Espacios. Vol. 34 (2) 2013. Pág. 14 |
A utilização da casca de arroz na geração de bioenergia, um estudo exploratório na Região Sul Catarinense, BrasilThe use of rice husk for bioenergy generation: an exploratory study in Southern Santa Catarina, BrazilMelissa Watanabe 1, Cristina Keiko Yamaguchi 2, Adriana Pinto Carvalho Vieira 3, Roseli Jenoveva Neto 4 y Bárbara Fontana Zanatta 5 Recibido: 30-04-2012 - Aprobado: 15-10-2012 |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. IntroduçãoAs atividades agrícolas se deslocam regionalmente ao longo do tempo, acompanhando o desenvolvimento das civilizações, das economias e da evolução demográfica. Fazem também parte desse contexto, as políticas agrícolas e os arranjos institucionais que interferem na economia de cada região e estão em constantes transformações (LAMBIN; GEIST; LEPERS, 2003; VERBURG et al., 2006). Assim, a agricultura é parte dos processos nos setores industriais seja ele de forma direta, como insumos agroindustriais, ou indireta como base fornecedora de recurso financeiro a fomentar setores específicos. O surgimento e desaparecimento de novos produtos e processos produtivos dependem das capacidades territoriais, o que em alguns casos, arranjos produtivos locais surgem a partir de proximidades físicas ou geográficas em torno do desenvolvimento de um produto semelhante, de ações governamentais ou de outros interessados como universidades, empresas específicas, dentre outras. Ao analisar algumas aglomerações que conseguiram uma determinada projeção vê-se um conjunto de agentes econômicos, sociais e políticos que pensam e atuam com objetivos de interesses comuns (Boisier, 2001; Aún; CARVALHO; KROEFF, 2005). Um dos temas que está nas mesas de discussões dos dirigentes mundiais atuais é a questão da dependência energética. Busca-se mais e mais a diversificação da matriz energética, tornando-as mais equilibrada em suas formas de produção, como também a diminuição de emissão de gases. Energias limpas como eólica, solar e hidrogênio, estão em grandes estudos, entretanto, ainda apresentam alto custo e baixa conversão. Desta forma, a utilização de produtos biológicos para a produção de energia tem grande importância, uma vez que diretrizes como Protocolo de Kyoto e as legislações de muitos países tendem a uma ampla utilização de energias renováveis para os próximos anos. A busca por fontes de energia sustentáveis, tendo em vista os passivos ambientais dos combustíveis fósseis, o aumento dos preços da energia e a busca de locais de produção resultou em aumento de suporte global da bioenergia como fonte alternativa de produção energética, onde grandes empresas multinacionais estão investindo fortemente tanto no Brasil como na União Européia, Suécia, Estados Unidos e China (MCCORMICK, 2010; MANGOYANA, 2009). No Brasil de 2035, vislumbra-se a produção de agroenergia anual equivalente a mais de 100 milhões de toneladas de petróleo. Para a consecução de metas ambiciosas, o Plano de Agroenergia proposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento pressupõe investimentos ponderáveis em logística (transporte e armazenamento), uma política focada na atração e fixação de capitais internacionais, a segurança patrimonial e contratual dos investidores, condições para ampliação da oferta de matéria prima e uma ambiciosa política de Pesquisa e Desenvolvimento, que consolide o Brasil na fronteira da tecnologia do agronegócio tropical (BRASIL, 2005). Na região sul de Santa Catarina, o arroz é um dos maiores demandantes de área na produção agrícola regional, porém, é um produto que pouco se agrega na sua área industrial, sua cadeia produtiva após a colheita apresenta uma trajetória relativamente pequena até a mesa do consumidor. Desta forma, a utilização alternativa deste produto pode auxiliar a sustentação produtiva, principalmente, por apresentar uma dependência significativa de preço frente aos mercados internacionais. Assim, o presente artigo busca reunir conhecimento e processos disponíveis com o intuito de apoiar o debate dos fatores condicionantes no uso da casca de arroz