Espacios. Vol. 33 (10) 2012. Pág. 11 |
Sistemas de inovação: Uma revisão históricaInnovation system: A historical reviewHeloisa Helena Weber 1, Carla Schwengber ten Caten 2, y Carlos Fernando Jung 3 Recibido: 29-02-2012 - Aprobado: 04-07-2012 |
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RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. IntroduçãoA inovação tecnológica é um diferencial competitivo e estratégico para nações, empresas e profissionais; porém o grande desafio está no desenvolvimento da capacidade de inovação, para que seja possível se manterem competitivos (Silva, Vendrametto, Fernandes, 2007). Schenatto (2003) afirma que a capacidade competitiva das organizações não depende somente de seu tamanho ou de sua estrutura, mas sim da velocidade com que são capazes de se adaptarem às mudanças ambientais e de se adiantarem a elas, prevendo tendências e criando necessidades. Por ser responsável por propor, desenvolver e avaliar as práticas de inovação, a gestão da inovação tem recebido maior atenção nas organizações (CORREA et at, 2010). Porém, geralmente as organizações não têm um processo de inovação orientado à transparência, ao desenvolvimento ou à colaboração entre setores. Os recursos humanos são limitados a colaborar e socializar suas ideias para a organização (SCHENATTO, 2003). O processo de inovação depende da estruturação do sistema de inovação onde está inserido. Jung, Ribeiro e Caten (2008) definem Sistema de Inovação como um processo de aprendizagem onde os principais participantes são as instituições públicas e privadas, as quais devem assimilar e utilizar novos conhecimentos científicos e tecnológicos obtidos através de pesquisas. As interrelações que os sistemas de inovação oferecem apresentam vantagens como a maior probabilidade de as universidades conseguirem apoio financeiro, físico e humano, além da possibilidade de conservarem em seus quadros pesquisadores capacitados para contribuir para o desenvolvimento econômico e social da comunidade. Com a utilização de recursos humanos altamente instruídos, as empresas são beneficiadas por desenvolverem tecnologias com menor investimento financeiro, menos riscos e em um tempo reduzido (Simonini, Cario, Anjos, 2010). Este artigo tem por objetivo analisar pesquisas realizadas sobre sistemas de inovação e realizar uma síntese a partir desta revisão. O artigo está organizado da seguinte forma: a seção 2 apresenta a metodologia de pesquisa, a seção 3 a revisão de literatura organizando os estudos em ordem cronológica. Na seção 4 são apresentadas as discussões e os resultados obtidos a partir desta revisão e a seção 5 conclui o estudo. 2. Procedimentos MetodológicosO objetivo de um artigo de revisão é reunir as contribuições sobre um determinado assunto e descrever, analisar e discutir os conhecimentos científicos ou tecnológicos já publicados (JUNG, 2011). Hinggins e Green (2011) sugerem que ao realizar uma busca de artigos é importante (i) fixar os critérios de seleção e (ii) definir uma estratégia para selecioná-los, pois deste modo é possível auxiliar futuros pesquisadores a encontrarem os mesmos resultados. Nesta pesquisa foram utilizados três critérios de inclusão, sendo que para o artigo integrar esta revisão era necessário: (i) conter a expressão ‘Sistema de inovação’ no título; (ii) ter sido publicado em inglês, português ou espanhol e (iii) ser artigo científico. Os autores não fizeram restrição quanto ao ano da publicação. Na etapa seguinte foi utilizada a plataforma ISI Web of Knowledge onde foram encontrados inicialmente 81 artigos que satisfizeram os critérios de busca. Após a leitura dos trabalhos selecionados foi possível perceber que 16 destes não atendiam aos 3 critérios simultaneamente. Excluindo-os, sobraram para o estudo 65 trabalhos. Com o auxílio do software Mendeley Desktop foi criada uma planilha, para uso no Microsoft Excel, com os títulos dos artigos, autores, publicação, palavras-chave e o número de páginas. Os autores criaram colunas nas quais foram incluídas o ano de publicação do trabalho, país onde o estudo foi feito e setor/área em que o estudo foi realizado. Este software auxiliou na classificação dos trabalhos e na estruturação da revisão, apresentada na seção 3. Os artigos analisados apresentaram uma grande variedade de assuntos demonstrados de forma sintética na Tabela 1. TABELA 1: Classificação dos artigos analisados por tipo de assunto.
