagem organizacional em Instituições de Ensino Superior, devem-se levar em conta as duas perspectivas apresentadas. Privilegiar uma perspectiva em detrimento da outra apenas contribuirá para que as atribuições de sentidos destas definições fiquem diminuídas. Assim, a pesquisadora optou por formular sua própria definição a ser adotada neste estudo.
Definição de aprendizagem organizacional: é um processo complexo, dinâmico e multifacetado, associado à mudança organizacional, que envolve a gestão do conhecimento interno e externo da organização, sejam eles tácitos ou explícitos, acontecendo através de uma rede de aprendizagem socialmente construída, considerando uma perspectiva multinível (individual, grupal e organizacional) em que são compartilhados processos e práticas formais e informais, com vistas à melhoria, adaptação e reinvenção da realidade organizacional.
No âmbito individual, a aprendizagem efetivamente ocorre através dos membros da organização. Dodgson (1993, p.377) argumenta que “os indivíduos são a entidade primária do aprendizado das organizações e são estes indivíduos que criam formas organizacionais que possibilitam o aprendizado e facilitam a transformação organizacional”. Assim, como o sujeito da aprendizagem é o indivíduo, sua motivação para aprender, decorre principalmente dos problemas ou dificuldades enfrentadas no dia-a-dia organizacional. Antonello (2003) comenta que o processo de aprendizagem individual apresenta um efeito mobilizador no conceito e práticas da aprendizagem organizacional (Argyris, Schon, 1996; Dodgson, 1993; Kolb, 1997).
No que tange ao âmbito organizacional, Fiol e Lyles (1985) esclarecem que devem ser feita distinções entre aprendizagem individual e aprendizagem organizacional, pois mesmo que a aprendizagem individual seja importante para a organização, à aprendizagem organizacional não é simplesmente a soma dos aprendizados individuais de seus membros. Como uma primeira aproximação, a aprendizagem no nível organizacional é considerada um processo com a finalidade de melhorar ou mudar a realidade organizacional.
A principal questão aqui é: - o que realmente distingue a aprendizagem individual da aprendizagem organizacional? E como podemos articular estes níveis? (Probst, Buchel, 1998). Para estes autores haveria aprendizagem no nível organizacional quando: (a) a mudança acontecesse em nível organizacional; (b) quando fosse constatada mudança no conhecimento e valores coletivos; (c) quando fossem observadas mudanças nos padrões comportamentais e normativos coletivamente compartilhados (Bastos et. al., 2002).
Hayes e Allison (1998) ao procurarem compreender a inter-relação entre o nível individual e coletivo e o seu papel na aprendizagem, afirmam que as diferenças individuais partem da possibilidade de que as pessoas são diferentes em sua habilidade de reconhecer novas formas de dar respostas às novas e desafiadoras situações. Estas variáveis de diferenças individuais acabam por fazer parte dos componentes que muitas vezes não são capturados pelas organizações, tornando o fenômeno da aprendizagem organizacional no nível coletivo diferente do nível individual.
Completando este raciocínio, Bastos et. al. (2002, p. 6) afirma que
Os processos de aprendizagem organizacional guardam estreita correlação aos processos de difusão e socialização
[...] podemos concluir que o eixo central estaria na criação de processos de comunicação e espaços apropriados que permitam as trocas de experiências, significados e valores, que auxiliaria na construção de modelos compartilhados.
A abordagem multinível da aprendizagem (Klein, Dansereau, Hall, 1984) pressupõe que as organizações, como entidades complexas, estão integradas na prática como sistemas multiníveis, ou seja, os processos que a integram podem ocorrer nos níveis individual, grupal ou organizacional. Extrapolando o ambiente da organização, este sistema também pode ser visto de forma interorganizacional (Child, Faulkener, 1998).
Assim, ao invés de pensar “micro” ou “macro”, a abordagem multinível lança o desafio de pensar “micro” e “macro” conjuntamente. Além disto, os processos e práticas sistemáticas de aprendizagem ocorrem tanto no âmbito formal como no informal, por isto, elementos como aprendizagem informal, redes de aprendizagem e comunidades de prática.