na cogeração de bioenergia na região do extremo sul de Santa Catarina, também foi aplicado um questionário semiestruturado exploratório a 17 gestores de indústrias de arroz situadas na microrregião da AMREC (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) e AMESC (Associação dos Municípios do Extremo Sul de Santa Catarina) com o intuito de verificar se os mesmos já tinham conhecimento e/ou utilizam a casca de arroz como produto base para a produção de bioenergia. As duas microrregiões a AMESC (Associação dos Municípios do Extremo Sul de Santa Catarina) é composta por 13 municípios, com uma área total de 29.470 ha, sendo que deste total, 2.837 ha é considerado área rural (IBGE, 2010). Já a AMREC (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) possui 11 municípios, com o total de 26.406 ha, destes 28,04% correspondem a zona rural. Verifica-se que as atividades desenvolvidas são na maioria de agricultura familiar simples, no qual cada membro da família colabora com as atividades realizadas no cultivo da terra 2. Biomassa e bioenergia: fatores condicionantesA biomassa é a matéria vegetal e/ou animal, e quando utilizada para produzir calor, eletricidade ou combustíveis para transportes é denominada de bioenergia. Os biocombustíveis para transportes podem ser categorizados como de primeira geração, composta de culturas alimentares (trigo, beterraba, e sementes oleaginosa), de segunda geração são os materiais lignocelulósicos (palha de cereais, colmos de milho, etc..), e os de terceira geração que são as algas (MCCORMICK, 2010). Assim, a bioenergia compreende uma gama diversificada de matérias-primas, tecnologias e de muitos stakeholders, que a torna bastante diversificada tanto sua produção quanto a sua aceitação social. Desta forma, uma determinada tecnologia ou sistema de produção, dependem diretamente de um entendimento da sociedade. Segundo Mccormick (2010) sem a aceitação pública para a expansão da bioenergia pode haver um enfraquecimento da legitimidade política, causando sérios problemas para um possível avanço de uma matriz bioenergética Uma pesquisa realizada em 2002 utilizando o termo “energia renováveis” foi bem aceito, porém, ao se tratar de “bioenergia”, somente foi bem recebido pela Suécia e Finlândia, diferente na Holanda, Alemanha e Reino Unido. Já em 2007, outra pesquisa apontou que a aceitação da “bioenergia” entre os Estados-membros da União Européia foi de 55% dos entrevistados, o apoio variou de 21% a 75%. Já a energia solar tem aceitação de 80% da UE e a energia eólica varia de 70% a 95% de aprovação. A pequena porcentagem de aceitação da bioenergia está relacionada com a dificuldade do entendimento de sua terminologia, pelo fato de que é vista muitas vezes como “suja”. Ainda é vista como abstrata e existe uma dificuldade de comunicação pela inexistência de imagens que facilitem a sua visualização (DOMAC, RICHARDS; RISOVIC, 2005; EUROBAROMETER 2002; EUROBAROMETER, 2007; MCCORMICK, 2010). Diferentemente das indústrias eólicas e solares, por exemplo, que atraem as pessoas, pois são visíveis com suas turbinas eólicas e placas solares de energia fotovoltaica. Segundo Mccormick (2010) e Richards (2007), em tecnologias de pequenas escalas, a estratégia de comunicação precisa ter foco nos consumidores dessa bioenergia e nas tecnologias de larga escala precisam de processos de comunicação que respondem as preocupações dos cidadãos e planejamento dos processos. Na indústria de bioenergia ou para os bioprocessos, a utilização de organismos geneticamente modificados poderão aumentar a produção de biomassa (Peck et.al., 2009). Entretanto, a bioética está fortemente interessada na bioenergia. Em 2009 ocorreu um seminário sobre Bioética e Bioenergia na Finlândia, no qual a discussão sobre a produção em grande escala e consumo de bioenergia, ganhou relevância. Decorrente deste cenário, surge um grupo de trabalho com a finalidade de investigar as implicações éticas por meio dos biocombustíveis, e indagações no caso de haver escassez de alimentos devido ao aumento da oferta/demanda de biocombustíveis. Logo, busca-se