Espacios. Vol. 34 (2) 2013. Pág. 8 |
Modularização: Simplificando a gestão e maximizando os resultadosModularization: Simplifying management and maximizing resultsHelyda Karla B. Bernardes 1, Ana Carolina de L. Christiano 2, Kellyanna Millena de L. Costa 3 y Ricardo Moreira da Silva Recibido: 18-05-2012 - Aprobado: 15-10-2012 |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. IntroduçãoAs constantes mudanças no cenário mercadológico internacional e as disputas por parcelas de mercados que obrigam as empresas aprimorem-se, buscando maior eficiência e competência. Nesse contexto, as organizações estão procurando desenvolver modernas técnicas de produção, entre tantas se podem destacar a modularização. O crescimento da modularização domina nos setores onde a complexidade do produto é alta e as exigências dos consumidores estão mudando constantemente. A montagem modular contribiu para o aumento da flexibilidade, aumento da velocidade ao mercado e redução dos custos, e assim, diante de tantos benefícios ela continuará em crescimento nos próximos anos (DORAN, et.al., 2007). Segundo Pandremenos et. al. (2009) a modularização surgiu como meio de simplificação dos sistemas complexos de gestão, tendo por objetivo “quebrar” esses sistemas em partes constituintes, sem que seja destruída a integridade do todo. As empresas que se propõem a trabalham nessa estrutura ganhar em flexibilidade, em tempo de desenvolvimento de novos produtos, economias de escala, bem como reduzir o custo na produção. (CARDOZO, 2005) Contudo, a modularização pode ser entendida como um agrupamento e/ou encaixe de diferentes componentes dentro de módulo. Com seu desenvolvimento ela pode ser inserida dentro do planejamento estratégico da customização em massa, pois seus processos são cruciais para a manufatura, proporcionando meios de aumentar a variedade dos produtos e atender aos diferentes critérios dos consumidores (HUANG et al, 2008). No que tange o estudo sobre moduralização, é importante salientar o trabalho de Fine (2000) sobre o “Modelo da Dupla Hélice”, pode ajudar as empresas a diagnosticar as forças que interferem na alternância entre produção integrada e/ou produção modular. Assim, este trabalho é resultado de um considerado rastreamento bibliográfico abordando os diferentes tipos e características de modularização. Nesse contexto, o objetivo principal é investigar a adoção dos princípios da modularidade pelas empresas, observando os tipos de modularidade, os benefícios e dificuldades associadas à sua adoção que contribui para a maximização dos resultados empresariais, além de discutir sobre a importância da modularidade para a produção personalizada e/ou customizada, para tal, foi aplicada a técnica de survey, através de artigos atualizados e publicados internacional e nacionalmente sobre o tema, levando em consideração todo embasamento teórico para dar credibilidade à pesquisa. 2. ModularizaçãoAs empresas têm buscando promover estratégias que possibilite uma melhor gestão das operações, desenvolvendo ações que promovam alguns benefícios como: maior variedade de produtos e flexibilidade estratégica, as economias de escalas, diminuição dos custos gerais, mecanismos de controle simplificados e aumento da viabilidade do produto. Mas, para a execução desses benefícios as empresas requerem de grandes mudanças na estrutura organizacional e funcional. Nessa direção, a implantação do processo de modularização provocará uma inovação no sistema produtivo das empresas que afetará toda a composição empresarial. Entretanto, como o fenômeno da modularização ainda é recente e diante da pouca literatura nesta temática é preciso distinguir a definição de modularização e de modularidade, pois se tratam de termos diferentes, porém relacionados. O foco desse trabalho é modularização, mas é preciso fazer uma analise conceitual para não comprometer o entendimento dos aspectos teóricos sobre a modularização, pois modularidade e modularização não são sinônimos. A definição sobre o que constitui realmente um módulo, e conseqüentemente a "modularização" é ainda uma área de debates e discussão. Segundo Doran et. al. (2007) a modularização é um termo vagamente definido e ambiguamente usado na