3. Considerações Metodológicas
O local em que foi desenvolvido o estudo foi uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada do Sul do Brasil, constituída aproximadamente de 2000 funcionários (corpo técnico administrativo e docente). Uma das estratégias orientadoras deste estudo diz respeito ao método qualitativo. Justifica-se a escolha deste método, pois segundo Marshall e Rossman (1999), os métodos qualitativos são apropriados para gêneros de pesquisas que são remetidos ao seu ambiente natural e com aproximações exploratórias de dados. Complementando, também foi um estudo de caso, por investigar um fenômeno contemporâneo no seu contexto de vida real. Yin (2001, p.19).
A escolha do estudo de caso, como método de investigação para esta pesquisa, apóia-se nas considerações de Roesch (1999) que confirma ser uma investigação multifacetada, em profundidade, de um único fenômeno social, conduzido em detalhes e baseado em várias fontes de dados. Contudo, este estudo de caso também se caracteriza por ser um estudo de caso histórico organizacional (Bogdan, Biklen, 1994), em que o interesse da pesquisadora recai sobre a vida de uma instituição, partindo-se do conhecimento que existe sobre a organização, para posteriormente aprofundá-lo de acordo com as questões e objetivos da pesquisa.
Por fim, o presente estudo orienta-se por uma abordagem multinível, para coleta e análise dos dados, que pode ser considerada como uma estratégia de pesquisa válida para estudos sobre aprendizagem organizacional (Klein, Kozlowski, 2000). Como uma primeira aproximação, a abordagem multínivel pressupõe que as organizações, como entidades complexas, estão integradas na prática como sistemas multíniveis, ou seja, os processos que a integram podem ocorrer nos níveis individual, grupal ou organizacional.
Para este estudo de caso foram selecionados três grupos de participantes, sendo 09 pessoas da alta administração, 15 pessoas da área das ciências humanas e 20 pessoas da área das ciências econômica, totalizando 44 sujeitos entrevistados exercendo as funções ligadas a reitoria e pro - reitorias, diretores, coordenadores, professores e funcionários. Os critérios de seleção dos entrevistados foram tempo de instituição, papel desempenhado na trajetória de mudanças da instituição, cargo ocupado e disponibilidade para participar da pesquisa. Este número de entrevistados foi considerado conveniente para este estudo pelo critério da saturação (Gaskell, 2002; Schembri, Sandberg, 2002), que estabelece que se novos conceitos não emergem, a partir de um determinado número de entrevistas realizadas, no caso até vinte, não é necessário novos contatos e entrevistas.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturada, baseada em roteiro previamente preparado, sendo que após a explicação do objeto de estudo para cada sujeito participante, as entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. Com relação à análise das entrevistas realizadas considerou-se que as entrevistas representam um texto em que “as falas, referem-se aos pensamentos, sentimentos, memórias, planos e discussões das pessoas, e algumas vezes nos dizem mais do que seus autores imaginam” (Bauer,Aarts, 2000, p.189), como no caso dos documentos, as entrevistas também podem ser consideradas como portadoras de crenças e ideologias, que neste caso, chamam-se de discursos.
Uma das limitações deste estudo é sua falta de generalização, pois as unidades de análise deste estudo de caso, não abarcaram toda a organização estudada. Yin (2001) coloca que estudos de caso são bases iniciais para futuros aprofundamentos do fenômeno de estudo e é, neste sentido, que esta investigação está sendo considerada, mesmo que tivesse sido aplicado todo o rigor científico necessário, para servir de base a estudos similares. Por outro lado, para sustentar a cientificidade deste estudo, foi utilizada a triangulação dos métodos de pesquisa e dos dados (Yin, 2001; Trivinos, 1994; Gaskell, Bauer, 2000), procurando aumentar a confiabilidade do estudo como um todo.
4. O caso de uma IES sob a abordagem multinível da aprendizagem organizacional
Procurou-se analisar os aspectos e percepções que foram considerados mais relevantes para as questões norteadoras deste estudo e, de modo mais especifico, para o seguinte questionamento: - Como acontece a articulação multinível entre o nível grupal (micro práticas de aprendizagem) e organizacional (macro práticas de aprendizagem)? Esta articulação contribuiu para uma assimilação e apropriação dos processos e práticas de aprendizagem na gestão da instituição?
De modo geral, a instituição de ensino evidenciou práticas e processos, formais e informais, de aprendizagem organizacional. Porém, a apropriação e assimilação destes
processos e práticas não foram uniformes por grupo pesquisado. Na tabela 1, demonstra-se um resumo analítico dos principais achados da pesquisa que emergiram do trabalho de interpretação dos dados coletados.