alternativas de avanço do biocombustível, sem causar falta de alimentos (Nordic Committee on Bioethics and the Association of Parliament Members and Scientists, 2009; Nuffield Council on Bioethics, 2009). Já Klein et al. (2008), afirmam que as ONGs são importantes para a aceitação social sobre bioenergia, que atualmente apresentam visões distintas sobre o tema devido principalmente aos fatores alimentares já citados. Assim, a geração bioenergética faz-se necessária, quando tiver como base um produto capaz de gerar energia de forma viável, que seja produzido em grande escala sem reduzir a oferta de alimentos. Em consonância a isso, a palha e casca de arroz não sendo um alimento em si, e sim um resíduo do produto, possui a capacidade de gerar energia sem diminuir a oferta de alimentos Em Taiwan, grande produtora de arroz, por meio da tecnologia, foi viabilizada a produção de energia através da casca de arroz. Tal produção objetiva a redução dos gases de efeito estufa, a independência dos combustíveis fósseis para produção de energia e o reforço na economia e desenvolvimento rural. (MCCORMICK, 2010; HUNG et al., 2010; PAMBUDI et al., 2010; SHIE et al., 2010a–b; BRIDGWATER, 2006). Já na Tailândia, sexto maior produtor mundial de arroz, estudos de viabilidade econômica e de eficiência com a utilização da palha de arroz para produção de eletricidade foram feitos para cinco capacidades de potência projetadas, sendo elas: 5, 8, 10, 15 e 20 MW. Os custos de energia elétrica calculada para geração de tais sistemas são 0,0676 US$/kWh a 20 MW, subindo para 0,0889 US$/kWh, 5 MW. Rentabilidade, em termos de VPL (valor presente líquido), apresenta um valor negativo (3,02 milhões de dólares) para as plantas de menor escala e valores positivos aceitáveis (18,79 milhões de dólares) para as de maior escala. A análise de sensibilidade revelou que todos os sistemas são altamente sensíveis às mudanças nas taxas de fator da planta, os preços de venda da eletricidade, bem como os preços dos combustíveis. Ao intensificar as usinas, as variações dos parâmetros financeiros, ou seja, valores de VPL tornam-se menos sensível às variáveis críticas. No entanto, a quantidade de combustível requerido é uma função de escala, e para assegurar um fornecimento seguro, plantas menores de potência, por exemplo 8 e 10 MW pode ser mais atraente (DELIVAND; BARZ; GHEEWALA, 2011; DELIVAND et al. 2011). Estudos semelhantes a este são necessários como ponto inicial de projetos de produção de bioeletricidade seja com a utilização apenas da casca do arroz, bem como futuramente também o uso da palha. Porém, vale ressaltar, que apenas uma análise econômica financeira torna-se precária para estudos dos sistemas bioenergéticos, pois estes também podem ter um potencial negativo e causar consequências ambientais e sócio-econômicas significativas em seu entorno. Desequilíbrios de energia, destruição de florestas para a expansão de uso da terra para produção de matéria-prima, ocorrendo assim, perdas de habitats de vida selvagem. Outros fatores como toxicidade humana e ecológica dos produtos químicos, uso de fertilizantes são também preocupações na utilização e produção da bioenergia (Blottnitz; Curran , 2007 Hooda e Rawat, 2005). Desta forma Mangoyana (2009) afirma que a seleção da matéria-prima para fins de bioenergia não deve afetar a disponibilidade e o acesso a alimentos Por esta razão é recomendado a identificação de biomassa de alto rendimento como matérias-primas não alimentares e que podem ser cultivadas utilizando poucos insumos em terras marginais. Também é recomendado uma coordenação da seleção das fontes de matéria-prima nas regiões, para que programas similares possam ser replicados em outros locais, e consequentemente, aumentar as oportunidades onde as regiões aprendam umas com as outras. Surgem através de associações essa linha de esforços que busquem desenvolver o conhecimento e a sua comunicação. A Associação Mundial de Bioenergia que tem por finalidade desenvolver a sua comunicação influenciada por “processos” e os meios de comunicação está desenvolvendo