indústria automobilística, aplicável e aplicado a um número de sistemas (design de produto, fabricação, organização do trabalho, etc). Por outro lado a modularidade é uma propriedade do sistema relacionado à modularização. (PELEGRINI, 2005). A esse respeito, a adoção de sistema modular, pode envolver seis diferentes tipos: modularidade por compartilhamento; modularidade por permuta de componentes; modularidade por ajuste de componentes; modularidade por mix; modularidade por bus e modularidade seccional (MACHADO; MORAES, 2010). O Quadro 1 ressalta dos tipos de modularidade e suas definições, relacionados ao design de componentes, portanto não necessariamente implicando o processo de modularização abordado de forma sistemática ou estrutura no setor produtivo. Isto é, a modularidade pode existir no campo do design, mas a modularização só ocorre dentro de estrutura ordenada que envolva atividade, estrutura ou módulos produtivos. Com isso, a modularização tem sua aplicação no gerenciamento dos sistemas complexos, quebrando-os em módulos pequenos, em que as tarefas executadas sejam interdependentes dentro e independentes entre os módulos.
QUADRO 1: Tipos de modularidade FONTE: Adaptado de Pelegrini (2005) Carliss et. al. (1997, apud DORAN et. al. 2007) aponta que a modularização refere-se à construção de um produto complexo ou processo de subsistemas menores que podem ser concebidos independentemente ainda da função em conjunto como um todo. Assim, a aplicação da modularização possibilita o intercambio dos componentes de produto, gerando uma faixa de ampliação dos produtos finais, fato que possibilita a criação de novas vantagens competitivas e a formulação de um diferencial competitivo nas empresas. Conforme CAO, et. al. (2011), a rede de produção modular é um novo modelo de organização econômica na rede mundial de produção, que tem a finalidade de atender às necessidades personalizadas do consumidor, reduzir o risco e a incerteza, bem como a complexidade da produção. Com isso, os sistemas modulares têm a capacidade de adaptação muito maior para lidar com o ambiente externo. Os produtos projetados em uma rede modular, visam satisfazer a uma variedade de requisitos com várias combinações por meio de componentes padronizados. A modularização tem como proposta atender a produção de uma variedade de produtos racionalizados, de tal modo que possibilite o desenvolvimento de produtos ou no design operacional, e assim é necessário se apoiar na variabilidade a partir de família de produtos, decorrentes do desenvolvimento de plataformas. (CARDOSO; KISTMANN, 2008) Neste sentido, a modularização é considerada uma técnica de gerenciamento da complexidade, que a partir da fragmentação dos sistemas complexos, que são separados em partes, e essas partes, por sua vez, comunicam-se umas com as outras, por meio de interfaces padronizadas, dentro de uma estrutura também padronizada. A rede de produção em módulos tem a função principal de atender a determinadas características, tais como: capacidade de submeter-se a testes funcionais, ajustabilidade, padronização das interfaces, intercambiabilidade, transportabilidade e fraca interdependência entre eles ou alta interdependência dentro deles. (FIXSON, 2003, apud CARNEVALLI et al, 2011). Ela é considerada uma inovação estratégica de fabricação, tendo o potencial para desempenhar um papel vital inclusive no setor de serviços, a partir de várias perspectivas. Primeiramente, a modularização começa com a decomposição de um alvo nos seus componentes, de modo que, adotar este procedimento, permite a análise sistemática dos serviços (GEUMA et al, 2012). Segundo CARNEVALLI et al (2011), a aplicação da modularização promove os seguintes benefícios: atualizações eficientes, complexidade reduzida, menores custos, maior facilidade de teste, diagnóstico de falhas e manutenção nos produtos, desenvolvimento rápido de produtos e melhor estruturação de conhecimento do projeto. Portanto, a modularização deve ser compreendida dentro de uma análise de todo o processo de gestão, além de destacar sua importância para o estabelecimento de novos produtos orientados para a customização. Conforme, Pandremenos (2009) a modularização pode ser aplicada em três campos: modularização no projeto (MID), modularização em uso (MIU), e modularização na produção (MIP), descritos na seqüência. 