Categorias de Análise |
Grupo de entrevistados |
Aprendizagem organizacional |
IES |
Área das Humanas |
Área Econômica |
Dimensão institucional da aprendizagem |
Alta e Média Administração |
Direção |
Coordenação |
Professores |
Funcionarios |
Direção |
Coordenação |
Professores |
Funcionários |
Existência de espaços de participação e socialização da comunidade acadêmica que proporcionaram aprendizagem organizacional |
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Ocorrência de aprendizagem em grupo |
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Aprender fazendo: baseado na tentativa e erro |
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Geração de novas idéias e praticas de trabalho partindo dos indivíduos para a organização |
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Geração de novas idéias e praticas de trabalho partindo da organização para os indivíduos |
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Dimensão individual da aprendizagem |
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Experiências de aprendizagem através de situações formais e informais |
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O contexto social e cultural da instituição propiciou a aprendizagem |
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Houve construção de sentidos sobre o processo de aprendizagem |
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Os processos participativos propiciaram o compartilhamento de modelos mentais |
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Tabela 1: Aprendizagem organizacional numa perspectiva multinivel
Fonte: elaborado com base nos dados coletados.
Ao analisar dados através de uma abordagem multinivel da aprendizagem organizacional é importante levar em consideração dois processos distintos para sua compreensão, ou seja, as micro-práticas (que ocorrem dentro dos grupos, no nível dos indivíduos) e as macro-práticas (que ocorrem no nível da organização).
No estudo realizado, os três grupos serão primeiramente analisados através de um processo botton-up, com vínculo horizontal, dentro de cada grupo para, posteriormente, realizar uma análise através de um processo top-down, com vínculo vertical, entre os grupos, procurando explicar a apropriação e assimilação dos processos e práticas, formais e informais, de aprendizagem.
- Com relação a uma perspectiva multinivel dentro dos grupos estudados (alta administração, área das ciências humanas e área das ciências econômicas)
No grupo alta administração evidenciou-se uma apropriação e assimilação de processos e práticas de aprendizagem organizacional, no decorrer da trajetória de mudanças organizacionais. Este grupo buscou não somente aprender e ampliar novas competências e qualificações individuais, mas também manifestar isto, no grupo como um todo, formando um fenômeno coletivo. Por suas trajetórias de carreira e tempo de trabalho na IES, este grupo participou amplamente do processo de mudanças, seja como agente seja como realizador e possuem um pressuposto de que realmente entendem a instituição pela sua proximidade hierárquica e geográfica com a Reitoria. Este grupo também evidencia processos mais avanços de aprendizagem organizacional (Ciclo Duplo e Aprendizagem Sistêmica), onde fatores como o processo de participação e a socialização do conhecimento foram fundamentais para isto. Foi o único grupo a apontar a existência de uma rede informal de aprendizagem, porém não a considerando tão legítima para a assimilação da aprendizagem organizacional quanto os espaços formais.
Para ilustrar esta analise abaixo se descreve o discurso do coletivo de entrevistados, refletindo sobre a aprendizagem organizacional que o grupo da alta administração realizou.
“[...] perceberam a necessidade de fazerem uma universidade diferente, normalmente começava com uma conversa em pequeno grupo, depois vai aumentando, como atirar uma pedrinha no lago, e a percepção vai justamente aumentando nestes círculos concêntricos, até que todos começam a aprender conjuntamente”.
No grupo da área das ciências humanas também se evidenciou uma apropriação e assimilação de processos e práticas de aprendizagem organizacional, no decorrer da trajetória de mudanças. Este grupo, além das aprendizagens individuais relacionadas, também trabalhou intensamente para um compartilhamento do fenômeno da aprendizagem em nível coletivo, observado em quase todos os segmentos analisados deste grupo, direção, coordenação e professores. Os funcionários percebem alguns aspectos das categorias de análise, porém é o segmento que foi menos inserido neste processo. Mesmo tendo um contingente do corpo docente com regime de trabalho do tipo horista, este grupo através de espaços de participação e socialização do conhecimento sobre as mudanças em curso, conseguiu construir avanços no seu processo de aprendizagem organizacional (Ciclo Duplo e Aprendizagem Sistêmica). Uma das explicações para isto, dada por este grupo, é da própria construção da área de conhecimento, Ciências Humanas, que tradicionalmente oriunda de movimentos sociais, incluem ampla participação e discussão dos atores envolvidos nos processos sociais, políticos, históricos e culturais, valorizando espaços de construção coletiva. Este grupo, também, observou que o processo de aprendizagem organizacional foi fundamentado por toda uma apropriação e interpretação dos movimentos institucionais, para a sua linguagem, sendo um processo adequado às suas construções de significados sobre a gestão do Centro e seu processo de aprendizagem das mudanças, dentro da sua noção de tempo e espaço organizacional, aliados à liderança da equipe diretiva. Para isto, lançaram mão tanto dos espaços formais, quanto dos espaços informais, sendo o único grupo que articula estes dois espaços organizacionais como legítimos, para a assimilação da aprendizagem organizacional.