uma plataforma baseada na web (Bioenergy Connect). Tem como foco principal o auxílio das empresas para colaborar e facilitar o intercâmbio entre pesquisadores, autoridades, organizações, compradores, vendedores, investidores e fabricantes (World Bioenergy Association, 2008). No Bioenergy Connect, por exemplo, pesquisadores da Austrália poderão se comunicar com autoridades da Suécia, tornando-se assim, um excelente facilitador. Em 2009 surgiu o Projeto Global Sustentável de Bioenergia, que visa mostrar a realidade atual e possíveis caminhos da bioenergia, focado em especialistas, a fim de atrair a atenção mais ampla, entre eles e a mídia. O The Global Bioenergy Partnership Project, criada em 2005 pelo G8+5, reúne entidades públicas, privadas e demais interessados da sociedade civil a fim de promover a bioenergia para um desenvolvimento sustentável (MCCORMICK, 2010; Global Bioenergy Partnership, 2009). A Bioenergy Promotion, surgiu em 2009 e é uma atividade destinada a promover o desenvolvimento da produção sustentável e comercialização de bioenergia na região do Mar Báltico na Europa, na qual a Agência Sueca coordena a atividade com a colaboração de 34 parceiros que participam de 10 países da região do Báltico. Destacam as atividades trans-setoriais e redes transnacionais, a fim de facilitar a informação e a troca de conhecimentos, bem como a interação e disseminação de informações por meio dos diferentes canais de comunicação para promover a bioenergia (MCCORMICK, 2010). Desenvolvimento de abordagens interdisciplinares que conta para a dinâmica e inter-relações entre os sistemas ambientais e socioeconômico é fundamental (Mangoyana, 2009). Pesquisa sobre as possibilidades de integração lavoura e gestão de sistemas complementares que promovam a produção de culturas alimentares e culturas energéticas para maximizar o uso da terra (Mangoyana, 2009). No Brasil, uma rede de informações semelhantes as estrangeiras, apresenta algo seminal chamada de Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA) 6. Porém, o programa é focado apenas no desenvolvimento de novos cultivares de cana-de-açúcar. Ainda é insipiente qualquer formato nacional de compartilhamento de informações organizadas ou através de plataforma. O que torna uma questão relevante a ser discutido pelos órgãos envolvidos, é que apesar do Brasil apresentar um alto potencial na produção de bioenergia, ainda falta uma rede de comunicação científica para um intercâmbio eficiente. Isso se faz necessário, pois a inovação e a comunicação interagem de forma profunda e complexa, e nem todas as maneiras de pensar a comunicação ajuda a compreender a dinâmica atual dos processos inovadores. 3. Inovação agroindustrial e bio-produtosA inovação tecnológica obedece às especificidades dos diversos segmentos (PAVITT, 1984; DOSI; PAVITT; SOETE, 1990; BELL; PAVITT, 1993). No caso das culturas agrícolas, a inovação se dá principalmente mediante pesquisas com melhoramento genético que desenvolvem novos cultivares com melhorias de desempenho produtivo, quer por propiciar novas áreas para cultivo, quer por ampliar a produção em áreas já utilizadas, ou, ainda, por diminuir os inputs de insumos. A diminuição de uso de mão-de-obra, utilização de máquinas e equipamentos específicos também são determinantes nas propriedades rurais (HALLORAN; ARCHER, 2008). A inovação tecnológica de grande impacto na área agrícola se dá principalmente através do melhoramento genético dos cultivares utilizados na produção de alimentos, fibras e biocombustíveis (WENG, 2000; HALL; MARTIN, 2005). Desta forma, a inovação na agricultura torna-se crítica tanto para sustentar e acelerar o crescimento econômico, como para às mudanças nas culturas e nas atividades humanas numa região. A inovação associada ao avanço tecnológico está ligada à conservação e ao bom uso de recursos naturais e à melhoria do meio ambiente, bem como à prevenção da poluição e desperdícios (FREEMAN, 1989). As inovações tecnológicas em alguns casos aumentam as “saídas” (outputs) sem aumentar as “entradas” (inputs) de produtos, em outros podem até