2.1 Modularização no projeto do produtoNa modularização do projeto, a arquitetura modular projeta o produto, cada um de seus módulos, respectivos componentes e a relação operacional entre eles. É nesta etapa que a papel de cada subsistema é especificada, bem como suas interfaces (PANDREMENOS et al, 2009). Este tipo de modularização serve para possibilitar um ajuste e o encaixamento de diferentes componentes, visando criar um maior número possível de variações do produto. Na modularização no projeto, as arquiteturas modulares auxiliam as empresas a concorrer ao longo das dimensões que são mais relevantes, possibilitando um crescimento na individualização do consumo, a adaptação tecnológica cada vez mais rápida e a necessidade de adequação de diversos fornecedores. Neste caso, a modularização exerce profundo impacto sobre a estrutura setorial, pois possibilita que organizações independentes, não integradas, vendam, comprem e montem componentes e subsistemas. Quando isso acontece, as empresas são capazes de misturar e combinar componentes dos melhores fornecedores, a fim de responder de maneira conveniente às necessidades específicas de cada um dos clientes (CARDOSO; KITSMANN, 2008). A modularização do produto leva uma alocação mais eficiente dos recursos, por meio da economia de escala, lead time de ordem reduzida e mecanismos de controle simplificados. Esta eficiência deixa mais recursos dentro da empresa, especialmente em termos de conhecimento e de gestão pericial, que são recursos necessários para o desenvolvimento de novos produtos. Assim, a integração com modularização do produto também permite uma maior absorção dos ativos da cadeia de suprimentos exclusivos ou recursos. (PARENTE et al, 2011) No entanto, a modularização do projeto do produto estabelece poderosas informações da empresa, fornecedores e dos módulos, e as informações que guiam um projeto podem ser visíveis (ou normas), o que pode facilitar a fuga da informação favorecendo a imitabilidade e consequente perda de vantagem competitiva. (CARNEVALLI et al, 2011). Tais informações referem-se às conexões e comunicações entre cada módulo, mantendo uma relação de funcionamento adequado, determinando também a comunicação entre cada módulo, sustentando sua individualidade. Este tipo de modularização determina a estratégia que influência no ciclo de vida de do produto, por meio da reciclagem, a manutenção, reutilização e atualização de seus componentes, procurando desenvolver uma fabricação que minimiza as cargas ambientais aumentando o ciclo de vida do produto (UMEDA et. al, 2008), pois, o ciclo de vida do produto começa na fase de concepção, favorecendo um ciclo de vida mais longo (CHUNG et. al, 2011). A modularização no projeto alinha-se de modo particular com o processo de customização, pois a modularização quando bem empregada, possibilita a atuação de modo pleno ou parcial: a modularização plena permite o atendimento individual do consumidor, já na modularização parcial, os consumidores são agrupados em nichos ou estilos de vida. No caso da produção em massa, o grau de modularização faz com que a customização tenda ao zero, deste modo ela é identificada como customização em massa (CARDOSO; KISTMANN, 2008). Em conclusão, a modularização do projeto do produto permite a melhoria da flexibilidade, da estratégica e das operações da empresa. Assim, são aumentados a variedade dos produtos, as economias de escala, a redução do tempo, os mecanismos de controle simplificados, e a alteração e melhoramento do produto. Por isso, as empresas tornam-se ágeis possibilitando uma maior rapidez na atualização dos produtos, reparação, manutenção e eliminação, enquanto mantém o capital e os custos gerais mais baixos. (PARENTE et al, 2011) 2.2 Modularização em usoA modularização em uso tem como finalidade atender as necessidades dos diferentes clientes e realizar de customização em massa, por meio da personalização do produto ou modificações de suas funções pela alteração modular (PANDREMENOS et al, 2009), podendo para isso, inclusive, perder partes das melhorias organizacionais