Este processo é verbalizado no discurso dos entrevistados descrito abaixo:
“[...] esta função avaliativa, interpretativa, em que o indivíduo explicita um referencial e estrutura isso discursivamente de uma maneira conclusiva, isso faz com que o grupo, com que ele aprenda, ele compartilhe com o grupo essa aprendizagem que ele estruturou nessa narrativa, e com isso ele já encaminha uma discussão do coletivo, e eu acho que essas discussões no coletivo, elas são de muita aprendizagem”
Por fim, o grupo da área das ciências econômicas evidencia-se que os segmentos direção e coordenação são os que melhor expressam e articulam a apropriação e assimilação, seja do processo de mudanças, seja de processos e práticas de aprendizagem organizacional. Deste modo é o grupo que mais apresentou dicotomias com relação a este processo. Também, não houve um trabalho intenso para o compartilhamento do fenômeno da aprendizagem organizacional em nível coletivo sendo evidenciado mais nos segmentos que compõem o corpo gerencial (direção e coordenação), por estes terem participado ativamente dos processos de mudança da IES, principalmente por sua vinculação de trabalho, a maioria tem mais de 20 horas de trabalho semanal fora de sala de aula (graduação). Assim, são segmentos mais presentes no cotidiano institucional. O corpo docente e técnico-administrativo considera-se bem distante do processo de mudanças e de aprendizagem das mesmas, durante o período analisado. Em vários momentos, o segmento professores verbalizou que estava totalmente por fora do que estava acontecendo. Assim, observou-se apenas aprendizagem de nível único, inclusive de um tipo muito elementar que é o aprender fazendo, na base da tentativa e erro. Por fim, é um grupo que apesar de apontar a existência de espaços informais de aprendizagem, não os legitima como espaços de aprendizagem.
O coletivo desta área manifesta a aprendizagem que realizaram da seguinte forma “[...] o professor horista, na sua grande maioria, não acompanha absolutamente nada das modificações, então não tem processo de aprendizagem nenhum”
- Com relação a uma perspectiva multinivel entre os grupos estudados (alta administração, área das ciências humanas e área das ciências econômica)
A proposta desta investigação foi de examinar as relações multinivel dentro e entre os grupos estudados para compor o fenômeno da aprendizagem organizacional.
A análise relacional entre os vários constructos e os níveis de analise permitem que se teçam algumas considerações sobre este estudo. Os grupos alta administração e área das ciências humanas, em nível organizacional, são os grupos que melhor perceberam a apropriação e assimilação de processos e práticas, formais e informais, de aprendizagem organizacional, transitando pelo ciclo de aprendizagem duplo (Argyris, Schon, 1996), em que houve manifestação das mudanças na estratégia de ação destes grupos, repercutindo em suas ações organizacionais.
A incidência de aprendizagem sistêmica (Child, Falkner, 1998) foi observada com relação às novas práticas de trabalho, provocando mudança nos sistemas administrativos destes dois grupos. Estes grupos procuraram continuamente questionar o “porque” das mudanças (Swieringa, Wierdsma, 1995) ao invés de simplesmente ter respostas do tipo “como” fazer as mudanças acontecerem.
Por outro lado, o grupo da área das ciências econômicas, em determinados momentos até procurava questionar os “porquês” da mudança, contudo o que predominou foram ciclos de aprendizagem de ciclo único (Argyris, Schon, 1996), evidenciada por uma aprendizagem adaptativa, envolvendo processos de correção de erros, principalmente no estabelecimento de políticas da área para as rotinas e procedimentos. Mesmo que os segmentos direção e coordenação procurassem realizar reflexões sobre o “porquê”, procurando mudar regras e insights (Swieringa,Wierdsma, 1995) sobre seus produtos e serviços, não havia evidências de mudanças nos modelos mentais coletivos, abrangendo todos os segmentos. Assim, observou-se a oscilação entre uma aprendizagem técnica e uma sistêmica (Child, Falkner, 1998), porém com uma predominância na coletividade, por uma abordagem mais técnica do que de mudanças sistêmicas.