aumentar as “entradas”, porém, apresentam um ganho seja em eficiência e/ou rendimento. Dessa forma, a inovação diminui custos e aumenta a eficiência, seja de produtos ou processos já existentes, seja de novos (LÖSCHEL, 2002). Assim, quase tudo que é produzido na natureza apresenta uma decomposição e re-utilização. Dessa maneira, pode-se inferir que antigamente o homem estava inserido nesta dinâmica. Utilizava produtos biológicos para suprir suas necessidades primárias, não só alimentares, mas também de vestimentas, energia, ferramentas e medicamentos. Com a inclusão do petróleo na sociedade, esse equilíbrio foi desfeito, buscou-se a partir daí tecnologias que fizessem a substituição perfeita dos produtos biológicos por produtos sintéticos. Esta troca tinha como principal finalidade evitar a dependência de insumos biológicos que apresentam altas especificidades como: a sazonalidade, volatilidade de preço, quebra de produção, entre outros. Porém, apesar destas facilidades, havia na década de 30 nos Estados Unidos um movimento chamado “chemurgic”, termo este que provém da utilização de processos químicos na produção de componentes ou insumos para a indústria. Neste período, expoentes da grande Revolução Industrial, como Henry Ford, preconizava a utilização de biodiesel e também a utilização de peças em seus carros proveniente de produtos biológicos (Finlay, 2003). Entretanto essa onda sucumbiu, devido a fatores conjunturais da época, como a Segunda Guerra Mundial e os baixos preços do petróleo, o que tornava muito mais atrativo e oportuno o investimento na sua utilização. Nos dias atuais a realidade mudou, com choques no preço do petróleo, tornando-os cada vez mais caros, as crises geo-políticas em regiões produtoras e questões ambientais à tona, fazem com que ocorra um novo “acordar” sobre o assunto. A busca por soluções nos quais haja um maior equilíbrio nos ciclos produtivos torna a utilização de bioprodutos como uma possibilidade real e concreta (Montomery, 2004). Tem ainda, como função, buscar o reencontro ou, um novo uso para materiais de origem biológica, através de produção de energia, fito-fármacos, indústria cosmética, indústria bioquímica, entre outros. Estudos da biotecnologia vêm ao encontro destas questões, utilizar técnicas de melhoramento genético, clonagem e transgenia como inovação, a fim de melhorar a conversão e acelerar os processos (Regauskas et al., 2006). Uma outra área científica que está cada vez mais próxima destas questões é a química, através da inclusão de produtos biológicos nos processos químicos, no qual busca a redução de emissão de resíduos tóxicos ou, a substituição de produtos sintéticos na produção de um bem (Anex, 2003). A bioenergia tem um grande potencial para atingir as metas pré-estabelecidas nos tratados de redução das emissões de gases que aumentam o efeito estufa no planeta. Fontes de bioenergia estão em franco desenvolvimento (Koonin, 2006). Os Estados Unidos apresenta o etanol proveniente do milho, como principal produto a ser utilizado na produção de biocombustível. Porém, segundo o Departamento de Energia americano, ainda há a necessidade de muita pesquisa e desenvolvimento, uma vez que toda a produção americana de milho fosse convertida para a produção de etanol, haveria a substituição de apenas 15% do petróleo utilizado. Dessa forma, a atenção da bioenergia está em melhorias nos processos químicos modificando e qualificando plantações para a produção de etanol (Kim e Dale, 2005). A engenharia genética focou até hoje em variedades resistentes a insetos e herbicidas, nos dias atuais, abre-se uma nova perspectiva, que é a redução da lignina, componente responsável pela dureza e flexibilidade da planta, mas que prejudica a transformação de etanol. Existem diferentes finalidades para substituir um produto à base de petróleo por um composto de base biológica, de acordo com as especificações dos produtos: um processo limpo de produção que gera um menor impacto ambiental; uma baixa toxicidade o que os torna adaptado para formulações benignas e ecológicas; uma biodegradabilidade elevada