conseguidas na modularização do projeto do produto. A visão estratégica é o cliente, pois seu atendimento pleno permite ganhos de parcelas de mercado. Assim, este tipo de modularização procura satisfazer às necessidades do usuário de maneira adequada e rápida, mas mantendo os custos viáveis. Assim, ela tem ainda a finalidade de facilitar a utilização do produto, procurando atender os desejos e as necessidades dos consumidores oferecendo uma variedade maior de produtos. Segundo, Cardozo (2005) este tipo de modularização é dirigida pela estrutura da demanda dos consumidores e no detalhamento das maneiras em que eles constroem os atributos desejáveis de um produto. Estes atributos podem ser classificados ao menos em duas categorias: uma relacionada ao desempenho do produto e a outra com as opções que permitem que o cliente personalize seu produto. Nesse sentido, a modularização é considerada uma estratégia para obtenção de produtos diferenciados ou customizados, permitindo uma maior oferta de produtos e atendendo aos anseios dos consumidores. (PELEGRINI, 2005). Portanto, esse tipo de modularização está diretamente ligado a satisfazer as necessidades individuais dos consumidores, através da personalização do produto por parte do cliente, sendo assim esses fatores determina que a modularidade em uso esteja inteiramente relacionado à customização em massa. 2.3 Modularização na produção ou no processoA rede modular na produção ou no processo não é uma atividade recente, pois sua implantação embrionária ocorreu na indústria automotiva de Ford, com a criação do Modelo T e também no modelo Fusca da Volkswagen. O modelo T, possuia um sistema de produção modular bastante avançado para a época, alcançou a venda de oito mil unidades. (CARDDOSO; KISTMANN, 2008). Este tipo de modularização ocorreu no chão de fábrica e é a capacidade para pré-combinar um grande número de componentes em módulos e estes módulos para serem montados fora da linha e, em seguida, trazidos para a linha de montagem principal para ser incorporado numa pequena e simples série de tarefas (PANDREMENOS et al, 2009). Neste sentido, a modularização na produção é a busca da simplificação dos sistemas produtivos (manufatura e montagem), através da divisão em fases menores, inclusive permitindo que os módulos simplificados sejam transferidos para os fornecedores, reduzindo o tempo de montagem na empresa. Os principais benefícios da modularidade na produção são a diminuição da linha principal de montagem, melhoria do controle de qualidade, da ergonomia dos equipamentos e dos postos de trabalho, redução do tempo de produção pelos módulos, pois podem ser fabricados e montados de forma independente e redução de estoque, e pela sincronização da linha de montagem (CARNEVALLI et al, 2011) É importante salientar, que a modularização na produção esta sendo empregada a diversos tipos de indústrias, mas é na indústria automotiva onde se incorporou como maior êxito. Os benefícios dessa estrutura modular é conceder novas práticas de racionalização e redução de custos, intensificação dos processos de globalização, de hierarquização dos fornecedores, de consórcios e condomínios industriais, os quais alteraram profundamente a dimensão industrial de todo o negócio (CARDOSO; KISTMANN, 2008). Por conseguinte, a modularização na produção possibilita um novo arranjo organizacional que contribui para a consolidação de novos dispositivos denominados de “consórcio modular” ou “condomínio industrial”. A vantagem da modularidade é garantir os módulos no processo sejam agrupados de componentes montados e fornecidos em uma única unidade. Portanto, diante dos três tipos de modularização apresentados anteriormente, o quadro a seguir tem a finalidade de ilustrar resumidamente as características desses tipos de abordagens modulares.