Também no grupo da área das ciências econômicas, em nível organizacional não se observou a ocorrência de aprendizagem de ciclo triplo (Argyris, Schon, 1996) ou de aprendizagem estratégica (Child, Falkner, 1998), onde a principal manifestação envolveria a mudança de modelos mentais coletivos dos principais gestores dos grupos analisados, colocando em discussão a razão de ser da área e questionando sua identidade, mesmo que em alguns momentos este tenha sido o desejo dos seus gestores.
Nos grupos alta administração e área das ciências humanas observaram-se em
momentos muito pontuais a ocorrência de aprendizagem de ciclo triplo (Argyris, Schon, 1996) ou de aprendizagem estratégica (Child, Falkner, 1998). Cabe aqui lembrar que a memória organizacional tem um papel importante no processo de aprendizagem organizacional (Kim, 1997), através da captura e transferência de aprendizagens de uma dimensão individual para uma dimensão coletiva. Também de acordo com Walsh e Ungson (1991) e Garvin (1993) observar uma organização a partir da perspectiva da aprendizagem organizacional pressupõe que esta utilize determinadas práticas ou atividades que lhe facilitem este processo.
Assim, o grupo alta administração demonstrou que aprendia com os projetos colocados em prática e com as experiências dos outros (benchmarking). No grupo da área humana procurava aprender com experiências passadas e acumuladas e também transferir o conhecimento organizacional, através da criação de um ambiente propicio para a aprendizagem. O grupo da área econômica aprendia basicamente com a experimentação, na colocação da prática como um processo de aprendizagem organizacional. Enfim, pode-se afirmar que ocorreram apropriação e assimilação de processos e práticas de aprendizagem organizacional nos grupos estudados, não de maneira homogênea e nem uniforme. Considerando que cada grupo estudado atua como se fosse uma mini universidade, tendo uma cultura organizacional estabelecida e um ambiente mais propicio ou não para a incidência de aprendizagem organizacional, esta análise permite inferir que o todo organizacional ficou prejudicado pelas oscilações entre a apropriação e assimilação de práticas e processos de aprendizagem nos grupos estudados, por fazerem parte da mesma instituição.
5. Considerações finais e sugestões para estudos futuros
Por este estudo, foi possível analisar como ocorreram os processos de aprendizagem em uma instituição de ensino superior, a partir de três grupos bem específicos, a alta administração, a área de ciências humanas e a área de ciências econômicas. Os processos formais foram considerados os mais usuais entre os grupos, apesar da incidência de aprendizagem informal em pequena escala. Os resultados apresentados consideraram a abordagem multinivel para o entendimento de como este tipo especifico de conhecimento transita interniveis, ou seja, do micro para o macro e vice versa.
Em uma IES, além de produzir conhecimento cientifico decorrente das suas mais variadas áreas e saberes, manifestada através do ensino, da pesquisa e da extensão, é um tipo de organização que também constrói conhecimento especifico sobre sua gestão acadêmica e práticas gerenciais. Aliados aos processos de mudança organizacional há uma premência por aprender e desaprender conceitos organizacionais na mobilização e interação com a sua comunidade acadêmica, como forma de dar conta de novos valores e conceitos de gestão incorporados à instituição. Desta forma, o presente estudo procurou identificar e analisar como uma IES se apropriava e assimilava estes novos conceitos, manifestando formas mais avançadas de gestão. O que se observou na descrição deste estudo de caso é que foram mobilizadas as mais variadas formas de conhecimento, sejam explícitos ou tácitos, através de vários processos de aprendizagem, contudo como evidenciado anteriormente, os grupos analisados não realizaram esta mobilização de forma uniforme.
Considerando o nível individual, onde a aprendizagem ocorre através dos membros da organização (Dodgson, 1993), a mobilização para os processos de aprendizagem deste nível está justamente na utilização de conhecimento tácito e modelos mentais individuais, onde o aprendiz necessita rever, buscar e desenvolver novas aprendizagens e competências sobre as mudanças em curso. Este nível leva um tempo razoável para ser processado, pois os processos individuais demoram em ser compartilhados. Hayes e Allinson (1998) no entendimento desta perspectiva internível, afirmam que as diferenças individuais fazem com que não haja conversão do conhecimento e nem processos de aprendizagem, quando as pessoas não reconhecem como elas aprendem. Os grupos pesquisados da alta administração e da área de ciências humanas foram os que mais evidenciaram no nível individual a apropriação da aprendizagem das mudanças organizacionais.