Outra observação é a relação dos países e continentes que foram analisados para a realização dos trabalhos selecionados. Nas Figuras 1 e 2 demonstra-se como ocorre a divisão dos artigos por país e continente. Em seis trabalhos pesquisadores analisaram diferentes países/ continentes, representados então nos gráficos com a denominação ‘mais que um’. FIGURA 1 – Quantidade de estudos realizados em cada Continente -------- FIGURA 2 – Número de estudos realizados em cada País
Na Tabela 2 verifica-se a evolução das pesquisas nos continentes. Apesar da Europa aparecer como o continente que mais publica (Figura 1), pode-se verificar que as publicações iniciaram mais tarde do que na Ásia e que mais de 90% de seus trabalhos são dos últimos cinco anos. TABELA 2: Publicações por Continentes ao longo dos anos
Fonte: Primária A distribuição dos artigos ao longo dos anos demostra que o assunto não é novidade – já se falava nele em 1997, porém de uma forma limitada, não passando de duas publicações anuais até 2001. Este assunto passa a ser amplamente trabalhado a partir de 2007, conforme Figura 3. FIGURA 3 – Quantidade de Publicações por Ano 3. Revisão de LiteraturaA Tabela 3 representa os artigos por ano e na sequencia, eles são descritos sinteticamente. Tabela 3 – Síntese das publicações ao longo do tempo
Fonte: Primária O primeiro artigo desta revisão foi o de Xue (1997) que sustenta que há uma ligação entre os sistemas chineses econômico de inovação, que os torna bastante próximos e dependentes. Mowery (1998) sustenta que mudanças nas estruturas das nações podem resultar, no longo prazo, em redução dos atritos estruturais na política comercial e na tecnologia que tem permeado recentes negociações bilaterais e multilaterais, mas o ritmo dessa convergência deve ser lento e atritos continuarão a surgir. Kim (1998) escreveu sobre o sistema nacional de inovação coreano e os investimentos da indústria de semicondutores que fizeram a Coréia tornar-se, em um curto prazo, um dos grandes participantes globais no mercado de memória aleatória dinâmica. Vekstein (1999), a próxima publicação estudada, conclui que uma reforma no sistema nacional de inovação de Israel é um desafio para o governo, que só seria superado com liderança e visão estratégica da administração pública, pessoas capacitadas e com a participação de demais partes interessadas como indústria, academia. Goto (2000) apresenta os três setores do sistema nacional japonês (governo, universidade e empresas), afirma que o sistema está mudando e questiona até que ponto essa mudança deve ir, no sentido da aproximação destes setores, pois considera complexa a relação universidade- indústria. O sistema de inovação catalão, como este foi afetado por sua reestruturação e a consequência da abertura da economia espanhola são temas abordados por Vilanova e Leydesdorff (2001), que concluem que o atual sistema não pode ser considerado como um sistema de inovação regional. Sagar e Holdren (2002) apresentam um sistema de inovação de energia e sugerem que seria valiosa uma compreensão maior dos vários aspectos do processo de inovação energético, o mapeamento das instituições relevantes e de suas interações, além da avaliação da importância dos esforços existentes. Segundo Chung (2002), Sistemas de Inovação Regionais fortalecidos são ferramentas necessárias para um bom Sistema Nacional na Coréia. Em outro país em desenvolvimento, a Tailândia, Intarakumred et al. (2002) verificaram o sistema de inovação é fraco. Côté (2002) analisou o sistema de inovação florestal do Quebec, que possui diversos centros de pesquisa florestal acadêmicos, governamentais e privados, envolvendo mais de 1300 pessoas. Díaz et al. (2002) observou-se que algumas empresas de biotecnologia da região de Madri e Catalunha, ainda desenvolvem produtos internamente, enquanto outras o fazem através de cooperação com universidades ou centros de pesquisa. Marsh (2003) questiona o atual sistema de inovação para a biotecnologia na Nova Zelândia, compara a receita de biotecnologia da Nova Zelândia à receita do Canadá, ainda que o Canadá seja um país muito maior. Afirma também que o crescimento desse setor pode ser limitado pela fraca performance do Sistema Nacional de Inovação da Nova Zelândia. O autor acredita no potencial para demonstrar um novo modelo para o desenvolvimento da indústria biotecnológica. Sistemas regionais chineses foi o tema abordado por Liu e Chen (2003), que pesquisaram 12 regiões. No entanto, as fontes de dados eram limitadas e as condições históricas e regionais resultam em padrões diferentes. Spencer (2003) indaga se o desempenho inovador de uma empresa de alta tecnologia