QUADRO 2: Resumo dos tipos de modularização FONTE: Pandremenos et al (2009); Carnevalli et al (2011); Parente et al (2011). O Quadro 2 aponta os pontos mais significativos sobre cada tipo de modularização, na tentativa enfatizar estes aspectos e possibilitar um maior entendimento conceitual sobre cada um dos tipos da modularização. Um dos benefícios da adoção desses tipos de modularização é criação de estratégias relacionada à customização em massa. Segundo Machado e Moraes (2010) a modularização possibilita ações empreendidas no processo de customização dos produtos e serviços, pois de acordo com o tipo de modularidade empregada prover os produtos customizados. Assim, a customização em massa acontece na modularização quando promove o aumento da variedade de opções e reduz a complexidade do produto e do processo. 3. Uma visão integrada da modularização na produção customizada em massaDe acordo com as discussões apresentadas anteriormente, as empresas que atuam no mercado precisam reduzir os ciclos de vida dos produtos e proporcionar uma maior variedade de produtos, necessitando de respostas rápidas e confiáveis para conseguir mais clientes. É nesse contexto, que a abordagem da customização em massa surge para dá agilidade e reduzir os custos, proporcionando bons resultados. Conforme Machado e Moraes (2010, p. 295):
Assim, a customização em massa é a capacidade de uma empresa para conseguir maior variedade de produtos, custo elevado por volume e, ao mesmo tempo baixo e rapidez na entrega. Segundo Cardoso e Kistmann (2008), a customização é considerada uma forma de reforçar o conceito de modularização, a partir do enfoque na variedade e na personalização, através de flexibilidade e soluções rápidas. Logo a modularização é um dos principais meios de alcançar os requisitos de personalização massa (PANDREMENOS et al, 2009). O uso da modularização colabora para otimização além das atividades de montagem, favorece a disponibilização de produtos a partir dos critérios dos próprios consumidores. (MACHADO; MORAES, 2008). Assim, a modularização pode alinhar-se ao processo de customização, quando executada de modo pleno, possibilita atendimento do consumidor, atendendo além dos processos de montagem as necessidades individuais dos consumidores. Contudo, a modularização permitiu tanto a produção em massa quando a customização massa, mas é na modularidade envolvida no atendimento diferenciado do consumidor que provoca uma melhor atuação da empresas na adoção da customização em massa, permitindo a configuração de novos produtos e o atendimento de diversos mercados, resultando no sucesso dessas empresas. A modularização pode ser uma das estratégias para obter a diferenciação dos produtos e a customização, além de proporcionar uma série de outras vantagens, dentre elas a redução do custo (PELIGRINI, 2005) Apesar dos benefícios concedidos pela a modularização na vinculação da customização, é preciso que a empresa entenda em que momento a modularização pode ser empregada no sistema produtivo para proporcionar as vantagens e os benefícios associados à customização, pois há o perigo do aumento dos custos. A Figura 1 demonstra um fabricante que produz duas cores de máquina de lavar louça: preto e branco. Esta figura1 apresenta duas linhas de montagem, sendo uma linha de montagem destinada à fabricação das máquinas de lava louça de cor preta e outra linha de cor branca. No mesmo desenho, a linha de montagem é apresentada de forma integrada, uma única linha subdividida em dois módulos mais próximos do início da linha de fabricação. A ultima linha de montagem é projetada também numa única linha integrada, porém os dois módulos são constituídos no final da linha de fabricação. É importante salientar que a modularização pode ser adiantada ou atrasada em relação à produção, assim, os benefícios desses atrasos são aumentados quando o módulo adicional é simples de manusear ou quando o desenho dos componentes de modularização são relativamente baratos (HUANG et. al. 2008).