No nível do grupo, a aprendizagem e o compartilhamento de conhecimentos devem ocorrer de forma coletiva, preferencialmente nas equipes de trabalho. Neste espaço podem ser mobilizados processos de aprendizagem baseados no modelo de Kolb (1997) em que estas equipes se deparam com problemas e/ou tarefas a realizar, combinando novas formas de conhecimento na articulação do tácito com o explicito. No caso estudado, relacionou-se este tipo de aprendizagem com espaços de participação e socialização, onde os processos de interpretação e integração (Crossan et. al., 1999)
exigem o uso amplo da linguagem para provocar interações entre e nas equipes. Novamente os grupos pesquisados da alta administração e da área de ciências humanas foram os que mais evidenciaram no nível grupal a apropriação da aprendizagem, porém, no escopo do nível gerencial todos os grupos manifestaram este tipo de aprendizagem.
Por fim, para a compreensão do fenômeno no terceiro nível, o organizacional, a aprendizagem precisa apresentar uma definição que alie perspectivas técnicas e sociais, quando se estudam IES, além de compreender que este nível apresenta diferenças quanto aos demais apresentados, pois além de olhar para o ambiente interno precisa, também, analisar o ambiente externo da organização. No caso estudado, os grupos analisados assimilaram as novas aprendizagens e usaram na prática o que foi aprendido, seja através de normas e procedimentos gerados (memória organizacional) seja manifestado através de novos produtos e serviços. Aqui é verificada efetivamente a aprendizagem organizacional como um processo dinâmico (Crossan et. al., 1999), deslocando-a somente da noção de tempo e espaço, para esta tensão entre assimilação e utilização, metaforicamente falando, quando a aprendizagem entra no sistema circulatório da organização.
Por fim, observa-se que através deste estudo se pode identificar e analisar processos e práticas de aprendizagem organizacional em uma IES privada, levando à comunidade acadêmica a reflexão e questionamentos, principalmente através de uma ampliação e troca de conhecimentos sobre a universidade e as áreas estudadas. Analisando as micro práticas (em nível dos indivíduos e dos grupos) e das macro práticas (em nível organizacional), evidenciou-se como a aprendizagem transita entre os níveis e dentro de cada grupo estudado, com maior ou menor intensidade e abrangência. Ainda assim, é importante lembrar que a aprendizagem organizacional relacionada a processos de mudança organizacional são fenômenos que evoluem e necessitam de maior entendimento, prático e teórico.
Espera-se que com este estudo e sua analise, ter contribuído para os estudos a cerca da aprendizagem organizacional, através de uma abordagem interniveis. Além disto, há uma expectativa de que este trabalho possa proporcionar reflexões sobre a gestão universitária privada para a elaboração de uma analise critica sobre este assunto, evidenciando a reformulação de suas práticas de gestão e políticas mais condizentes com a contemporaneidade. Desta forma, cabem algumas perguntas que podem gerar estudos futuros:
- Estudos longitudinais para validação da abordagem multinível, com relação aos fenômenos aprendizagem organizacional, em instituições de ensino privadas;
- A busca de uma maior compreensão, com relação aos aspectos da aprendizagem informal no âmbito das IES e sua contribuição para o estudo da aprendizagem organizacional;
- Identificar com maior detalhamento as relações entre os ciclos de aprendizagem e as ações e resultados decorrentes de processos de mudança organizacional;
Referencias
ANTONELLO, C. S. (2002); Aprendizagem no ambiente de trabalho e o desenvolvimento de recursos humanos: surgimento de perspectivas teóricas e práticas organizacionais” CLADEA, XXXVII Assembléia do Conselho Latino-Americano de escolas de administração, Porto Alegre, Anais, outubro de 2002.
ARGYRIS, C., SCHON, D.; (1996) Organizational learning II. Addison-Wesley.
BASTOS, A. et. al. (2002); Aprendizagem Organizacional versus organizações que aprendem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa, Encontro de Estudos Organizacionais, 2002, Recife. Anais...Recife: Observatório da realidade organizacional, PROPAD/UFPE, ANPAD.
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