depende do sistema de inovação nacional. Clark et al. (2003) revisaram um trabalho sobre um sistema de inovação aplicado a uma tecnologia pós-colheita na Índia, que pode auxiliar no desenvolvimento sustentável do setor. Em 2005, o sistema de ciência e inovação da Nova Zelândia foi estudado por Leitch e Davenport (2005). No mesmo ano, Motohashi (2005) examinou a colaboração universidade–empresas no Japão. Uma análise dos fatores de sucesso no sistema de inovação da Coréia foi realizada por Lee e Park (2006) que sugerem às empresas investirem em pesquisa para aumentar a produtividade e a capacidade de inovação do sistema. Em um estudo sobre o sistema de inovação da Nigéria no cultivo de bananeiras, Faturoti et al. (2007) verificaram o desenvolvimento de tecnologias destinadas a melhorias desta cultura, como remoção de pragas e doenças, além de analisarem as oportunidades em marketing no setor. O histórico do sistema de inovação em um ambiente rural no Canadá com seus fatores de sucesso foi o assunto estudado por Doloreux et al. (2007). O funcionamento de um sistema de inovação no setor público e os fatores que contribuem para este processo foi estudado no Quebec, onde a maioria das pessoas não tem críticas sobre a abordagem que está disseminada em vários níveis hierárquicos, divulgada amplamente (Albert E Laberge, 2007). Motohashi e Yun (2007) investigaram as atividades de pesquisa e tecnologia na indústria chinesa, e Wu (2007) mostrou que o sistema de inovação está relacionado com a prosperidade na China. Chen (2007) apresenta a atual situação de Taiwan, que possui unidades de grandes empresas de TI, como Dell e IBM, sendo que estas empresas recebem incentivos políticos para estarem instaladas no país. Essa medida para remodelar o sistema nacional de inovação pode inspirar o setor privado a criar inovação. Existem pessoas preocupadas pela quantidade de dinheiro dos contribuintes que é dada aos estrangeiros, mas em contrapartida existe geração de empregos, pesquisa e impactos na economia. O Sistema de inovação holandês é apresentado sob duas abordagens no ano de 2007, ambas apresentando energias alternativas e afirmando que o sistema ainda não é independente (Hekkert et al., 2007; Negro et al., 2007). Já em 2008, a gaseificação de biomassa foi utilizada como estudo de caso para apresentar o sistema de inovação da Alemanha (Negro e Hekkert, 2008) e Holanda (Negro, Suurs E Hekkert, 2008). Dodgson et al. (2008) estudaram a evolução do sistema de inovação de Taiwan, através de um estudo de caso das redes de inovação de biotecnologia, com o objetivo de contribuírem para a compreensão teórica destes sistemas. Consideram essa evolução complexa e complicada, pois o setor estudado é relativamente novo, sendo necessárias pesquisas contínuas a respeito dele. Por fim, sugerem a combinação de conhecimentos de TI com biotecnologia, permitindo diversificar conhecimentos. Molero e Garcia (2008) estudaram as multinacionais espanholas e de outros países e concluem tanto que seria positivo incentivar a internacionalização das empresas espanholas quanto as empresas multinacioanais presentes na Espanha podem modificar o padrão produtivo de fabricação, embora isso não ocorra com a inovação tecnológica. Daug?lien? (2008) analisou a infraestrutura do Sistema Nacional de Inovação Lituano e listou os principais elementos do sistema como sendo as instituições, a formação (ensino superior), infraestrutura, incentivos, educação do ensino primário e secundário, comercio internacional, mercado de trabalho, mercado financeiro e as empresas. Como deficiências, cita a escassez de financiamentos e a baixa comunicação entre academia, governo e setor privado. Indicadores foram utilizados por Gao e Guan (2009) para comparar o Sistema de Inovação Chinês com outros 21 países da Europa e da Ásia. Uma das conclusões dessa análise mostra que o PIB per capita da China cresce 2.200 vezes mais rápido que a população. Os resultados científicos têm crescido nos últimos anos, mas ainda não se recuperou o atraso através deste crescimento econômico. A China está atraindo os cientistas chineses que trabalhavam em outros países, e no longo prazo é possível que o país torne-se líder em atividades de inovação tecnológica. Na Finlândia, a análise do Sistema com o uso de indicadores conclui que essa ferramenta pode servir como suporte para decisões de longo prazo sobre ciência, tecnologia, inovação e educação (Loikkanen, Ahlqvist E Pellinen, 2009). Sistema Nacional de Inovação, os atores envolvidos, a relação entre eles e a forma de organização foram apresentados nos trabalhos de Godin (2009) que apresentou o sistema canadense, James (2009), que pesquisou o sistema do Reino Unido e Olazaran e Otero (2009), que analisaram o sistema espanhol. O conceito de corretores de inovação é apresentado no estudo de caso do setor agrícola holandês, mas Klerkx e Leeuwis (2009) concluem que eles parecem não apresentar resultados sem iniciativas políticas coerentes. Sistemas de inovação em biotecnologia foram apresentados sob duas abordagens. Žížalová e Blažek (2009) apresentam a indústria da biotecnologia na região metropolitana de Praga e concluem que a relação entre os atores não possui cooperação adequada. Uma avaliação nas instituições da Nigéria foi realizada com auxílio de questionários e conclui-se que o nível de cobertura dos institutos de pesquisa, em relação às possibilidades de estudos ainda é limitado. Recursos do governo e doações são as principais fontes de financiamento (Ajani et al., 2009). Islam e Miyazaki (2009) apresentaram um sistema de inovação em nanotecnologia, buscando compreender a dinâmica deste processo. Aplicaram entrevistas com cientistas em nanotecnologia e pesquisadores de organizações na Europa. Essa tecnologia tem sido considerada como uma área de expansão dos domínios de investigação em quase todas as disciplinas científicas e técnicas em universidades, institutos de pesquisa públicos e empresas. Este trabalho explorou como a pesquisa em nanotecnologia pode se relacionar com outras ciências, como a química, a física, a ciência dos materiais e a biologia. Os autores têm buscado estudar o desenvolvimento de diferentes fontes de energias alternativas e a relação dos atores e seu sistema de inovação em diferentes países como Holanda (Suurs e Hekkert, 2009; Suurs, Hekkert e Smits, 2009) e Noruega (Alphen et al., 2009). Lee e Su (2010) realizaram uma bibliometria sobre sistemas de inovação regional. Chapple et al. (2010) questionaram se Inovação em economia verde é uma extensão do modelo de sistema regional de inovação. Vielba, Esquinas, Monteros (2010) realizaram uma análise de um sistema regional de inovação, na Andaluzia, região espanhola, e revelam que os recursos oferecidos são de natureza variada. Analisando as transformações do sistema de inovação chinês em diferentes períodos, Gao et al. (2010) e Sun e Liu (2010) concluem que o desenvolvimento nas regiões ainda é bastante desigual e que é necessário desenvolver políticas para apoiar as pesquisas públicas e para fornecer um maior apoio financeiro. Chen e Chen (2010) propõem uma ferramenta para o desempenho da inovação e para encontrar as melhores orientações para a criação estratégica de inovação. Pan, Hung e Lu (2010) utilizam técnicas para determinar as diferenças do sistema nacional de inovação dos países asiáticos e europeus. O sistema de inovação nacional da Romênia foi analisado com auxílio de indicadores quantitativos e qualitativos por Sandu e Anghel (2010), enquanto Sun e Negishi (2010) verificaram como estão as relações entre universidade, indústria e outros setores no sistema nacional de inovação do Japão, percebendo que a colaboração entre os três atores estão ficando mais fracas, e que eles tendem a colaborar muito mais com pesquisadores estrangeiros. Belussi, Sammarra e Sedita (2010) verificaram as estratégias de inovação utilizadas na indústria de ciência biológica em uma região italiana, bem como os aprendizados neste sistema regional de inovação e concluíram que várias das empresas estudadas não seguem um modelo de inovação fechada. Projetos de eco-inovação utilizando uma determinada qualidade de madeira foram estudados por Bélis-Bergouignan e Levy (2010), que concluem que depender de recursos naturais pode significar uma limitação para a inovação. Ghazinoory, Abdi e Bagheri (2010) apresentaram a experiência do sistema nacional de inovação do Irã na promoção de patentes em nanotecnologia, onde há mais de 50 universidades realizando pesquisas nessa área. Tecnologia em energias renováveis em áreas rurais, mudança no sistema de inovação em energia e novas tecnologias para geração de energia, foram temas abordados em Bangladesh, Tailândia, Alemanha e Países Baixos (Mondal, Kamp e Pachova, 2010; Wonglimpiyarat, 2010; Rogge e Hoffmann, 2010; Suurs et al., 2010). Wirth e Markard (2011) discutiram a respeito do sistema de inovação suíço para biocombustíveis e, segundo os autores, não basta aumentar o ritmo de implantação das energias renováveis, sendo necessário também estabelecer a direção do desenvolvimento tecnológico. Uma proposta para o sistema de inovação da Alemanha para células a combustível foi desenvolvida por Musiolik e Markard (2011). Baseados em um estudo detalhado de cinco redes de inovação, eles reforçam a importância