que é necessário no caso de contato com o meio ambiente no seu ciclo de vida, são as principais propriedades inovadoras que os tornam atraentes para os usuários (Piang-Siong, et. al., 2012). A inovação tecnológica na agricultura pode causar tanto impactos positivos como negativos ao meio ambiente. As inovações agrícolas se dão, em geral, pela adaptação ou aplicação de uma tecnologia que adapte o ambiente às necessidades produtivas, e a adoção dessa tecnologia pelos produtores rurais vai depender de seu caráter empreendedor e dos benefícios que tal inovação trará (WENG, 2000). Produções energéticas através de biorefinarias podem ser utilizadas como oportunidade para a indústria melhorar sua imagem pública. Diante disso, o consumidor está cada vez mais atento às responsabilidades sócio-ambientais das indústrias, bem como, buscando formas efetivas de melhorias de seu próprio bem-estar, da sociedade em que vive, para isso, a comunicação correta se faz necessária. Wright (2006) analisou o desenvolvimento da utilização da bioenergia e mostra alguns países ou grupos de países e seu percentual de utilização da biomassa. O Brasil é o que apresentou segundo o estudo um maior percentual de uso, com uma população de 177 milhões de pessoas há uma utilização energética total de 7,3 EJ, a utilização de biomassa é de 1,98EJ, o que equivale a 27,2%. O Canadá também apresenta um percentual alto, com uma população de 31 milhões e um uso total de energia de 13,1EJ, sendo 1,77EJ de energia proveniente da biomassa (13,5%). Já os Estados Unidos com uma população de 288 milhões e um consumo total energético de 103,4 EJ tem na biomassa apenas 2,8% do total (2,92 EJ). Esta lacuna que existe entre a produção e a utilização está no entendimento da tecnologia pelo público em geral. O termo biorefinarias busca através da semelhança com as refinarias petrolíferas que tem a entrada de um produto, no caso o petróleo, e a saída de uma infinidade de polímeros. O modelo de utilização da base de biomassa em biorefinarias, nos dias de hoje é usado para plantas produtoras de etanol, o qual é produzido combustível líquido; em empresas produtoras de papel e celulose que são produtoras de calor e energia. As indústrias de arroz que utilizam a casca e a palha como co-produto na geração de energia apresentam esta mesma característica podendo-as também tornarem-se biorefinarias. Segundo Coleman e Stanturf (2006), é importante desenvolver formas de reduzir o custo de produção de biomassa, incluindo o manejo e o transporte, reduzir incertezas de oferta, capturar os benefícios ambientais e transferir estas informações de garantia para as indústrias. Implementar biorefinarias faz-se necessário uma acurada informação de estoque e oferta de biomassa, custos de produção e colheita e impactos ambientais. Assim, a utilização e produção de bio-produtos deve haver consonância com o desenvolvimentos de pesquisas e informações que poderá ser feito um arranjo de produtos para cada tonelada de biomassa. Sendo assim, utilizar o conceito de biorefinaria como uma plataforma de produtos químicos especializados, como, plásticos biodegradáveis, bio-polímeros, calor e energia como produtos alternativos derivados de produtos renováveis. 4. Recomendação e conclusõesBioenergia é a forma limpa de se produzir energia, no início, conforme se depreende deste estudo. Ela era gerada através dos produtos em si, cana-de-açúcar, milho dentre outros alimentos, daí surge a preocupação com a falta de alimentos e por esta razão pode-se tratar a bioenergia produzida a partir da casca do arroz, como uma solução/inovação, haja vista que a matéria prima utilizada para a produção de energia é um co-produto e não o produto em si. Neste sentido, também vale ressaltar que o destino atual dado a casca de arroz após o beneficiamento do produto é incerto, em muitos casos é utilizada para aterros ou devolvido à terra, mas pequenas quantidades são aproveitadas, sendo que o restante em alguma indústrias eram utilizadas para aquecer as caldeiras ou simplesmente eram depositadas em terrenos das indústrias. Os sistemas