FIGURA1. Modularização para retardar a diferenciação do produto. FONTE: Huang et. al. (2008) Deste modo, além dos requisitos de retardar ou adiantar, o uso da moduralização difere de acordo com o tipo de modularização empregada para constituir um produto customizado, bem como as especificidades do projeto do produto. (MACHADO; MORAES, 2008). Contudo, a diferença entre os produtos obtidos na produção em massa e na produção customizadas levam em considerações certas critérios como: perspectiva do produto, concepção do produto, desenvolvimento direcionamento da produção e os resultados alcançados, como é possível perceber no Quadro 3 a partir dessa comparação formulada por Pelegrini (2003, p. 65). QUADRO 3: Comparação entre produção em massa e produção customizada. FONTE: Pelegrini (2003, p. 65) O Quadro 3 aborda a diferenciação entre a produção em massa e produção customizadas a partir da analise de alguns critérios. Porém, é importante salientar que a customização em massa permite uma perspectiva mais sistêmica do produto, gerando com isso uma análise futura e possibilitando o aperfeiçoamento, devido às interfaces e integrações de seus módulos. De modo a conduzir as atividades e tarefas interligadas e contribuindo para a redução de tempo e erros. A customização pode ser atendida, e também pode reduzir os custos de fabricação, pois com a montagem modular é permitido transformar a linha fordista tradicional em uma única linha de montagem com subdivisão de módulos, deixando de utilizar linhas de fabricação diferentes para cada personalização do produto. Nas montadoras de automóveis o objetivo da customização é para ganhar em escala de produção, procurando a diferenciação da concorrência. Essa escolha ocorre a partir da observação dos consumidores e da tentativa de oferecer produtos mais atrativos e diferenciados, sendo que para colocar em práticas as transformações necessárias no ambiente produtivo é preciso relacionar a customização com os aspectos da modularização. Com isso, a integração da modularidade e a customização em massa favorecem a flexibilidade nas variáveis do produto, que pode ser conseguida através da combinação de diferentes módulos num produto plataforma e a redução os custos de fabricação (CARNEVALL et. al. 2011). Assim, é importante ressaltar que a modularidade é um dos principais meios de alcançar os requisitos para a personalização em massa. 4 A dupla hélice das pressões mercadológicas: modularização x produção tradicionalA decisão de implantação da rede de produção modular depende da empresa, do tipo de produto e de seus componentes, porém nos últimos anos umas séries de pressões mercadológicas estão influenciando as empresas a ser modularizar. (HUANG et al, 2008) Deste modo, o ambiente de negócios está em constante mudança, e é natural que as empresas sejam condicionadas a incorporar novas formas de gestão da produção. Fine (2000) compreende que a modularização incentiva grandes e pequenas empresas para entrar na briga por parcelas de mercado e assim ele focado na sua sobrevivência organizacional, devido às constantes inovações e a pressões de concorrentes, desenvolveu o Modelo de Dupla Hélice.
FIGURA 2. Modelo de Hélice Dupla com as forças atuantes FONTE: Baseado e Adaptado em Fine (2000) Por esta Figura 3, é possivel entender que o modelo da Dupla Hélice refere-se as pressões externas que determinam as empresas operarem no setor vertical e integrado, ou no setor horizontal e modular. Assim, essas pressões provocam mudança estrutural importante a partir de uma vertical / integrante é possivel chegar numa Logo, essa instabilidade promove que em determinando momento a empresa receba pressões para se integrar e ficar numa estrutura vertical, e em outro momento outras pressões influenciem a desintegração, provocando a modularidade com a estrutura horizontal. De tal modo, Fine (2000) representa Dupla Hélice dois tipos de estruturas de produção, uma que concebe os setores integrados verticalmente, composto por empresas gigantescas e poderosas, isto é, as produções tradicionais. E outras que se referem aos setores desintegrados horizontalmente, composto de um amontoado de empresas inovadoras, cada uma buscando um nicho próprio, isto é produção modular. Contudo, este modelo ainda analisa as forças que direcionam uma empresa vertical e com uma arquitetura de produto integrada para uma empresa horizontal e com arquitetura de produto modular e vice-versa. Deste modo, considera-se que a dinâmica das forças no trabalho, ressaltando os fatores influencia nas mudanças do sistema de produção. Assim, quando a estrutura da indústria é vertical e a arquitetura do produto é parte integrante, algumas forças pressionam a empresa a desintegração empurrando em direção a um configuração horizontal e modularida. Estas forças incluem: a entrada de