da ação estratégica e da cooperação em áreas tecnológicas emergentes. Jagoda et al. (2011) estudaram o desenvolvimento das tecnologias de energias renováveis no Canadá, identificando oportunidade para pequenas e médias empresas e mostrando o caso de uma empresa que instala e implementa energia solar em residências. Fontes de energia no Brasil foram estudadas por Furtado, Scandiffio e Cortez (2011), que apresentam o sistema de inovação brasileiro para a cana de açúcar e a produção de etanol, e por Dantas e Bell (2011), que realizaram um estudo da evolução de países de industrialização tardia, apresentando um estudo de caso do sistema de inovação da Petrobrás, a empresa petrolífera brasileira. Herrmann e Peine (2011) apresentam as abordagens do sistema nacional de inovação entre as variedades de capitalismo. 4. ResultadosA análise das pesquisas sobre sistemas de inovação em ordem cronológica permitiu verificar a evolução destes sistemas em vários países e em diferentes exemplos do poder público e da iniciativa privada. Os artigos selecionados para essa revisão apresentam alguns fatores de sucesso em sistemas de inovação, o que pode servir de referência para formação ou remodelagem dos sistemas de inovação, sejam eles nacionais ou regionais. Porém, uma constatação de diversos autores é que ainda é necessário fortalecer a liderança e visão estratégica do governo, capacitar pessoas, aumentar a participação da indústria, dos institutos de pesquisa e das universidades. Os sistemas ainda possuem grande dependência das ações e decisões do governo, bem como de auxílio financeiro, privado ou público. Apesar dessas deficiências, as parcerias entre pesquisadores e empresas estão aumentando e se fortalecendo. Consequentemente, o fornecimento de recursos financeiros para as pesquisas em inovação também está em crescimento. É possível perceber que vários autores sugerem abordagens para avaliação e análise dos sistemas de inovação através de indicadores de diferentes tipos, não existindo, portanto, um padrão para avaliação, o que pode significar divergências entre as análises. Outra constatação é que nos últimos anos vêm crescendo as pesquisas sobre fontes de energia. Somente no ano de 2011, quatro dos seis artigos selecionados abordaram este tema. 5. ConclusãoEste trabalho apresentou uma revisão histórica dos conceitos de sistemas de inovação, exemplos em diversos países e diferentes segmentos de negócios, percebendo-se que sistemas de inovação podem ser complexos por apresentarem diferentes níveis de relacionamentos entre os atores, dependendo das especificidades de cada governo, empresa ou negócio. A busca dos artigos foi realizada na plataforma ISI Web of Knowledge, sendo selecionados 65 trabalhos. Para facilitar a classificação dos artigos quanto ao ano de publicação foi utilizado o Software Mendeley Desktop, para demais classificações criou-se uma planilha no Microsoft Excel. Percebe-se que para um melhor funcionamento dos sistemas de inovação, ainda é necessário aumentar a liderança do governo e a capacitação das pessoas envolvidas, além de fortalecer a participação da indústria, centro de pesquisas e universidades. Esta revisão poderá incentivar gestores ou formuladores de políticas para definição clara de estratégias para melhorar e promover inovação e pesquisas. Poderá também auxiliar na implementação ou remodelagem do sistema de inovação, seja nacional ou regional. A pesquisa também pretende fornecer bom referencial teórico para auxiliar futuros pesquisadores em sistemas de inovação em diversos setores. Como sugestão para trabalhos futuros, os autores propõem uma análise profunda de um sistema nacional ou regional. Referências BibliográficasAjani, E. N. et al. (2009); “Assessment of Technology Generating Institutions in Biotechnology Innovation System of South-Eastern Nigeria.” African Journal of Biotechnology, 8(10), 2258-2264. Albert, M.; Laberge, S. (2007); “The Legitimation and Dissemination Processes of the Innovation System Approach: The Case of the Canadian and Quebec Science and Technology Policy.” Science, Technology & Human Values, 32(2), 221-249. Alphen, K. et al. (2009); “The Performance of the Norwegian Carbon Dioxide, Capture and Storage Innovation System.” Energy Policy, 37, 43-55. Bélis-Bergouignan, M. C.; Levy. R. (2010); “Sharing a Common Resource in a Sustainable Development Context: The Case of a Wood Innovation System.” Technological Forecasting and Social Change, 77, 1126-1138. Belussi, F.; Sammarra, A.; Sedita, S. R. 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1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Email: heloisa@producao.ufrgs.br |