de bioenergia, quando devidamente aproveitados e planejados, podem fornecer um número de oportunidades ambientais e sócio-econômico para o seu entorno. Há, porém, necessidade de estabelecer uma base de recursos forte e uma base científica para, sistematicamente analisar os impactos de tais sistemas integrados (Mangoyana, 2009). No entanto, com a possibilidade de produzir energia a partir da casca de arroz, pode-se falar na economia para as empresas ou até mesmo lucratividade através da venda desta bioenergia. Cria-se assim um novo mercado, seja ele da bioenergia propriamente dita ou da venda da casca do arroz em si para as biorefinarias que geram energia. Neste contexto, com tais perspectivas, percebe-se que muitas empresas vem demonstrando interesse em ampliar seus maquinários industriais e passar a produzir a bioenergia. Tal aspecto foi comprovado com a pesquisa exploratória de campo realizada em 2011 com 17 indústrias beneficiadoras de arroz da microrregião da AMREC (Associação dos Municípios da Região Carbonífera) e AMESC (Associação dos Municípios do Extremo Sul de Santa Catarina). O principal objetivo de tal pesquisa foi verificar a ciência das empresas acerca dos resultados degradativos causados ao meio ambiente, em razão do destino incorreto que davam aos resíduos do arroz (onde inclui-se a casca) e também se os mesmos já tinham conhecimento sobre a utilização da casca de arroz como produto base para a produção de bioenergia. Os resultados obtidos foram bastante promissores, uma vez que de todas as empresas entrevistadas, quatro já possuem gerador próprio para produzir a bioenergia a partir da casca de arroz. Destas empresas que já utilizam a bioenergia, duas possuem projetos bastantes completos, sendo que as mesmos apresentam até mesmo cálculos sobre a quantidade necessária de resíduos para manter a indústria apenas com a energia proveniente da casca de arroz. Vale ressaltar que a inovação tecnológica causada pela utilização da casca de arroz para a produção de bioenergia, se traduz tanto na forma de tornar as empresas auto-suficientes em energia, mas também leva a uma possibilidade de venda da bioenergia produzida, aumento na produção de arroz na região e até a uma valorização do produto para os produtores rurais. Neste sentido, merece destaque que quatro das dezessete usinas entrevistadas, objetivam a venda, ainda que a longo prazo, da bioenergia excedente. E ainda, uma quinta empresa, apesar de não utilizar ainda a bioenergia, possui amplo projeto a ser aplicado, já com os cálculos da quantidade de arroz necessária tanto para manter a empresa como também para a possível venda futura de bioenergia para a comunidade. Para tanto, como já ressaltado, a forma como esta possibilidade de produção de bioenergia será repassado para a sociedade é de fundamental importância para a sua aceitação. Para isso, uma rede bem articulada entre a comunidade científica, órgãos governamentais e a sociedade civil é condição sine qua non para o sucesso de uma modificação de processos e usos de produtos e co-produtos. A comunicação correta é o elo que torna esta aceitação pública para a expansão da bioenergia de forma forte e com uma legitimidade política para um possível avanço de uma matriz bioenergética Logo, o fomento de uma possível inclusão de produtos ou processos quando diz respeito a ações que visem a sustentabilidade tanto ambiental, econômica e social, como é o caso do presente estudo é preciso um apoio de todo o conjunto de agentes econômicos, sociais e políticos que pensam, articulam e atuam para a concretização de tal objetivo. ReferênciasAckom, E. K.; Ertel, J. (2005) “An Alternative Energy Approach to Combating Desertification and Promotion of Sustainable Development in Drought Regions”. Forum der Forschung. BTU Cottbus. ANEX, R. (2003); “Something New under the Sun?” Journal of Industrial Ecology. 7 (3-4), 1-4. AÚN, M.P.; CARVALHO, A. M.; KROEFF, R. (2005); “Aprendizagem Coletiva em Arranjos Produtivos Locais: Um Novo Ponto para as Políticas Públicas de Informação”. 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