concorrentes de nicho; a complexidades dimensional; a rigidez inflexibilidade organizacional. Por outro lado, quando tem uma horizontal / modular estrutura, outras forças empurram para mais integração vertical e arquiteturas de produtos integrais. Estas forças incluem: os avanços técnicos; o poder dos mercado dos fornecedores; e a rentabilidade dos sistemas patenteados. Neste sentido, o Modelo Dupla Hélice de Fine (2000) pode revelar como as empresas passam de um sistema integrado pra uma arquitetura modular, pois promove ainda uma análise das forças atuantes. Contudo, é importante salientar que apesar dos benefícios da modularização e de seu crescimento e aceitação por parte de diversas empresas, através desse estudo é possível perceber que em determinado momento as empresas vão se modularizar tanto que voltarão a se integrar, e depois se modularizar de novo. Entretanto, apesar da modularidade através desse estudo não ser considerada uma estrutura estável, muitas empresas já implantaram as técnicas de modularização nos seus sistemas produtivos. Apresentaremos algumas organizações na sequência. 5. Exemplos de produtos e indústrias com modularizaçãoa) FIAT: A Fiat é considerada uma das primeiras empresas automotivas, que na década de 1980, fez sucesso com a simplificação do design do carro e montagem, marximizando todos os componentes da marcar Fiat (variantes incluiu o Lancia Dedra / Delta, Alfa 155, Fiat Tempra). Assim, a abordagem modular da Fiat incluiu o desenho e o tipo de montagem, com a utilização de módulos pré-montados da cabine e das portas. A maioria destes módulos foram internamente projetados, fabricados e montados (PANDREMENOS et al, 2009). b) VOLKSWAGEN: A partir de informações obtidas no site institucional da Volkswagen, essa está utilizando um consórcio modular para sua fábrica dos Caminhões e Ônibus em Resende, buscando reduzir os custos de produção, investimento, estoques, tempo de produção e, dá agilidade na produção de veículos diferenciados. Funciona assim: oito parceiros fazem a montagem de conjuntos completos de peças. São eles a Maxion (que cuida da montagem do chassi), a Arvin Meritor (eixos e suspensão), a Remon (rodas e pneus), a Powertrain (motores), a AKC (armação da cabina), a Carese (pintura) e a Continental (pneus). O controle de qualidade do produto é de total responsabilidade da MAN Latin America. c) SMART: O carro SMART é construído a partir de módulos pré-montado, por isso pode ser considerado uma modularização automotiva. O cliente tem a possibilidade de customizar seu carro, escolhendo na concessionária suas espeficiações, e o negociante tem curto tempo para preparar o veículo de acordo com os critérios do cliente, por adaptação dos módulos que estão em estoque . Desta forma, ao cliente é dada a impressão de um alto nível de personalização, embora a variação do produto na produção é mantida a um mínimo (PANDREMENOS et al, 2009). d) CITROÉN: A produção do Citroén C3 Pluriel representa a um bom exemplo de carros modulares, oferecendo uma combinação de estilos de corpo. Sua construção do telhado modular, consistindo de dois arcos removíveis a todo o comprimento do corpo, uma parte superior de material retráctil, um duplo chão na parte traseira e sem um pilar central, permite que o cliente possa transformá-lo em diferentes tipos de veículos: berlina, conversíveis ou pick-up (PANDREMENOS et al, 2009). e) HYNDAI: A implanatação da modularização na Hyndai aconteceu no início dos anos 2000. Tendo por caracteristica a cominação entre modularização e manufatura lean, que a caracteristica principal do sistema produtivo da Hyndai, pois possibilitou a eliminação das necessidade de sub-montagens. f) FORD: A Ford na sua unidade prdodutiva de Camaçari-BA possui uma sistema produtivo misto de condominio industrial e consórcio modular. Além montagem modular, esta unidade ainda adota em suas operações o just-in-time, dessa junção a Ford reduziu o tempo de fabricação, reduziu o ciclo produtivo da fábrica, aumentando o número de veiculo montados. Além dessas indústrias automobilíticas citadas, pode-se citar outras que apresentam planta modular: a General Motors com sua unidade de Gravatí-RS; Iveco em Sete Lagoas-MG; Audi em São José dos Pinhais-PR; Daimler-Chrysler em Juiz de Fora-MG; e Renault também em São José dos Pinhais-PR. g) INTELL: A Intell usou a moduralidade para reduzir a complexidade de sua produçãocriando a modularização entre produto e processo, reduzindo dramaticamente a complexidade de qualquer lançamento de novo produto (FINE, 2000). h) HP: A Hp desde os anos de 1990 investir em projetos modulares para seus computadores. i) DELL: A empresa com seu elevado volumes de produtos comercializados, alta flexibilidade em sua linha de montagem e pequenos prazos pra entrega tem demonstrando um alto grau de moduralização. Este alto gradu de modularização possibilita uma aplma gama de possibilidades a personalização, atendendo ao desejo personalisado cliente, configurando-se como um belo exemplo de como a modularização influencia na customização em massa. 6. Considerações finaisO artigo estudou a adoção dos princípios da modularidade por empresas, observando a abordagem da modularização e seus tipos, os benefícios e dificuldades associadas à adoção da modularização que contribui para a maximização dos resultados empresariais, além de discutir sobre a importância da modularização para a produção personalizada e/ou customizada. Para tanto, utilizou-se a técnica de survey, através de artigos atualizados e publicados internacionalmente e nacionalmente sobre o tema, levando em consideração todo embasamento teórico para dar credibilidade à pesquisa. Evidências mostram a importância da estratégia de operações da empresa na competitividade do mercado ao qual está inserido, além da importância no processo de tomada de decisão quanto aos modelos a serem implementados no processo produtivo: Consórcio Modular. Como explicitado, desde o primeiro estudo sobre modularização feito por Herbert Simon, a produção flexível, a rede de produção modular e outras organizações pós-fordismo tornou-se a forma dominante em muitas indústrias, o que trouxe a atenção de muitos economistas sobre a teoria da modularização. Assim, a rede de produção modular é um novo modelo de organização econômica na rede mundial de produção, que tem a finalidade de atender às necessidades personalizadas do consumidor, reduzir o risco e a incerteza, bem como a complexidade da produção. Assim, os sistemas modulares têm a capacidade de adaptação muito maior para lidar com o ambiente externo. Diante disso, é importante ressaltar que a modularização é um dos principais meios de alcançar os requisitos para a personalização em massa. Portanto, a exigência principal para a terceirização em massa é a modularização em projeto (MID) e produção (MIP), pois constituem atividades que possibilitam reduzir a complexidade e definir limites claros e funções entre módulos. Mesmo considerando que a modularização pode diminuir a complexidade da produção, existe ainda um dilema entre modularizar ou não. A instabilidade identificada por Fine (2000) promove que em determinando momento a empresa receba pressões para se integrar e ficar numa estrutura vertical, e em outro momento outras pressões influenciem a desintegração, provocando a modularização com a estrutura horizontal. Assim, apesar dos benefícios da modularização e de seu crescimento e aceitação por parte de diversas empresas, é possível perceber que em determinado momento as empresas vão se modularizar tanto que voltarão a se integrar, e depois se modularizar de novo, virando um ciclo. Finalmente, a modularização ajuda a sustentar a competitividade das organizações, embasadas na operação por meio de inovações em produtos e processos, atendendo e proporcionando diferenciação aos clientes, exigindo da estratégia de operações extrema, cooperação e flexibilidade. Estão apoiadas em custo e flexibilidade, e os estudos enfatizaram que cada configuração reflete as prioridades competitivas, umas mais e outras menos de acordo com a característica da configuração e estas influenciam o alinhamento estratégico. ReferênciasCao, Hogjian; Zhang, Hui; Liu, Maosong (2011); “Global Modular Production Network: from System Perspective”. Procedia engineering.23.p786-791. 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1 Universidade Federal da Paraíba - Brasil. Email: Helydakarla@hotmail.com |